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LEI 13.02214 A MUNICIPALIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA

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LEI 13.022/14 - A MUNICIPALIZAÇÃO DA SEGURANÇA 
PÚBLICA 
 
 
Em dissonância ao estabelecido pelo art. 144 da Constituição Federal, foi 
sancionado pela presidente a Lei Federal 13.022/2014, que confere às guardas 
municipais poder de polícia, porque não dizer o poder de polícia ostensivo, afinal 
agora os guardas municipais estão autorizados por lei a auxiliar na manutenção da 
ordem pública. Através de uma norma infraconstitucional se tem ampliado e 
autorizado a compreensão acerca das guardas municipais, ao arrepio do 
determinado pelaConstituição Federal, os munícipios passam a ter a opção de 
possuir responsabilidade direta sobre a segurança pública. 
Em uma rápida compreensão do art. 144 da Carta Magna, percebe-se que mesmo 
ao retirar as guardas municipais do rol taxativo que estabelece o dever de 
segurança pública, o legislador autorizou que os municípios criassem as guardas 
municipais visando a preservação dos seus bens e serviços, sem qualquer caráter 
policial. Deste modo, a Constituição Federal determina os órgãos encarregados a 
promover a segurança pública dos Estados, é o que se vê: 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de 
todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das 
pessoas e do patrimônio, através do seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia 
rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias 
militares e corpos de bombeiros militares. [...] 
Portanto, através da leitura constitucional não há que se falar de segurança pública 
sendo promovida por qualquer município, pode-se entender o município como 
colaborador através de políticas públicas voltadas para área da segurança pública. 
AConstituição Federal estabelece de forma impositiva que às guardas municipais 
estão atreladas a proteção de bens e serviços do próprio município, “§ 8º - Os 
Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus 
bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”. 
Bem verdade que a lei 13.022/14 só vem legitimar o que já estava sendo praticado 
nos municípios, nos quais as respectivas guardas já estavam sendo utilizadas no 
policiamento preventivo e ostensivo, até mesmo sendo posicionadas como tropa 
em eventos como carnaval. As guardas municipais já eram atribuídas funções 
destinadas constitucionalmente aos órgãos estaduais e federais. 
A redação é clara quanto aos novos princípios da guarda municipal, dentre os 
quais estão a preservação da vida, patrulhamento preventivo, uso progressivo da 
força, conforme art. 3º da lei 13.022/14. Assim como, estabelece como competência 
a atuação de forma preventiva para proteção da população, colaboração com a 
pacificação de conflitos, preservação do local do crime, preservação da violência, 
sendo o art. 4º em seu parágrafo único expresso: 
 
 
“Parágrafo único. No exercício de suas competências, a guarda municipal poderá 
colaborar ou atuar conjuntamente com órgãos de segurança pública da União, dos 
Estados e do Distrito Federal ou de congêneres de Municípios vizinhos e, nas 
hipóteses previstas nos incisos XIII e XIV deste artigo, diante do comparecimento 
de órgão descrito nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal, deverá a 
guarda municipal prestar todo o apoio à continuidade do atendimento. 
Na contramão do que estabelece a Constituição Federal, a lei alça a guarda 
municipal a órgão incumbido a prevenção, responsável direto pela segurança 
pública. Cabe reafirmar que o rol do art. 144 da Constituição Federal é taxativo 
quanto aos órgãos responsáveis pela promoção da segurança pública nos estados 
membros. Cumpre ressaltar entendimento de que tal lei, por violar a Constituição 
Federal, futuramente será objeto de controle de constitucionalidade. 
 
 
 
ADVOCACIA OSVALDO BARRETO

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