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Venenos são complexos, possuem polipeptídios, proteínas de alto e baixo peso molecular, aminas, lipídeos, serotonina, histamina e outras substâncias. A biodisponibilidade é determinada pela sua composição, tamanho da molécula, gradiente de concentração. Absorção: Transporte ativo ou passivo, difusão facilitada, pinocitose, é transmitido para o leito vascular, pela circulação linfática. Metabolismo: Em vários tecidos diferentes, o metabólito final é excretado principalmente nos rins. Classe de animais venenosos: Artrópodes – 10 ordens têm importância médica significativa; a maioria não tem presas e ferrões longos e fortes o suficiente para penetrar a pele humana; Algumas doenças podem ser confundidas com picada de insetos (eritema nodoso, herpes simples, purpura fulminante). Escorpião – escorpião casca – perigoso, encontrado em cascas de arvores – tem calda longa e fina; 75 espécies merecem atenção médica por sua toxicidade; O veneno contem proteína de baixo peso molecular, peptídeos, aminoácidos, sais; Toxina de cadeia curta 20-40 resíduos de aminoácidos afetam canais de potássio ou de cloro Toxina de cadeia longa 58-76 resíduos afetam canais de sódio; Toxinas ligam se seletivamente a um canal específico de células excitáveis, prejudicando a despolarização inicial do potencial de ação dos nervos e músculos afetados; A picada provoca dor, edema, perda de sensibilidade e parestesia leve; Em crianças os sintomas são mais graves, ocorre taquicardia, hipertensão, movimentos do globo ocular, a criança fica inquieta, em adultos pode ocorrer dor na hora e posteriormente fraqueza, após isso a pessoa fica assintomática. Aranhas Venenos compostos por mistura de baixo peso molecular, incluem íons, sais inorgânicos, ácidos livres, aminoácidos livres de glicose, neurotransmissores, toxinas peptídicas; Espécie Agelenopsis (aranha teia de funil americana) Contem 3 classes de agatoxinas – alvo: canais iônicos – 1 a-agotoxina antagonista não competitivo do receptor de glutamato; 2 u-agatoxina – aumenta espontânea da liberação de neurotransmissores de terminais pré- sinápticos e potenciais de ação repetitivos em neurônios motores e são específicas para canais de sódio de insetos 3 w-agatoxina – ação contra canais de cálcio de insetos e vertebrados Especie Latrodectus – aranhas viúvas (viúva negra) Somente as femeas tem presas fortes o suficiente para penetrar a pele humana; O veneno contém 1000 resíduos de aminoácidos – latrotoxinas; A a- latroxina é pré-sináptica, exerce efeito tóxico no SNC de vertebrados, despolarizando neurônios pelo aumento de Ca+2 e pelo estimulo da exocitose de neurotransmissores de terminais nervosos. As mordidas provocam dores agudas tipo alfinetadas, dor e caibra nos músculos próximos, espasmos, hipertensão, sudorese; Espécie Loxosceles – aranha marrom ou violino O veneno contém fosfolipase, protease, esterae colagenase, hialuronidase, desoxirribonulease, ribonuclease, dipeptideos, fator dermonecrótico. Provoca sensação de queimadura, dor, vermelhidão, prurido, a temperatura da pele se eleva no lugar da lesão, pode ocorrer hemorragia na área, nos casos graves pode ocorrer febre, mal estar, hemólise, vomito. Espécie Steatoda – é a falsa viúva negra Picada provoca dor local, endurecimento, prurido e rachadura do tecido local; Espécie Cheiracanthium (aranhas corredoras) São aranhas que costuma morder, as vezes precisa ser removida da área lesada, o veneno tem proteína de 60 KDa altamente tóxica e alta concentração de noradrenalina e serotonina. A picada é dolorosa e lacerante, forma pápula, tem efeito que inclui dor local intensa, náusea, desconforto no peito e choque, vômitos, cefaleia; Espécie Theraphosidae (tarântulas) – Possui um veneno que atua de forma rápida e irreversível no SNC e SNP, pode provocar espasmos, câimbras, edema, eritema, rigidez articular; Carrapatos A paralisia por carrapatos é provacada pela saliva deles, a saliva contém apirase, cininase, glutationa peroxidase, proteínas ligantes de amina ( liga serotonina e histamina). O paciente se for picado por um carrapato que provoca paralisia terá como sintoma: dificuldade de marcha seguido por paresia, paralisia locomotora. Quando se remove o carrapato há melhora dos sintomas, Quilópodes (Centopeia) Lepdóptera (Lagarta, Mariposa e Borboletas) Possui cerdas urticantes, o material tóxico contém ácido aristolósquico, cardenolídeos, histamina e proteína fibrinolítica, causam defeito na coagulação e aumento de TP e TTPA. Hymenoptera Após uma ferroada, há dor aguda local, que tende a desaparecer espontaneamente em poucos minutos, deixando vermelhidão, prurido e edema por várias horas ou dias. Remoção dos ferrões: Nos acidentes causados por enxame, a retirada dos ferrões da pele deverá ser feita por raspagem com lâmina e não pelo pinçamento de cada um deles, pois a compressão poderá espremer a glândula ligada ao ferrão e inocular no paciente o veneno ainda existente. Dor: Quando necessária, a analgesia poderá ser feita pela Dipirona, via parenteral - 1 (uma) ampola (500 mg) em adultos e até 10 mg/kg peso – dose em crianças. Reações alérgicas: O tratamento de escolha para as reações anafiláticas é a administração subcutânea de solução aquosa de adrenalina 1 :1000, iniciando-se com a dose de 0,5 ml, repetida duas vezes em intervalos de 10 minutos para adultos, se necessário. Nas crianças, usa-se inicialmente 0,01 ml/kg/dose, podendo ser repetida duas a três vezes, com intervalos de 30 minutos, desde que não haja aumento exagerado da frequência cardíaca. Moluscos (Caracóis Cônicos) Possuem conotoxinas, injetam conopeptídeos que agem para inibir totalmente a transmissão neuromuscular. Inibem canais de cálcio pré-sinápticos que controlam a liberação de neurotransmissores, receptores nicotidínicos neuromusculares pós-sinapticos e canais de sódio envolvidos em potencial de ação muscular. Répteis Lagartos O veneno do monstro de gila contém serotonina, amina, oxidade e fosfolipase. Possui heloterima, proteína de 25 kda que inibe o influxo de íon cálcio. Possui peptídeo de 35 aminoácidos helodermina, que produz hipertensão por ativação dos canais de potássio na musculatura vascular lisa. A pessoa que for mordida poderá sentir dor, edema, hipotensão, náusea, vômito, fraqueza e sudorese. Serpente Efeitos no corpo humano: Neurotóxicos: Afetam o sistema nervoso causando inicialmente paralisia dos músculos faciais. Em alguns casos nos músculos responsáveis pela deglutição e respiração, podendo assim, causar asfixia e consequente morte. Coagulantes: Aglutinando o sangue podem causar obstrução de veias e artérias. Casos mais sérios, como os de coágulos cerebrais ou pulmonares, levam à morte. Anticoagulantes: Impedem o sangue de coagular, fazendo o ferimento causado pela serpente sangrar continuamente. Hemorrágicos: Torna os vasos sanguíneos permeáveis ao sangue, causando hemorragias internas e externas, levando ao sangramento das gengivas e narinas. Em quadros mais agravados, as vítimas podem apresentar hemorragias cerebrais e a falência dos rins, levando-as à morte. Hemotóxicos: Também conhecidos como hemolíticos, destroem as hemácias, causando falência renal e uma possível insuficiência respiratória. Miotóxicos: Causam danos aos músculos, especialmente aos relacionados à respiração. Por meio de paralisia da função neuromuscular, similar aos efeitos dos venenos neurotóxicos, causam a morte por falência renal, cardíaca ou respiratória. Proteolíticos: Também conhecidos como citotóxicos ou necrotóxicos, destroem os tecidos levando à necrose, resultadoda ação das enzimas digestivas presentes no veneno, que ajudam na digestão da presa. Nefrotóxicos: Causam danos diretamente aos rins. Sarafotóxicos: Veneno presente apenas em algumas serpentes africanas. Promove a constrição da artéria coronária, dificultando a circulação sanguínea, podendo causar um ataque cardíaco. Os gêneros das principais serpentes peçonhentas brasileiras são Bothrops e Bothrocophias, popularmente conhecidas como Jararacas, Crotalus, popularmente conhecidas como Cascavéis, Micrurus conhecidas como Corais Verdadeiras ou Cobras-Coral e Lachesis, conhecida como Surucucu ou Pico de Jaca. Bothrops e Bothrocophias: Possuem venenos dos tipos proteolítico, coagulante e hemorrágico. Acidente Botrópico - Ação proteolítica: As lesões locais, como edema, bolhas e necrose, atribuídas inicialmente à “ação proteolítica”, têm patogênese complexa. Possivelmente, decorrem da atividade de proteases, hialuronidases e fosfolipases, da liberação de mediadores da resposta inflamatória, da ação das hemorraginas sobre o endotélio vascular e da ação pró- coagulante do veneno Crotalus: Venenos dos tipos miotóxico, neurotóxico e coagulante. Ação neurotóxica: Inibe a liberação de acetilcolina. Esta inibição é o principal fator responsável pelo bloqueio neuromuscular do qual decorrem as paralisias motoras apresentadas pelos pacientes; Ação Miotóxica: Produz lesões de fibras musculares. Não está identificada a fração do veneno que produz esse efeito miotóxico sistêmico. Ação coagulante: Decorre de atividade do tipo trombina que converte o fibrinogênio diretamente em fibrina. Geralmente não há redução do número de plaquetas. As manifestações hemorrágicas, quando presentes, são discretas. Micrurus: Neurotóxico. Lachesis: Proteolítico, coagulante, hemorrágico e neurotóxico. Antivenenos Os soros heterólogos antivenenos são concentrados de imunoglobulinas (anticorpos – fazem parte da imunização passiva), obtidos através da sensibilização de diversos animais, a maioria de origem equina. A soroterapia é indicada na neutralização de venenos inoculados após acidente por animal peçonhento. Como o objetivo é neutralizar a maior quantidade possível do veneno circulante, independentemente do peso do paciente, o soro deve ser administrado o mais precocemente possível após o acidente e, adultos e crianças devem receber a mesma dose. # Produção: Instituto Butantan (SP), Fundação Ezequiel Dias (MG), Instituto Vital Brasil (RJ) são laboratórios que produzem imunoderivados para a rede pública do país. O CIT-Ctba também recebe soros do Centro de Pesquisa e Produção de Imunobiológicos – CPPI (PR). A produção do soro antiofídico segue as etapas: O veneno é extraído da serpente, mantido seco sob refrigeração, recebe substâncias adjuvantes que aumentam seu potencial antigênico e após, é inoculado subcutaneamente em doses de concentrações crescentes nos cavalos. Então, o animal fornece grande volume de sangue rico em anticorpos, por meio de uma sangria de aproximadamente 3% do peso do animal, ou seja, 12 litros de sangue de um cavalo que pese 400 quilos. Este procedimento não causa problemas ou a morte do animal. O plasma é levado para a Seção de Concentração, Purificação e Fracionamento, onde as proteínas inativadas são eliminadas e as gamaglobulinas específicas mantidas. O soro é submetido a 4 tipos de controle de qualidade: Atividade biológica: verifica a quantidade de anticorpos existentes; Inocuidade: segurança para o uso humano; Esterelidade: evitar contaminações com germes; Pirogênico: detectar substâncias que alterem a temperatura dos pacientes. Efeitos Tóxicos das Plantas PROBLEMAS # O profissional de saúde não conhece botânica. Nomes populares sofrem variações regionais. Variação de concentração do princípio ativo Diferentes partes da planta (raiz, caule, folhas e sementes) frequentemente contêm diferentes concentrações de uma determinada substância. A idade da planta: plantas jovens podem conter mais ou menos dos mesmos elementos que a planta madura O clima e o solo influenciam na síntese de algumas substâncias Diferenças genéticas de uma mesma espécie podem alterar a capacidade de determinadas plantas de sintetizar uma substância. Aspectos da Toxicologia # Intoxicação aguda - ingestão quase sempre acidental • faixa pediátrica #Intoxicação crônica - ingestão continuada, acidental ou intencional • Contato sistemático em atividades industriais e agrícolas • Efeitos alucinógenos ou entorpecentes • Hábitos, crendices populares ou “epidemias”: câncer, emagrecimento, problemas de pele e unhas, distúrbios urinários. Plantas causadoras de distúrbios cutâneos ou mucosos – Plantas que causam distúrbios cutâneos: Traumas ou lesões mecânicas Irritação química primária Causam sensibilização alérgica Fitofotodermatoses Plantas que causam distúrbios mucosos: Cristais de oxalato de cálcio Plantas que causam traumas ou lesões mecânicas Traumas ou lesões mecânica Fator de risco: espinhos, espículas, farpas, pêlos e bordas cortantes ou serrilhadas das folhas. Risco adicional: contato com látex Clínica: presença do agente Complicação: infecção bacteriana/micotoxicoses Tratamento: limpeza, retirar fragmentos, compressas frias, soluções antissépticas ou anti-inflamatórias Coroa-de-cristo Nome científico: Euphorbia milli L. Nome Popular: coroa-de-cristo Parte tóxica: todas as partes da planta Princípio ativo: látex irritante Sintomas: a seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarreia. Avelós Nome científico: Euphorbia tirucalli L. Nome Popular: graveto-do-cão, figueira-do- diabo, dedo-do-diabo, pau-pelado, árvore de São Sebastião. Partes tóxicas: todas as partes da planta Princípio ativo: látex irritante Sintomas: a seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema (inchaço) das pálpebras e dificuldade de visão; Ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarreia. Urtiga Nome científico: Fleurya aestuans L. Nome Popular: urtiga-brava, urtigão, cansanção Partes tóxicas: pêlos do caule e folhas Princípio ativo: histamina, acetilcolina, serotonina Sintomas: o contato causa dor imediata devido ao efeito irritativo, com inflamação, vermelhidão cutânea, bolhas e coceira. Provocam irritação química (Látex Irritante) Risco: contato com componentes químicos diversos da planta, geralmente no látex (não bem identificados). Local: superfície ou corte/quebra/esmagamento planta Clínica: irritação de aparecimento rápido, proporcional à concentração do agente irritante. Sintomas logo após contato: eritema, prurido, queimação, vesículas e bolhas. Tratamento: descontaminação/sintomáticos Bico-de-papagaio Nome científico: Euphorbia pulcherrima Willd. Nome Popular: rabo-de- arara, papagaio Parte tóxica: todas as partes da planta Princípio ativo: látex irritante Sintomas: a seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarreia. Provocam sensibilização alérgica Aroeira Nome científico: Litharae brasiliens March Nome Popular: pau-de-bugre, coração-de-bugre, aroeirinha preta, aroeira-do-mato, aroeira brava. Partes tóxicas: todas as partes da planta Princípio ativo: os conhecidos são os óleos voláteis, felandreno, carvacrol e pineno. Sintomas: o contato ou, possivelmente, a proximidade provoca reação dérmica local (bolhas, vermelhidão e coceira), que persiste por vários dias; a ingestão pode provocar manifestações gastrointestinais. Causam fitofotodermatoses Princípio ativo: furocumarinas Modo de ação: mecanismo fototóxico ► pele hipersensível aos raios solares Ex: figo, caju, limão, camará Clínica: erupção, hiperpigmentação tardia e de longa evolução Casos graves: vesículas e bolhas Tratamento: ― Descontinuação da exposição, limpeza cuidadosa ― Sintomáticos, corticoides tópicos (pomada anti-inflamatória) Comigo-ninguém-pode Nome científico: Dieffenbachia picta Schott. Nome Popular: aninga- do-Pará Parte tóxica: todas as partes da planta. Princípio ativo: oxalato de cálcio, saponinas Sintomas: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea. Tinhorão Nome científico: Caladium bicolor Vent. Nome Popular: tajá, taiá, caládio Parte tóxica: todas as partes da planta Princípio ativo: oxalato de cálcio Sintomas: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea. Taioba-Brava Nome científico: Colocasia antiquorum Schott. Nome Popular: cocó, taió, tajá Parte tóxica: todas as partes da planta Princípio ativo: oxalato de cálcio Sintomas: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea. Copo-de-leite Nome científico: Zantedeschia aethiopica Spreng. Nome Popular: copo-de- leite Parte tóxica: todas as partes da planta Princípio ativo: oxalato de cálcio Sintomas: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea. Plantas que causam Irritação gastrintestinal Toxalbuminas (sem antídoto) TRATAMENTO: Por não existir antídoto, o tratamento é principalmente de suporte e sintomático, correção dos distúrbios hidroeletrolítico e metabólico. Apesar dos vômitos frequentes, avaliar lavagem gástrica, com sonda nasogástrica de grosso calibre. Mamona Nome científico: Ricinus communis L. Nome Popular: carrapateira, mamoneira, palma-de-cristo, carrapato Partes tóxicas: sementes Princípio ativo: toxalbumina (ricina) Sintomas: a ingestão das sementes mastigadas causa náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia mucosa e até sanguinolenta; nos casos mais graves podem ocorre convulsões, coma e óbito. Pinhão-roxo Nome científico: Jatropha curcas L. Nome popular: pinhão-de-purga, pinhão- paraguaio, pinhão-bravo, pinhão, pião, pião-roxo, mamoninho, purgante-de-cavalo Parte tóxica: folhas e frutos Princípio ativo: toxalbumina (curcina) Sintomas: a ingestão do fruto causa náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia mucosa e até sanguinolenta, dispneia, arritmia e parada cardíaca. Plantas que causam alterações neurológicas (síndrome colinérgica) alcalóides beladonados Tratamento Lavagem gástrica – nos primeiros 30 min até 6 horas (pois diminuem a motilidade do aparelho digestivo reduzindo a absorção), carvão ativado, catárticos, sintomáticos; Hipertermia - medidas físicas Arritmias: propranolol Agitação psicomotora: benzodiazepínicos de ação curta Saia-branca Nome científico: Datura suaveolens L. Nome Popular: trombeta, trombeta-de- anjo, trombeteira, cartucheira, Zabumba. Partes tóxicas: todas as partes da planta Princípio ativo: alcalóides beladonados (atropina, escopolamina e hioscina) Sintomas: a ingestão pode provocar boca seca, pele seca, taquicardia, dilatação das pupilas, rubor da face, estado de agitação, alucinação, hipertemia; nos casos mais graves pode levar à morte. Plantas que causam alterações respiratórias - glicosídeos cianogênicos Propriedades dos glicosídeos cianogênicos Princípio ativo: Linamarina: que por hidrólise enzimática ou ácida, libera o ácido cianídrico que é o responsável pela intoxicação através do íon cianeto. Termolábil e volátil (tem sua toxidade eliminada através da fervura) Inibição de vários sistemas enzimáticos Hipóxia citotóxica Absorção: rápida, via inalatória, oral (ingestão de alimentos crus ou mal cozidos) Distribuição: rápida para todos os tecidos Ligação: proteínas plasmáticas Meia vida: 20-60 min Absorção de pequenas quantidades: influência da enzima rodanase na transformação em tiocianatos não tóxicos. Absorção de grandes quantidades: HCN combina-se com Fe3+ (citocromooxidase) ► citocromo-oxidase-CN ► hipóxia citotóxica. Ação Radical cianeto inibe a transferência de elétron da citocromo -oxidase, na cadeia respiratória ◦ Cianeto + Fe3+ hipóxia Ácido cianídrico é transformado pela rodanase em tiocianato não tóxico Tratamento Tratamento precoce Casos leves: somente oxigênio Casos graves: acesso EV + antídoto Paciente sintomático: NÃO PROVOCAR ÊMESE Lavagem gástrica: feita logo após ingestão ou em caso de risco de convulsão Todos: carvão ativado + catárticos, e oxigênio a 100% Antídoto: O tratamento deve ser rápido e agressivo. Inicialmente se administra por inalação o nitrito de amila, durante 30 segundos em cada dois minutos. Durante a aplicação do nitrito, prepara-se o nitrito de sódio a 3%. Este é administrado intravenosa na dose de 10 ml para adultos, e doses proporcionais para crianças. O hipossulfito de sódio em solução a 25% é a seguir administrado, na dose de 25 a 50ml para adultos e cerca de 1ml/kg para crianças. No caso de haver metemoglobinemia, deve -se administrar o azul-de-metileno. Mandioca-brava Nome científico: Manihot utilissima Pohl. (Manihot esculenta Cranz). Nome Popular: mandioca, maniva Partes tóxicas: raiz e folhas Princípio ativo: glicosídeos cianogênicos Sintomas: a ingestão pode causar cansaço, falta de ar, fraqueza, taquicardia, taquipnéia, acidose metabólica, agitação, confusão mental, convulsão, coma e óbito. Plantas que causam alterações cardíacas - glicosídeos cardiogênicos Mecanismo de Ação ◦ oleandrina (espirradeira) e tevetina A e B (chapéu-de- napoleão) ◦ Aumento da força e velocidade de contração do músculo cardíaco ◦ Inibição da Na/K-ATPase ◦ Aumento do Na+ e do Ca2+ intracelulares Tratamento Geral: manutenção das funções vitais, com atenção especial para os distúrbios hidroeletrolíticos; Carvão ativado e catártico; Monitorar K sérico, ECG, Atropina em caso de bradicardia; Fenitoína em caso de arritmias Contato ocular: lavagem com água corrente, colírios antissépticos, analgésicos e avaliação oftalmológica Espirradeira Nome científico: Nerium oleander L. Nome Popular: oleandro, louro rosa Parte tóxica: todas as partes da planta Princípio ativo: glicosídeos cardiotóxicos Sintomas: a ingestão ou o contato com o látex podem causar dor e queimação na boca, salivação, náuseas, vômitos intensos, cólicas abdominais, diarreia, tonturas e distúrbios cardíacos que podem levar a morte. Chapéu-de-Napoleão Nome científico: Thevetia peruviana Schum. Nome Popular: jorro- jorro, bolsa-de-pastor Partes tóxicas: todas as partes da planta Princípio ativo: glicosídeos cardiotóxicos Sintomas: a ingestão ou contato com o látex pode causar dor em queimação na boca, salivação, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia, tonturas e distúrbios cardíacos que podem levar a morte.
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