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Curso: Fisioterapia Disciplina: Neurofisiologia Aula: 03 ➢ SINAPSE: A COMUNICAÇÃO NEURONAL A sinapse é uma junção especializada em que uma terminação nervosa faz contato com outro neurônio ou outro tipo de célula. Nessa junção, a terminação do axônio que chega com a informação, é chamada de porção pré-sináptica enquanto o neurônio-alvo que recebe a informação é chamado de neurônio pós-sináptico. Observe na imagem ao lado. Além das porções pré e pós-sináptica, a fenda sináptica é outro elemento da sinapse representado nessa figura. ➢ Tipos de Sinapses Sinapse Elétrica: Há comunicações entre neurônios que acontecem por meio da justaposição entre as membranas. Nesse tipo de sinapse a justaposição entre as membranas permite o alinhamento entre os canais iônicos formando uma passagem chamada de gap. Pelos gaps acontecem o livre trânsito de íons de uma membrana a outra, desta maneira o potencial de ação passa de uma célula para outra muito mais rápido do que na sinapse química, mas não pode ser bloqueado. Sinapse Química: A maiorias das sinapses nos seres humanos é dependente de um neuroquímico. A maioria dos neurônios secreta um produto químico chamado de neurotransmissor. Para passar a informação que carreia para outro neurônio ou para outro tipo de célula, o neurônio libera esse neurotransmissor na fenda sináptica. O neurotransmissor é capturado pelo neurônio pós-sináptico para que o potencial de ação seja deflagrado, levando, assim, essa informação até outro local do sistema nervoso ou até outro tecido. ➢ Sinapses Químicas Sinapses do SNC - As sinapses do sistema nervoso central possuem diferentes denominações de acordo com o local de comunicação entre os neurônios. São as sinapses: ● Axodendrítica: Em uma sinapse em que o axônio do neurônio pré-sináptico comunica-se com o dendrito do neurônio pós-sináptico dizemos que esta sinapse é axodendrítica. ● Axossomática: Quando a membrana pós-sináptica está localizada no corpo celular a sinapse será axossomática. ● Axoaxônica: Quando a membrana pós-sináptica está localizada em outro axônio a sinapse, é chamada axoaxônica ● Dendrodendrítica: Em alguns casos especiais os dendritos de um neurônio se comunicam com os dendritos de outro neurônio formando uma sinapse denominada dendrodentrítica. As sinapses do SNC podem, ainda, ser classificadas de acordo com a morfologia da membrana pré e pós-sináptica: ● Sinapse assimétrica: Quando a membrana pré é mais espessa que a membrana pós. Também chamada de sinapse do tipo I de Gray. São geralmente sinapses excitatórias. ● Sinapse simétrica: Quando a espessura da membrana pré é similar a da pós. Esta sinapse também é chamada de sinapse do tipo II de Gray. Geralmente é associada à sinapse inibitória. Princípios da Transmissão Sináptica Química As junções neuromusculares constituem a área de comunicação entre neurônios motores da medula espinhal e o músculo esquelético: São consideradas as maiores sinapses do corpo humano e são infalíveis. Isso significa que todo potencial de ação gerado nos neurônios motores desencadeiam respostas nas fibras musculares que inervam. Isso se deve a alta especialização dessas sinapses como, por exemplo, o elevado número de zonas ativas no neurônio pré-sináptico e de receptores na membrana pós-sináptica. A membrana pós-sináptica da junção neuromuscular é chamada de placa motora. Para que ocorra sinapse química são necessários três mecanismos básicos: 1. Liberação de neurotransmissores na fenda sináptica, em resposta ao potencial de ação. 2. Acoplamento dos neurotransmissores aos seus respectivos receptores para gerar resposta no neurônio pós-sináptico. 3. Remoção dos neurotransmissores da fenda sináptica para cessar o potencial de ação. ➢ Receptores São estruturas localizadas na densidade pós-sináptica (membrana do neurônio-alvo) que irão receber os neurotransmissores lançados na fenda sináptica. A interação entre neurotransmissor e receptor funciona como inserir uma chave em uma fechadura. Os receptores podem ser divididos em dois grupos: ● Canais iônicos ativados por neurotransmissores ● Receptores acoplados à proteína G ➢ Princípios da integração sináptica ● Potencial Excitatório Pós-Sináptico (PEPS): É a forma mais elementar de resposta pós-sináptica onde a abertura de um único tipo de canal, mediado por neurotransmissores, é capaz de promover a despolarização da membrana pós-sináptica desencadeando, portanto, um potencial excitatório pós-sináptico (PEPS). A magnitude do PEPS é dependente de vários fatores, tais como: Número de sinapses excitatórias ativas conjuntamente, distância das sinapses à zona de disparo e das propriedades da membrana dendrítica. ● Potencial Inibitório Pós-Sináptico (PIPS): O potencial inibitório pós-sináptico (PIPS) ocorre da mesma forma que o PEPS, mas os receptores pós-sinápticos, mediados por neurotransmissores como o GABA ou a GLICINA, das sinapses inibitórias são altamente permeáveis ao cloreto (Cl-), o que faz com que os canais iônicos, após abertos, promovam um rápido influxo de cloro para o meio intracelular, tornando o potencial da membrana mais negativo e, portanto, menos excitável. Além disso, existe a inibição por derivação (shunt) onde, por exemplo, uma sinapse excitatória ativa realiza despolarização ao longo do dendrito, porém, antes de chegar ao corpo celular encontra uma sinapse inibitória ativa impedindo assim que a corrente flua para o axônio, desabilitando, assim, o potencial de ação. ● Modulação Sináptica: Vimos anteriormente, que o acoplamento de neurotransmissores a seus respectivos receptores promovem a abertura de canais iônicos, seja de forma direta ou pela ação da proteína G, causando um PEPSs ou um PIPSs. No entanto, a resposta ao acoplamento de alguns neurotransmissores a receptores mediados pela proteína G não promovem resposta direta (PEPSs ou PIPSs) ao invés disso, modificam a efetividade de PEPSs gerados por outras sinapses. Este processo recebe o nome de modulação sináptica. Como exemplo pode-se citar a ação da noradrenalina (NA) sobre os receptores β onde o acoplamento dos mesmos não possui ação direta sobre canais iônicos, após uma cascata de reações bioquímicas envolvendo proteína G e segundos mensageiros, induz ao fechamento de canais de K+. Isto aumenta a resistência da membrana dendrítica gerando uma elevação da capacidade de condução. Assim, sinapses excitatórias distantes ou fracas tornar-se-ão mais efetivas para despolarização e, portanto, mais excitáveis.
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