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AD5-Filosofia e Etica

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS 
PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB 
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
 
Nome: Juliana Cristina Ribeiro 
Matrícula 17113110247 
Polo: Darcy Ribeiro – Volta Redonda 
 
 
Leia o texto de Pegoraro, Ética dos maiores mestres através da história, págs. 36-58. 
Atividades: 
1. Explique a ideia de finalismo em Aristóteles. 
Segundo o texto Aristóteles: ética da imanência, de Pegoraro, a ideia de finalismo 
surge no mesmo contexto da justiça na ética de Platão, Aristóteles também acreditava que 
“ela” – justiça – é a base da sociedade e está ligada diretamente no exercer do bem para 
resultar numa polis justa. Aristóteles dizia que “a justiça é à base da sociedade; onde sua 
aplicação assegurava a ordem na comunidade social, sendo o meio de determinar o que é 
justo”. Podemos destacar a ética e a política como sendo os principais estudos realizados por 
Aristóteles, que investigava o comportamento das pessoas e da sociedade com relação a esses 
temas, concluindo que “o intelecto exerce uma atividade quase divina, e que seria a melhor 
parte do individuo e o que o aproxima dos deuses”. Isso afirma que o homem é um animal 
capaz de pensar e de fazer política. 
A ética encontra na política sua plena realização, ela forma o indivíduo para que se 
torne bom cidadão. Segundo Aristóteles, “é certo que o bem é desejável mesmo quando diz 
respeito só a uma pessoa, porém é mais belo e mais divino quando se refere a um povo e às 
cidades”. Portanto, “a política é a ciência arquitetônica que define que as ciências são 
necessárias na polis e quais cada um deva aprender e até que ponto”. 
O autor destaca também os quatro eixos em torno dos quais giram duas obras de 
Aristóteles, sendo o primeiro a ética natural, que define o homem como um ser racional e ao 
mesmo tempo um animal político; o segundo que flui do primeiro, e explica a ética como 
sendo finalista, o que aponta as escolhas humanas como sendo decisões que almejam um fim, 
e isso seria como produzir um bem e chegar numa meta; o terceiro eixo é o coração da obra, 
onde a tarefa da ética está em harmonizar os impulsos biológicos, instintivos e sensitivos sob 
 
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a orientação da razão; e o quarto eixo afirma a heteronomia da ética e explica que a ética vem 
de fora, vem da natureza; e o homem não pode escolher nem decidir ser ético; ele nasce ético, 
pois sendo um animal inteligente, todos os seus atos, são de algum modo, escolhidos e 
decididos racionalmente. Segundo o autor, estes quatro eixos atravessaram os séculos sem 
contestação, em torno deles giram quase todos os tratados de ética. 
De acordo com o autor, o homem se compõe exatamente da mesma matéria de todos os 
outros seres, porém está matéria toma a forma racional, como no animal toma a forma 
sensível. Sendo assim, a racionalidade é que dá a especificidade entre os seres humanos. 
Platão afirmava que a vida humana se dava por uma origem caótica, obscura e material, onde 
o homem é “filho do caos” (matéria) e da ordem (forma racional), um ser de conflitos do 
espírito contra a matéria. O mesmo movimento dialético acontece no par “ato” e “potência”, 
sendo o ato o fato de existir juntamente com a potência, dar-se-ia a possibilidade de existir. 
Segundo Aristóteles, estes princípios dialéticos vêm à existência pela ação das quatro causas 
supracitadas. 
De acordo com o texto, a natureza dá ao homem as três primeiras causas através da 
geração biológica; exemplo: os pais são nossa causa eficiente e nos geram com forma racional 
a qual dá qualidade humana à matéria corporal. Mas a natura nos da à causa final apenas 
potencialmente; ela deve ser explicada e conquistada ao longo da vida pelo exercício da 
liberdade, ou seja, a causa final é, no homem, sua realização como ser ético que busca seu 
crescimento moral, intelectual, social e político; pela liberdade o homem pode construir a 
finalidade de sua existência ou pode destruí-la. 
É a partir daí que nasce a ética como orientação da liberdade para que ela construa e 
conquiste a finalidade (causa final) de sua existência que é a felicidade numa sociedade justa. 
Segundo o autor, movendo-se neste contexto metafísico, Aristóteles procurou, antes de 
qualquer outro passo, determinar da melhor maneira possível à finalidade própria do ser 
humano. Por isso, a primeira característica da ética aristotélica é a de ser finalista. Em todas as 
suas ações o homem visa alguma finalidade, alcançar um bem. Isto faz toda a pessoa 
consciente de si e de seu agir; só um desequilibrado, como o ébrio, pode fazer ações sem visar 
algum resultado. 
 
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2. O que é felicidade e quais as condições da vida feliz? 
Segundo o autor, para Aristóteles, numa hierarquia de bens e fins ordenados uns aos 
outros é preciso que haja um bem final que sintetize todos e que será o fim último e supremo. 
Este bem é a felicidade: “Se há, para as ações que praticamos alguma finalidade que 
desejamos por si mesma, sendo tudo o mais desejado por causa dela, e se escolhemos tudo por 
causa de algo mais (se fosse assim, o processo prosseguiria até o infinito, de tal forma que 
nosso desejo seria vazio e vão), evidentemente tal finalidade deve ser o bem e o melhor dos 
bens”. 
O autor segue com a ideia de que se todos concordam que a meta, o bem e a finalidade 
própria do homem é a felicidade, quando se trata de dizer em que consistem as discordâncias 
são muitas e irreconciliáveis. Aristóteles discute o conceito de felicidade a partir do que a 
cultura de seu tempo entendia por esta expressão. Para a plebe, a felicidade consiste nos 
prazeres e no gozo sensual. Mas os que defendem tais convicções, diz Aristóteles, levam uma 
existência de escravos e de animais. 
O autor ainda apresenta que para outras pessoas colocam a felicidade ou o supremo bem 
na glória e no aplauso que vem, sobretudo da atividade política. Há também os que colocam a 
felicidade no acúmulo de riquezas. Em síntese, Aristóteles discorda de todas essas formas de 
felicidade, e expõe que, enquanto para o povo, prazer, riqueza e bens matérias traz felicidade, 
o alcance da felicidade real e plena está na racionalidade, no intelecto. 
Segundo o autor, Aristóteles dizia que a felicidade está numa atividade, uma função da 
alma, onde cada parte do homem cumpre uma função própria e exclusiva. Portanto, a 
atividade racional, o exercício da mente é a finalidade especifica do homem e nisto está a sua 
realização final, a sua felicidade. Portanto a finalidade do homem é uma atividade racional, 
uma função da alma. 
No exercício do intelecto o homem realiza suas possibilidades mais elevadas, exerce a 
função de meditar exclusiva a ele que é de pensar filosoficamente os supremos princípios das 
coisas. Para o homem,a vida conforme ao intelecto é melhor e mais agradável, já que o 
intelecto, mais que qualquer outra parte do homem, é o próprio homem. Esta vida, portanto, é 
também a mais feliz. 
 
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O autor afirma que para Aristóteles a ética propõe pelo menos seis condições para ser 
feliz, sendo elas: a prática das virtudes, onde Aristóteles analisa que “essa condição molda o 
caráter e orienta os costumes da pessoa”; um círculo de amigos, onde para Aristóteles 
comenta que “não pode ser feliz quem não tem amigos e vive totalmente sozinho, sem filhos”; 
boa saúde, para Aristóteles “mais bela é a justiça, e melhor é a saúde, mais agradável é 
possuir o que se ama”; suficiência de bens materiais, para Aristóteles a vida com excessos de 
bens externos corrompe a mente; viver numa sociedade justa, para Aristóteles, condição 
absolutamente necessária para que o homem seja feliz; e finalmente a meditação filosófica, 
que completa o quadro de exigências da vida feliz, condição que poucos chegam, apenas 
alguns filósofos. Porém o cidadão ético e justo mesmo que não seja filosófico, é feliz, já que a 
felicidade é um bem humano, uma aspiração de todos e não de uns poucos pensadores. 
O autor conclui que, para Aristóteles, a felicidade humana é muito mais que uma 
contemplação; é um conjunto de condições de vida. 
 
3. O que significa o meio-termo e como se chega a ele? 
O autor inicia com a explicação sobre a virtude não ser apenas um conceito; sendo 
assim, sobretudo, uma realidade estruturante da psique humana, Porém, ao longo do tempo, a 
palavra desgastou-se, e hoje, muitos veem na virtude um exercício de submissão, de prática de 
devoção e de abstração de prazeres. Para Aristóteles, as virtudes são todas energias e funções 
da alma que ele classifica nas três modalidades de vida: vegetativa, sensitiva e intelectiva. Na 
vida instintiva temos o desejo; na sensitiva há os sentimentos de dor e prazer; na intelectiva 
temos o intelecto e o desejo superior (vontade). As duas primeiras formas de vida são 
biológicas e irracionais; a terceira, o intelecto, é exclusivo do homem, princípio de sua 
especificação e identidade. A ética em sentido global consiste exatamente em disciplinar, 
harmonizar e hierarquizar todas essas energias e funções. 
Segundo o texto, Aristóteles tem o cuidado de dizer que o intelecto não exerce sobre os 
nossos impulsos biológicos um comando despótico, repressor e aniquilador, nossas paixões e 
impulsos não são destruídos pelo intelecto, mas por ele orientados. 
 
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Na ética aristotélica a sabedoria e a prudência, nossas virtudes intelectivas, formam a 
diferença especifica do ser humano, tornando-o uma espécie distinta de todas as outras. A 
prudência discerne, escolhe, pondera e decide as ações a fazer, e os melhores meios práticos 
para administrar os comportamentos cotidianos. É pela prudência que o intelecto governa a 
sensibilidade e o instinto e suas tendências, assim o intelecto como a prudência, indicam os 
melhores caminhos para contornar problemas individualizados a luz da sabedoria que aponta 
o bem geral. 
Segundo o autor, para Aristóteles, o caminho da ética prudencial que consiste no meio-
termo entre o excesso e a deficiência. A via prudencial nada mais é do que a busca do 
equilíbrio da vida pessoal e social, porém o meio-termo não é igual para todos, mas será 
proporcional a cada pessoa e em cada circunstância. Aristóteles, explica que, “o “meio-termo” 
está numa proporcionalidade conveniente a cada um de nós”; o meio-termo ético é, 
finalmente, decidido pela experiência de vida e pelo juízo prudente de um homem sensato, 
cabe ao homem prudente descobrir o excesso ou a deficiência nos seus comportamentos e 
definir os meios mais adequados para alcançar o seu bem possível. 
O autor conclui que, o meio-termo prudencial é muito importante também em nossos 
dias; a ética da decisão prudencial é um excelente guia. A via do juízo prudencial toma 
decisões da forma mais equilibrada e prudente que se possa elaborar à luz do princípio básico 
e universal da ética (fazer o bem) e das circunstancias reais dos indivíduos (fazer o bem em 
situações particulares e difíceis).

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