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Resumo de Neuroanatomia

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Resumo de Neuroanatomia 
Autor: Anna Martha Vaitses Fontanari 
(ATM 2017/1) 
Editor: Giovanni Fabrizzio Pedrotti 
(ATM 2017/2) 
 
1ª Edição
 
Resumo de Neuroanatomia 2 
 
Sumário 
Introdução à Neuroanatomia: Tecido Nervoso. ................................................................................................................ 4 
Sistema Nervoso Central ............................................................................................................................................... 4 
Composição Histológica do Sistema Nervoso Central ................................................................................................. 6 
Sistema Nervoso Periférico ........................................................................................................................................... 6 
Sistema Nervoso Vegetativo ou Autônomo .................................................................................................................. 7 
Embriologia do Sistema Nervoso ..................................................................................................................................... 8 
Visão Geral do Neurocrânio ............................................................................................................................................. 9 
Calota Craniana ............................................................................................................................................................. 9 
Base Craniana ............................................................................................................................................................. 10 
Nervos Cranianos ........................................................................................................................................................ 12 
Coluna Vertebral ............................................................................................................................................................. 18 
Características por Região .......................................................................................................................................... 19 
Articulações e Ligamentos .......................................................................................................................................... 21 
Doenças Degenerativas da Coluna Vertebral .............................................................................................................. 22 
Meninges ......................................................................................................................................................................... 23 
Dura-máter .................................................................................................................................................................. 23 
Aracnóide .................................................................................................................................................................... 25 
Pia-máter ..................................................................................................................................................................... 27 
Considerações Anatomoclínicas ................................................................................................................................. 27 
Medula Espinhal ............................................................................................................................................................. 28 
Anatomia Macroscópica ............................................................................................................................................. 28 
Estrutura Interna da Medula Espinhal ......................................................................................................................... 31 
Diencéfalo ....................................................................................................................................................................... 36 
III Ventrículo .............................................................................................................................................................. 36 
Tálamo......................................................................................................................................................................... 37 
Hipotálamo.................................................................................................................................................................. 39 
Epitálamo .................................................................................................................................................................... 40 
Subtálamo ................................................................................................................................................................... 41 
Tronco Encefálico ........................................................................................................................................................... 42 
Bulbo ou Medula Oblonga .......................................................................................................................................... 42 
Ponte ........................................................................................................................................................................... 44 
Quarto Ventrículo ....................................................................................................................................................... 46 
Mesencéfalo ................................................................................................................................................................ 46 
Cerebelo .......................................................................................................................................................................... 48 
Vias Aferentes ................................................................................................................................................................. 50 
Penetram no SNC por Nervos Espinhais .................................................................................................................... 50 
Penetram no SNC por Nervos Cranianos .................................................................................................................... 53 
Resumo de Neuroanatomia 3 
 
Vias Eferentes ................................................................................................................................................................. 59 
Lesões ............................................................................................................................................................................. 61 
Sistema Nervoso Autônomo ........................................................................................................................................... 62 
Telencéfalo ...................................................................................................................................................................... 63 
Anatomia Macroscópica do Telencéfalo ..................................................................................................................... 63 
Estrutura e Função do Córtex Cerebral ....................................................................................................................... 66 
Áreas Encefálicas Relacionadas com as Emoções ...................................................................................................... 70 
Núcleos da Base e Centro Branco Medular ................................................................................................................72 
Ossos ............................................................................................................................................................................... 75 
Músculos ......................................................................................................................................................................... 77 
Inervação ......................................................................................................................................................................... 81 
Irrigação .......................................................................................................................................................................... 83 
Órbita .............................................................................................................................................................................. 84 
Orelha .............................................................................................................................................................................. 86 
Cavidade Oral ................................................................................................................................................................. 88 
Cavidade Nasal ............................................................................................................................................................... 89 
Vascularização Arterial do Encéfalo ............................................................................................................................... 91 
Vascularização Venosa do Encéfalo ............................................................................................................................... 92 
Vascularização da Medula .............................................................................................................................................. 92 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 4 
 
Introdução à Neuroanatomia: Tecido Nervoso. 
 
O sistema nervoso pode ser dividido em: SNC (encéfalo, medula espinhal e parte neural do olho) e 
SNP (gânglios periféricos, nervos e terminações nervosas). Os componentes do SNC são neurônios e glia, 
enquanto que do SNP são células satélite e células de Schwann. No SNP, existem componentes aferentes 
(sensitivos) e eferentes (motores). Além disso, o SN pode ser dividido em somático (SNC e músculo 
esquelético) e autônomo (gânglios, SNC, músculo liso e cardíaco ou glândulas). Suas funções envolvem: 
detectar, transmitir, analisar e utilizar informações geradas pelos estímulos sensoriais como calor, luz, 
energia mecânica e modificações químicas do ambiente interno ou externo; Organizar e coordenar, direta ou 
indiretamente o funcionamento de quase todas as funções do organismo: motoras, viscerais, endócrinas, 
psíquicas; estabilizar condições intrínsecas do organismo (pressão sangüínea, tensão de oxigênio e gás 
carbônico); e participar de comportamentos relacionados à alimentação, reprodução, defesa e interação. 
Há uma segregação distinta entre seus corpos celulares e seus prolongamentos: 
Substância Cinzenta: formada pelos corpos celulares dos neurônios e da glia. 
Substância Branca: constituída por prolongamentos dos neurônios e da glia. Possui esse nome 
pela quantidade de mielina (branca) que envolve axônios. 
 
Sistema Nervoso Central 
 
Neurônios 
 
São células excitáveis, altamente especializadas, que respondem a estímulos com alterações de 
potencial de suas membranas. Apresentam 3 componentes: 
Corpo Celular (Soma ou Pericárdio): contém núcleo e citoplasma circunjacente. 
Dendritos: prolongamentos com muitas ramificações (árvore dendrítica), especializadas em receber 
estímulos (pelas espículas dendríticas). 
Axônio: prolongamento único que transmite informações para outras células. 
 
Eles podem ser classificação de acordo com número de processos que emergem do corpo celular em: 
Neurônio Multipolar: mais de dois prolongamentos (um axônio e muitos dendritos), corpo poligonal, mais 
abundantes no SNC. 
Ex: células piramidais (córtex cerebral) e células de Purkinje (córtex cerebelar). 
Neurônio Bipolar: dois processos (um dendrito e um axônio). 
Ex: sistema visual, auditivo e vestibular. 
Neurônio Pseudounipolar: um curto processo que se divide em dois ramos. Ex: gânglios sensitivos dos 
nervos cranianos e espinhais. 
 
Além disso, podem ser classificação de acordo com o comprimento dos processos: 
Neurônios Golgi tipo I: axônio se estende além da árvore dendrítica. 
Ex: células piramidais e de Purkinje. 
Neurônios Golgi tipo II: axônio termina na área próxima ao corpo celular (não se estende além 
da árvore dendrítica). 
Ex: células estreladas do córtex cerebral. 
 
Também pode ser subdivididos de acordo com a sua função: 
Neurônios Motores: originam-se no SNC e conduzem impulsos para órgãos efetores (glândulas endócrinas, 
exócrinas e fibras musculares). 
Neurônios Sensoriais: recebem estímulos sensitivos nas terminações dendríticas e conduzem ao SNC. 
Interneurônios: dentro do SNC, interligam e estabelecem redes de circuitos neuronais. 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 5 
 
Soma 
 
É um centro trófico, que pode receber e integrar estímulos. Ele apresenta: 
Núcleo: esférico e pouco corado (cromossomos distendidos) 
Nucléolo: grande, único e central. 
Cromatina Sexual: grânulo esférico distinto próximo ao nucléolo. 
Substância de Nissl: diversas cisternas do R.E.R. e polirribossomos livres. 
Complexos de Golgi 
Mitocôndrias 
Neurofibrilas: citoesqueleto que contém neurofilamentos (filamentos intermediários abundantes), 
microtúbulos e microfilamentos. 
Grânulos de Melanina 
Lipofuscina: contém lipídios, se acumulam com a idade, sendo parcialmente digerido por lisossomos. 
Retículo Endoplasmático Liso: abundante, estende-se para os dendritos e axônio firmando cisternas 
hipolemais que seqüestram cálcio e contém proteínas. 
 
Dendritos 
 
Numerosos prolongamentos curtos e ramificados do neurônio que aumentam a superfície celular, 
permitindo a recepção de mais axônios que integram maior número de impulsos. 
 
Axônio 
 
Seus feixes de axônios formam tratos, fascículos ou lemniscos. Próximo a conexão com o corpo 
celular, está o cone de implantação, bastante pobre em R.E.R. e polirribossomos. O axoplasma como um 
todo, contem poucas organelas, R.E.L., mitocôndrias e microtúbulos; porém é rico em neurofilamentos. Sua 
porção final é chamada de telodendro. 
 
Neuroglia 
 
Serve na sustentação metabólica e mecânica, na nutrição e na defesa do sistema nervoso. No SNC é 
composta por astrócitos, oligodendrócitos (bainha de mielina), microglia e células ependimárias; enquanto 
que no SNP é formada por células de Schwann (bainha de mielina) e células satélite (em gânglios). 
 
Astrócitos 
 
São as maiores células da neuroglia, com forma estrelada e núcleos ovóides. Filamentos 
intermediários (proteína fibrilar ácida da glia) reforçam a sua estrutura celular. Suas funções envolvem 
sustentação estrutural e metabólica aos neurônios, através da captação de íons e neurotransmissores 
liberados no espaço extracelular, e a formação da a matriz estrutural do SN. Eles mantem uma íntima 
associação com capilares, o que lhes permite regular o metabolismo cerebral, formando a barreira hemato-
encefálica (junções oclusivas). 
Microglia 
 
Células pequenas de aspecto espinhoso que secretam citocinas reguladoras do processo 
imunitário. Quando ativas, assumem a forma de macrófagos. 
Epêndima 
 
Trata-se de um epitélio cúbico simples que reveste os ventrículos cerebrais, formam em seu interior 
os complexos corióides, e o canal central da medula espinhal. 
 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 6 
 
Oligodendrócitos 
 
Responsáveis pela formação da mielina (isolante elétrico)no SNC. A bainha envolve desde o 
segmento inicial até os ramos terminais de alguns neurônios, entre ela situam-se os Nódulos de Ranvier, 
regiões com alta concentração de canais de sódio voltagem-dependente para condução saltatória do 
potencial de ação. 
 
 
Sinapse 
 
Consiste na junção entre a terminação pré-sináptica de um axônio e a superfície receptora da 
membrana pós-sináptica (geralmente um dendrito). Podem ser excitatórios (provocam a despolarização da 
membrana pós-sináptica) ou inibitórias (ocasionam a hiperpolarização da membrana pós-sináptica); 
químicas ou elétricas; assimétricas (Tipo I de Gray), nas quais a diferenciação na membrana pós-sináptica é 
mais espessa que na pré-sináptica, são excitatórias, ou simétrica (Tipo II de Gray), cuja espessura é similar, 
são inibitórias. 
 
Composição Histológica do Sistema Nervoso Central 
 
Cérebro 
 
É composto por substância cinzenta por fora e branca por dentro. As suas principais células são as 
Células piramidais, as Células estreladas (granulares), as Células de Martinotti, as Células fusiformes, 
as Células horizontais de Cajal. O córtex é formado por grupos de neurônios dispostos nas camadas 
Molecular (células horizontais de Cajal), Granular externa (pequenas células piramidais e estreladas), 
Piramidal externa, Granular interna (células estreladas densamente acondicionadas), Piramidal interna 
(grandes células piramidais, células estreladas e células de Martinotti). 
 
Cerebelo 
 
 O córtex cerebelar é subdivido na camada Molecular (mais externa, poucos neurônios, muitas fibras 
amielínicas), de células de Purkinje (única camada eferente do cerebelo) e Granulosa (mais interna). As 
fibras aferentes do cerebelo são chamadas de musgosas e trepadeiras, enquanto as fibras eferentes do 
cerebelo envolvem exclusivamente as células de Purkinje. 
 
Medula Espinhal 
 
Constituída por substância cinzenta por dentro e branca por fora. O corno ventral é responsável pela 
saída de fibras motoras, enquanto que o dorsal pela de sensitivas. Os gânglios da raiz dorsal contêm corpos 
celulares de neurônios sensitivos. 
 
Sistema Nervoso Periférico 
 
Células de Schwann 
 
Células Satélite 
 
Circundam corpos celulares nos gânglios sensitivos e autônomos. 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 7 
 
Nervos periféricos 
 
Nervos cranianos e espinhais. São feixes (fascículos) de fibras nervosas, envolvidos por bainhas de 
tecido conjuntivo (epineuro, endoneuro e perineuro). Em geral, cada feixe possui componentes sensitivos e 
motores. 
Epineuro: formado por colágeno do tipo I e fibroblastos, recobre todo o nervo. 
Perineuro: separa os axônios em fascículos, formado por várias camadas concêntricas de fibroblastos (com 
uma lâmina basal que circunda as camadas de fibroblastos os quais estão unidos por junções de oclusão para 
formar a barreira hemato-neural). 
Endoneuro: envolve os axônios individuais e as células de Schwann associadas, composto de fibrilas de 
colágeno tipo III e alguns fibroblastos entre fibras nervosas individuais. Os capilares do endoneuro também 
formam a barreira hemato-neural. 
 
 
Gânglios 
 
Agregados de corpos neuronais fora do SNC. Os axônios derivados desses gânglios se organizam em 
nervos, ramos ou raízes. 
 
Sistema Nervoso Vegetativo ou Autônomo 
 
Sistema Nervoso Simpático 
 
Células nervosas nas porções torácica e lombar da medula espinhal. Axônio (pré-ganglionares) saem 
pelas raízes anteriores dos nervos. Gânglios formam cadeia vertebral e plexos próximos a vísceras. O 
mediador químico das fibras pós-ganglionares é a noradrenalina (produzido na camada medular da 
adrenal). 
Os axônios pré-ganglionares são curtos (terminam em gânglios próximos à coluna vertebral), 
enquanto que os pós-ganglionares são longos (se incorporam aos nervos periféricos e se estendem por todo o 
organismo até os órgãos-alvo). 
 
Sistema Nervoso Parassimpático 
 
Grupos de neurônios situam-se no encéfalo e na porção sacral da medula espinhal. As fibras saem 
por quatro nervos cranianos (o terceiro, o sétimo, o nono e o décimoI) e por nervos sacros. 
As fibras pré-ganglionares são longas (terminam em gânglios ou plexos situados muito próximos ou 
na parede de vísceras). Já as fibras pós-ganglionares são curtas. O mediador químico liberados por 
terminações pré e pós-ganglionares é a acetilcolina. 
 
Resumo de Neuroanatomia 8 
 
Embriologia do Sistema Nervoso 
 
 A origem do sistema nervoso é ectoderma – sendo assim, alterações na sua embriogênese vem, em 
geral, associadas a defeitos na pele. Num primeiro momento, o ectoderma situado logo acima da notocorda 
sofre um espessamento, gerando a placa neural. Ela cresce progressivamente, adquirindo o sulco neural que, 
a seguir, gera a goteira neural e, por fim, o tubo neural, que originará o sistema nervoso central. Entre o tubo 
e o ectoderma, surge a crista neural, responsável pela formação do sistema nervoso periférico. 
 O tubo neural apresenta dois orifícios opostos, o neuróporo rostral e o caudal. No decorrer de seu 
desenvolvimento, forma-se uma dilatação cranial, o encéfalo primitivo ou arquencéfalo. É possível 
distinguir nele vesículas encefálicas primordiais: o prosencéfalo, o mesencéfalo e o rombencéfalo. A seguir, 
o prosencéfalo origina o telencéfalo e o diencéfalo; o mesencéfalo permanece inalterado; e o rombencéfalo 
transforma-se no metencéfalo e no mielencéfalo. Ao se formarem, essas partes do arquencéfalo geram 
flexuras. A primeira a aparecer é a encefálica, entre o mesencéfalo e o prosencéfalo. A seguir surgem a 
flexura cervical, na região do futuro pescoço, e a pontina, entre o metencéfalo e o mielencéfalo. 
 
 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 9 
 
Visão Geral do Neurocrânio 
 
Esplancnocrânio é a parte anterior e inferior, que compreende basicamente a face. Enquanto que 
neurocrânio é sua porção posterior e superior. Todos os ossos, exceto o occipital, contribuem para a 
formação de ambas. 
 
Os ossos que compõem o crânio podem estar em número ímpar ou par. O frontal e o occipital são 
ímpares. 
*Sutura metópica do frontal é normal, devido à presença de dois ossos no centro de ossificação. 
Separando-se o neurocrânio do esplancnocrânio, tem-se a calota e a base craniana. 
 
Calota Craniana 
Os ossos que formam a calota craniana são esponjosos em seu interior (altamente vascularizado), 
chamado díploe, e compactos em sua superfície, tábua interna e externa. O tecido ósseo se forma a partir de 
uma matriz cartilaginosa em geral, enquanto que os ossos da calota são constituídos do mesênquima. O 
periósteo reveste os ossos cranianos apenas externamente. Na porção interna a lâmina externa da dura-máter 
quem faz esse revestimento e cumpre o papel de proteção e nutrição. Ela é chamada de endósteo. Ainda 
assim o crescimento ósseo depende fundamentalmente do periósteo. 
 
Uma visão superior da calota permite observar pontos de união entre os ossos frontal e os parietais. 
Tais junções estão abertas em recém nascidos, são chamadas de fontanelas. Quando a fontanela anterior 
fecha de forma prematura, ocorre estenose. Há necessidade de abrir o crânio. A cirurgia nunca é realizada 
pelo meio, pois pode romper o seio sagital, causando uma série de complicações. 
A vista inferior tem três acidentes em destaque: um vale que fica na linha média (sulco do seio 
sagital/longitudinal superior), que atravessa a sutura sagital; a sutura sagital; e a coronal. Ao lado, passam as 
fovéolas granulares (resultantes das granulações aracnóides) e os sulcos dos vasos meníngeos. A artéria 
meníngea percorre o osso temporal. Tendo em vista que ele é bastante fino, protegido especialmente por 
uma camada muscular, não é incomum lesões nessa área. O primeiro sintoma é a dilatação da pupila. 
 
Resumo de Neuroanatomia 10 
 
 
 
Base Craniana 
Em sua visão superior,é possível observar a presença de três andares: 
 1°) andar superior ou fossa anterior. 
 2°) andar médio ou fossa média. 
 3°) andar inferior (termo anatômico) ou fossa posterior (termo clínico). 
 
Fossa Anterior 
 
 
Trata-se do mais raso dos andares. É constituído pelo osso frontal e pelo etmóide, constituinte da 
fossa nasal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 11 
 
Fossa Média 
 
 
 
O andar médio engloba a asa maior do esfenóide, a porção escamosa e parte da petrosa do temporal*. 
Sendo assim, o seio sigmóide faz parte da fossa posterior! 
Além disso, envolve o forame redondo (V2), o espinhoso (artéria e veia meníngea média), o oval 
(V3) e o canal carótico. Abrange também a fissura orbitária superior, também chamada de fenda esfenoidal, 
pela qual passam os três nervos oculomotores (NCIII, IV e VI) e o primeiro ramo do trigêmeo. Logo abaixo 
situa-se o canal óptico, por onde passa o segundo par craniano e a artéria oftálmica. 
 O forame auditivo interno também se destaca, trata-se de um orifício no osso temporal atravessado 
pelo sétimo (facial) e pelo oitavo (vestibulococlear) par craniano. 
* O osso temporal pode ser subdividido em três partes: a auditiva (ósseo-mastóide), a escamosa e petrosa. 
 
Fossa posterior 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 12 
 
 É a mais profunda das três fossas, constituída pelo occipital, 
pelo dorso da sela do esfenóide e por porções da parte petrosa e 
mastóidea do temporal. Nela se destaca o meato acústico interno (NC 
VII e NC VIII), o forame jugular (NCIX, X e XI), o canal do 
hipoglosso (NCXII) e o forame magno (bulbo, meninges, artérias 
vertebrais e espinhais). 
 
Nervos Cranianos 
 
A maioria conecta-se ao tronco encefálico, excetuando-se 
apenas o nervo olfatório (telencéfalo) e o óptico (diencéfalo). Sua 
numeração dá-se em uma sequência crânio-caudal, de tal forma que: o 
primeiro é o olfatório e origina-se da lâmina crivosa do osso etmóide; 
o segundo é o óptico saindo do quiasma óptico; o terceiro, o quarto e 
o sexto inervam os músculos do olho, originam-se de locais diferentes (respectivamente o sulco medial do 
pedúnculo cerebral, o véu medular superior e o sulco bulbo-pontino), mas todos atravessam a fissura orbital 
superior; o quinto é o trigêmeo, que apresenta três ramos principais, o oftálmico (penetra a fissura orbital 
superior), o maxilar (forame redondo) e o mandibular (forame oval); o sétimo é chamado de facial e tem sua 
origem aparente no forame estilomastóideo; o oitavo corresponde ao vestibulococlear ou estato-acústico e 
penetra o osso temporal através do meato acústico interno; o nono (glossofaríngeo surge no sulco lateral 
posterior do bulbo), o décimo (vago origina-se do sulco lateral posterior do bulbo, caudalmente ao IX) e o 
décimo primeiro (acessório parte sulco lateral posterior do bulbo, raiz craniana, e medula, raiz espinhal) 
percorrem o forame jugular; por fim, o décimo segundo, o hipoglosso, parte do sulco anterior do bulbo e tem 
sua origem aparente no canal do hipoglosso. 
 
I. Nervo Olfatório 
 
É sensitivo. Origina-se na região olfatória de cada fossa nasal, atravessa a lâmina crivosa e 
termina no bulbo olfatório. 
 
II. Nervo Óptico 
 
Feixe de fibras sensitivas que se unem na retina, penetra no canal óptico e se junta formando o 
quiasma óptico. O tracto óptico segue até o corpo geniculado lateral. 
Resumo de Neuroanatomia 13 
 
 
 
III. Nervo Oculomotor 
IV. Nervo Troclear 
VI. Nervo Abducente 
 
Nervos motores que penetram na órbita através da fissura orbital superior, distribuindo-se ao 
longo dos músculos extrínsecos do bulbo ocular. O nervo oculomotor inerva os músculos: 
-elevador da pálpebra superior. 
-reto superior, medial e inferior. 
-oblíquo inferior. 
Enquanto que o nervo troclear inerva o músculo oblíquo superior e o nervo abducente, o reto 
lateral. 
 
V. Nervo Trigêmeo 
 
 Trata-se de um nervo misto. Da sua porção sensitiva partem três ramos: o nervo oftálmico, o 
maxilar e o mandibular. 
 
VII. Nervo Facial 
VIII. Nervo Vestibulococlear 
 Emerge do sulco bulbo-pontino, através de uma raiz motora e outra sensitiva, juntamente com o 
nervo vestibulococlear. Ambos penetram no meato acústico. 
 O nervo facial emerge do crânio pelo forame estilomastoideo, atravessa a glândula parótida e 
distribue ramos para os músculos mímicos da face, para estilo-hióideo e para ventre posterior do 
digástrico. Outras fibras inervam as glândulas lacrimais, submadibulares e sublinguais. Também inervam 
os dois terços anteriores língua. 
Resumo de Neuroanatomia 14 
 
 O nervo vestíbulo-coclear é exclusivamente sensitivo, composto por uma porção coclear e outra 
vestibular, relacionadas respectivamente com a audição e o equilíbrio. 
 
 
IX. Nervo Glossofaríngeo 
X. Nervo Vago 
XI. Nervo Acessório 
 Os três originam-se do sulco lateral posterior do 
bulbo e atravessam o forame jugular. O glossofaríngeo 
destaca-se pela inervação da glândula parótida. O vago inerva 
a faringe, a laringe, a traquéia, o esôfago, as vísceras do tórax 
e do abdômen, de forma mista. Após atravessa o forame 
jugular, une-se ao vago o a porção interna do nervo acessório 
(laringe e vísceras torácicas). Já sua parte externa inerva os 
músculos trapézio e esternocleidomastóideo. 
 
XII. Nervo Hipoglosso 
É essencialmente motor, emerge do sulco lateral 
anterior do bulbo, atravessa o canal do hipoglosso e inerva os 
músculos intrínsecos e extrínsecos da língua, sendo 
responsável por sua motricidade. 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 15 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 16 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 17 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 18 
 
 
Coluna Vertebral 
 
 
 A coluna vertebral é um conjunto de vértebras que forma um eixo, o esqueleto axial, naturalmente 
curvado com a intenção de amenizar impactos. Elas apresentam características em comum, como: 
-Corpo: porção anterior com formato circular, que forma um eixo mecânico. Estrutura que a Atlas (C1) não 
apresenta. 
-Forame Vertebral, compõem o canal vertebral. 
-Arco Neural ou Posterior. 
 *Processo espinhoso: proeminência na linha média posterior. 
 *Lâmina: entre o processo espinhoso e o transverso. 
 *Processo transverso: duas proeminências laterais, às quais se articulam as costelas – exclusivamente 
nas vértebras torácicas. 
 *Processo articular: uma vértebra apresenta dois superiores e dois inferiores para a articulação das 
vértebras adjacentes. 
 *Pedículo: entre o processo transverso e o corpo. Sua sobreposição ao longo da coluna forma o 
forame intervertebral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 19 
 
Características por Região 
 
 Região Cervical 
 
 
 
 
São característicos das vértebras cervicais o processo espinhoso bífido e o forame transversal. Da 
artéria basilar separa-se a artéria vertebral. Ela passa pelo Atlas, deixando um sulco característico. Segue 
pelo interior do forame transversal até C6, quando deixa a coluna. 
Entre a primeira e a segunda vértebra cervical localiza-se a articulação Atlanto-Axial ou Trocóide. 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 20 
 
 Região Torácica 
 
 Nessa região, as vértebras apresentam processo espinhoso póstero-inferior, ou seja, voltada para 
baixo, aumentando a proteção da medula espinhal; e fóveas costais, uma em cada processo transversal, duas 
superiores e duas inferiores, onde se articulam as costelas. 
 
 
 Região Lombar 
 
 Quanto mais caudais, maior a massa que carregam. 
Dessa forma, as vértebras lombares tem seu corpo 
aumentado e o canal vertebral gradativamente mais estreito. 
Seu processo espinhoso apresenta forma de machadinha, 
enquanto que seu processo transverso é costiforme. 
 
 
 
 
 Região Sacrococcígea 
 
 O sacro 
apresenta cerca de cincovértebras fusionadas, enquanto o cóccix possui 
quatro. 
 No sacro destaca-se o ponto de encontro entre ele e a última 
vértebra lombar, chamado de promotório sacral; as linhas transversais; 
os forames sacrais; e o ponto de articulação com o osso ilíaco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 21 
 
Articulações e Ligamentos 
 
 Entre as Vértebras 
 
1. Discos Intervertebrais: 
Fibrocartilaginosos, cujo interior é 
preenchido pelo núcleo pulposo. 
2. Ligamentos Longitudinais: Estende-se 
do osso occipital ao sacro. 
a. Anterior: Conecta-se aos 
corpos das vértebras e aos 
discos intervertebrais. 
b. Posterior: Paradoxalmente, 
situa-se na porção anterior do 
canal vertebral. 
 
Entre as Lâminas Vertebrais 
 
1. Ligamento Amarelo: Junta-se com as 
lâminas de duas vértebras adjacentes. 
 
Entre os Processos Espinhosos 
 
1. Ligamentos Interespinhais: Entre dois processos espinhosos. 
2. Ligamento Supra-espinhal: Estende-se ao longo da coluna vertebral, unindo os processos espinhosos. 
 
Entre Processos Transversais 
 
1. Ligamentos Intertransversais: Entre dois processos transversais adjacentes. 
 
Resumo de Neuroanatomia 22 
 
Doenças Degenerativas da Coluna Vertebral 
 
-Abaulamento discal difuso: perda de água, não chega a ser uma hérnia, pode nem 
doer. 
-Hérnia de disco: pode ocorrer por trauma ou processo degenerativo. A pressão 
causada pelo núcleo pulposo pode ter sintomatologia radicular, porque há 
compressão de raízes. É mais comum na região lombar, a seguir cervical e, por fim, 
na região dorsal. 
*A ressonância magnética pode ser tanto ponderada em T1, quando o líquor é 
escuro, quanto em T2, nesse caso o líquor brilha. 
-Mielopatia. 
 
 
Mielopatia Espondilótica. Imagens de ressonância 
magnética da coluna cervical no plano sagital mediano 
evidenciando redução das dimensões do canal 
vertebral por proliferações osteofitárias de C4 a C6 e 
alteração da curvatura (inversão da lordose cervical). 
Em A, a imagem ponderada em T1 não mostra 
alteração do sinal da medula e, em B, imagem 
ponderada em T2 evidenciando área de hipersinal na 
medula ao nível de C4 (seta), de contornos bem 
definidos. 
 
 
-Listese: é o desnivelamento 
entre as vértebras. 
 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 23 
 
Meninges 
 
 
Dura-máter 
 Trata-se da meninge mais superficial, espessa, 
vascularizada e resistente dentre as três. Isso se deve a sua 
composição: tecido conjuntivo com fibras colágenas, fibroblastos 
e vascularização (artéria meníngea média, ramo da maxilar) 
predominam. Nela situam-se as únicas fibras sensitivas 
responsáveis pela sensibilidade intracraniana. 
 No encéfalo, a dura-máter está fortemente associada ao 
tecido ósseo, enquanto que na medula existe um espaço epidural. 
 No encéfalo, 
diferentemente da 
medula espinhal, a 
dura-máter é composta 
por dois folhetos. Um 
interno, que se 
mantém na medula, associa-se com as meninges mais profundas, 
formando o espaço virtual subdural com a aracnóide (passa a 
existir somente em patologias, como o hematoma subdural); 
enquanto o externo interage com os ossos cranianos, de forma 
similar ao periósteo. É, contudo, incapaz de regenerar tecido 
ósseo, evitando a formação de um calo que poderia ser letal! 
 
 Pregas, Cavidades e Seios da Dura-Máter 
Encefálica 
 
 São constituídas pelo folheto interno. As principais são a 
foice do cérebro, que lhe divide em dois hemisférios; a tenda do 
cerebelo, a qual separa o crânio em um compartimento 
supratentorial e outro infratentorial; a foice do cerebelo, 
responsável por sua segmentação em dois hemisférios; por fim, o 
diafragma da sela, que isola e protege a hipófise. 
Entre os folhetos interno e externo formam-se as 
cavidades (como a loja do gânglio trigeminal) e os seios da dura-
Resumo de Neuroanatomia 24 
 
máter. Os seios são cavidades forradas por endotélio, que servem como canais venosos. 
 
 Os seios participam ativamente da drenagem venosa do 
encéfalo. Basicamente o seio occipital, o reto e o sagital superior 
drenam para a confluência dos seios que, a seguir, transfere o 
sangue para os seios transversais. Ambos se transformam nos seios 
sigmóides que, por fim, drena para a veia jugular interna. Há ainda 
outros seios, o seio esfeno-parietal drena para o cavernoso que 
despeja sangue no seio petroso superior, que deságua no seio 
sigmóide, e no seio petroso inferior, que conecta-se com a jugular 
interna. Além desses últimos, o seio sagital inferior também não 
drena diretamente para a confluência dos seios, mas sim no seio 
reto. Os seios se comunicam com a superfície do crânio através das 
veias emissárias. 
 Seios da Abóbada do Crânio 
| Seio sagital superior: percorre a margem de inserção da 
foice do cérebro e deságua na confluência dos seios. 
| Seio sagital inferior: margem livre da foice do cérebro até o seio reto. 
| Seio reto: na linha de união entre a tenda do cerebelo e a foice do cérebro. Além do seio sagital 
inferior, nele deságua a veia cerebral magna. Ele drena para a confluência dos seios. 
| Seio transverso (par): na inserção da tenda do cerebelo com o osso occipital. Vai da confluência dos 
seios até a parte petrosa do temporal, quando passa a ser chamado de seio sigmóide. 
| Seio sigmóide (par): continuação do seio transverso até a veia jugular interna. 
| Seio occipital: ao longo da margem de inserção da foice do cerebelo. 
 Seios da Base do Crânio 
| Seio cavernoso: situado de cada lado do corpo do esfenóide e da sela túrcica, intercomunica-se 
através do seio intercavernoso. Recebe sangue das veias oftálmicas superior e central da retina. 
Drena para o seio petroso superior e inferior. 
Por ele passa a artéria carótida interna, o nervo abducente (VI) e, lateralmente, o nervo troclear (IV), 
oculomotor (III) e o ramo oftálmico (V1) e maxilar (V2) do trigêmeo. 
Apresenta grande importância clínica: aneurismas da carótida pressionam o nervo abducente 
(estrabismo convergente ipsilateral), gerando distúrbios característicos dos movimentos do bulbo 
ocular, enquanto que uma fístula na carótida, ou seja, uma perfuração inverte a circulação das veias, 
levando a protrusão do bulbo ocular que passa a pulsar (exoftálmico pulsátil). 
 
| Seio esfenoparietal: a face interior da pequena asa do esfenóide e desemboca no seio cavernoso. 
| Seio petroso superior (par): em ambos lados da inserção da tenda do cerebelo, drena sangue do seio 
cavernoso ao sigmóide. 
| Seio petroso inferior (par): o sulco petroso inferior entre o seio cavernoso e o forame jugular. 
| Plexo basilar: a porção basilar do occipital, fazendo comunicação com o seio petroso inferior e com 
o cavernoso. 
Resumo de Neuroanatomia 25 
 
 
 
 
Aracnóide 
 É uma membrana transparente que, após a morte, tende a se descolar da dura-máter. Em vivo, elas se 
separam pelo espaço virtual subdural, contendo uma pequena quantidade de líquido para a lubrificação. 
Abaixo dela, há o espaço subaracnóideo, preenchido por líquor. Sobre ele projetam-se as trabéculas 
aracnóides, que interagem com a pia-máter. Nele estão as cisternas subaracnóideas, que são basicamente 
dilatações. As principais são a cisterna cerebelo-medular ou magna (utilizada nas pulsões suboccipitais), a 
pontina, a interpenducular, a quiasmática, a superior (da veia cerebral magna, situada entre o cerebelo e o 
Resumo de Neuroanatomia 26 
 
esplênio do corpo caloso) e a cisterna da fossa lateral do cérebro. A cisterna da região lombossacral permite 
a retirada de líquor com maior segurança, tendo em vista que a medula termina entre as duas primeiras 
vértebras lombares. 
 
 Em alguns pontos a aracnóide forma tufos que penetram os seios da dura-máter, em especial o sagital 
superior, com a finalidade de filtrar líquor. Ao envelhecer, elasaumentam de tamanho, passando a ser 
chamadas de Corpos de Pacchioni. 
 
 Líquor 
 
 O líquor ocupa o 
espaço subaracnóideo e 
as cavidades 
ventriculares, servindo na 
proteção mecânica do 
sistema nervoso, 
explicada pela 
distribuição da pressão 
igualmente entre os 
diversos pontos de um 
líquido (Princípio de 
Pascal). Além disso, a 
total imersão do sistema 
nervoso central em 
líquido torna-lhe mais 
leve, de acordo com o 
Princípio de Arquimedes. 
 Ele apresenta 
leucócitos, mais cloreto e 
menor quantidade de 
proteínas que o plasma. 
Sua renovação dá-se de 
oito em oito horas a partir dos plexos corióides, secretado pelo epitélio ependimário. Eles se situam, e 
produzem mais intensamente, nos ventrículos laterais. A seguir, o líquor alcança o terceiro (forame 
interventricular) e o quarto ventrículos (aqueduto cerebral), onde há produção também. Através das 
aberturas do quarto ventrículo, o líquor alcança o espaço subaranóideo, que alcança até a porção sacral da 
coluna vertebral. Nele as granulações aracnóideas filtram o líquido para o sangue venoso. Acredita-se que o 
fluxo se mantenha graças à distância entre os pontos de produção e reabsorção e à pulsação das artérias 
intracranianas. 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 27 
 
Pia-máter 
 A membrana que interage de forma íntima com o tecido nervoso, moldando-lhe. 
 
Considerações Anatomoclínicas 
 Hidrocefalia 
 
 Aumento da pressão de líquor. Podem ser comunicantes, em decorrência do aumento da quantidade 
de líquido, ou não comunicantes, devido à uma obstrução. 
 
 Hipertensão Craniana 
 
 Tendo em vista que não há espaço para a expansão no interior do crânio e da coluna vertebral, o 
aumento da pressão no interior dos vasos (graças a tumores, hematomas...) ocasiona a estase sanguínea. 
Além disso, o aumento de pressão pode causar protrusão de tecido nervoso para compartimentos vizinhos, 
formando hérnias intracranianas. 
 
 Hematomas 
 
Hematoma Extradural Subdural 
Local Entre a dura-máter e os ossos do crânio. Entre a aracnóide e a dura-máter. 
Vaso rompido Artéria meníngea média. Veia cerebral. 
Velocidade Rápido. Lento. 
Forma Lente biconvexa. Crescente 
Frequência Principalmente em jovens. Maior na alta complexidade. Predominantemente em idosos. 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 28 
 
Medula Espinhal 
 
Anatomia Macroscópica 
A medula espinhal é um cilindro levemente achatado no sentido ântero-posterior, com cerca de 45cm 
em adultos, do forame magno até L2*. Seu calibre não é uniforme, ela apresenta dilatações, devido à maior 
presença de raízes nervosas destinadas aos plexos braquial e lombossacral, chamadas de intumescência 
cervical e lombar. 
Além disso, sua superfície é marcada por sulcos e fissuras longitudinais: 
-Sulco mediano posterior. 
-Fissura mediana anterior. 
-Sulco lateral anterior. 
-Sulco lateral posterior. 
-Sulco intermédio posterior e septo intermédio posterior: exclusivos da medula cervical! 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 29 
 
 
 
 
A substância cinzenta também apresenta subdivisões macroscópicas: 
-Coluna anterior 
-Coluna posterior 
-Coluna lateral: aparece exclusivamente na coluna torácica e em parte da lombar. 
-Canal da medula ou do epêndima. 
 Dos sulcos laterais partem os filamentos radiculares que se unem formando as raízes ventral e dorsal 
dos nervos espinhais. São 31 nervos, correspondendo aos 31 segmentos medulares, porém não de forma 
equivalente. Existem sete vértebras cervicais, mas oito pares de nervos. O primeiro emerge acima de C1, 
enquanto que o oitavo passa abaixo de C7. Dessa form,a entre C2 e T10, o processo espinho, por exemplo, 
da vértebra C2 corresponde ao trecho em que deixa a medula o nervo C4. Já das vértebras T11 e T12 saem 
nervos que irrigam os cinco segmentos lombares e de L1 os cinco sacrais. 
Resumo de Neuroanatomia 30 
 
 
 A medula espinhal, assim como o encéfalo, é protegida por uma barreira sanguínea que se deve às 
junções ocludentes entre as células endoteliais. Há, contudo, partes desprotegidas no encéfalo, por exemplo, 
os plexos coróides, a pínea e a hipófise. Nelas os capilares são fenestrados, permitindo a passagem rápida de 
sangue. Além disso, ela também é revestida pelas meninges. A dura-máter, por ser mais espessa, é chamada 
de paquimeninge, enquanto que a aracnóide e a pia-máter são denominadas leptomeninges. A paquimeninge 
envolve toda a medula, formando o saco dural. Ela começa a partir da camada da 
dura-máter que forra o encéfalo e termina em S2, sendo que seus prolongamentos 
cercam os nervos espinhais. A pia-máter, além de se conectar intimamente ao 
tecido nervoso, forma estruturas responsáveis por sua aderência na coluna 
vertebral: os ligamentos denticulados (processos triangulares) e o filamento 
terminal. 
 Assim como no crânio, entre as meninges existem espaços, virtuais ou 
não. Entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral está o espaço epidural 
que, na coluna, não é virtual! Nele há tecido adiposo e veias. Abaixo da dura-máter situa-se o espaço 
subdural que é virtual, exceto por uma pequena quantidade de líquido. Entre a aracnóide e a pia-máter 
localiza-se o espaço subaracnóideo que, assim como no crânio, abriga líquor. 
 
*A medula espinhal é um tubo nervoso achatada no sentido ântero-posterior, que 
possui cerca de 45cm de comprimento em adultos. Nas crianças, a medula é mais 
curta. O crescimento do canal vertebral é mais veloz que o medular. Dessa 
forma, no adulto, a medula termina entre L1 e L2. 
 
 
Considerações Anatomoclínicas 
 
No espaço subaracnóideo também é possível fazer anestesias, misturando o anestésico com o líquor. 
Durante a aplicação a agulha perfura a pele, a tela cutânea, o ligamento interespinhoso, o ligamento amarelo, 
o espaço epidural, a dura-máter e a aracnóide. Esse procedimento é chamado de anestesia raquidiana e 
bloqueia todos os canais, mas sem perda de consciência, como ocorre na anestesia geral. 
Na anestesia peridural o anestésico, aplicado sempre abaixo de T4, alcança os forames 
intervertebrais, sem tocar no líquor. Devido à possibilidade de inserção de um cateter, é um bloqueio mais 
longo, que dura pelo menos duas horas. 
Resumo de Neuroanatomia 31 
 
 
Estrutura Interna da Medula Espinhal 
 A medula espinhal é constituída por substância cinzenta (neuroglia, corpos de neurônios e fibras 
amielínicas) e branca (neuróglia e fibras predominantemente mielínicas). Na medula espinhal, a substância 
cinzenta – ao invés de constituir um córtex, como no cérebro e no cerebelo – situa-se em seu interior, 
formando o H medular. Em seu exterior, há substância branca, ou seja, axônios. 
**Vários axônios constituem fibras, tractos, fascículos, lemniscos (sensitivos) ou feixes nervosos. Já 
diversos corpos celulares juntos formam gânglios ou núcleos (substância cinzenta dentro da branca). Alguns 
outros termos importantes são funículos, junções de fascículos (axônios) necessariamente da substância 
branca medular; decussação, fibras nervosas que cruzam obliquamente o plano mediano; e comissura, 
tractos que percorrem perpendicularmente o plano mediano e, por isso, direções diametralmente opostas. 
 
 Substância Cinzenta 
 
 Os neurônios da substância cinzenta podem ser classificados em axônio longo (Tipo I de Golgi) ou 
curto (Tipo II de Golgi). Os longos são subdivididos em radiculares e cordonais, ambos podem ser tanto 
viscerais quanto somáticos. Os curtos também são chamados de internupciais e permanecem sempre no 
interior da medula. 
Os neurônios de axônio longo radiculares saem da medula para constituir uma raiz ventral. Os 
viscerais têm seu corpo celular localizado na substância cinzenta intermédia lateral, de T1 a L2 e de S2 a S4, 
para inervar músculos lisos, cardíacos ou glândulas. Enquanto que os somáticos têm seu corpo na medula 
anterior e inervam músculosesqueléticos (neurônios motores primários, inferiores ou via motora final 
comum de Sherrington). Esses últimos podem ser classificados em alfa, maiores e úteis na contração de 
fibras musculares constituindo as unidades motoras, e gama, menores e importantes na propriocepção. 
Os neurônios de axônio longo cordonais tem seu axônio, não seu corpo, na medula, constituindo os 
funículos. Ao ascender ou descender, as fibras nervosas podem permanecer no mesmo lado, ipsilaterais, ou 
mudar, contralaterais. Eles podem ser subsdivididos em neurônios de axônio longo cordonais de projeção 
quando seu axônio ascende para fora da medula, ou de associação, caso seu axônio termine na própria 
medula. 
No interior da substância cinzenta, os neurônios se agrupam. No corno anterior, destacam-se dois 
grupos: o medial e o lateral. Os neurônios da porção medial do corno anterior existem em toda a extensão da 
medula e inervam músculos do esqueleto axial. Enquanto que os da porção lateral inervam músculos 
relacionados ao esqueleto axial, por isso aparecem apenas nas regiões das intumescências cervical e 
lombrossacral. 
No corno posterior, evidenciam-se o núcleo torácico ou dorsal e a substância gelatinosa. O núcleo 
torácico está presente apenas na região torácica e lombar alta, seus axônios (cordonais de projeção) são 
responsáveis pela propriocepção inconsciente. A substância gelatinosa, por sua vez, abriga o portão da dor. 
A substância cinzenta foi divida por Rexed em dez lâminas, chamadas de Lâminas de Rexed. 
Resumo de Neuroanatomia 32 
 
 
 
 Substância Branca 
 
 Ela é constituída por uma imensidão de fascículos, formando as vias ascendentes, descendentes e de 
associação da medula. 
 
1. Vias Descendentes 
Originam-se no córtex e fazem sinapses com os neurônios medulares. 
a. Vias Piramidais 
Do córtex até o bulbo, os tractos anterior e lateral estão unidos formando o tracto córtico-
espinhal. Na decussão das pirâmides, cerca de 85% das fibras cruzam para o outro lado, 
gerando o tracto córtico-espinhal lateral, enquanto que uma parcela de 15% segue reto, 
constituindo o tracto córtico-espinhal anterior. Esse parcela, cruza a linha mediana logo antes 
de deixar a medula. Sendo assim, o controle da motricidade voluntária é cruzado! 
I. Tracto córtico-espinhal anterior ou piramidal direto: Localiza-se no funículo anterior 
da medula. Sua extensão vária do tórax até o sacro, mas geral termina no tórax. 
Resumo de Neuroanatomia 33 
 
Sempre antes de deixar a medula, suas fibras cruzam o plano mediano, tal qual as do 
tracto piramidal cruzado fizeram na decussão das pirâmides. 
II. Tracto córtico-espinhal lateral ou piramidal cruzado: Situa-se no funículo lateral. 
b. Vias Extra-Piramidais 
Conectam-se invariavelmente a neurônios internupciais através dos quais alcançam neurônios 
motores da coluna anterior, exercendo sua função motora. Enquanto o tracto rubro-espinhal 
conecta-se a neurônios mais lateralmente na porção anterior da medula, os demais tractos 
ligam-se medialmente, sendo responsáveis pelo controle da musculatura axial e proximal dos 
membros – em especial o tracto retículo-espinhal. Os tracto vestíbulo-espinhal e o retículo-
espinhal, além disso, são importantes para a manutenção do equilíbrio e da postura básica. O 
tracto tecto-espinhal tem sua função limitada a certos reflexos a partir de estímulos visuais. 
I. Tracto tecto-espinhal: situado medialmente, sua função relaciona-se a movimentos 
reflexos decorrentes de estímulos visuais. 
II. Tracto vestíbulo-espinhal: posicionado na porção medial da medula anterior, envolve-
se na manutenção do equilíbrio e da postura básica. 
III. Tracto rubro-espinhal: assemelha-se ao tracto córtico-espinhal lateral, pois também 
controla o movimento dos músculos da mão e do pé. Com a evolução, ele diminuiu de 
tamanho. Posiciona-se mais lateralmente na porção anterior da medula espinhal. 
IV. Tracto retículo-espinhal: localiza-se na porção medial da medula anterior e é 
responsável pela manutenção do equilíbrio, da postura básica e da movimentação do 
esqueleto axial, assim como da musculatura proximal dos apêndices. 
 
2. Vias Ascendentes 
a. Do Funículo Anterior: 
I. Tracto espino-talâmico anterior: suas fibras cruzam o plano mediano e direcionam-se 
ao tálamo, para onde levam impulsos de pressão e tato leve (protopático). 
b. Do Funículo Posterior: É homogêneo. Nele existem dois fascículos, o grácil (medial) e o 
cuneiforme (lateral), separados pelo septo intermédio posterior. Eles são constituídos por 
fibras do grupo medial da raiz dorsal da medula, prolongamentos de neurônios sensitivos 
situados nos gânglios espinhais. 
Ele é responsável pela condução de impulsos nervosos cuja função relaciona-se com 
propriocepção consciente (permite situar partes do corpo durante a movimentação, sem 
auxílio da visão), tato discriminativo ou epicrítico, sensibilidade vibratória e estereognosia 
(perceber a forma e o tamanho de objetos). 
I. Grácil (medial): suas fibras penetram nas raízes coccígea, sacrais, lombares e 
torácicas baixas, de onde ascendem até o núcleo grácil do bulbo. Dessa forma, pode 
ser identificado no decorrer de toda a medula. 
II. Cuneiforme (lateral): suas fibras penetram as raízes cervicais e torácicas superiores. 
Dessa forma, conduz impulsos originados do membro superior até o tubérculo 
cuneiforme do bulbo. Tendo em vista que invade a medula após o grácil, faz sentido 
que se situe mais lateralmente. 
c. Do Funículo Lateral: 
I. Tracto espino-talâmico lateral: seus axônios cruzam a linha mediana da medula na 
comissura branca. Seu tamanho aumenta à medida que ascende, pela aquisição de 
novas fibras conduzindo impulsos de temperatura e dor aguda e bem localizada na 
superfície corpora. Além dele, o tracto espino-retículo-talâmico associa-se a dor 
crônica e difusa. 
II. Tracto espino-cerebelar posterior: os corpos dos neurônios de projeção situam-se no 
núcleo torácico da coluna posterior. Seus axônios permanecem do mesmo lado e 
penetram o cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior, para onde levam impulsos de 
propriocepção inconsciente. 
III. Tracto espino-cerebelar anterior: os neurônios cordonais de projeção localizam-se na 
coluna posterior e na substância cinzenta intermédia. Seus axônios podem permanecer 
do mesmo lado ou não. Há indícios de que os contra laterais retornam ao estado 
inicial ao entrar no cerebelo, principalmente pelo pedúnculo superior. Eles são 
Resumo de Neuroanatomia 34 
 
responsáveis pela inervação no interior da própria medula! Sendo assim, controlam a 
motricidade somática. 
 
Resumo de Neuroanatomia 35 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 36 
 
Diencéfalo 
 
III Ventrículo 
 
 
 Trata-se de um espaço bastante estreito entre o tálamo. Comunica-se com os ventrículos laterais através dos 
foramens de Monro e com o quarto ventrículo pelo aqueduto de Sylvius. Ele é composto por seis paredes: 
ƒ Paredes laterais: as duas superfícies ovóides do tálamo representam as suas paredes laterais. Nelas há o sulco 
hipotalâmico, que separa o tálamo do hipotálamo. 
ƒ Parede superior ou teto: composto pela membrana ependimária inferior e pelo plexo coróide, que se encaixam 
nas estrias medulares do tálamo. 
ƒ Parede inferior: formado pela substância perfurada anterior, pelos corpos mamilares, pelo infundíbulo e pelo 
túber cinéreo. 
ƒ Parede posterior: constituída pelo corpo da pineal, pelo recesso pineal e pela comissura posterior. 
 
 O diencéfalo envolve o tálamo, o hipotálamo e o epitálamo. 
Resumo de Neuroanatomia 37 
 
 
 
Tálamo 
 
 São duas massas de substância cinzenta de formato 
ovóide. Sobre seu dorso, há uma lâmina de substância branca, o 
extrato zonal do tálamo. A porção lateral do extrato zonal é 
chamada de lâmina medular externa. Entre a lâmina e a cápsula 
interna, situa-seo núcleo reticular. Ao penetrar no tálamo, o 
extrato zonal forma a lâmina medular interna, em forma de Y. 
Na sua superfície anterior encontra-se o tubérculo 
anterior do tálamo, onde se situa o forame interventricular ou de 
Monro. A posterior, por sua vez, apresenta uma grande dilatação, 
chamada de pulvinar, de onde se projetam os corpos geniculados 
lateral e medial. O corpo geniculado medial associa-se com o 
braço do colículo inferior que se conecta ao colículo inferior do tecto do mesencéfalo. Ele faz parte da via auditiva. Já 
o corpo geniculado lateral, une-se ao braço do colículo superior, que se associa ao colículo superior. Essa rota 
relaciona-se com a visão*. 
 A porção superior do tálamo pode ser dividida em uma parte lateral (assoalho dos ventrículos laterais, formada 
por epitélio ependimário) e outra medial (assoalho da fissura transversa do cérebro, ocupada por pia-máter e tela 
coróide, compondo o teto do terceiro ventrículo). 
 A porção lateral do tálamo é separada do telencéfalo pela cápsula interna. 
 A porção inferior do tálamo é separada do hipotálamo pelo sulco hipotalâmico. 
 
*Alguns autores consideram que os corpos geniculados integram o metatálamo. 
 
 Os núcleos do tálamo podem ser agrupados em cinco subdivisões de acordo com as suas posições. 
Resumo de Neuroanatomia 38 
 
 
 
Núcleo Localização Fibras aferentes Fibras eferentes Função 
Anterior Tubérculo anterior, limitado pela lâmina medular interna. 
Fascículo 
mamilo-
talâmico. 
Córtex do giro 
do cíngulo. 
Circuito de Papez, 
parte do sistema 
límbico, 
relacionado ao 
comportamento 
emocional. 
Posterior 
Pulvinar 
Dilatação na 
parcela posterior do 
tálamo. 
Associação têmporo-parietal do 
córtex cerebral. Desconhecida. 
Corpo 
geniculado 
lateral 
 Tracto óptico vindo da retina. 
Tracto genículo-
calcarino para a 
área visual do 
córtex. 
Relação com a 
visão. 
Resumo de Neuroanatomia 39 
 
Corpo 
geniculado 
medial 
Braço do 
colículo inferior 
fibras do 
colículo inferior 
ou do lemnisco 
lateral. 
Área auditiva do 
córtex cerebral. 
Relação com a 
audição. 
Lateral 
Dorsal 
Ventral 
Núcleo ventral 
anterior Globo pálido. 
Áreas motoras 
do córtex. 
Motricidade 
somática. 
Núcleo ventral 
lateral Cerebelo. 
Áreas motoras 
do córtex pela 
via cerebelo-
tálamo-cortical. 
 
Núcleo ventral 
póstero-lateral 
Lemnisco medial 
e espinhal 
(formado pelos 
tractos espino-
talâmicos lateral 
e anterior). 
Área 
somestésica do 
córtex, no giro 
pós-central. 
Tato epicrítico e 
propriocepção 
consciente (medial). 
Temperatura, dor, 
pressão e tato 
protopático 
(espinhal). 
Núcleo ventral 
póstero-medial 
Lemnisco 
trigemial. 
Áreas 
somestésicas e 
gustativas do 
giro pós-central. 
Sensibilidade 
somática geral. 
Medial 
Núcleo centro-
mediano 
Núcleos situados 
dentro da lâmina 
medular interna 
(intralaminares) e 
entre a lâmina e os 
núcleos do grupo 
mediano 
(dorsomedial). 
Formação 
reticular. Ativador do córtex. 
Núcleo 
dorsomedial 
Corpo 
amigdalóide e 
hipotálamo. 
Pré-frontal (são 
recíprocas, 
formando as 
radiações 
talâmicas). 
 
Mediano 
Muito pequeno no 
homem, mas 
desenvolvido em 
vertebrados 
inferior. 
 Visceral. 
 
Hipotálamo 
 
 Compreende os corpos mamilares, o quiasma óptico, o túber cinéreo (a hipófise prende-se nele por meio do 
infundíbulo) e o infundíbulo (permanece preso à cavidade ventricular graças ao recesso do infundíbulo). Ele é 
constituído basicamente por substância cinzenta agrupada em núcleos e algumas fibras, como o fórnix. Esse último 
separa o hipotálamo em uma porção lateral, onde se situa o feixe presencefálico medial (faz conexão com o sistema 
Resumo de Neuroanatomia 40 
 
límbico e a substância reticular do mesencéfalo), e outra medial, que abriga os principais núcleos. Outra divisão 
possível é em três planos frontais: o supra-óptico, o tuberal e o mamilar. 
 
 
 O hipotálamo está conectado a inúmeras estruturas, entre elas: 
1. Sistema límbico 
a. Hipocampo: os núcleos mamilares do hipotálamo 
ligam-se ao hipocampo através do fórnix. A seguir, 
tais feixes seguem em direção ao tálamo pelo 
fascículo mamilo-talâmico, parte Circuito de Papez. 
b. Corpo amigdalóide: através da estria terminal. 
c. Área septal. 
2. Pré-frontal 
Conexão direta ou através do núcleo dorsomedial do 
tálamo. 
3. Vísceras 
a. Aferentes: núcleo do tracto solitário (fibras solitário-
hipotalâmicas). 
b. Eferentes: controla o sistema nervoso autônomo pelas fibras hipotalâmicas-espinhais. 
4. Hipófise 
Possui apenas conexões eferentes. 
a. Tracto hipotálamo-hipofisário 
b. Tracto túbero-infundibular 
5. Neurônios noradrenérgicos e serotominérgicos 
As funções do hipotálamo englobam o controle do sistema nervoso autônomo, da temperatura corporal (centro 
da perda do calor no hipotálamo anterior e centro da conservação do calor no posterior), do comportamento 
emocional, do ritmo circadiano (núcleo supraquiasmático) com a organização do sono e da vigília, da ingestão de água 
(hipotálamo lateral com o centro da sede) e alimentos, do sistema endócrino. Além disso, ele mantém relações com a 
neuro-hipófise, ao produzir ocitocina e ADH, liberando-as por neurossecreção, e com a adeno-hipófise, através do 
tracto túbero-infundibular e do sistema porta hipofisário. 
 
Epitálamo 
 
 Contém elementos endócrinos e não-endócrinos. 
A formação endócrina de maior destaque é a glândula pineal, ou epífise. Ela prende-se a comissura posterior 
(ponto em que o terceiro ventrículo se liga ao aqueduto cerebral, considerado o limite entre o diencéfalo e o 
mesencéfalo) e a comissura das habênulas (inserção da tela coróide do terceiro ventrículo), através de um 
prolongamento da cavidade ventricular chamado de recesso pineal. Ela é envolvida por uma cápsula de tecido 
conjuntivo, originária da pia-máter, que penetra em seu interior, formando septos. Além disso, ela apresenta 
concreções calcárias, as quais aumentam com a idade, e aparecem opacas no raio-x. Como se não bastasse, seus 
capilares são fenestrados, quebrando a barreira hematoencefálica. Suas funções envolvem a secreção de melatonina 
para o controle do ciclo circadiano, graças à noradrenalina liberada por fibras simpáticas; e a ação antigonadotrópica. 
Entre os não-endócrinos, destacam-se as estrias medulares, que formam a comissura das habênulas. Os 
núcleos das habênulas conectam-se ao núcleo interpenducular do mesencéfalo pelo fascículo retroflexo. 
 
Resumo de Neuroanatomia 41 
 
Subtálamo 
 
 Zona de transição entre o diencéfalo e o mesencéfalo, limitado lateralmente pela cápsula interna e 
medialmente pelo hipotálamo. Divide uma zona incerta com o mesencéfalo, na qual se localiza o núcleo rubro, a 
substância cinzenta e a formação reticular. 
Seu elemento mais evidente é o núcleo subtalâmico, que faz conexões pelo circuito pálido-subtálamo-palidal, 
envolvido na motricidade somática. 
 
Resumo de Neuroanatomia 42 
 
Tronco Encefálico 
 
(Vista anterior) 
Bulbo ou Medula Oblonga 
 Apresenta-se como uma continuação da medula, sendo divido por um plano horizontal que passa acima do 
filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical, aproximadamente na altura do forame magno. Seu limite 
superior é o sulco bulbo-pontino. 
 
(Vista posterior) 
Resumo de Neuroanatomia 43 
 
 
 
 Apresenta substância cinzenta homóloga à da medula; há, porém, uma parcela de núcleos que são exclusivos 
do tronco encefálico, chamados de substância cinzenta própria do tronco encefálico, principalmente devido ao 
aparecimento de fibras transversais e da formação reticular, cuja estrutura é intermediária entre a substância cinzentae 
a branca. 
 Até o nível da oliva, sua estrutura interna é bastante semelhante à da medula. Nela surge os núcleos do grácil, 
do cuneiforme e o olivar inferior. Além deles, aparece a decussação das pirâmides ou motora (com as fibras do trato 
córtico-espinhal), a decussação dos lemniscos ou sensitiva (com as fibras dos fascículos grácil e cuneiforme que fazem 
sinapse com os neurônios do funículo posterior em seus respectivos núcleos do bulbo, deles originam-se as fibras 
arqueadas internas que cruzam o plano mediano e formam o lemnisco medial) e a abertura do quarto ventrículo. 
1. Substância cinzenta do bulbo 
a. Homóloga à medula 
I. Núcleo ambíguo: dele saem as fibras eferentes viscerais especiais do IX, X e XI pares 
cranianos destinadas à musculatura da faringe e da laringe. 
II. Núcleo do hipoglosso: núcleo motor de onde se originam as fibras eferentes somáticas para a 
inervação da musculatura da língua. 
III. Núcleo dorsal do vago: núcleo motor pertencente ao parassimpático. 
IV. Núcleos vestibulares: núcleos sensitivos do oitavo par craniano. 
V. Núcleo do trato solitário: associado à gustação, recebe fibras aferentes viscerais gerais e 
especiais do VII, IX e X pares cranianos. 
VI. Núcleo do trato espinhal do nervo trigêmeo: fibras aferentes somáticas gerais trazendo a 
sensibilidade de quase toda a cabeça, pelos pares V, VII, IX e X. 
VII. Núcleo salivatório inferior: fibras pré-ganglionares que através do glossofaríngeo inervam a 
parótida. 
b. Própria do bulbo 
I. Núcleos grácil e cuneiforme 
II. Núcleo olivar inferior 
III. Núcleo olivar acessório medial e dorsal 
2. Substância branca do bulbo 
a. Fibras transversais 
I. Fibras arqueadas internas 
II. Fibras arqueadas externas: penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior. 
b. Fibras longitudinais 
I. Vias ascendentes 
1. Fascículo grácil e cuneiforme 
2. Lemnisco medial 
3. Trato espino-talâmico anterior e lateral 
4. Trato espino-cerebelar anterior e posterior 
5. Pedúnculo cerebelar inferior ou corpo restiforme 
II. Vias descendentes 
1. Trato córtico-espinhal ou piramidal 
2. Trato córtico-nuclear: no caso do bulbo, essas fibras terminam no núcleo ambíguo e 
do hipoglosso. 
3. Tratos extrapiramidais: tecto-espinhal, rubro-espinhal, vestíbulo-espinhal e retículo-
espinhal. 
4. Trato espinhal do trigêmeo 
5. Trato solitário 
III. Vias de associação 
1. Fascículo longitudinal medial: corresponde ao fascículo próprio da medula. Ele 
conecta todos os núcleos motores dos nervos cranianos. 
3. Formação reticular do bulbo: nela situa-se o centro respiratório, vasomotor e o do vômito. 
 
Resumo de Neuroanatomia 44 
 
 
 
Ponte 
 Situa-se ventralmente ao cerebelo, repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do 
esfenóide. 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 45 
 
1. Parte ventral ou base da ponte: não apresenta correspondentes em outros níveis do tronco encefálico. 
a. Fibras longitudinais 
I. Trato córtico-espinhal 
II. Trato córtico-nuclear 
III. Trato córtico-pontino: fibras originárias de diversas áreas cerebrais que terminam fazendo 
conexões com os núcleos pontivos. 
b. Fibras transversais: cruzam o plano mediano e penetram no pedúnculo cerebelar médio. Fazem parte 
da via córtico-ponto-cerebelar. 
2. Parte dorsal ou tegmento da ponte: assemelha-se estruturalmente ao bulbo e ao tegmento do mesencéfalo. 
a. Núcleo do nervo vestíbulo-coclear 
b. Núcleos cocleares, corpo trapezóide e lemnisco lateral: via da audição! 
c. Núcleos vestibulares ocupam a área vestibular do quarto ventrículo e fazem conexões com o 
arquicerebelo através do fascículo-vestíbulo-cerebelar, longitudinal medial (reflexos), vestíbulo-
espinhal (manutenção do equilíbrio) e vestíbulo-talâmico. 
d. Núcleo do abducente e do facial: o sexto e o sétimo nervos mantem relações muito íntimas, sendo em 
geral afetados juntos por lesões. 
e. Núcleo salivatório superior e núcleo lacrimal: fazem parte do sistema nervoso parassimpático e 
originam as fibras do nervo intermédio que inervam as glândulas submandibular, sublingual e 
lacrimal. 
f. Núcleo do trigêmeo 
 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 46 
 
Quarto Ventrículo 
 
 
Mesencéfalo 
 Separa-se do cérebro por um plano que conecta os corpos mamilares à comissura posterior. 
1. Tecto do mesencéfalo 
a. Colículo superior: constituído alternadamente por camadas de substância branca e cinzenta. 
b. Colículo inferior: núcleo de substância cinzenta que recebe fibras do lemnisco lateral e lhes 
encaminha ao corpo geniculado medial. 
c. Área pré-tectal: na extremidade rostral dos colículos superiores, entre o mesencéfalo e o diencéfalo, 
controla os reflexos pupilares. 
2. Base do pedúnculo cerebral: formada por fibras descendentes dos tratos córtico-espinhal, córtico-nuclear e 
córtico-pontino. 
3. Tegmento do mesencéfalo: tal qual o da ponte, apresenta formação reticular, substância cinzenta e branca. 
a. Substância cinzenta 
I. Homóloga 
i. Núcleo do nervo troclear: suas fibras são as únicas que saem da face dorsal do 
encéfalo e decussam antes de emergirem do sistema nervoso central. Inervam o 
músculo oblíquo superior. 
ii. Núcleo do nervo oculomotor: está intimamente relacionado ao fascículo longitudinal 
medial, inerva os músculos reto superior, reto inferior, reto medial e levantador da 
pálpebra em sua parte somática. Já sua parcela visceral (núcleo de Edinger-Westphal) 
inerva o músculo ciliar e o esfíncter da pupila. 
II. Própria do mesencéfalo 
i. Núcleo rubro: controle da motricidade somática, em especial da musculatura distal 
dos membros. 
ii. Substância negra: neurônios dopaminérgicos com inclusões de melanina associados a 
Síndrome de Parkinson. 
 
Resumo de Neuroanatomia 47 
 
 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 48 
 
Cerebelo 
 
 Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior, à ponte e ao 
mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior. Em seu interior há um 
centro de substância branca, o corpo medular, revestida e preenchida por substância 
cinzenta, o córtex cerebelar e os núcleos centrais do cerebelo – denteado, 
emboliforme, globoso e fastigial. 
 Ele é dividido de acordo com a sua formação evolutiva e suas funções. A 
primeira fissura a surgir foi a póstero-lateral, que separa o lobo flóculo-nodular do 
corpo do cerebelo. A seguir, originou-se a fissura prima que divide o lobo anterior 
do posterior. 
 Nos vertebrados mais primitivos, como as lampreias, o cerebelo servia 
exclusivamente para preservar seu equilíbrio em meio aquático. Ele é chamado de arquicerebelo ou cerebelo 
vestibular e corresponde ao lobo flóculo-nodular. Nos peixes, o cerebelo passou a servir também para o controle da 
musculatura associada aos movimentos das nadadeiras. Ele é denominado paleocerebelo ou cerebelo espinhal e 
equivale ao lobo anterior mais a pirâmide e a úvula. Os mamíferos desenvolveram a capacidade de utilizar os 
membros em movimentos delicados através do neocerebelo que, em humanos, é o resto do lobo posterior. 
 
 
 O córtex do cerebelo é composto por quatro camadas: 
 
ƒ Molecular 
ƒ de células de Purkinje: única camada efetora do córtex cerebelar! 
ƒ Granular: são as únicas células excitadoras do córtex cerebelar – sinapses glutamatérgicas. 
ƒ de células inibidoras – sinapses gabaérgicas. 
 
Resumo de Neuroanatomia 49 
 
 
 
 
 
1. Conexões extrínsecas (diferentemente do cérebro, suas conexões se não são homolaterais, sofrem duplo 
cruzamento). 
a. Aferentes (fibras trepadeiras ou musgosas): 
I. Fibras aferentes de origem vestibular: para o arquicerebelo e zona medial garantindo a 
manutenção do equilíbrio e da postura básica. 
II. Fibras aferentes de origem medular: através do trato espino-cerebelar anterior e posterior, que 
trazeminformações proprioceptivas e acerca do grau de atividade das fibras vindas do trato 
córtico-espinhal. 
III. Fibras aferentes de origem pontina: trazem ao neocerebelo informações de quase todos os 
lobos cerebrais. 
b. Eferentes (as células de Purkinje enviam seus axônios em direção dos três núcleos centrais, de onde 
partem as informações eferentes). 
I. Zonal medial ou vérmis: os axônios das células de Purkinje dessa região se associam com o 
núcleo fastigial, cujas conexões são realizadas com os núcleos vestibulares e a substância 
reticular. Mantém o equilíbrio e a postura. 
II. Zona intermédia: do núcleo interpósio ao núcleo rubro e tálamo, das quais partes o trato 
rubro-espinhal e o córtico-espinhal. Ajudam no controle do tônus muscular. 
III. Zona lateral: do núcleo denteado ao tálamo através do trato córtico-espinhal. Auxilia na 
manutenção dos movimentos voluntários e do tônus muscular. 
Lesões no neocerebelo causam dismetria (teste com a ponta do dedo indicador na ponta do nariz), 
decomposição, disdiadococinesia (tocar rápido a ponta do polegar com os dedos indicador e médio alternadamente), 
rechaço (segurar o braço que está caindo), tremor e nistagmo (movimento oscilatório rítmico dos bulbos oculares). 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 50 
 
Vias Aferentes 
 Todas têm em comum a presença de um receptor, que é uma terminação nervosa; um trajeto periférico, que 
compreende um nervo espinhal ou craniano e um gânglio sensitivo anexo a ele; um trajeto central, com vias aferentes 
que se agrupam em fascículos, lemniscos ou tratos; e áreas de projeção cortical. Em geral, apresentam um primeiro 
neurônio localizado no gânglio sensitivo e prolongando-se pela raiz dorsal dos nervos espinhais ou por um nervo 
craniano. O corpo celular do segundo neurônio localiza-se na coluna posterior da medula ou em núcleos dos nervos 
cranianos do tronco encefálico. O terceiro neurônio situa-se no tálamo e seu axônio compõe as irradiações talâmicas 
em direção ao córtex. As vias da audição e da visão são exceções. 
Penetram no SNC por Nervos Espinhais 
1. Dor e temperatura 
Os receptores são terminações nervosas livres. 
a. Via neoespino-talâmica 
Trata-se  da  via  “clássica”  da  dor  e  temperatura.  Engloba  basicamente  o  trato  espino-talâmico lateral. 
 
b. Via paleoespino-talâmica 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 51 
 
2. Pressão e tato protopático 
 
3. Propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória 
 
 
 
4. Propriocepção inconsciente 
 
Resumo de Neuroanatomia 52 
 
5. Sensibilidade visceral 
 
Ver sistema nervoso autônomo. 
 Há outra forma de organizar tais informações, muito provavelmente mais didática. 
 
1. Sistema da coluna dorsal 
Conduz sensibilidade associada a propriocepção consciente, ao tato epicrítico, a sensibilidade vibratória e a 
estereognosia. 
 
Neurônio Localização 
I Gânglio espinhal, com prolongamento pelo funículo posterior da medula. 
II 
Núcleo do grácil e do cuneiforme no bulbo. Seus axônios formam as fibras arqueadas, que 
cruzam a linha medial (decussação sensitiva) e, a seguir, se unem formando o lemnisco 
medial. 
III Núcleo ventral póstero-lateral do tálamo, cujas irradiações alcançam o giro pós-central no lobo parietal. 
 
2. Sistema espinocerebelar 
Engloba o trato espinocerebelar ventral ou cruzado e o dorsal ou direto. Eles transmitem informações acerca 
da propriocepção inconsciente. 
 
Neurônio Localização 
I Gânglio espinhal, com prolongamento pelo funículo lateral da medula. 
II 
Colo posterior da coluna. O feixe dorsal ou direto penetra no cerebelo pelo pedúnculo 
cerebelar inferior homolateral, enquanto que o ventral ou cruzado adentra pelo superior 
contralateral, mas descruza no mesencéfalo. De forma que lesões no cerebelo tem 
manifestações motoras homolaterais! 
 
3. Sistema espinotalâmico ântero-lateral 
Suas funções englobam a sensibilidade termo-algésica, transmitida pelo trato espinotalâmico lateral; e o tato 
protopático, conduzido pelo trato espinotalâmico anterior. 
 
Neurônio Localização 
I Gânglio espinhal, com prolongamentos pelo funículo lateral e anterior da medula. 
II 
Cabeça da coluna posterior da medula contralateral. Percorrem o tronco encefálico 
juntamente com as fibras do sistema da coluna dorsal. Na ponte, o trato lateral e o anterior 
se unem formando o lemnisco espinhal. 
III Núcleo ventral póstero-lateral do tálamo, cujas irradiações alcançam o giro pós-central no lobo parietal. 
 
4. Trato espino-reticular 
Transmite informações acerca de dor e temperatura. 
 
Neurônio Localização 
I Gânglio espinhal, com prolongamentos pelo funículo posterior da medula. 
II Coluna posterior, seu axônio continua pelo funículo lateral, subindo juntamente com o trato espino-talâmico lateral. 
III Formação reticular. 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 53 
 
Penetram no SNC por Nervos Cranianos 
1. Trigeminais 
A sensiblidade somática geral da cabeça é dada pelos nervos V, VII, 
IX, X e os espinhais. 
 
a. Exteroceptiva 
Neurônio Localização 
I 
Gânglios sensitivos anexos aos nervos V, VIII, IX e X. 
Os receptores são similares aos das vias medulares de 
temperatura, dor, pressão e tato. 
II 
Núcleo do trato espinhal ou núcleo sensitivo principal 
do trigêmeo. Em sua maioria, os axônios cruzam ao 
lado oposto e formam o lemnisco trigeminal. 
III 
Núcleo ventral póstero-medial do tálamo. Suas 
irradiações alcançam a cápsula interna e a coroa 
radiada. 
 
b. Proprioceptiva 
Neurônio Localização 
I 
Núcleo do trato mesencefálico, que age de forma similar a um gânglio. Seus receptores 
situam-se nos fusos neuromusculares da musculatura mastigadora, mímica e da língua. 
Além das articulações temporo-mandibulares e dos dentes. 
II Núcleo sensitivo principal do trigêmeo. Em sua maioria, os axônios cruzam ao lado oposto e formam o lemnisco trigeminal. 
III Núcleo ventral póstero-medial do tálamo. Suas irradiações alcançam a cápsula interna e a coroa radiada. 
 
2. Gustativa 
 
 
Neurônio Localização 
I 
Seus receptores são corpúsculos gustativos da língua e da epiglote. Dos 2/3 anteriores da 
língua o impulso segue pelo nervo lingual e corda do tímpano em direção ao intermédio 
(ramo do sétimo par craniano) em direção ao SNC. Do terço posterior da língua e da 
epiglote o impulso é transmitido pelo glossofaríngeo e pelo vago ao SNC. O corpo celular 
do primeiro neurônio situa-se nos gânglios geniculado (VII), inferior do IX e inferior do 
X. Após um trajeto no trato solitário, fazem sinapse com o segundo neurônio. 
II Trato solitário. 
III Núcleo ventral póstero-medial do tálamo, de onde partem irradiações em direção à parte inferior do giro pós-central, na porção adjacente à área somestésica da língua. 
 
Resumo de Neuroanatomia 54 
 
3. Olfatória 
 
 
Neurônio Localização 
I 
Cílios olfatórios das vesículas olfatórias formam os receptores, que são pequenas 
dilatações das células olfatórias, seus prolongamentos periféricos. Seus prolongamentos 
centrais, por outro lado, agrupam-se no nervo olfatório, amielínico, que atravessa a lâmina 
crivosa e alcança o bulbo olfatório. 
II 
No bulbo, a sinapse entre as células mitrais e as olfatórias é chamada de glomérulos 
olfatórios. Seus axônios mielinizados seguem pelo trato olfatório, estrias olfatórias lateral 
e medial para a parte anterior do úncus e do giro para-hipocampal. 
 
 A via olfatória difere das anteriores por apresentar apenas dois neurônios, o primeiro localizar-se fora de um 
gânglio, não haver contato com o tálamo, ser homolateral e, por fim, fazer parte de uma área cortical alocórtex. 
 
4. Auditiva 
 
 
 
 
 
Resumo de Neuroanatomia 55 
 
Neurônio Localização 
I 
Os receptores situam-se no órgão espiral ou de Corti na cóclea do ouvido interno.

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