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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI INVESTIGANDO O ENSINO DA GEOMETRIA NAS TURMAS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA EEF PROFESSORA ALBA ARAÚJO JOSÉ FERREIRA LIMA NETO IGUATU-CE 2017 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI INVESTIGANDO O ENSINO DA GEOMETRIA NAS TURMAS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA EEF PROFESSORA ALBA ARAÚJO JOSÉ FERREIRA LIMA NETO Artigo científico apresentado a FAVENI como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Matemática Financeira e Estatística IGUATU-CE 2017 1 INVESTIGANDO O ENSINO DA GEOMETRIA NAS TURMAS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA EEF PROFESSORA ALBA ARAÚJO José Ferreira Lima Neto1 RESUMO: O presente estudo objetivou verificar a atual situação do ensino–aprendizagem da geometria no 9º ano do ensino fundamental. Este foi elaborado através da revisão bibliográfica e trabalho de campo, sendo este efetivado por meio da aplicação de um questionário aos alunos da série final do ensino fundamental. Este trabalho pretende verificar a existência de dificuldades no ensino-aprendizagem da geometria/matemática no último ano do ensino fundamental. O recente cenário do ensino–aprendizagem da geometria/matemática precisa explorar à aptidão e a persistência de todos os alunos, professores e demais envolvidos no processo educacional para aprimorar o padrão “ensinar/aprender geometria/matemática”. Políticas públicas educacionais, comunidade, escolas, alunos e professores devem se atentar em analisar o ambiente em que se encontram para buscarem exceder o modelo tradicional de ensino que, ao invés de oportunizar o desenvolvimento dos cidadãos/as, colabora para sua decadência e para o descaso com a sociedade. Com os resultados alcançados, pode-se perceber que a pesquisa propiciou um olhar reformador para a elaboração de novos métodos de ensino para a geometria, apresentando um ponto de vista amplo que pode contribuir para novas práticas pedagógica. A recente recomendação para o ensino procura conteúdo próprios e habilidades que venha seguir juntos para atingir o objetivo de aprender, pois a geometria está presente em vários setores da nossa sociedade, como na arquitetura, produção industrial, engenharia, artes plásticas, topografia e na natureza. Compreendemos que o uso de exercícios motivadores em sala de aula com os conceitos geométricos envolvidos podem auxiliar e facilitar a prática pedagógica, deixando a aprendizagem agradável, animada e, ao mesmo tempo, interessante para os alunos, rompendo a barreira na problemática da aprendizagem. Este artigo aborda questões a respeito da problemática do ensino-aprendizagem da geometria no Ensino Fundamental, com exclusividade no 9º ano, pegando como amostragem a EEF Professora Alba Araújo da cidade de Iguatu, centrada na relação entre matemática – geometria – vida cotidiana, focalizando as representações e interpretações geométricas. PALAVRAS CHAVES: geometria, ensino-aprendizagem, escola, aula. INTRODUÇÃO O presente artigo acompanha um estudo a respeito da investigação no ensino- aprendizagem da geometria/matemática no 9º do Ensino Fundamental, pegando como base a relevância e a necessidade para o ensino da matemática no geral. Centrada na relação entre 1 José Ferreira Lima Neto, graduado em Licenciatura Plena em Matemática – Estádio. Graduando no Curso de Pós Graduação – Especialização em Matemática Financeira e Estatística. – FAVENI. 2 geometria/matemática – vida cotidiana, como também o pensamento crítico do cidadão na sociedade, destacando as representações e interpretações geométricas. Atualmente a geometria/matemática está presente em todos os níveis da educação escolar, no qual os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Fundamental vem sendo um ponto de reflexão, devido os conteúdos de geometria ter ficado esquecido por muito tempo nos guias curriculares, nas orientações das instituições, nos livros didáticos e nas escolas de formação de professores, o então magistério. Com isso a maioria dos educadores não detêm de conhecimentos relevantes e necessários para trabalhar de forma simples, mas objetiva em sala de aula. Nos dias atuais percebe-se que a geometria se encontra atravessando alterações nos currículos brasileiros, pertinente à formalização apoiadas no raciocínio logico – dedutivo pelo excesso de algebrizarão. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), norteador da Educação Básica no Brasil, destaca que a Matemática “pode esclarecer ideias matemáticas que estão sendo construídas pelo aluno, especialmente para dar respostas a alguns “porquês” e, desse modo, contribuir para a constituição de um olhar mais crítico sobre os objetos de conhecimento” (BRASIL, 1997, p. 30). Pesquisas psicológicas são outro informativo e mostram que a aprendizagem de geometria é de fundamental importância aos alunos, pois fortalece a capacidade de visualização espacial e de verbalização, além da intuição que é indispensável na resolução de situação- problema, tanto em sala de aula como no dia a dia. “Segundo Lorenzato (1995, p.6) a Geometria é um ramo da Matemática de extrema importância, e se interliga com a aritmética e com a álgebra porque os objetos e as relações dela correspondem aos das outras”. Todavia, encontra-se isolado da Aritmética e da Álgebra, deixado na maioria das vezes como último conteúdo a ser ensinado pelos professores. “Geometria pode ser considerada como uma ferramenta muito importante para a descrição e inter-relação do homem com o espaço em que vive, uma vez que consiste na parte da Matemática mais intuitiva, concreta e ligada com a realidade”. Passos (2000, p. 49) Nos parágrafos sequentes vem salientando a respeito da importância do estudo da geometria/matemática para a construção da cidadania, sendo a mesma um objetivo prioritário do docente no Sistema de Ensino. Não ignorando que tem incontáveis professores buscando novas metodologias, para melhoria da aprendizagem dos alunos. 3 Para que esses saberes aconteçam é de fundamental importância que o professor também procure aprimorar o ambiente escolar e ir muito além dos livros didáticos, implementar com atividades significativas e com situações provocadoras. Como também vem falando do ensino da geometria no ensino fundamental dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais e através do avanço da tecnologia. Em seguida enfoca sobre a problemática do ensino de geometria no Ensino Fundamental II. Não ignorando que as definições geométricas apresentam ao aluno uma forma diferente de caracterizar e de enxergar o mundo em que vive. Apesar de que a sua relevância seja indiscutível, ocorrem diversos problemas no ensino e na aprendizagem, tanto nas metodologias aplicadas quanto no empenhamento dos alunos na compreensão das definições geométricas. E para finalizar irá constando uma pesquisa cientifica feita na escola EEF Professora Alba Araújo, localizada na cidade de Iguatu-CE. METODOLOGIA A abordagem da pesquisa manipulada nesse artigo é uma revisão ordenada da literatura, um mecanismo para análise de dados que viabiliza aprofundar o estudo sobre o tema desenvolvido na pesquisa de campo, fundamentada em observações e respostas dadas pelos alunos das turmasdo 9º ano do ensino fundamental, tendo como ponto principal o ensino de Geometria na escola EEF Professora Alba Araújo no município de Iguatu, com pontos referentes ao aceitamento da disciplina, facilitando assim um entendimento maior sobre o papel desta área de conhecimento no ensino-aprendizagem. 1 O ENSINO DA GEOMETRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL 1.1 O estudo da Matemática A matemática é um componente relevante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade a emprega, pois, esta ciência deve estar ao alcance de todos, como também a popularização do ensino ter por finalidade do docente e suas atividades escolares uma construção de aprendizagem pelo aluno, que utilizará para modificar sua realidade. 4 E seu conhecimento terá que estar ligada à compreensão, isto é, assimilar o significado de objeto ou acontecimento. Desse modo seus conteúdos não devem ter critério único à lógica, que possa colaborar para o desenvolvimento intelectual do aluno. Nos últimos anos vem sendo debatido no país, como também em outras nações o ensino da geometria. O objetivo tem sido uma adaptação dos trabalhos executados em sala de aula com a prática do dia a dia dos alunos. Nas décadas de 60\70, o ensino de matemática, em diferentes países, foi influenciado por um movimento que ficou conhecido por Matemática Moderna. No Brasil a matemática moderna foi veiculada principalmente pelos livros didáticos e teve grande influência. O movimento matemático moderno teve seu fluxo a partir da constatação da inadequação de alguns de seus princípios e das distorções ocorridas na sua implantação. Em 1980, o National Council of Teachers of Mathematics – NGTM, dos Estados Unidos, apresentou recomendações para o ensino de matemática no documento “Agenda para Ação”. Nele destacava-se a resolução de problemas com foco no ensino da matemática nos anos 80. Também a compreensão da relevância de aspectos sociais, antropológicos, linguísticos, na aprendizagem da matemática, imprimiu novos rumos às discussões curriculares. Essas ideias influenciaram as reformas que ocorreram mundialmente a partir de então. As propostas elaboradas no período 1980/1995, em diferentes países, apresentam pontos de convergência, como, por exemplo: Direcionamento do ensino fundamental para a aquisição de competências básicas necessárias ao cidadão e não apenas voltadas para a preparação de estudos posteriores; Importância do desempenho de um papel ativo do aluno na construção do seu conhecimento; Ênfase na resolução de problemas, na exploração da matemática a partir dos problemas vividos no cotidiano e encontrado nas várias disciplinas; Importância de se trabalhar com um amplo espectro de conteúdo, incluindo-se, já no ensino fundamental, elementos de estatística, probabilidade e combinatória, para atender à demanda social que indica a necessidade de abordar esses assuntos; Necessidade de levar os alunos a compreenderem a importância do uso da tecnologia e a acompanharem sua permanente renovação. No Brasil essa ideia vem sendo debatida e algumas apresentam-se inseridas pelas propostas curriculares de secretarias de estado e secretarias municipais de educação, havendo 5 experiências bem-sucedidas que comprovam a fecundidade entre elas. No entanto, é interessante ressaltar que ainda hoje nota-se, por exemplo, a persistência no trabalho com os conjuntos nas series iniciais, o dominância absoluta das álgebras nas series finais, a formalização antecipada de conceitos e a pouca vinculação da matemática às suas aplicações pratica. 1.2 O ensino da Geometria no Ensino Fundamental dentro do PCN Para começar uma reflexão, percebe-se que o ensino da geometria ficou esquecido por algum tempo nos guias curriculares, nas orientações das instituições, nos livros didáticos e nas escolas de formação de professores, então denominado de magistério. Com isso muitos educadores não detêm os conhecimentos necessários de geometria para seu trabalho em sala de aula, conforme dados das pesquisas de Pavanello (1993) e Lorenzo(1993). A geometria tem passado nos currículos do Brasil, por transformações caracterizadas por formalizações firmado no raciocínio logico-dedutivo, pelo excesso de algebrização e pelas observações empíricas, ou seja, ilustração de aspectos e operações das álgebras. Entretanto, nos últimos anos, verificamos uma tendência geral da sua revalorização nos programas oficiais de matemática. Com o avanço científico e tecnológico, o fácil acesso as informações e a busca de excelência faz com que se evidencie a necessidade do currículo renovado para o mercado de trabalho. Há mais de duas décadas, foram publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). E esse documento vem sendo discutido pelos professores de Licenciatura com o objetivo de atender as mudanças e transformações tecnológicas e sociais. De acordo com os PCNs de matemática voltados para a geometria, os alunos do ensino fundamental devem ser capazes de: * Perceber semelhanças e diferenças entre objetos no espaço, identificando formas tridimensionais ou bidimensionais, em situações que envolvam descrições orais, construções e representações. * Estabelecer ponto de referência para situar-se, posicionar-se e deslocar-se no espaço, bem como para identificar relação de posições entre objetos no espaço; interpretar e fornecer instruções usando terminologia adequada; 6 Os conceitos geométricos é parte relevante no currículo da matemática no ensino fundamental, porque através deles, o discente fortalece o pensamento, possibilitando que ele compreenda, relate e caracterize de modo organizado, o mundo em que vive. Como a geometria é um campo fértil para trabalhar as situações problemas, as atividades no ensino fundamental, portanto devem estimular nos alunos a capacidade de determinar pontos de referência a seu redor, situar-se no espaço, deslocar-se nele, dando e recebendo comandos e compreendendo termos como esquerda, direita, deslocamento, distância, abaixo, acima, ao lado, atrás, na frente, longe e perto. As práticas a ser desenvolvidas devem ser vistas como localizar objetos ou pessoas no espaço com base em um ponto de referência, descobrir figuras geométricas criados pelo homem e presentes em objetos naturais, descrever e produzir formas geométricas simples. 2 PROBLEMÁTICA NO ENSINO-APREDIZAGEM DA GEOMETRIA A geometria no universo escolar é classificada como de fundamental relevância no desenvolvimento dos alunos, sendo uma extensão da matemática que motiva a criatividade, e pode colaborar para desenvolver novas capacidades como a de solução de problemas, investigação, iniciativa, capacidade de síntese e análise, flexibilidade de pensamento e argumentação, o que vem ao encontro do que se propõe em termos de formação na escolaridade básica e profissional. “O ensino de Geometria tem menos atenção do que o demais conteúdo da Matemática e fica restrito ao estudo de medidas, e seu ensino fica em fase inicial, quando muitos alunos fazem conclusões precipitadamente erradas.” Almouloud e Manrique (2001, p. 43) Segundo Lorenzato (1995, p. 22), a Geometria está ausente ou quase ausente na sala de aula. Muitos fatores podem explicar esta ausência, mas um dos motivos destacados por esse autor está relacionado aos professores, onde muitos, não possuem os conhecimentos necessários de Geometria, para que possam ensiná-la. Pavanello (1993, p. 15) também indica que a atual desvalorização do ensino da Matemática está bastante associada à formação geométrica do professor, e conclui sua investigação dizendo que não podemos culparo professor pela atual situação do ensino, mas investir em capacitações para a sua formação, resgatando a importância e o significado da Geometria na sociedade moderna. 7 3 PESQUISA NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL PROFª ALBA ARAÚJO 3.1 Resultados e discussões A pesquisa foi desenvolvida com 49 alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do universo de 336 alunos, a qual foi respondida individualmente durante o momento de aula, na escola de EEF Professora Alba Araújo, localizada na Av. Amália Brasil, na cidade de Iguatu- CE. Questionamento sobre a disciplina de geometria/matemática Questão 01 - Você gosta da disciplina de matemática? Gráfico 1: Preferência dos alunos pela disciplina de matemática Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa O resultado da 1ª pergunta, no gráfico 1, aponta que 44,90% dos alunos gostam da disciplina de matemática, 44,90% responderam que as vezes, e somente 10,20% não gostam da disciplina. De acordo com muitos professores de matemática, a justificativa para que alguns alunos não gostem desta disciplina, e em particular por causa da geometria, está na falta de conhecimentos adquiridos por parte dos alunos em anos anteriores, ou seja, por não apresentarem embasamento teórico de matemática, e apresentarem dificuldades inerentes da própria disciplina. No entanto, muitos dos pesquisadores em Educação Matemática observam que as dificuldades dos alunos em relação à matemática têm origem em uma prática pedagógica baseada em aulas expositivas, na repetição constante de exercícios parecidos, na prática de “siga o exemplo”. Poucos são os professores que compreendem a matemática como um “sistema vivo de ideias” (RUIZ e BELLINI, 2011, p.32). 44,90% 10,20% 44,90% Alunos SIM NÃO AS VEZES 8 Questão 02 - Você gosta do estudo da geometria? Gráfico 2: Preferência pela geometria Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa No gráfico 2, a 2ª pergunta aponta que 30,61% dos alunos gostam da disciplina de geometria, e 42,86% responderam as vezes, e somente 13 alunos que representam 26,53% dos pesquisados responderam que não gostam da disciplina. A geometria é a parte da matemática que estuda as formas planas e especiais com as suas propriedades, ela está ausente ou quase ausente da sala de aula devido à dificuldade de alguns professores para ensinar tal disciplina, por falta de matéria didática pedagógica e quando é ensinada torna-se de difícil compreensão e até mesmo sem significado para aprender, contribuindo assim para o desinteresse dos alunos. Questão 03 - Você é motivado a assistir as aulas de geometria/matemática? Gráfico 3: Motivação para assistir as aulas de matemática Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa Quanto à motivação em assistir as aulas de geometria/matemática, o gráfico 3 demostra um resultado bem positivo, onde quase metade dos alunos, cerca de 48,98% responderam que sim, 28,57% responderam as vezes, e somente 22,45% apontaram a não 30,61% 26,53% 42,86% Alunos SIM NÃO AS VEZES 48,98% 22,45% 28,57% Alunos SIM NÃO AS VEZES 9 motivação. Um fator motivador para o ensino-aprendizagem da geometria, nos parece ir além das aulas participativas e expositivas, de maneira interativa, com a utilização do livro didático, e de outros recursos pedagógicos motivadores de conteúdos geométricos, com aulas práticas em laboratório especifico. “Existem algumas motivações para o ensino da Geometria. O professor de Matemática pode trabalhar juntamente com professores de outras disciplinas, como desenvolver a representação do espaço físico (vivenciado ou imaginado) num trabalho com a Geografia, Educação Física, Física e Desenho, em atividades interdisciplinares, como: interpretar e construir mapas, desenhos, plantas, maquetes; - desenvolver a noção topológica envolvendo fronteira, exterior, cruzamento; perceber e adotar diferentes pontos de vista e estratégias na representação do espaço”. Búrigo (1994, p. 27) Questão 04 - A sua família ajuda na sua aprendizagem? Gráfico 4: Ajuda da família na aprendizagem Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa Conforme gráfico 4, os dados apontaram que 44,90% dos alunos têm ajuda da família de forma significativa na sua aprendizagem, e 24,49% revelam que as vezes são ajudadas por seus familiares, e apenas 30,61% responderam que não. Diante disso, a escola precisa criar ações transformadoras para o ensino da geometria/matemática com a participação da família, de tal forma que considere os conhecimentos adquiridos no dia a dia do aluno, muitas vezes anterior à vida escolar, ampliando-os progressivamente e mostrando sua adequação prática, em busca de uma aprendizagem significativa de conceitos geométricos/matemáticos. Questão 05 - A escola ajuda de alguma forma os alunos que sentem dificuldades em geometria? 44,90% 30,61% 24,49% Alunos SIM NÃO AS VEZES 10 Gráfico 5: Ajuda da escola aos alunos com dificuldades em geometria Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa Quanto à cooperação da escola diante dos alunos que apresentam dificuldades na aprendizagem, o gráfico 5 revela que 40,82% dos alunos responderam que sempre a escola discute a aprendizagem dos alunos com dificuldades, e 40,82% responderam que as vezes e somente 18,37% dos entrevistados disseram que não. “As causas do abandono da Geometria podem ser encontradas na atuação dos professores, que muitas vezes não detém os conhecimentos geométricos necessários para seu ensino, e a falta de incentivo da escola em oferecer o cursos de formação continuada para os professores.” Lorenzato (1995, p 3-4) Questão 06 - O seu professor influência na sua aprendizagem? Gráfico 6: Influência do professor na aprendizagem Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa Analisando o questionamento da influência do professor na aprendizagem no gráfico 6, um percentual de 87,76% dos alunos afirmam ser de fundamental importância os conhecimentos repassados pelos professores, e 8,16% responderam que as vezes e apenas 4,08% não acreditam nessa influência. Para o PCNs (1998, p.38), o professor de Matemática é 40,82% 18,37% 40,82% Alunos SIM NÃO AS VEZES 87,76% 4,08% 8,16% Alunos SIM NÃO AS VEZES 11 fundamental no processo de ensino-aprendizagem, segundo orientação do PCNs, (1998), o professor tem o papel de organizador, facilitador, mediador, incentivador e avaliador da aprendizagem, devendo fornecer elementos que o aluno não teve condições de obter sozinho. Questão 07 - A sua família ajuda nas atividades extraclasse? Gráfico 7: Ajuda da família nas atividades extraclasse Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa Quanto à ajuda da família nas atividades extraclasse, os dados demonstraram no gráfico 7, que somente 24,49% dos alunos sempre têm ajuda da família nas atividades de casa, e 26,53% as vezes, e quase a metade, cerca de 48,98% afirmam não são ajudados. A escola considera que o êxito do processo educacional depende, e muito, da atuação e participação da família, que deve estar atenta a todos os aspectos do desenvolvimento do aluno, desde o acompanhamento nas atividades extraclasse até nas atividades da escola. Questão 08 - A geometria influencia no seu cotidiano? Gráfico 8: Influência da geometria no cotidiano Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa Quanto ao conteúdo de geometria e a sua relação com o cotidiano do aluno, o gráfico8 ilustra que 48,98% dos alunos responderam que sim, 24,49% as vezes, e 26,53% responderam 24,49% 48,98% 26,53% Alunos SIM NÃO AS VEZES 48,98% 26,53% 24,49% Alunos SIM NÃO AS VEZES 12 que não. A grande dificuldade desse ramo da matemática está na relação com o cotidiano do aluno, onde muitos professores ao ensinar esta ciência não conduzem exemplos da aplicação dos conteúdos para a utilização no dia a dia. “Diz que a natureza e as condições da aprendizagem por recepção significativa ativa exigem, dentre outros fatores, um tipo de aula, que poderá ser expositiva, mas que leve em consideração o princípio da diferenciação progressiva e integração que caracterizam a aprendizagem, a retenção e a organização do conteúdo na estrutura cognitiva do aluno. Assim a correlação dos conteúdos da Geometria com o cotidiano do aluno e de seus conhecimentos prévios nos parece contribuir para a redução da problemática da assimilação da Geometria”. Ausubel, Novak e Hanesian (1980, p.74) Questão 09 - O método que o professor usa você aprende com facilidade? Gráfico 9: Método usado pelo professor para facilitar a aprendizagem Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa O gráfico 9 mostra que, o método usado no ensino da geometria é aprovado por 44,90% dos alunos, já 51,02% responderam que somente as vezes, e somente 4,08% discordam de todos os métodos utilizados pelos professores. Segundo o Karling (1991: 245 -258) os recursos didáticos, assim como o método devem ser usados para facilitar, acelerar e intensificar a aprendizagem ajudam enormemente a comunicação, a compreensão e a estruturação da aprendizagem. Os recursos didáticos têm função importante no incentivo e no alcance dos objetivos. Questão 10 - Você ao ir à escola, observa as figuras geométricas? 44,90% 4,08% 51,02% Alunos SIM NÃO AS VEZES 13 Gráfico 10: Observação das figuras geométrica Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa De acordo com gráfico 10, quando questionado se o aluno observa as figuras geométricas no seu cotidiano, as respostas ficaram divididas, 36,73% responderam que sim, 32,65% que não e 30,61% que as vezes. O processo ensino-aprendizagem da geometria, mais especificamente sobre o conceito e a importância no seu cotidiano, deve ser uma preocupação do Sistema Educacional atual, onde determinadas temáticas e conceitos geométricos devem sempre ser repassados através da relação com a realidade do aluno. “Ressalta que a Geometria pode ser considerada como “uma ferramenta muito importante para a descrição e inter-relação do homem com o espaço em que vive”, uma vez que consiste na parte da Matemática mais intuitiva, concreta e ligada com a realidade”. Passos (2000, p. 49.) Os trabalhos foram desenvolvidos em sala de aula com atividades práticas, na Escola de Ensino Fundamental Professora Alba Araújo, através da medição de perímetro e área de figuras, manipulação e desenho de figuras geométricas planas e tridimensionais construídas com varetas. Neste trabalho os alunos demonstraram conhecimento das figuras geométricas, porém apresentaram dificuldades em relacionar as figuras geométricas com o seu cotidiano. Esse fato ocorre devido ao atraso existente no Ensino Fundamental, em que a geometria nem sempre é demonstrada ao aluno inter-relacionada com os demais conteúdos estruturantes. Durante todo o processo prático didático, os alunos se demonstraram interessados e motivados, com a manipulação dos objetos geométricos didáticos produzidos. Também foi possível verificar que muitos alunos apresentaram dificuldades na representação (desenho) de figuras geométricas tridimensionais em um plano (papel) para cálculo de área e volume. As figuras solicitadas para a transcrição no plano (desenho) foram: Prisma, Cilindro, Cone e Esfera. Segundo Soller (1991 p. 9), a transferência de informação da Geometria Plana para a Espacial, e vice-versa, pode causar diversas dificuldades: para interpretar desenhos que 36,73% 32,65% 30,61% Alunos SIM NÃO AS VEZES 14 representam formas tridimensionais, para representar em desenho as linhas paralelas e perpendiculares que revelam no desenho a profundidade, e para orientar corretamente as vistas laterais do objeto, entre outras. Diante das observações divergentes que os alunos tiveram no decorrer da realização do questionário e das atividades práticas pedagógicas e do referencial teórico desta investigação foi possível aprovar a hipótese: a verdadeira aprendizagem da geometria acontece quando o aluno está entusiasmado, incentivado e, principalmente quando as circunstâncias da aprendizagem está regrada em recursos pedagógicos adequados, do vínculo com o dia a dia, colaborando para uma aprendizagem expressiva, considerável e a diminuição das dificuldades no processo de ensino. CONSIDERAÇÕES FINAIS O ensino da geometria dentro da matemática atravessou inúmeras transformações consideráveis, mas essa mudança não tem sido satisfatória para atender as dificuldades enfrentadas pelos professores e alunos. São inúmeros os motivos que inibem a sua aprendizagem, dentre os quais, podemos evidenciar: o conceito pré-idealizado de que a “Matemática é difícil”, especialmente a área de geometria, a qualificação inapropriada dos professores por ausência de embasamento, a metodologia usual com destaque intenso ao cálculo, a busca ineficaz a novos meios didáticos que incentive o aluno na sua aprendizagem e a falta de contextualização e a linguagem. Podemos identificar que uma das partes mais significativa é a transformação das estruturas metodologias, bem como dos recursos didáticos que se fazem necessário e vital para que o professor transforme suas aulas, deixando-as mais fascinantes e chamativas. Além do mais, possa descomplicar o aprendizado dos alunos nas aulas de geometria. Um meio para a solução dos problemas na aprendizagem da geometria/matemática passa absolutamente por conteúdos que sejam lecionados de forma relacionada a utilidade dos mesmos pelo aluno no seu dia a dia, com o objetivo de qualificá-lo para uma ampla atuação na vida social. A utilização de recursos no ensino de matemática e geometria inclui o aluno de maneira que os mesmos tenham curiosidade, o que desperta a vontade, o desejo de aprender. As tarefas lúdicas e práticas, com os recursos pedagógicos adequados ao conteúdo permitem 15 uma melhor relação entre os alunos, fortalece o proveito, o interesse, a curiosidade, a eficiência em pesquisar e refletir os conceitos geométricos. Com exceção de alguns trabalhos já terem sido desenvolvidos com o propósito de reparar ou pelo menos atenuar as problemáticas sobre o ensino e aprendizagem da matemática e geometria, muito ainda há para se desenvolver e ampliar, e deve ser visto como prioridade, por meio de uma elaboração a médio e longo prazo, com a cooperação ativa e essencial de todas as pessoas que fazem parte da comunidade escolar, com relação direta ou indireta com o ensino da geometria/matemática. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BERTON, B. C. J. Geometria: brincadeiras e jogos. 1ª ciclo do Ensino Fundamental – livraria da Física- 1ª Edição – São Paulo – 2008. BRASIL - Ministério da Educação e Cultura Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Fundamental II – (1998). BRASIL - Secretaria de Educação Fundamental, Parâmetros Curriculares Nacionais, Brasília MEC/SEF, 1997. CATALÁ, C.A; Flamarich, C.B e AYMEMMI, J.M.F. invitacion a la Didactica de la Geometria. Madid: Editorial Sintesis. 1995 Ausubel-NOVAK, HANESIAN Almauloude Marique, Crowley Howard Gardner Smole Estela Kaufmam, Hoffer FLORES. C. R. Olhar, saber, representar: sobre representação em perspectiva. São Paulo: Musa, 2007. LORENZATO, Sergio. Porque não ensinar geometria? A Educação matemática em revista. SBEM, ano 3, p. 3-13, jan/jun.1999. PAVANELLO, R.M. O abandono do Ensino de Geometria no Brasil: causas e consequências. Jn Zetetiké. Campinas: UNICAMP/FE/CEMPEM. Ano 1, n.1, março, pp.7- 17,1993.
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