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D.E. Noakes Fertilidade e obstetrícia em bovinos

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D. E.NOAKES
Obras publicadas pela
Livraria Varela & Varela Editorial
. Alle,m- Fertilidadee obstetríciano
cavalo(noprelo)
. Bacila, M - Bioquímicaveterinária
. Bobbio & Bobbio - Introduçãoà
química de alimentos
. Bobbio & Bobbio - Química do
processamentode alimentos
(noprelo)
. Figueiredo,S,R - O cavalo de sela
brasileiroe outroseqüídeos
. lazzeri, l- Fasesfundamentaisda
técnicacirúrgica
. Smythe,R H - A psiquedo cavàlo
. Thomassian,A - Enfermidadesdos
cavalos
. Vaske, H & G - Manual de patologia
bovina
Seção1
FÊMEA
1 - ANIMAL NAO-GESTANTE NORMAL
1.1 Puberdade
Por ocasiãodo nascimento,o ovárioda recém-nascidacontém
acima de 150.000folículos primordiais.Alguns folículos crescem
no períodopré-púbere,mas elessofrem atresiaenquantorelativa-
menteimaturos.
A puberdadeocorre,com o estabelecimentoda atividadecícli-
ca ovarianaregular,entre7 e 18 mesesde idadee é muito de-
pendentedas novilhasatingirempeso acimado limiar de 50% e
35% do pesocorporaldo adultoem rebanhosde cortee leite res-
pectivamente.
1.2 Fatoresque influenciamo início da puberdade
. Genótipo.
. Estadonutricional.A subalimentaçãoinfluencianegativamentea
taxade crescimento.
. Clima.O iníciodapuberdadeé maisprecoceemclimastropicais
doquenostemperados.
. Doenças.Elasretardamparticularmentea taxadecrescimento.
A razãoparao ovárionão ciclarantes da puberdadeé devida
à deficiênciada secreçãoou liberaçãodos hormôniosdo hipotála-
mo/hipófiseanterior,necessáriospara o crescimentofolicular. Po-
de tambémser devidaà falha da respostaovariana.
1.3 AtividadeêÍclicaovariana
A vacaé poliéstricacomciclos periódicosa cada21 dias em
média(variaçãode 17-24);o intervaloentreciclosé referidocomo
intervalointerestro.A atividadecíclica estáausenteantesdo início
da puberdade,durantea gestaçãoe por um curto períodoapóso
parto (vide seção5.1.).
3
1.4 Estágiosdo ciclo estral
A únicafaseclaramentedefinidaé a do estro,quandoa vaca
ou' novilha aceitaa montado touro; dura 15 horas em média
(variaçãode2-30horas).A ovulaçãoocorrecercade 15horasapós
o fim do estro.
O restantedo ciclo pode ser dividido em proestro,metaestro
e diestro,mas não estãoclaramentedefinidos.
. Proestroé a fase que precedeo estro,quandohá crescimento
foliculare regressãodo corpolúteoe o sistemagenitalestáperden-
do a influênciado hormônioprogesterona.Existem algunssinais
comportamentaisque indicama proximidadedo estro,comoaumen-
to da freqüênciade tentativasde montaroutrasvacas.
. Metaestroé Q p~ríodoapóso final do estro quandoo folículo
amadurece,ovulae o corpolúteocomeçaa desenvolver.
. Diestroé a fasena qualo corpolúteoé a estruturadominante.
Seuefeitoé exercidop~lohormônioprogesterona.
1.5 Modificaçõesovarianasduranteo cicloestral
Com o início da puberdadehá considerávelcrescimentoe de-
senvolvimentodos folículos no ovário. Ondas de crescimentofo-
licular ocorremao longo de todo o ciclo estral; entretanto,é so-
menteduranteo estroe logo após,que um ou mais folículos so-
frem crescimentorápido, amadureceme ovulam. O folículo de
Graaf maduroparececomoilustradona Figura 1.la: tem entre2
e 2,5cmde diâmetro..Outrosfolículos freqüentementecrescemde
1,2a 1,5cmde diâmetroantesde regredireme tornarem-seatrési-
coso~ muitocomumseidentificartaisfolículosemassociaçãocom
corposlúteos maduros.
Na ovulaçãoo folículo se rompeatravésde aberturana túnica
albugínea,a qual cobrecompletamentea superfíciedo ovário. O
oócito(ovo)é liberadoenquantorodeadopor massade células-
cumulusoophorus(Fig. 1.lb) - e é colhidopelasfímbriasda tuba
uterina(oviduto)adjacenteao ovárioondeocorreua ovulação.
A cavidadeanteriormenteocupadapelo folículo rompidoé ra-
pidamenteinvadidapelascélulasda granulosae da teca,as quais
4
Tecaexterna
Teca interna
Células da granulosa
Oócito
Cumulus
oophorus
(a)
o Corona radiata (fragmentosde
- ~o....o.. o.. o..o......0.0.... ...00.0
células do cumulus oophorusl
Membrana vitelina<-
000.000. Zona Pelúcida
(bl
Fig. 1.1.
(a) Estrutura do foliculo de Graaf. (b) Oócito após a ovulação.
(Diagrama (a) reproduzido de Hunter R.F.H. (1982)Physiology and
Technology of Reproduction in Female Domestic Animals. Academic
Press, London.)
se tornamcélulasluteínicase formamo corpo lúteo (CL). Este é
inteiramenteformadocercade 7 dias após a ovulaçãoe persiste
nesteestadopor voltade 17 dias,quandocomeçaa regredir.
A Figura 1.2. ilustraas alteraçõesno tamanhodos folículose
do corpolúteoduranteo ciclo estral.
5
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Corpo lúteo
22
Fig. 1.2.
Crescimento e regressão dos folículos e corpo lúteo durante o
ciclo estral.
1.6 Hormôniosproduzidospelosovários
o folículo de Graaf em desenvolvimentoproduz 17{3-estradiol
e dois outroshormôniosque são metabólitos,isto é, estronae es-
trio!. O corpo lúteoproduzprogesterona,que é o hormônio-chave
e controlaa atividadecíclicaovarianana vaca.
1.7 Modificaçõeshormonaisduranteo ciclo estral
A funçãoovarianaé controladaprincipalmentepela secreção
dos hormôniosfolículo estimulante(FSH) e luteinizante(LH) da
glândulapituitáriaanterior.Estes,por sua vez, são liberadosse-
gundo a ação de um polipeptídeoproduzidopelo hipotálamoe
transportadoà hipófiseanteriorpela circulaçãoportal hipofisária.
Este é referido como fator liberador do hormônio luteinizante
(LHRH) ou hormônioliberadorde gonadotrofinas(GnRH), sendo
verdadeiroque na vaca uma única substânciaé responsávelpela
liberaçãode FSH e LH.
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o FSH é responsávelpelo crescimentoinicial dos folículos.
O LH causaa maturaçãofinal, ovulaçãoe tambémestimulaa for-
maçãoe manutençãodo corpolúteo (efeitoluteotrófico).Estesdois
hormôniossão liberadosem ondasem torno do períodode estro,
ocorrendoa ovulação24-32 horas após a onda combinadade
FSHjLH.
O crescimentoe maturaçãofolicularresultamnum aumentoda
produçãode estrógenaos,especialmenteo 17f3-estradiol,com o pico
deproduçãoocorrendono início do estro.Isto estimulao eixo hipo-
talâmico-hipofisárioa liberaronda de LH necessáriapara a matu-
raçãofolicular e ovulação.Um 2.° pico menorde estradiolocorre
6 dias apóso estro,sendoseu significadodesconhecido.
O corpolúteo,formadopelascélulasluteinizadasda granulosa
e da teca produzprogesterona.Esta se eleva dos níveisbasais3
a 4 dias após o estro, alcançandovaloresmáximosem cercade
8 dias, persistindopor 16-17dias antesde decairatéalcançarní-
veisbasaisna épocado próximoestro.A. Prolactina,outro hormô-
nio pituitário,tambémse elevana épocado estro,maso seupapel
nestafase é desconhecido.
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Fig. 1.3.
Alterações hormonais no sangue periférico durante o ciclo estral.
7
A progesteronae, portanto,o corpo lúteo,têmo papelprinci-
pal no controleda atividadecíclica, já que estehormônioexerce
um"feedback"negativosobreo eixo hipotalâmico-hipofisário,supri-
mindo amplamentea liberaçãode gonadotrofinas.
A vida útil do corpo lútero é encerradapela liberaçãode
substâncialuteolítica,a prostaglandinaF2iX(PGF2iX),secretadapelo
útero.Quandoo endométrioestiversob a influênciada progeste-
rona por cercade 14 dias e comausênciade gestação(vide seção
2.9), pulsosd~PGF2iXsãosecretados.Esteschegamao ovário via
artériaovariana,tendo passadodiretam~nteda drenagemvenosa
uterina.
À medidaque o corpo lúteo regride,o "feedback"negativo
da progesteronano eixo hipotalâmico-hipofisárioé removido.Isto
seguidopelaelevaçãonasconcentraçõesdeLH e FSH, queestimu-
la o crescimentofoliculare síntesede 17/3-estradiol,e assimdispara
a ondadeFSHjLH coma maturaçãofoliculal',ovulaçãoe formação
do corpo lúteo. As alteraçõeshormonaisestãoilustradasna Fi-
gura 1.3.
1.8 Estro e sua detecção
A duraçãomédiadoestro é de 15 horas; entretantoexiste
umaamplavariaçãode 2-30horas.Uma vez que a vacatenhatido
sua1.aovulaçãopós-parto,é raro queela nãomostrenenhumsinal
deestro,conseqüentementeo "cio silencioso"é uma raridade.
Sinaisde Estro
Os sinaisde estrosão muitose variados:
. Inquietaçãoe atividadeaumentada,o queresultaemagrupamento
de indivíduossexualm~nteativose reduçãona alimentaçãoe pro-
duçãode leite.
. Muge quandoisolada.
.. Ligeiroaumentona temperaturacorpórea(O,l°C).
. Muco vulvarclaro- "mugidocaracterístico".
. Marcasde esfregamentoe escoriaçõesda baseda cauda,manchas
delamaou sujeiranos flancos.
. Montaemoutrasvacas,particularmenteumado grupo.
. Aceitaçãoda monta.
Os únicossinaisconfiáveissãoa aceitaçãode montae o atode
montara cabeça(característicamostradapor poucasvacas).A va-
8
ca pode ser montadaumavez ou mais de cem vezesduranteum
únicoestro;a duraçãode uma respostapositivaà montadeveser
de pelo menos5 segundos.
A razãomais importantepara uma baixa eficiênciareprodu-
tiva é a dificuldadede detecçãode estro,especialmenteemgrandes
rebanhos.Isto é 'devidoàs variaçõesentrevacase porquehá mais
manifestaçõesde estroduranteà noite.
Métodosde detecção
A detecçãodependeda observaçãode resposta tolerante
quandomontada,assim,paraumaboa detecção,devehaver:
. Identificaçãoindividualclara dos animaiscom marcaçãoa frio,
ferro quente,coleirase brincosgrandes.
. Iluminaçãoadequadapara facilitar a identificação.
. Registro permanenteda identidadeda vaca no momentoda
observação.
. Rotina regular de pelo menos 3 períodosde observaçõesde
20-30min,durante24 horas, em outrashoras que não sejamde
ordenha,por exemplo,8; 14 e 21 horas, sendo a última vez a
mais importante.
. Áreas adequadascom espaçosuficientee boa superfíciede piso
parapermitirqueas vacasexpressemcomportamentode estro.
. Registrartodosos períodosde estroantesdo 1.°serviçoou inse-
minaçãoartificial (IA).
1.9 Métodosauxiliarespara melhorara detecçãodo estro
. Tinta de cauda,quandoaplicadaà baseda caudae sacro,é re-
movidapor esfregaduraquandoa vaca fica em estaçãopara ser
montada.Não é específico,masé baratoe um tantoeficazquando
usadosensatamente,de forma seletiva.
. Detectoresde cio e montaKaMaR são ativados da mesmaforma
descritaacima.São mais carose as vacasdevemser identificadas
quandoforemafixados,porqueem algunscasosa montadesloca
o dispositivo.
. Circuito fechadode televisãocomprogramaçãode timerpelo ví-
deo é de instalaçãocara,masé bem efetivoquandousadoseleti-
vamente,por exemplo,duranteas horasda noiteem que as vacas
não são observadas.Uma boa identificaçãodas vacasé importante.
. Rufiõesou vacasandrogenizadasirão identificarvacasque estão
em estrodesdeque tenhamalgumtipo de marcadortal comodis.
9
positivode queixo.Existemproblemasde segurançae o perigode
disseminaçãode doençasvenéreascomtouros.Alguns adqüiremha-
rensde vacasespecíficas.
. Avaliaçõesde certasmudançasfisiológicas,tais como tempera-
tura corpóreaaumentada,alteraçõesno impedanceelétricana va-
gina ou mucovaginal,podemser usados,mas requeremequipa~
mentoespecífico.
. Testeshormonais,particularmenteprogesterona,podemser de va-
lia quandotestesrápidossetornaremdisponíveis.
. É possíveleliminara necessidadede detecçãode cio, sincroni-
zando-seestroe ovulação,seguidopor um horário fixo de IA (vi-
de seções1.12. e 1.13).
1.10 Métodosartificiaisde controledo ciclo estral
Para controlarartificialmentea atividadecíc1ica,o animalcon-
sideradodeveteratingidoa puberdadee estarematividadeovariana
normal.Existem2 métodos:
. Encurtamentoda funçãodo corpolúteo.
. Umafonteexógenade progesteronaé usadaparasubstituira fun-
ção do corpolúteo.
1.11 ReduçãQda vidaútil do corpolúteo
A ProstaglandinaF21Xé uma luteolisinanatural na vaca e é
responsávelpela extinçãodo CL antesdo próximoestro.Assim
se PGF21Xou seus análogosforem administradosparalelamentea
umavacacom corpolúteo,irão causara regressãoprecocedestee
retornoaoestroprematuramente.Entretanto,o CL nãorespondenos
primeiros4-5 dias pós-ovulação;além disso, uma vez que o CL
tenhainiciadoespontaneamentesuaregressãonos dias 16 e 17, ela
não podeser acelerada.
1.12 Progestágenos- princípiosde uso
Uma fonte exógenade progesteronaou um progestágenosin-
téticofuncionamcomo um corpo lúteoartificial, exercendoassim
um efeitode "feed-back"negativosobreo eixo hipotalâmico-hipo-
fisárioe suprimindoa atividadecíclica. Quando removida,há um
retornoao estroe retomadadestaatividade.
10
Se,numgrupodeanimais,progestógenossãoremovidosaomes-
mo tempo,há uma boa sincronizaçãodesdeque não haja proges-
tágenoendógenoresidualderivadodeum corpolúteoquetenhaso-
brevividoà duraçãodo implante.Assim é necessárioo uso de algo
quecauseluteóliseou suprimaa formaçãode corpolúteo.
Sincronizaçãocom dispositivointravaginalliberador
de progesterona(PRID)
O dispositivointravaginalliberador de progesterona(PRID) é
uma espiralplana de aço inoxidávelcobertapor um elastômero
inerte incorporando1.55g de progesteronajuntamentecom uma
cápsulade lOmgde benzoato de estradiol(vide Fig. 1.4).
Fig. 1.4.
Dispositivo intravaginal de liberação de progesterona(PRID).
. A vacaou novilhadeveestarvazia,não deveter paridonos úl-
timos 20 dias, ou ter qualquerinfecçãono trato genital e deve
estarem boa condiçãofísica.
. Usandoumatécnicadelicadae limpa,o PRID é inseridono inte-
rior da vagina.
. Apóscercade 12diasé retiradoe o estroocorre2-3 diasdepois.
A IA podeser realizada48 e 72 horasou somenteuma IA após
56 horasda remoção.
11
. Animais mostrandocomportamentode estroalgunsdias após a
remoçãodo PRID devemser inseminadosnormalmente.
O graude sincronizaçãopodeser variávelporqueo benzoato
de estradiolé um ineficienteagenteluteolíticoe antiluteotrófico.
Melhoresresultadospodemser obtidosse PGF2a for injetada24,
horasantesda remoçãodo PRID.
Algunsanimaisexpelemo PRID e em muitoshá descargava-
ginal, que é resolvidaespontaneamenteapós a retirada e sem
tratamento.
SincronizaçãocomNorgestamet
Norgestameté um potenteprogestágenosintéticoque é dispo-
nível como polímero de implantesubcutâneocontendo6mg da
substânciaativa.
. A vacaou novilhanãodeveestargestantee terboascondições
físicas.
. O implantede 6mgde Norgestameté inseridosubcutaneamente
nabasedaorelhae, imediatamenteapós,3mgde Norgestamete 5mg
de Valeratode estradiolsão injetadosvia intramuscular.
. O implanteé removido9 dias depois.
. O estroocorre2-3 dias apóse a IA podeser feita com 48 e 60
horasou 48 e 72 horasapósa remoçãodo implante.
Melhor sincronizaçãopode ser conseguida ~ea PGF2a for in-
jetada24 horas antesda remoçãodo implante,já que o valerato
deestradiolé umfracoluteolítico,especialmenteno início do diestro.
1.13 Sincronizaçãode estrocom PGF2ae análogos
Para conseguirsincronização,
injetadaem duas dosesseparadas,
aplicações,assegurandoassimque
a 2.a injeção.
Antesde iniciar o procedimentode sincronização:
. Checara condiçãofísica dos animaisno início do procedimento,
especialmenteno casodenovilhas.Devemestaremboacondiçãofí-
sica,crescendoa umataxade 0,7kgjdia.
. Assegurarque não hajam animaisgestantese, no casode novi-
lhas, que o tratogenitalestejanormal,por palpaçãoretal. .
. Informarà centralde IA local as datasprevistasda IA assegu-
randoque haja sêmenadequadoe pessoaldisponível.
a PGF2,aou análogodeveser
com 11 dias de intervaloentre
o estroocorrerá2-4 dias após
12
Então:
. AplicaremtodososanimaisPGF2aouanálogo(PGl).
. Repetir11diasapósPGl (PG2).
. A IA podeserrealizada78 horasapósPG2ou emduasinsemi-
nações72 e 96 horasou72e 90horasapósPG2.
. IA emqualqueranimalquesejavistoemestro5-6diasapós
a PG2.A sincronizaçãoserámelhoremnovilhasdo queemvacas.
Razõespara baixasincronização
. Técnicade injeçãoineficiente,sePGF2,afoi depositadana gordura
ou uma grandepartedo volumeda injeçãose perdeu.
. Uma parcelados animaissão acíclicos.
. Há atrasona formaçãodecorpolúteoqueir.árespondera PFG2X.
Isto é mais provávelque ocorraem vacasonde as concentrações
de progesteronapermanecembaixaspor longoperíodopós-ovulação
(progesteronabaixa por longo tempo).
Razõesde baixastaxasde concepção(taxade gestação)
. Nutriçãoinsatisfatória,especialmenteemnovilhase vacasde alta
produção.
. Estresseassociadoa manejoe mistura de diferentesgruposde
animais.
. Sincronizaçãode animaisrecém-adquiridos,porqueelesteriamse
estressadoduranteo transporte.
. Fadigado inseminador.
Métodode trabalho
Melhorestaxasde concepçãopodemser freqüentementeobtidas,
especialmentese há boa e precisadetecçãode estro, se o método
de trabalhoa seguirfor utilizado:
. Injetar todosos animaiscom PGF2aou análogo(PG1).
. Observarsinais deestro e inseminarqualquervaca ou novilha
normalmente.
. Animaisquenão tenhamsido observadosem estroapós 11 dias
sãoinjetadoscom2.adosedePGF2aou análogos(PG2).
. Horáriofixodeinseminaçãocomodescritonaseção1.3.
13
Esteesquematambémreduzo manuseiodosanimaise a quanti-
dadedeprostaglandinautilizada.
Prostaglandinae análogosdisponíveispara bovinos
. Dinoprost(UpJohn Ltd. "Lutalyse").Prostaglandina(PGF2IX)na-
turalsintética,doseindicada25mg.
. Cloprostenol(CoopersAnimalHealth,"Estrumate").Análogosinté-
tico,doseindicada500fJ.g.
. Fenprostalene(SyntexPharmaceuticalsLtd., "SynchroceptB").
Doseindicada1,Omg.
. Luprostiol(lntervetLaboratoriesLtd., "Prosolvin").Dose indica-
da 15mgparavacase 7,5mgparanovilhas.
1.14 Exameclínico do sistemagenital
o sistemagenitalpode ser examinadopor palpaçãoretal,e o
vestíbulo,vaginae aberturaexternada cérvixpor palpaçãomanual
ou, visualmente,com o auxílio de espéculo.Antes de iniciar estes
procedimentos,inspeçãocuidadosada vulva, períneoe superfícies
do corpoé importante.
Exameclínico externo:
. Examinara basedacauda,verificandoseospêlosestãoeriçados
ou lesados,sugerindoquea vacapossatersidomontadaporoutras
vacase possivelmenteestadoemestro.
. Examinaros flancosparasinaisde lamaou sujeirade cascoindi-
cativode estarsendomontadapor outrasvacas.
. Examinaro períneoe a caudapara sinaisde corrimentos.Este
podesernormal,fisiológico,associadoao estro,metaestro,ou lóquio
pós-parto(olhara seção5.5), ou ser patológico,associadoa exsu-
datoinflamatórioou pus.
. Examinara vulvaparaevidênciade lesõesrecentesou cicatrizadas.
Os lábiosdevemserafastadose a mucosadeveserexaminadaquanto
a cor,presençadepápulas,pústulas,vesículas,úlcerasou lesõesgra-
nulomatosasprovocadas.
. Examinaraglândulamamáriaparadeterminaro estágiodelactação.
. Examinara pelvee os ligamentospélvicosparadeterminaro grau
de relaxamentono casoda vacaestarpróximaao parto.
14
Examevaginalutilizandoespéculo:
Quando o espéculoé usadoele deveestar estérilpara cada
vacaou, comoalternativa,um tubo porta-espéculoestérilpode ser
usado(Fig. 1.5) - estesgeralmentetêmsuafontede luz própria.
O espéculoconvencionalrequerlanternaou outrafonte de luz na
outramão.
Fig. 1.5.
Espéculo vaginal.
O procedimentopara o uso de espéculocom iluminaçãopró-
pria estáa seguir:
. A vulva é rigorosamentelimpa.
. Os lábiossãoafastadose o espéculolubrificadoé cuidadosamente
inseridonum ângulode cercade 30° do plano horizontalsubindo
ao entrarno vestíbuloe depoishorizontalmenteacimado assoalho
da pelve.
. Assim que o espéculoé inserido,a cor, a aparênciade mucosa
vaginale o fluido devemser vistos,comotambémqualquerestru-
turaaberrante.
15
. A cor, formae grau de dilataçãoda aberturaexternada cérvix
deveserobservada,assimcomoa presençae aparecimentode qual-
querfluido queescapedo canalcervical.
. Notara presençade qualquerfluído que acumulena regiãocra-
nial da vagina.
Examemanualda vagina:
. Isto nãoé possívelnumanovilhanulípara.
. Umaluvalimpae lubrificadaé cuidadosamenteinseridana vagina.
. Evidênciasde estenose,abscessoe outrasanormalidadespodem
serobservadas.
. A cérvixé palpadapara evidenciarrupturas,lesõese o graude
dilataçãodaaberturaexterna. .
. Qualquerfluido acumuladono assoalhoda regiãocranial da va-
gina deveser drenadopara a palmada mão e examinadoquando
retirado.
Palpaçãoretal
Uma rotina regularé requeridae a vulva deveser observada
paraevidências,desecreçõesoudescargasocorridasduranteoprocesso.
. A vaginaé de difícil identificaçãoporque tem paredeflácida
e delgada,a não serque um examevaginalpréviotenharesultado
numapneumovaginatemporáriaquandoestarádistendida.
. A cérvixé um limite importante.Notar sua posiçãoem relação
à bordada pelve,seuformato,tamanhoe graude mobilidade.Em
novilhasnão-gestantesa cérvixtem cercade 2-3cmde diâmetroe
5-6cmdecomprimento.Durantea gestaçãotorna-seaumentadae, em-
bora rígida no pós-parto,o tamanhototal aumentacom gestações
sucessivas.Em vacasmultíparasvelhas,temcercade 5-6cmde diâ-
metroe até lOcmde comprimento.A cérvix afila-sede forma leve
cranialmente,e é, freqüentementepossívelpalpar as pregasanela-
res.Abscessosassociadosà pariçãoou injúriaspor InseminaçãoAr-
tificial causammarcadasdistorções.
A cérvixna novilhaé sempreintrapélvicaenquantoem ani-
maismultíparosnormaisnão-gestantesé localizadana bordacranial
da pelveou em frente.Com o desenvolvimento.da gestaçãoela é
tracionadaparaalémdo bordopélvico.
No animal não-gestantenormal é livrementémóvel lateral
e crânio-caudalmente.A medidaque a gestaçãoprogride,a disten-
]6
sãodo úterográvidoreduza mobilidade,comoocorreemalgumas
condiçõespatológicascomoaderências,piometraetumores.
. A bifurcaçãodoscornosuterinospodeseridentificada logocra-
nialmenteà cérvix,especialmentese foremcomprimidoscontrao
bordopélvico,comoumafissuraou fendaantesdos cornosbi-
furcarem.
Fig. 1.6.
Trato genitalda vaca.
Cornosuterinos
Tuba uterina
Ovário
Corpo uterino
Cérvix
. Oscornosuterinosinicialmentesecurvamparabaixoe parafren-
tee depoisparatráse paracimaemdireçãoao ápice,quesesitua
a 5-6cmdacérvix(videFig.1.6).O tamanhodoscornosdependerá
doanimalestargestanteou nãoe do estágiodegestação,pós-parto
ouseestásofrendoalgumacondiçãopatológica.
Os cornosdoúteronão-grávidotêmcercade35-40cmdecom-
primentoe 4-5cmde diâmetro;sãomaisou menosiguaisemta-
17
manha.Na gestação(videseção2.11)e imediatamenteapóso parto
(videseção5.4) há umaassimetria.
A cadagestaçãosucessivaelessetornamlevementeaumentados.
. Os cornosuterinossofremalteraçõescíclicas,quepodemser iden-
tificadasnapalpação.Duranteo diestrosãoflácidose é difícil idén-
tificarseucontornoaolongodetodoo comprimentodo corno.À me-
dida que o corpolúteo regridee há crescimentofolicular 1-2dias
antesdo estro,o tônusuterinoaumentade modoqueos cornostor-
nam-setúrgidose espiralados,especialmentequandomanipulados.
O tônusaumentaduranteo estroe persistepor mais 1-2dias após
o final do estroe ovulação.
. As tubasuterinas(trompasde Falópio) são estruturasconvolutas
comcercade20-25cmdeoomprimento.Quandonormais,sãodifíceis
de identificarna palpação;por isso,se a identificaçãoé fácil, geral-
mentesugereque estejamespessadas.
. A bolsaovarianaé difícil de serpalpadavia retal.Deveser livre
da superfíciedo ovário(Fig. 1.7).
Fig. 1.7.
Bolsa ovariana.
18
. Os ováriossão mais facilmentelocalizadosseguindo-seos cornos
uterinosatéa grandecurvaturae depoisgentilmentetracionadospara
trásem direçãoà cérvixcom a pontados dedos.
. Umaalternativaparaselocalizara cérvixe a bifurcaçãoé passar
os dedospara baixo ou para os lados no sentidodo assoalhoe
bordada pelve.'Em novilhaselas são normalmenteintrapélvicas,
enquantoem vacasmultíparaselasestãonormalmentelocalizadasà
frenteou sobreo bordopélvico.
Com o processodegestação,os ováriossãopuxadosparabaixo
no abdômen,eventualmentetornando-seforado alcance.
. Na palpaçãodos ovários,sua posição,tamanhoe naturezadas
estruturaspresentesdevemseravaliadas.As estruturaspalpáveissão:
folículos,folículosluteinizados,corposlúteose cistos.
. Os folículosvariamde tamanho,alcançandoum diâmetromáximo
de 2-2,Sem.São preenchidospor fluido, portanto,flutuamna pal-
pação.A facilidadede identificaçãodependeráde seutamanho,po-
siçãono ovárioe presençade outrasestruturas.O crescimentofoli-
cularocorreao longodo ciclo estrale os folículossão de 1,3-1,Scm
dediâmetrona metadedo diestro,associadosa um corpolúteoma-
duro. A identificaçãode um folículo no ováriode uma vacaé de
poucovalorcomométodoúnicoparaavaliaro estágiodo cicloestral.
. Os folículos luteinizadossão pouco comuns,ocorrendomaisfre-
qüentementeno períodoimediatamentepós-parto,antesque a ativi-
dadecíclica normal tenha se estabelecido(vide seçãoS. 1); eles
decorremda luteinizaçãode um folículo anovulatório.A identifica-
ção por palpaçãoretal é difícil. Têm cercade 2-2,Scmde diâme-
tro com uma paredelevementemaisespessaque a de um folículo
normal.Funcionamcomo corpo lúteo, emborasua vida útil seja
provavelmentemenor.
. Os corposlúteosse formamcomo seqüelada ovulação;conse-
qüentemente,seforempalpados,a únicasuposiçãoimediataquepode
serfeitaé quea vacaovulouemalgumestágio.O corpolúteopode
ser associadocom diestro,gestaçãoou ocasionalmentepode ser
persistente.
A identificaçãopositivade um corpo lúteonemsempreé pos-
sível;entretanto,desdeque o corpolúteoé a estruturaque leva a
um aumentofisiológico,normaldo ovário, sua presençapode às
vezesser suposta.A confirmaçãopode ser feita pela presençade
concentraçãoelevadadeprogesteronano leiteou plasma.
A idadedo corpolúteopodeser avaliadapelo seu tamanhoe
consistência.Imediatamenteapós a ovulaçãoé igualmentepossível
19
palpar uma leve depressãono local da ovulação;haverátambém
marcadotônusuterino(vide Tabela 1.1). À medidaque o corpo
lúteocresce,o ovárioaumentae o corpo lúteousualmentecomeça
a se projetarna superfícieovariana;é macioà palpação.O corpo
lúteoatingeseutamanhomáximode cercade 2,S-3,Ocmem diâme-
tro 7-8 diasapóso estroe permaneceaté 16-17dias, quando,co-
meçaa diminuire endurecer;ao mesmotempohá tônus uterino
aumentado(Tabela 1.1). Duranteos 7-17 dias do ciclo, as altera-
çõesno tamanhoovarianosão devidasao crescimentoe regressão
folicular.
A facilidadee exatidãoda palpaçãode um corpolúteodepen-
demdo seugraude projeçãoe de seuformato.
. Cistossão estruturaspreenchidasde fluido com diâmetroacima
de 2,Scm,persistentese usualmenteassociadosa comportamentore-
produtivoaberrante(seção7.6 e 7.8).
As alteraçõesno tratogenitalduranteo ciclo estralestãorela-
cionadasna Tabela1.1.
Tabela 1.1.
Crescimentodo Corpo Lúteo
Dia do ciclo Ovário útero Descarga vaginal
O (estro) CL regredindo Tônus evidente Muco claro,
< 1cm, talvez comasespiralados elástico e
folículos de 1cm aumentados copioso
na palpação
1 (ovulação) CL regredindo Bom tônus Algum muco
<lcm, Comas claro ou turvo
depressão espiralados
ovulat6ria macia
3 Desenvolvendo Tônus fraco Muco turvo,
. CL maciode de coloração
1-l,5cmde vermelho-
diâmetro -sangüíneo
brilhante
7-17 CL totalmente útero flácido Sem descarga
formado 2,5-3cm
de diâmetro.
Folículos de até
lcm de diâmetro
17-19 CL duro e Tônus de Sem descarga
regredindo moderado
diâmetro<l,5cm a bom
21 Idem a dia O
20
2 - GESTAÇAO NORMAL
2.1 Ovulação
o oócito ovuladoé captadopelas fimbrias da tuba uterina
adjacente,que é intimamentejustapostaà superfíciedo ováriodu-
rantee apóso estro.O oócitoé transportadopelaaçãodos cílios e
contraçõesperistálticas,e talvezpelassecreçõesda tuba,paraa am-
pola ondeocorrea fertilização(Fig. 2.1). Transporteprematuroou
retardadopodeafetarsuaviabilidade.O oócitoé capazde ser ferti-
lizadopor 8-12horasapósa ovulação,emboramelhoresresultados
sejamobtidosdentrode 6 horas.
--Corno uterino
Ampola
-- Fímbria
Fig. 2.1.
Tuba uterina (Falópio).
2.2 Fertilização
Enquanto pequenonúmerode espermatozoidestenha alcan-
çadoa tubauterinaem umahora apósa coberturaou IA, sãone-
cessáriaspelomenos6-8 horaspós coberturanaturalantesqueuma
reservade espermatozóidessuficientementegrandeestejapresenteno
ístmoda tuba uterina.Isto é provavelmentemais rápido quandoo
sêmené depositadono útero por IA.
Os espermatozóidessofrem processode maturaçãoantes de
seremcapazesde fertilizar.Este processo,chamadocapacitação,é
21
estimuladO'por secreçõesuterinas.O temponecessárioé de4 hQras.
O sêmenmantémsuamotilidadepor 15-56horas.Emborasejafér-
til PO'raté30-48horas,háumdeclínionafertilidadeapós15-20horas.
Quando um espermatQzóidepenetra a zona pelúcida (vi-
de Fig. 1.1), QSoutrQSsãO'geralmenteimpedidosde fazê-Iopelo
bloqueiovitelino.QuandováriosespermatQzóidespenetramO'oócito,
há a chamadapoliespermiae O'Sembriõesem desenvolvimento
morrerão.
2.3 Desenvolvimentoembrionário
Vide Tabela2. 1 abaixo:
Após a formaçãO'dosórgãos(organO'gênesecompleta,o bezer-
ro é consideradofeto.
Tabela 2.1.
Desenvolvimentoembrionário
Dias após
a ovulação
Crescimento
do embrião
0-1
1-2
1-2
2-3
3-6
6-9
8-10
12-14
13-16
20-28
24-28
35
(chegadano útero)
1 célula
2 células
4 células
8 células
Mórula
Blastocisto
Blastocisto em eclosão
Blastocisto em expansão
Amnio formado
1.asalteraçõesno trofoblasto
adjacenteàs carúnculas uterinas
Alantóide completamenteformado
Alantóide é preenchido e
distende-seno corno grávido
Organogênesecompleta
Tuba uterina
45
2.4 ~embranasfetais
O âmniO'forma-secercade 13-16diasapósa fertilizaçãocomo
uma evaginaçãoda vesículaectodérmica.Torna-seum "saco" de
parededuplaquecontornacompletamenteo embrião/feto,excetQno
anelumbilical(Fig. 2.2).
O âmnioé uma membranatransparenteconsideravelmentere.
sistente.
22
(a)
Corioalantóide
Fig. 2.2.
(a) e (b) Membranas fetais de 1 bezerro, mostrando os cotilédones.
(Diagrama (a) reproduzido de Steven D.H. (1982)Placentation in
the mare. Journal of Reproduction and Fertility, Suppl. 31, 41-5.)
23
o alantóideaparece14-21diasapósa fertilizaçãocomouma
protuberânciado intestinoembrionárioposterior.A parteexterna
funde-secomo trofoblastocoriônicoparaformaro alantocórion,que
é estruturaaltamentevascularizadae estáenvolvidana formaçãoda
daplacenta.A parteinternarecobreo âmnio.(Fig.2.2.)
2.5 Fluidos fetais
o âmnioenvolveo fluidoamnióticoo qualprotegeo em-
brião/fetode injúriasmecânicas,possivelmenteinfecçõese propor-
cionaumveículodeexcrção.No finaldafestação,torna-seviscoso,
atuandocomolubrificantena pariçãoe facilitandoa expulsãodo
bezerro.
O fluidoalantóideé aquoso.Protegeo embrião/fetodetrau-
masmecânicose proporcionaespaçoparadeposiçãoda urinafetal
viaúraco.
Os volumesaproximadosde fluidosfetaisdurantea gestação
sãodadosnaTabela2.2. abaixo.
Tabela2.2.
Volumeaproximadodos fluidosfetaisdurantea gestação
O volumetotal d:::fluidos fetaisaumentaprogressivamenteao
longoda gestação,com rápidoaumentoaos70-80dias. Duranteo
1.°terço da gestaçãoo volumede fluido alantóideé maior que
o amniótico;duranteo 2.° terço o volume de fuido amnióticoé
maior que o alantóide;enquantoduranteo último terço, o vo-
lumedo fluido alantóideé maiorqueo amniótico.Existemconside-
ráveisvariaçõesindividuaisnos volumesde fluido associadosa fe-
tos na mesmaidadede gestação.
24
Estágio de gestação Fluido amniótico Fluido alantóide
(dias) (m1) (ml)
30 0-5 55
35-45 21 140
46-60 96, 202
61-90 375 415
91-120 1450 1170
121-150 3026 1417
151-180 2544 2638
181-210 1541 4672
211-240 2028 4893
241-Termo 2272 9862
2.6 Crescimentofetal e comprimentocrânio-caudal
Médiasdepesoembrião/fetoemgestaçãocomumúnicobe-
zerro sãomostradasna Tabela2.3. abaixo:
Tabela 2.3.
Peso médio de bezerros (embrionário/fetal)*
* Bezerrosgêmeosserãorelativamentemenorese haveráconsideráveis
variações individuais e de raçaem bezerros únicos.
2.7 Estimativada idade fetal
Várias fórmulastêm sido obtidaspara estimara idade fetal,
desdeque o comprimentocrânio-caudal(CRL) é medido.
Fórmulapara estimara idadeletal em dias
Assim, se CRL
idadedo fetoem dias
= 2.5x (C~Lcm+ 21)
=10cm
= 2.5x (10+21.)
= 2.5x 31
= 77.5dias
ou, commenosprecisão
Fórmulaparaestimara idadeletal emmeses
Assimse CRL
idadedo feto
= Y2X CRL paI.
=4.5paI.
=v2 x 4.5
=-.[9
= 3 meses
25
Estágio de gestação Peso Comprimento
(diaS) embrionário/fetal (cm)
30 0,3-0,5g 0,8-1,0
40 1-1,5g 1,75-2,5
50 3-6g 3,5-5,5
60 8-30g 6-8
70 25-100g 7-10
80 120-200g 8-13
90 200-400g 13-17
120 1-2kg 22-32
150 3-4kg 30-45
180 5-lOkg 40-60
210 8-18kg 55-75
240 15-25kg 60-85
270 20-50kg 70-100
2.8 Placenta
A placentada vacaé classificadacomocotiledonáriaou múl-
tipla, porqueé confinadaem restritasáreasovais bem definidas
ou áreascircularesdo alantocórion- os cotilédones(vide Fig.
2.2b). Estesdesenvolvem-senaquelaspartesadjacentesa áreas'es-
pecíficasdo endométrio- as carúnculas.
A placentatambémpodeserclassificadade acordocom a es-
trutura microscópicae em particularpelo númerode camadasde
tecidosque separaa circulaçãomaternae fetal - é classificada
comoepiteliocorial.
2.9 Reconhecimentomatemoda gestação
Sea vacanão estivergestante,ela voltaráao estrono inter-
valo interestronormal após o serviçoou IA (vide seção 1.3).
A presençade embrião em desenvolvimentoimpede a regres-
sãodo corpolúteo,que assimpersiste.O embriãoem desenvolvi-
mentoou conceptoproduz substância- fator precoceda ges-
tação(EPF) - o qual é provavelmenteproduzidono períodode
expansãodo blastocistoe impedea regressãodo CL (videseção2.3).
E
C)
.5
Progesterona
Ovulação
10r~
IV
5 5
2!'"
CII
C)
on:
Fig. 2.3.
Concentraçõeshormonaisna circulaçãoperiféricada vaca durante
a gestaçãoe parto. (Reproduzido de Arthur G.H., NOakes,D.E. &
Pearson,H. (1982).VeterinaryReproductionanelObstetrics,5th ed.
. Bailliere Tindall, Eastbourne.)
26
Parturição
400 -,8000E
C)
.9-
E 111o
C) c:
c CII
200 -;;; 4000.g'...c: 1;1.;;u CII
IV CII
Õ "a
n: ãi..
o I
2.10 Endocrinologiada gestação
o hormôniomais importanteé a progesterona,que suprime
a atividadedclica normal via seu efeito de "feedback"negativo
sobrea hipófiseanterior(videseção1.7).
A progesterpnatambémestimulaalteraçõesno endométrioque
conduzemparaa nutriçãoe desenvolvimentodo embrião.Ao final
da gestaçãohá um dec1íniona progesterona(Fig. 2.3).
A progesteronaé sintetizadapelo corpo lúteoe pela unidade
feto-placentária.Após cercade 150dias de gestação,o corpolúteo
não é necessáriopara a manutençãoda gestaçãoporquejá não é
a principalfontedestehormônio.
2.11 Métodosde diagnósticode gestação
1. 18-24dias. Falhasem retomarao estro,o que é dependente
da detecçãodo mesmo(seções1.8 a 1.9). Algumasvacasmos-
tramestrodurantea gestação,especialmentemaistarde.
2. 18-24dias. Persistênciade CL na palpaçãoreta!.Não é pos-
sível distinguirentreum CL ou diestroe gestação.
3. Medidade concentraçãode progesteronano leiteou no plasma
atravésde radioimunoensaio,ou ELISA (Enzyme-linked-imunosor-
bentassay).As concentraçõesno leite seguemaproximadamenteas
ca 30
c:
o
ai
'li!Q)::-
0)'
E E,20
CoO)
Q) c:,,-
o!
.ca'Qj
~~10
E c:
Q)
(.)
c:
o
U
Inserminado Amostra de leite
o 9
I.
21
24dias
33
~
42
Dias
Fig. 2.4.
Concentraçõesde progesteronano leite durante o ciclo estral, para
mostrar um falso positivo para gestaçãodevido a uma IA em
momento errado.
27
mudançasque ocorremno plasmaemboraos valoresabsolutosse-
jam maiselevados(Fig~2.4), porquea progesteronaé solúvelna
gordurado leite.
O testedo leite é usualmenterealizadocom amostrade leite
de uma vaca,sendoo ideal realizaro testecom 24 dias após a
IA ou cobertura,emborapossatambémser feito maisprecocemen-
te. Se um tabletepreservativocontendodicromatode potássioou
cloretodemercúrioé adicionadoà amostra,estapodeser mantida
à temperaturaambientepor váriosmesessemnenhumaperdasigni-
ficativade progesterona.
O testede progesteronado leiteé cercade 85% precisopara
diagnósticopositivode gestaçãoe quase100% para identificaruma
vacanão-prenhe.
Razõespara falso positivo:
. IA em momentoerradoquandoa vacaé inseminadano diestro
(Fig. 2.4).
. Mortepré-natalapósa colheitada amostra.
. Cisto luteínico(vide seção7.6).
. CL persistenteassociadoà infecção uterina crônica (vide se-
ção 11.10).
. Intervaloentreestrosmaiscurtoque a média.
Razõesparafalsonegativo:
. Misturainadequadadaamostrainicialdo leite.
. Exposiçãoda amostraa calorexcessivoou luz U.V.
. Incorretaidentificaçãodo animalou amostra.
4. 28 dias. Usandoum real-timeultra-som(B mode)e uma in-
vestigaçãoretal,é possívelidentificaro sacoamnióticodesteestágio
degestação.O equipamentoé caro.
5. 30 dias. A vesículaamnióticapode ser palpadacomo um
objetopequeno,túrgido,de "tamanhode ervilha",de 1cmde diâ-
metroaos 30 dias, pressionandodelicadamenteos cornosuterinos
entreo polegare os dedos.Aos 35 dias tem 1.7cm de diâmetro.
Há perigode traumaao coraçãoembrionário.
6. 30-35 dias. Existe certa assimetriade tamanhodos cor-
nos uterinos,àqueleadjacenteao ovário que contémo CL tor-
nando-semaior. Há evidênciade flutuaçãodo como ligeiramente
distendido,devidoà presençado líquido alantóide(vide seção2.5)
e adelgaçamentoda paredeuterina.
28
7. 35-40 dias. É possível palpar o alantocórion neste estágio
(vide seção2.4) usando a técnica do "beliscamento". O como ute-
rino é delicadamenteseguro entre o polegar e indicador e depois
pressionadode modo que o conteúdo do como "escorregue". A pri-
meira estrutura a ser liberada do "aperto" é o fino alantocórion
antes da parede'uterina mais espessa.
8. 40 dias. Usando investigação retal e detectoresultra-sônicos
de pulso fetal ou analisadores de profundidade ultra-sônicos (A
mode), é possível detectar a gestação tão precocemente quanto
aos 40 dias.
9. 45-50dias. É freqüentementepossívelpalpar o feto neste
estágiocomoumaestrutura,quiçá comoum pedaçode cortiçaflu-
tuandoem fluido.
10. 70-80dias. Os placentonasaumentadospodemser palpados
nesseestágiocomopequenasirregularidadesna parededo corpo
uterinoe basedoscornos.Eles se tomammaiorese maisdistintos
como avançoda gestação.
11. 90-120dias. É possívelidentificara alteraçãodo caráterde
pulso da artériauterina,que causazumbidoou vibração.É cha-
madode frêmito. Inicialmenteé a artériaque supreo como grá-
vido e subseqüentementeambos.
12. 105 dias. A identificaçãodo hormônioconjugadosulfato
de estronana amostrade sangueou leite,nesteestágiogestacional
e posteriormente,servepara diagnósticode gestação.
2 .12 Precisãodo diagnósticode gestaçãopor palpaçãoretal
Apalpação retal tem mais que 95% de precisão,desdeque
pelo menosum sinal positivoseja identificado.
Falsopositivoé devidoa:
. O úteronão estáretraídoparapermitirpalpaçãodetalhada.
. O úteronão estácompletamenteevoluído(seções5.4 e 5.5).
. Há piometra(seção11.10).. Há mucometra.
. Há subseqüentemortepré-natal.
Felsonegativoé devidoa:
. O úteronãoestáretraídoparapermitirpalpaçãodetalhada.
. A datade serviçonão foi corretamenteregistrada.
. A vacafoi servidaou inseminadaapóso registrodecobertura.
29
3 - PARTO NORMAL
3.1 Duraçãoda gestação
A duraçãomédiada gestaçãoé de 280 dias; entretantoexis-
tem consideráveisdiferençasraciais (vide Tabela3.1). A influên-
cia do genótipoé observadaquandotourosde certasraçassão cru-
zadosc'Omvacasde raçasdiferentes,c'Om'Oprol()ngament'Odo pe-
rí'Odade gestaçãa.
Tabela3.1.
Períodode gestaçãoe pesoao nascerde díferentesraçasde gado.
Dentr'Oda mesmaraça, a gestaçãaé um pauca mais l'Onga
(1 'Ou2 dias)paraas c'Oncept'Osmachasemrelaçãaàs fêmeas.
3.2 Peso ao nascer
Os númerosmédi'Ospara diferentesraçassão mastrad'Osna
Tabela3. 1.
Os fataresque padem influenciarapes'Oaa nascersã'Oas
seguintes:
. Genótipa.
. Duraçãade gestaçãa- os bezerrassã'Omaiaresem gestaçãa
maislanga.
. Parta de n'Ovilhas- bezerr'Osmenaresde navilhas.
30
Raça Período de gestação (dias). Peso médío ao
Varíação dada entre nascer (kg)
parênteses.
AberdeenAngus 280(273-283) 28
Ayrshíre 279(277-284) 34
Pardo Suíço 286(285-287) 43.5
Charolês 287(285-288) 43.5
Holandês 279(272-284) 41
Guernsey 284(281-286) 30
Hereford 286(280-289) 32
Jersey 280(277-284) 24.5
Simmental 288(285-291) 43
South Devon 287(286-287) 44.5
. Estaçãodoano.
. Nutrição- somentecomseverasubnutriçãoda fêmea.
. Gêmeosou múltiplos.
3.3 Taxa de crescimentofetal
o períododetaxadecrescimentomaisrápidoocorreporvol-
ta dos230diasdegestaçãocomo fetoganhandocercade0,25Kg
depesopor dia; depois,então,declina.
3.4 Gêmeose múltiplos
Gêmeosocorremem1-2%etriplosem0,013%dosnascimentos.
A taxa de ovulação,e por isso a incidênciade gêmeosou múlti-
plos, não pode ser influenciadapela nutrição.A gemelaçãoé de-
pendentedo genótipo.A incidênciade ovulaçãoduplaé maisalta
do que a de nascimentosduplos, devidoà morte embrionáriade
um dos gêmeos.
3.5 Freemartins
Freemartinsnormalmenteocorremquandouma bezerranasce
gêmeade bezerromacho. Isto é devido à fusão placcntáriapor
volta dos40 dias de gestação.Noventapor centode tais bezerras
sãofreemartins.Entretanto,também,é possívelo nascimentode uma
únicafreemartinquandoo fetomachomorree é reabsorvidoapós
ter coorridoa fusãoplacentária.
Diagnósticodo freemartins
O uso de prova vaginal ao nascimento,como um estojo
de termômetro,pode evidenciara profundidadeda vagina,quan-
do comparadacom bezerra normal da mesma idade. A pro-
fundidadeé de cercade 1/3 de uma bezerranormal,Le., cerca
de 3-5cm.Confirmaçãoprecisapode ser obtida por avaliaçãocro-
mossômica(cariotipagem).
À medidaque a novilhase aproximada puberdade,podeha-
ver evidênciade clitórís aumentadoe aumentode tufos de pê-
los na comissuraventral da vulva. Apalpação retal revelaráa
ausênciade estruturasnormaisdo trato genitalanterior à cérvix.
Não haveráováriosnormaise, portanto,nenhumaatividadecíclica
(vide seção7.6).
31
3.6 Início do parto (desencadeamento)
o fetoé responsávelpelo início do parto.Ele desencadeiauma
complexacascatade alteraçõesendócrinas:
. Durantea gestaçãoo hormôniopredominanteé a progesterona
produzidap~locorpolúteoe unidadefeto-placentária(seção2.10).
. A progesteronasuprimea atividadecíclica, estimulaalterações
no úteroquepermitemo desenvolvimentodo embrião/fetoe supri-
mea atividadedo miométrioquepoderiaeliminaro feto.
. À medidaque o feto atingea maturidade,o hipotálamofetal é
estimulado,ou torna-secapazde respondera estímulosque acele-
rama liberaçãode ACTH da hipófisefetale subseqüentementecor-
ticóidesda adrenalfetal.
. O aumentodos corticóidesresultanumadiminuiçãona produ-
ção de progesteronae concomitanteaumentona produçãode es-
trógenospela placenta,o que leva a um amolecimentoou amadu-
recimentoda cérvix.
. Os estrógenosproduzidospela placentaestimulama síntesee
liberaçãode prostaglandinaF2cx(PGF2CX).
. A PGF2C(causaa lisedo corpolúteoda gestaçãoe estimulam
contraçõesdomiométrioqueiniciama dilataçãocervical.
. Contraçõesuterinasforçamo fetoe asmembranasfetaisadjacentes
contraa cérvixe vaginaanterior,estimulando,assim,receptoressen-
sitivos,e, comoconseqüênciadestefato,ocorreliberaçãoreflexade
oxitocina(reflexodeFerguson).
. A ocitocinaestimulao miométriopreparadopeloestrógenoa con-
trair,causandoposteriordilataçãocervicale expulsãodo feto.
3.7 Sinaisde proximidadedo parto
Sãoamplamentedependentesde alteraçõeshormonais;existin-
do consideráveisvariações.individuaisentre os animais,quanto à
extensãodestasalteraçõese seumomentode aparecimento.
. Aumentode desenvolvimentodo úberee presençade colostro.
. Edemado úberee da paredeabdominalventral.
. Relaxamentodos ligamentospélvicos,especialmentesacroisquiá-
tico e sacroilíaco.
. "Afundamento"da áreasacroisquiáticacomaparenteelevaçãoda
baseda cauda.
32
. Relaxamentodo períneoe vulva.
. Liquefaçãodo tampãomucosocervical
mucóidepelavulva.
. Levequedadatemperaturacorporal.
com resultantedescarga
3.8 1.0estágiodo parto (Duraçãomédiade 6 horas;vadaçãode
1-24 horas)
É difícil determinarem algumasvacas,especialmentenaquelas
que já tiveramváriosbezerros.Começacom a ocorrênciade con-
traçõesuterinasregularese coordenadasque aumentamem freqüên-
ciae amplitudeà medidaqueprogrideesteestágio.Os efeitosdessas
contraçõessão:
. Causamdor e desconfortoque resultamem alteraçõesdo com-
portamentocomo inquietação,inapetência,desejopor isolamento,
solidão,movimentosbruscosda cauda e elevaçãodo pulso.
. Estimulaçãodobezerroa alterarsuasituaçãodentrodoútero,de
modo que seja capazde passaratravésdo canal do nascimento
(vide Fig. 9.1).
. Dilataçãoda cérvix;o óstio externoprecedeo interno.
. O fetoempurraseusfluidose membranasfetaisadjacentesem
direçãoà cérvixe canalpélvico.
3.9 2.0 estágiodo parto (Duraçãomédiade 70 minutos;variação
de 30 minutosa 4 horas)
Este começaquandohá contraçõesregularese vigorosas,que
são estimuladasquandoo feto e/ou membranasfetaisentramno
canalpélvico.Uma conseqüênciainicial é a rupturado alantocórion
com escapede fluido alantóideaquoso (bolsad'água).
Duranteesteestágioo bezerroé gradualmenteexpelidodevido
a contraçõesabdominaise tambémcontraçõesmiometrais.O maior
esforçode expulsãoocorrecom a passagemda cabeçaatravésda
vulva e o tóraxatravésdo canalpélvicoe vulva.
3.10 3.0 estágiodo parto (Duraçãomédiade 6 horas)
As contraçõesuterinascontinuampor váriosdias apóso nas-
cimentodo bezerro,tomando-seprogressivamentemenosfréqentes
33
e menosvigorosas.Estasauxiliamno destacamentonormaldapla-
centaqueocorrecomresultadode:
. Desenvolvimentoe maturaçãodaplacentadevidoa alteraçõesen-
dócrinasdescritasna seção3.6.
. Rupturadocordãoumbilicalcomrápidaperdasangüíneadaparr
tefetaldaplacentacomencolhimentodosseusvilos.
. Distorçãoda carúnculapelascontraçõesmiometrais,causando
destacamentodocotilódonepelaseparaçãodo vilo dascriptasas-
sociadas.
. O pesoda placentaexerceforçade tração.
. Persistênciadascontraçõesuterinas,expelindoa placenta.
3.11 Ambientedo parto
Paraumpartobem-sucedidocomnascimentodebezerrovivo
e fêmeasaudável,é necessáriobomambiente.Deveserconvenien-
te, se surgiremproblemas,internaçãoantecipadae efetiva.Parto
emcampobemgramadoe drenadoé recomendável,entretanto,boa
observaçãopodeàs vezestornar-sedifícil.Quandoo partofor em
localfechado,sãonecessáriosasseguintescondições:
. A vacadeveser separadado restantedo rebanhono iníciodo
1.°estágio(seção3.7) ou antes.
. Baia, limpa, aquecida, bem ventilada,com boa cama, ilumi-
naçãoadequadae tamanhosuficientepara permitir procedimentos
obstétricosa seremrealizados(5 x 4m).
. Um métodode contençãoda vacapelacabeça.
. Habilidadede observara vaca semperturbá-Ia.
. Suprimentoadequadodeáguafrescaparabeber.
. Ausênciadeobjetossalientesquepossamferira vaca,o peãoou
veterináriocirurgião.
3.12 Induçãoprematurado parto
A induçãoprematurado parto é possívelatravésda adminis-
traçãode hormôniosexógen05,que mimetizamalgumasdas altera-
çõesendócrinasresumidasna seção3.6.
34
Hormôniosusadosna indução
. Hormônioadrenocorticotrófico(ACTH) - impraticável,mui-
to caro.
. Corticosteróideshidrossolúveisde curta ação,em geral,betameta-
sona, dexametasona,flumetasonana dose de 20-30mgpor vaca.
. Ésteresinsolúvensde longaduraçãoou suspensões,em geral,fe-
nilproprionatode dexametasona,dosede 20-30mgpor vasa.
. ProstaglandinaF2(Zou análogos,em geral,cloprostenol,dinoprost,
fenprostalene,luprostiol(vide seção 1.13 para doses),ou prosta-
glandinaE2 - não disponívelcomercialmente.
. Combinaçãode ésteresde corticosteróidesde longa duraçãoe
prostaglandinaF2'(Z e análogos.
Indicaçõespara indução
. Para reduzira possibilidadede distociadevido adesproporção
feto-maternalassociadaa gestaçãoprolongada,imaturidadematerna
ou a conformaçãodo bezerro.
. Paramanterum padrãosazonal,adiantandoo momentodo parto,
particularmentepara coincidircoma disponibilidadede crescimento
de pastoparaproduçãode leite.
. Para adiantaro momentodo partonumavacasofrendode doença
ou injúria,demodoquepossasermandadaparaabatedeemergência.
Requisitos
. Conhecimentodadatadeserviçode IA ou estimativacorreta.
. Pelo menos26"0dias de gestaçãopara o nascimentode bezerros
viáveis.
. Discussãodetalhadaentre o cirurgião veterinárioe proprietário
de modoque as possíveisconseqüênciasda induçãoprematurase-
jam conhecidas.
. Acomodaçãoadequadaparapartose gruposde animaisforemin-
duzidosao mesmotempo.
. Bompadrãode criaçãocomdisponibilidadede pessoalexperimen-
tado,capazde criar bezerrosprematuros.
35
Procedimentos
. Se foremusadoscorticosteróides,as vacasou novilhasdeveriam
serexaminadasparaeliminara presençadedoençainfecciosa.Anti-
bióticosde amploespectropodemser usadosprofilaticamente.
. Corticosteróidesde curta ação induzirãoparto 2-5 dias após a'
aplicaçãoou após260 dias de gestação.
. Corticosteróidesde longaaçãosão efetivosemcercade 240 dias
degestação;o tempode intervaloda aplica~ãoao partoé variável.
. Uma única injeçãode prostaglandinaF2X ou análosoinduziráo
partoapósos 255dias degestação,dentrode 2-3dias da aplicação.
. Induçãoprematura(210-250dias de gestação)pode ser conse-
guidapelaaplicaçãode corticosteróidede longaduração.Aplicação
de fenilproprionatode dexametasona,seguido11 dias apósà apli-
caçãode prostaglandinaF2cxou análogo,o queinduziráo partoem
48 horas.
Problemas
. Relaxamentoe amaciamentosuficienteda vulva, períneoe liga-
mentospélvicosnem sempreocorremseguidosao uso de prosta-
glandinas.Melhoresresultadostêmsidoobtidoscomcorticosteróides.
. .É comum a retenção da placenta - a possibilidade aumenta
quantomaiscedoé induzidoo parto.
. A involuçãouterina(vide seção5.5) podeser retardadae pode
havermaiortendênciaparavacasdesenvolveremendometrites.Não
parecehavernehumefeitoadversosobrea fertilidadesubseqüente.
. Emboraexistaalgumaevidênciade nível reduzidode imunoglo-
bulinasno colostrode vacasinduzidascom corticosteróides,isto
não pareceaumentara susceptibilidadedos bezerrosa doençasou
reduzirsuaviabilidade,desdequenão sejammuitoprematuros.
3.13 Retardandoo parto
É possívelretardartemporariamenteo processodo parto, de
modoque não ocorra em momentosinconvenientes,especialmente
à noitena ausênciade supervisãoadequada,ou talvezde modoa
permitirque ocorra relaxamentoda vagina,vulva e períneoem
novilhas.
36
UmagoQista/32cloridratodeclenbuterol("Planipart",Boehrin-
gerInglheimttd, Brackenell,Berkshire)estimulaos ~receptoresdo
miométriocausandorelaxamentodamusculaturalisae abolindoas
contraçõesuterinas.
. PararetardarQ parto:O,3mgdecloridratodeclenbuterol(tOml),
viaintramuscular,seguidodeumasegundainjeçãodeO,21mg(7ml),
4 horasdepois,inibiráo partopor8 horasapósa 2.ainjeção.
Paramelhoraro relaxamento:regimesimilarcomitnervalode
pelomenos4 horasentredosessucessivas.
. Se a cérvixestivertotalmentedilatadae o 2.° estágiotiverco-
meçado(videseção3.8),nãodeveserusado.
37
4 - CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO
4.1 Introdução
Em se tratandode distociaou assistindoum parto normal,
atençãotambémdeveser dispensadaao bezerroe seu bem-estar.
Detalhesde pesonormalao nascimentosãodadosna Tabela3. 1.
4.2 Adaptaçãoao ambiente
Duranteo final da gestaçãoe processode parto, o bezerro
pasaspor alteraçõesde maturaçãoque permitemsobreviverlivre-
menteemnovoambiente.
Muitasdessasmudançassão induzidas por modificaçõesendó-
crinasqueiniciamo ato do parto (vide seção3.6), em particular
a elevaçãonosníveisde coriÍcosteróides,estrógenose prostaglandi-
nas. São exemplosdessasmodificações:desenvolvimentode surfa-
tantepulmonarpermitindorespiraçãonormal,mudançasna compo-
siçãodahemoglobina,habilidadedo bezerroemcontrolara homeos-
tasede glicose,fechamentodo forameoval e duetoarterioso.
4.3 Procedimentosimediatoscom o recém-nascido
As seguintesaçõessão necessárias:
. Checarseo bezerroestávivo palpandoseucoraçãoou pulsoda
carótida,avaliandoos reflexos.
. Limpar o mucodasnarinase cavidadeoral.
. Colocaro bezerrode cabeçapara baixo, de modoque possam
serdrenadosos fluidosdo tratorespiratóriosuperior(a maiorparte
do fluido provavelmenteorigina-sedo abomaso).
. Assegurarque a respiraçãoespontâneaestejapresentee que as
viasaéreasestejamlivres.
. Checaro umbigoparaevidênciade hemorragiadosvasos.Se for
grave,pinçare ligar.
. Checaranormalidadescongênitasóbvias (vide seção8.11).
. Assegurarquea vacaaceiteo bezerro,paraque o vínculomater-
nal se estabeleçae queela não vá atacá-Ioou feri-Io.
. Checaro úbereda vacapara presençade colostro.
38
4.4 Problemasapós o nascimento
. Ausênciade batimentocardíacoe pulso. Realizarmassagemcaro
díaca externa.
e Trato respiratórioobstruído.Usar sugadorpara aspirar fluido
da cavidadebucal e trato respiratóriosuperior, entubaçãoendo-
traqueale fontede oxigênio.
. Estimularreflexoda tosseou espirro.
. Falhana respiraçãoespontânea.Realizarrespiraçãoartificial,com-
primindoo tórax ou imediataentubaçãoendotraqueal.Oxigênio
commáscarafacialpodetambémser ben~fico.Esfregarativamente
o tóraxe superfíciedo corpocom palhaou pano.
Podem ser usados estimulantesrespiratórios:cloridrato de
dopramvia intravenosa,intramuscular,subcutâneaou sublingual,
na dosede40-100mg(2,0a 5,Oml).Uma misturade (crothamide)e
cropropamide("Respirot", Ciba-GeigyLtd.) como xarope ou sob
a língua.
. Falhanaaceitaçãodobezerro.Pode-seestimulara lembedurado
bezerropela vacaespalhandofluido amnióticopelo muflo da vaca
e colocandoo bezerropróximoà sua cabeça.Uma vaca indócil
deveser sedada.
. Ausênciade colostroou falhade ejeçãodo leite.Usarcolostro
estocadoou induzirejeçãocomoxitocinaseguidade ordenhama-
nual.Assegurarqueo bezerrorecebapelomenos2,5 litrosdeco-
lastronasprimeiras6 horasdevida.
. Ferimentosnoparto.Traçãoexcessivae mal-aplicadapoderesul-
tar emseparaçãodasepifises,fraturadeossosdosmembrose para-
lisia do nervo femural, especialmenteem raças como Charolês
e Simmental.
4.5 Bezerrosdebilitados
Ocorremcomo resultadode distocia,talvezdevido a algum
graude anoxiacerebralou possivelmentefatoresgenéticose certos
agentesinfecciosos.Requeremmuito mais atençãona observação
que sejamcapazesde mamar.Em casocontrário,o uso de mama-
deirapodeser necessário.Prognósticomau.
39
5 -. PERfODO PÓS-PARTO (PUERPÉRIO)
5.1 Introdução
o períodopós~parto,quandoo trato genitalestá retomando
ao seuestadonão-gestantenormalé conhecidopor puerpério. Para
obterótima fertilidade,com a vaca produzindoum bezerrovivo
a cada 12 meses,é importanteque estafaseda vida reprodutiva
sejanormalparapermitirquea fêmeaconcebaemtornode 85 dias
pós-parto(videseções7.4 e 7.10).
Algumasimportantesmodificaçõesocorremduranteo puerpé-
rio, as quaissão:
. Retornoà atividadecíclicaovariananormal.
. Diminuiçãodoúteroao seuestadonão-gestantenormal(involução).
. Regeneraçãodo endométrio.
. Eliminaçãode contaminantesbacterianos.
.5.2 Retornoà atividadeovarianacíclicanormal
Durantea gestaçãoo ováriocessasuaatividadecíclica.Após
o partoháumperíodode 3-4semanasemvacasde leite(ligeira-
mentemaislongoparaas decorte)antesquea primeiraovulação
ocorra,invariavelmenteno ovárioopostoao cornouterinoprevia-
mentegrávido.
A primeiraovulaçãoocorrefreqüentementena ausênciade
sinaiscomportamentaisde estro;as ovulaçõesseguintessãoinva-
riavelmenteassociadasa sinaiscomportamentaisdecio.
Evidênciasde crescimentofolicularpodemfreqüentementeser
detectadasantesdaprimeiraovulação.Emalgumasvacas,estruturas
cheiasdefluidodemaisde2,5cmdediâmetropodemserpalpadas
nosovários;estesnãosãocistosverdadeiros(videseções7.6e 7.8).
O primeirocicloapóso retornodaatividadeovarianaé muitas
vezescurto(15-16dias)devidoàreduzidafaseluteínica.É possí-
velquealgunsdessesciclosestejamassociadoscoma formaçãode
folículosluteinizadosquesecomportamdeformasemelhantea um
corpolúteonormal.Estesnãosãocistosporquesãomenoresque
2,5cmde diâmetro;nãopersistemou causamcomportamentore-
produtivoaberrante.
40
5.3 Métodosparadeterminaro retornoà atividadecíclica
~ esperadoqueo retornoà atividadecíclica tenhaocorridose
um corpo lúteo for palpadocom certezaem um dos ovários (o
corpolúteo da gestaçãosempreregrideantesdo parto).Se o cor-
po lúteonão puder ser palpado;entãopalpaçõesseguidasdevem
ser feitas,ou alternativamentepelo menosuma amostrade sangue
ou leite para testede progesteronadeveriaser realizado10 dias
antesou apósa épocada palpaçãoretal.
5.4 Fatoresqueinfluenciamo retornoà atividadecíclica
. Problemasduranteo parto, tais comodistocia,metrite,retenção
da placentaou mastite,irão retardaro retorno.
. Alta produçãode leite pode aumentaro intervaloda primeira
ovulação.
. Nutriçãodeficienteduranteo final da gestaçãoe apóso parto
poderetardaro retorno.
. Raça: raçasde cortesãomais lentaspara retomarao estroque
as de leite, existindodiferençasentreraças..
. Comparativamenteas primíparas(novilhasde primeiracria) são
~cíclicaspor maistempoqueas pluríparas(maisde umacria).
. Estaçãodo ano: há boa evidênciada influênciada duraçãoda
luminosidade.
. Clima: vacasretomamao estromais cedoem climastemperados
do quetropicais.
. Mamadae freqüênciade ordenha:a rapidezdo retornoé elevada
e inversamenteproporcionalà freqüênciade ordenhae intensidade
de mamada.Perdade pesodevidoà alimentaçãoinadequedapode
ser importante.
5.5 Involução
Involuçãoou regressãoé o retornodo útero ao seu tamanho
normal,de não-gestante.À medidaque o útero diminui, estetor-
na-semaiscurvadoou espiraladoe retomapara a cavidadepélvica.
A cérvix,e numaproporçãomenora vagina, tambémsofreuin-
volução.
Inicialmenteo processode involuçãoé rápido mas a veloci
dade diminui gradualmente;é completoprovavelmentecerca de
41
42 dias pós-parto,embora,se for clinicamenteavaliadopor pal-
pação retal, sejam as alteraçõesapós 25-30 dias imperceptí-
veis (Fig. 5. 1). A cérvixtambémdiminui em comprimentoe diâ-
metro (largura,extensão)com relativamentepoucaalteraçãoocor-
rendo após25-30dias.
A involuçãouterina é processoativo onde há reduçãono
tamanhodas fibras muscularesdo miométrio.Isto pode ser bem
assistidopelapersistênciade contraçõesmiometraispor váriosdias
pós-parto.A prostaglandinaF1Xé produzidapelo úterono pós-parto,
alcançandovaloresmáximos3-4 dias pós-partoe persistindopor
cerca de 2-3 semanas;estehormôniopareceestarenvolvidono
processode involuçãouterina.
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Diado parto Dias pós-parto
Fig. 5.1.
Diagrama mostrando a taxa de involução uterina no pós-parto.
Fatoresqueinfluenciama taxade involução
. Comparativamentea involuçãopareceser mais
para queem pluríparas.
. Estaçãodo ano: a involuçãoé provavelmente
vacasque paremna primaverae verão.
42
rápida em primí-
mais rápida nas
. Amamentação:possivelmenteaceleraa involução.
. Clima.
. Problemade partoe peripartotais comodistocia,retençãode
placentaou infecção.
. Rapidezde retornoà atividadecíclica(videseção5.3).
5.6 Regeneraçãodo endométrio
A vaca não possui placentadecíduaverdadeira.Entretanto,
apóso parto e deiscênciaplacentária,há necrosee descamaçãodo
tecidocaruncular,seguidoda regeneraçãodo endométriorevestin-
do as carúnculas.
As alteraçõespodemser resumidas:
. Alteraçõesdegenerativasocorrem2 dias apóso parto,envolvendo
a superfíciedas carúnculas.
. Cerca de 5 dias após o parto, a carúnculaé cobertapor uma
camadanecróticade 1-2mmde espessura.
. Dos 5 aos 10 dias há descamaçãode tecidonecróticoo qual tor-
na-seliquefeitoe contribui para a evacuaçãodo lóquio ou "2.a
limpeza".
. Por voltados 15 diashá início de reepitelizaçãoda carúncula
desnuda,a qualé completadaemtornode25 dias.
. A completarestauraçãoda estruturaendometrial,inclusivedas
glândulasuterinas,é completadaprovavelmenteem50-60dias.
Fatoresque retardama regeneraçãodo endométrio
. Problemas duranteo periparto,tais comodistocia,retençãode
placenta,traumaou infecção.
. Possivelmentedeficiênciasdietéticas.
5 .7' Contaminaçãobacteriana
o úteroé estérildurantea gestação;o acessoao lúmené pro-
tegidopela cérvix fechadae tampãomucoso.Durantee imediata-
menteapóso parto,a cérvixestádilatadae a vulvae o períneore-
laxados,permitindoassima entradade bactériasdas fezesda vaca
43
e contaminaçãodoambienteparadentrodoútero.Culturadoútero
apóso partodamaioriadasvacasrevelaráa presençade flora bacte-
rianavastae variada.Os principaisorganismt)scultivadossãocoli-
formes,Corynebacteriumpyogenes,estreptococose estafilococosspp.,
e emalgunscasosbactériasanacróbicasgram-negativas.
5.8 Eliminaçãoda contaminaçãobacteriana
A flora bacterianaé flutuante,maso útero da maioriadas
vacasé estérildentrode 4-5 samanasapóso parto.As bactérias
são eliminadaspor:
. Separaçãofísicadevidoà necrosee descamaçãodasuperfíciedas
carúnculas.
. Expulsãofísicaassociadaàs contraçõesuterinaspersistentes,invo-
luçãoe descargade lóquio.
. Atividadefagocíticadosleucócitosquemigram.paraa luz uterina.
. Secreçãode imunoglobulinas.
. . . ..
.
.
80 90 100
Fig. 5.2.
Taxas de gestação em relação ao tempo pós-parto.
44
70
60
50
o
'(11
()o 40
ai
C)
30
(11
)( I
20
.
10
L
O 10
Fatoresque int(!rferemna eliminaçãodas bactérias
. Retençãoda placenta.
. Traumado tratogenital.
. Involuçãouterinadeficiente.
. Retornoretardadoao estropós-parto(vide seções11.8 e 11.9).
5.9 Fertilidadepós-parto
Emborao retornoà atividadecíclica e ovulaçãotenhaocor-
rido cercade 3-4 semanasna maioriadas vacasleiteiras,a fertili-
dadeótima, medidapela taxade gestação(vide seção7.11) não
é alcançadaaté 9Q-.100dias pós-parto.Isto é devidoao ambiente
do tratogenitalque é incapazou de assegurara fertilização,ou de
mantero embriãoem desenvolvimento.Entretanto,a melhorade
fertilidade50 dias pós-partoé relativamentepequena(Fig. 5.2).
Não há evidênciade que coberturaprecoceapóso parto terá
qualquerefeitocumulativoprejudicialsobrea fertiÍidade.
45
6 - LACTAÇAO
6.1 Desenvolvimentomamárionormal
Após o início da puberdadee a cadaestrosucessivohá algum
crescimentoe proliferaçãodo sistemade duetosdo úbere, devido
ao estímulodos estrógenos.Duranteos primeiros4 mesesde ges-
tação,quandoos estrógenossão os hormôniosdominantes,há ex-
pansãodo sistemade duetos.Durantea últimametadeda gestação
a progesteronatorna-seo hormôniodominantee estimulaa for-
maçãodos lóbulosdo tecidoalveolar(local de secreçãodo leite);
isto aumentaatéo momentodo parto.
Durante a gestação,outros hormônios como a prolactina,
hormôniodo crescimento,ACTH e hormôniostireoidianospodem
estartambémenvolvidosno desenvolvimentomamário.
O úberedavacaé capazdeproduzirleitea partirdametadeda
gestação;seocorrerabortamentoapósos 7 mesesjá há presençade
tecidoalveolarsuficienteparaproduzirleite,emboramodestamente.
6.2 Lactogênese
o inícioda lactaçãonomomentodo partoé devidoa altera-
çõesendócrinasqueocorremnestafase(seção3.6). Em resumo:
. Os estrógenosse elevambruscamenteno
. A progesteronadeclina gradualmentee
24-48horasantesdo parto.
. Os corticosteróideselevam-sebruscamenteno parto.
. Prolactinaaumenta4-6 dias antesdo parto. O hormônio-chaveé
provavelmentea progesterona,já que,tendoestimuladoo desenvol-
vimentode tecidoalveolarno final da gestação,ela subtamentede-
clina permitindoa liberaçãode prolactinae conseqüêntemente
exerceseuefeito.
parto.
então cai bruscamente
Alémdisso,progesteronatambémpodebloquearos receptores
do úbereparacortisol,assimcomessebloqueioo cortisolpode
atuarsobrea glândulamamária.
46
6.3 Ejeção do leiteo leitesecretadopelotecidoalveolaré acumuladonosduetos
coletorese cisternasdo leite(cercade80% é armazenadonesses
locaisdo úbere).
A ejeçãoou descidaé principalmentedevidoà açãodaoxito-
cinae numamenorproporçãoao hormônioantidiurético(ADH)~
O estímuloparaliberaçãodeoxitocinaorigina-sedereceptoressen-
sitivosdo úbere,tetase órgãosgenitaise tambémcomoresultado
deumcondicionamentodarotinaassociadoà mamadaouordenha.
A oxitocinatemmeia-vidacurta,ou seja,menosde2 minutos
na vacae, conseqüentementea reestimulaçãoé necessária.
Induçãodaejeção
Aplicar10VI de oxitocina,via intravenosaemaplicaçõesre-
petidas,se necessário.
6.4 Induçãoartificialda lactação
Tem sido tentadaem vacase novilhasde leitepor muitos
anosna tentativade mimetizaras alteraçõesendócrinasque são
normalmenteresponsáveispelalactogênese.
Método A
. Injeção combinadade lOmg de benzoato de estradiol(2ml) e
100mgde progesterona,ambosem veículooleoso(4ml), via sub-
cutâneanosdias O,3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27 e 30.
. Nos dias 31 e 32, 20mgde dexametasona(solúvel),via 1M.
. A partir do dia 10,vacas/novilhasdeveriamser conduzidaspara
a sala de ordenhapara entrarna rotina;os úberesdevemser mas-
sageadose a ordenhadeirausadapor curtosperíodos.
. A produçãodeleitepodecomeçarantesdo final do tratamento
ou atéumasemanaapós.
47
MétodoB
. Injeçãoda associaçãode benzoatode estradiol(0,05mg/kg-l)e
progesterona(0,125mg/kg-l),a intervalosde 12hsnosdiasO a 7;
catorzeinjeçõesno total.
. 20mgdebetametasonaou dexametasona(solúvel),injetável110S
dias18,19e 20.
. Massagemdo úberee regimedeordenhacomodescritono mé-
todoA.
Em ambosos métodos,as vacasdevemestarsecashá pelo
menos6 semanas.O leitedeveserretiradodeusopor 7 dias.
Resultados
. Cercade20%defalhade indução.
. Produçãodeleiteé cercade70%daprevista.
. Fertilidadesubseqüenteé normal.
. Algumasvacasmostramalgumaevidênciade ninfomaniadurante
a terapiacom estrógeno.
lndicações
. Permitirque vacassadiase de altaprodução,que não con-
ceberam,sejammantidasno rebanho,visandoa coberturano pró-
ximoano.
. Mantervacasdealtaproduçãoleiteira,apesardeinférteisou es.
téreisnorebanho,comoformadeevitara substituiçãodessesanimais.
Os procedimentossãocarose é improvávela substituiçãoda
gestaçãoe partopelaestimulaçãoda lactação.
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7 - FERTILIDADE E INFERTILlDADE NA VACA
7. 1 DefiDições
. Fertilidadeé a habilidadeda vaca em parir um bezerrovivo
em intervalosde aproximadamente12 meses.
. Esterilidadeé a total inabilidadede uma vacatomar-segestante
e parir um bezerrovivo.
. Infertilidade é a redução da fertilidade, isto é, a vaca é sabida-
mentecapazde gestare parir um bezerrovivo, mas o intervalo
pode ser bemmaior que 12 meses.
7.2 Infertilidadee descarte
Devido a problemasreprodutivos,são descartadasanualmente
no Reino Unidoentreumquartoe um terço das vacasleiteiras.
Algumasdestasvacassãoestéreis;a maioria,no entanto,é in-
fértil,masdevidoa perdaseconômicasassociadasà eficiênciarepro-
dutivainsatisfatória,elassão descartadasao invésde dar-lhestem-
do suficienteparainiciar a gestação.Algumasvacassão descartadas
por problemasque podemser antecipados,por exemplo,a vaca
pode ter sofrido traumaduranteo parto ou grave infecçãopós-
-parto(seções1.3, 11.6 e 11.8).
7.3 Expectativasde fertilidade- a vacaindividualmente
Em qualquerpopulaçãonormalde vacasé improvávelquea
taxade pariçãoparacadainseminaçãosejamuitomaiorque55%
(istoé, se 100vacasforeminseminadasumavez,entãoconseqüen-
tementeapenas55irãoparirumbezerro).As razõesparaque45%
falhememparirsão:
. Cercade10-15%dosoócitosovuladosnãosãofertilizados.
. Cercade 15-20%dos 06citosfertilizadosou embriõesjovens
morremantesdodia 13docicloestral.
. Cercade10%dosembriõesmorrementreos dias14e 42.
. Cercade5% demortefetalocorreapós42 dias.
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Quandoa fertilizaçãoapresentafalhasna ocorrência,ou quan-
do há morteembrionáriaprecoce,as vacasretomamao estrono
intervalonormalde18-24dias(25-35%) e, seobservado,devemser
reinseminadas.As mesmasprobabilidadessãopassíveisde ocorrer
apósa 2.ae subseqüenteinseminações.Assimsequalquerrebanho
comfertilidadenormal,pelomenos6% dasvacasirãoprecisarde
maisde trêsinseminações,emborasejamcompletamentenormais
dopontodevistareprodutivo.
7.4 Razõesparao intervalode 12 mesesentreos partos
Intervalode 12 meses(365dias)entrepartossucessivosé
ótimo,excetoparavacasde 1.alactaçãoou de altaproduçãolei-
teira(> 8.000kgpor lactação),quandoum intervalode 13meses
é maisadequado.
As razõesparaintervalode 12mesessão:
. Há maiorproduçãoemlactaçãode305dias.
. O partoocorresemprena mesmaépocaa cadaano,de modo
a utilizara alimentaçãodisponível,maiseficientemente.
. Permiteaosbezerrosseremcriadosemgruposde idadee peso
corporalsemelhantes.
7.5 Fatoresresponsáveispela infertilidade
A solicitaçãoparaexaminarumavacainfértilsempresurgepor-
que ela parecenãose adequaraos objetivosesperadosdo reba-
nho- emparticular,elaé incapezdeproduzirumbezerroaproxi-
madamente12mesesapóster paridoo anterior.Alternativamente
elapodeser identificada por estarmostrandocomportamentore-
produtivoanormal.
É indicadoquea vacasejatratadaindividualmentepelopeão
responsávelpor seuprogramade cobertura.Antesde ler a seção
podeserválidoconsultaros capítulos1 e 5.
7.6 Ausênciade sinaisde estro- abordageme exameclínico
Umavezquea puberdadetenhaocorridoaos7-18mesesde
idade(seção1.1),a novilhae a vacadeveriamteratividadeovaria-
nacíclica.As duasúnicasocasiõesnormaisemqueistonãoocorre
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sãodurantea gestaçãoe numcurtoperíodoapóso parto(seção5,2).
Em todosos animaissemsinaisdeestro,a gestaçãodevesersem-
pre eliminada,comoa causaantesque umaterapiaseja implemen-
tada(videseção2.11).
Condiçãoorgânicagerale saúdedevemsersempreavaliadase
a produçãodeleitedeterminada.Umapalpaçãocuidadosadosová-
rios tratogenitaltubula1,'deveserrealizadae um reexamepode
sernecessário.
Novilha
. Semtecidoovarianopalpável:agenesiaovarianaa qualé muito
rara;o animaldeveserdescartado.
. Ováriospequenosemformade fuso com trato genitaltubularnor-
mal,masinfantil:hipoplasiaovariana,rara,ou puberdaderetar-
dada.Estimaro pesocorpóreoe compararcomnovilhasde idade
e tamanhosemelhantes.Se for puberdaderetardada,o crescimento
futurodeveriaaliviaro problema.
. Estruturaspequenase emformade fusoondeos ováriosdeve-
riamestarnormalmentelocalizadose ausênciade genitáliatubular
normalrepresentafreemartinismo.Verificarsefoi adquiridadeum
mercadoourevendedor.Examinargenitáliaexterna,especialmenteo
clitóris(seção3.5).Freemartinsdenascimentosimplespodemocor-
rer (seção3.6). Confirmaçãopor cariotipagem.Nãohá tratamento.
Novilhase vacas
Avaliarascondiçõesorgânicase realizarpalpaçãoreta!.Elimi-
nar gestação.
. Ovários pequenos,achatadose de consistênciamacia com genitália
tubularnormal:acíclicos(anestroverdadeiro).A confirmaçãopode
exigiruma2.apalpaçãoretalou examede progesteronano sangue
ou leite,10diasapós;valorelevadodeprogesteronaindicarápre-
sençadeatividadeovarianacíclica.
Aumentara ingestãodeenergiaseo apetitepermitir;emVa-
casdealtaproduçãopodesernecessárioesperaratéquea produ-
çãodiminua.Vestígiosdegravedeficiênciadeelementoscomocobre
oucobaltoeparasitismocrônicopodemserresponsáveisemnovilhas.
Estimulara atividadeovarianainserindoum PRID (videse-
ção1.12)o qualé retiradoapós12dias,como estroocorrendoden-
51
tro de 3-4 dias. Pode ser benéficoaplicar 600 VI de PMSG no
dia da remoçãodo PRID.
. Usualmenteum ou ocasionalmenteambos ovários aumentados
(4-5cmde comprimento)e contendouma estruturapreenchidade
fluidocomdiâmetro>2,5cm:é um cistoquesurgecomoresultado
de falha de ovulaçãode 1 folículoque não regridee torna:seatré-
sico,mascontinuaa crescere persiste;São freqüentementede pa-
redesespessas.
A confirmaçãode umaestruturacomoum cistoluteinizadoou
luteínicopode ser feita após um examede progesteronano leite
ou sangue,o qual mostraráaltas concentraçõesde progesterona.Tratar com prostaglandinaPGFzlXou análogo,que causaráa
regressãoe estroem 2-3 dias; cobrir ao observar-seo estro.Os cis-
tos freqüentementedesaparecerão.
Às vezesos cistosestãopresentes,masos testesde progeste-
rona no leite ou sangue,mostramníveis baixos ou níveis basais;
não repondemà terapiacom prostaglandinas.Tratamentocom hor-
mônioliberadorde gonadotrofinas(GnRH) ou gonadotrofinacoriô-
nica humana(HCG) causa luteinização;pode ser usadó 10 dias
apósa PGFzlXou análogo,paracausara regressãoda estrutura.
. Corposlúteosemumou ambosos ovários:eliminara presençade
gestação.A causamais provávelé a não-detecçãode estro (vide
seção1.8). Entretanto,podeser devidoà falha da vacaem mos-
trar comportamentode estro (subestroou cio silencioso)ou muito
raramenteé corpo lúteo persistente.
A não-detecçãode estroé geralmenteproblemade manejodo
rebanho.Se for em animalisoladamente,tratarcomprostaglandina
FZIXou análogo,cobrir ao observaro estro,usualmente3 a 5 dias
após,ou se nãoobservaro estrorepetira F2<%após 11 dias seguido
de IA em horáriopre-fixado(vide seção1.11 aI. 13).PRIDS po-
demser lsados(vide seção1.12). Se for um problemade rebanho,
assegurarque sinaisverdadeirosde estro sejamconhecidose que
rotinaregularsejausada;ou usarmétodosauxiliaresde detecçãode
estro(videseções1.8 e 1.9).
Fora a primeirae menosfreqüentementea segunda,a ovulação
manifestasinaiscomportamentaisdeestro.Normalmentesubestroou
cio silenciosoé usadocomodesculpapara ineficientedetecção;en-
tretantoalgumasvacaspodempassardesapercebidasdevidoa curta
duraçãodos sinaiscomportamentais.Tratar com prostaglandinaF2<%
ou análogoparaestronão-detectado.
52
Corpo lúteo persistenteé muito raro na ausênciade lesões
uterinas,desdequeocorracomoresultadode falha de liberaçãode
prostaglandinaendógena(seção1.7). Palpar os cornosuterinosve-
rificandoassimetriae espessamento,edemade paredee distinguir
gestação(seção2.11). A razãomaisprovávelparaa persistênciade
corpolúteoseria'infecçãouterinapós-parto,especialmentepiometra
(seção11.1). Examevaginalpoderevelardescargapurulenta.Tra-
tar comprostaglandinaF2/Xou análogo,exigirquea vacasejacuida-
dosamenteobservadahavendopresençade descargapela vulva e
reexaminá-Ia10 dias depois.
. Ováriospequenosmasarredondadose ativos;tônusuterinode
boma moderado;a vacaou novilhapodeestarentrandoem estro,
no estro,ou aindaem início de metaestro.Procurarsinaisdo ani-
mal ter sido montadoe evidênciade mucona caudaou períneo;
abrir os lábios vulvarese averiguarse há mucoestralou sangra-
mentode metaestro(videseção1.8).
Diagnósticopositivo podefreqüentementeser difícil com um
único exame,conseqüentementenovo exameou testede progeste-
rona no leite/sangueem 10 dias deveriaconfirmara presençade
corpo lúteo e indicaratividadecíclica normal.
7.7 Retornoregularao estro
A vacaou novilharetomaao estroregularmenteno intervalo
normal(18,24dias)apóscadainseminação.Istopodeserdevidoà
falhadafertilizaçãoou morteembrionáriaprecoce(antesdodia 14).
Falha da fertilização
:É necessárioeliminarcausasrelacionadasao macho,antesde
investigara vacaounovilha,asquaissão:
. Touro infértil. Examinaros registrosde reproduçãoou outras
fêmeasservidaspelotouro,paragestaçõespositivas.Seumnúmero
consideráveldevacas- outodas- estivervazias,entãoo touro
deveserexaminadodetalhadamente(videcapítulo15).
. DIY - IA. Verificar se o armazenamento,manipulaçãodo sê-
mene inseminaçãoestãocorretos.Sendoassimentãooutrasfêmeas
estarãoretomandoao estro.Examinarumavacaou novilhapara
verificara dificuldadede inseminar(seção14.4).
53
. IA de umacentralaprovada.Deveserpossíveleliminarascausas
do problema,touro e técnica.
Uma vezquefatoresligadosao machotenhamsido excluídos,
a seguinteabordagemdeveriaser feita em novilhas:na palpação
retalos ováriossão provavelmentenormais,mostrandoevidênci~s
de atividadecíclica; palpaçãocuidadosado trato genitaltubular
podeindicaraplasiasegmentar;ver se há acúmulode fluido em
qualquerparte do trato; avaliar a aberturacervical com catéter.
Na maioria das vacas não haveráanormalidadesdetectáveis
atravésde palpaçãoretal ou exploraçãoda vagina.
. Lesõesadquiridastaiscomoaderênciasdo ovárioe bolsa,tubas
uterinase cornos,ou distensãoe aumentodastubasuterinas.Essas
lesõesou ocluemcompletamenteo tratogenitaltubular,conseqen-
tementeimpedemos espermatozóidese oócitosde se encontrar,ou
mais freqüentementeinterferemna funçãonormal,principalmente
transportede espermatozóidese oócito.A confirmaçãoda oclusão
podeserobtidausando-sefenolsulfoftaleina(PSP) testede corante
Não há tratamento.
. Anovulaçãoocorrequandoo folículode Graaf madurofalha em
ovular(videseção1.5), regridee torna-seatrésico.O crescimentofoli-
cular com regressãoe atresiaocorrecontinuamenteao longo do
ciclo estral(videseção1.5). Entretanto,normalmenteapóso estro
pelomenosum folículomaduroovulapara liberar oócito.
A anovulaçãoé maisprovávelde ocorrerno períodoimediata-
menteapós o parto. Pode tambémser seguidoda formaçãodos
folículosluteinizados(seção5. 1) ou o folículo podecrescere tor-
nar-secístico (seções7.6 e 7.8).
Diagnósticoprecisosó podeser feito atravésde palpaçõesre-
tais seqüenciadasquandoseránotadoque o folículo persistepor
maistempoqueo normale semo desenvolvimentode corpo lúteo.
Testesde progesteronano sangueou leite podemdemonstrara au-
sênciade um corpolúteo.
O tratamentoé a basede hormônioliberadorde gonadotro-
fina (GnRH) ou gonadotrofinacoriônicahumana(HCG).
. Ovulaçãotardia implicauma ovulaçãoocorrendomais tardeque
o períodonormalde 12-15horasapós o final do estro.Embora
os espermatozóidessejamcapazesde fertilização30-48horasapós
a inseminação,há declíniode sua capacidade,em torno de 15-20
54
horas(seção2.2). Assim,se a ovulaçãoé retardada,os espermato-
zóidespodemserincapazesdefertilização;alémdisso,o oócitopode
ter envelhecidoe tambémser incapazde ser fertilizado.
Isto só pode ser diagnosticadopor palpaçõesretais repetidas.
Tratamentocom GnRH ou HCG como acima.
. Ambienteuterinoanormalpodeserdevidoa desequilíbrioendó-
crinoou infecçãocrônica.
O transportede sêmene do oócitoé influenciadopelo estado
endócrinoda vaca.A deficiênciano equilíbrio é quaseimpossível
de se provare não podeser corrigida.
Infecção uterina pode interferir no transportede esperma
ou causarmortedos espermatozóides.É pouco provávelque per-
sistaapósum ou dois ciclosestraisdevidoao efeitoterapêuticado
estro (seções5.7 e 11.9) e tambémé improvávelque estejapre-
sentena ausênciade sinais clínicos. Pode ocorrer em associação
à vaginitedevido a pneumovaginacausadapor injúrias à vulva
duranteo parto (seção11.2) ou urovaginaondepequenasquanti-
dadesdeurinase acumulamna porçãocranialdavagina(vacasCha-
rolesas).Pneumovaginapode ser corrigidacirurgicamente(seção
11.2). Urovaginanão tem tratamento.
Morteembrionáriaprecoce
Quandoo embriãomorreantesdo dia 14 do ciclo estral,en-
tão a vida útil do corpolúteonão é prolongadae a vaca retoma
ao estrono intervalonormal.Não é possívelsaberse morte em-
brionária precoceestá ocorrendoou se há falha na fertilização.
Como descritona seção7.3, certo nível de morte embrionária
é normal- não existeexplicaçãopara estefenômeno.
As possíveisrazões para a morte embrionáriaprecocesão:
. Incompatibilidadegenéticapode ser responsávelpelo desenvol-
vimentode embriõesanormais.Provaré muitodifícil, em vacaque
retoma regularmenteao estro. O uso de touro diferente,talvez
de umaoutraraça,possaserválido.
. Estresse:difícilquantificar.
. Infecçãoresultandoempirexia.
. Esteatosehepáticaocorre em vacascom excessode gordurana
época da parição, mas são alimentadascom energiainsuficiente
apóso parto e início da lactação.
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. Deficiênciase excessosnutricionaisprovavelmenteexercemefeito
sobrea sobrevivênciaembrionáriapela sua influênciano ambiente
uterino.Súbitasalteraçõesna dietadurantea faseembrionáriaini-
cial críticadeveriamser evitadas.
Provavelmenteo

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