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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL CAMPUS ARAPIRACA – UNIDADE DE ENSINO PENEDO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DIMENSÕES INTEIRAS E FRACIONÁRIAS Aluno(s): Alex Andrade Freitas Bruno Santana dos Santos Bruno Vieira Silva Santos Jaime Soares dos Santos Professor: Dr. José Pereira Neto Leão PENEDO 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL CAMPUS ARAPIRACA – UNIDADE DE ENSINO PENEDO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DIMENSÕES INTEIRAS E FRACIONÁRIAS Relatório do experimento acima citado realizado em sala, sob orientação do Professor Neto Leão, como requisito para avaliação da disciplina Laboratório de Física I. PENEDO 2017 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 4 2. OBJETIVOS ................................................................................................. 5 3. MATERIAIS ................................................................................................. 5 4. PROCEDIMENTOS UTILIZADOS ............................................................... 5 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................. 6 5.1. Questões Respondidas ............................................................................ 9 6. CONCLUSÃO ............................................................................................ 10 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 11 8. ANEXO ..................................................................................................... 12 1. INTRODUÇÃO TEÓRICA Diante da necessidade de calcular em experimento a circunferência de esferas de papel com superfícies irregulares e tamanhos diferenciados, tomamos como base à área da geometria. Segundo (Miranda et al., 2008, p. 2034-1). Essa área da geometria que estuda as formas elementares designadas, pirâmides, círculos, quadrados, etc, onde a superfície dessas formas já é sabida, dá-se o nome de Geometria Euclidiana. Entretanto, há figuras geométricas que são imprecisas e desconformes, onde não é possível a denominação das unidades de área, comprimento e volume pela forma padrão da matemática, devido a forma fracionária de sua dimensão, ou seja, a geometria Euclidiana, em situações particulares apresenta-se inadequada, para a determinação de dimensões, situação está onde objetos só podem ser mensurados em espaços de dimensões fractais, daí aplica-se a geometria Fractal. Ao aprofundarmos a nossa pesquisa, constatamos que segundo (Carvalho, 2005, p. 15 – 16). Diferentemente das figuras euclidianas, as figuras fractais contêm em sua estrutura, desconformidades. Os fractais incorporam tais desconformidades, ao invés de aperfeiçoá-las. Indo um pouco mais além, descobrimos que sua utilização é tão importante que, (Miranda et al, 2008, p. 2034-1) citou o seguinte: Bernoit Mandelbrot, o ciador da Geometria Fractal, fez uso do termo fractal do ano de 1975 para descrever a geometria que procurava demonstrar as reais formas da natureza. Essa área da geometria tornou capaz a definição de medidas de objetos como as nuvens, alvéolos pulmonares, galhos de árvores, flocos de neve, entre outros. Para CARVALHO (2005. p. 18), várias foram as maneiras de definir um fractal, um fractal é uma forma geométrica obtida por meio de um procedimento iterado, onde uma fração coincide com toda à forma e pode ter medidas não inteira. Já (Miranda et al, 2008, p. 2034-2) definiu que uma forma de encontrar as medidas de objetos fractais, é dada pela equação abaixo: D = KM1/d [1] Em que, D é o diâmetro do objeto de estudo, K é uma constante, M é a massa desse objeto e d é a dimensionalidade do espaço no qual o objeto está inserido. Ao obter a medida de um objeto fractal, a qual não será um número inteiro, consegue- se designar a superfície de irregularidade do mesmo. Por fim, a dimensão de um fractal, de forma oposta ao que ocorre na Geometria Euclidiana, não é precisamente um valor inteiro. Nela, um ponto possui dimensão zero, uma linha possui dimensão um, uma superfície possuí dimensão dois e um volume possui dimensão três. No caso da dimensão fractal, ela é uma quantidade fracionária, representando o grau de ocupação da estrutura no espaço que a contém. 2. OBJETIVOS Verificar a dimensão dos corpos que apresentam irregularidades em sua forma geométrica. 3. MATERIAIS Para realização deste experimento foram utilizados os seguintes materiais: Régua Milimetrada de 30cm; Paquímetro; Duas Folhas de Papel (A4). Calculadora científica 4. PROCEDIMENTOS UTILIZADOS Com a utilização de duas folhas foram feitas marcações de tamanhos diferentes como mostra a figura 1, onde foram construídas 7 bolas de papel amassado, a primeira folha foi amassada completamente formando uma bola de massa igual a 64 e com a outra folha foram feitas 6 bolas dividindo a folha em sete espaços com massas igual a 1,2,4,8,16 e 32 como mostra a figura 2. Com isso foi atribuído a menor fração da folha massa 1 e as seguintes massas na sequência 2, 4,8,16,32 e 64. Onde a enésima fração, em ordem crescente de tamanho, terá massa relativa 2n. Cada bola foi medida sete vezes em pontos diferentes com o auxílio do paquímetro. Em seguida foi anotado na tabela 1 e posteriormente calculado o diâmetro médio de cada uma das bolas. Depois calculou-se a incerteza estimada ΔD associada ao tamanho de cada bola e adicionou-se a tabela 1. Com a utilização da tabela 1 foi construído um gráfico log-log do diâmetro versus massa (M). Figura 1 – diagrama de divisão das folhas para os procedimentos de fractais 64 32 16 8 4 2 1 Figura 2 – Folha 2 32 16 8 4 2 1 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Finalizados os procedimentos, todas as medidas encontradas nos diferentes pontos das bolinhas de papel foram anotadas na Tabela 1. Assim, encontrámos o diâmetro (D) de cada bola de papel. Para encontrámos o diâmetro médio (<D>) de cada bolinha, utilizamos: < 𝐷 > = 𝐷1+𝐷2+𝐷3+𝐷4+𝐷5+𝐷6+𝐷7 7 A incerteza estimada (∆D) de cada bolinha, foram calculadas usando a formula abaixo: ∆D= (|𝐷1− <𝐷>|)+(|𝐷2− <𝐷>|)+(|𝐷3− <𝐷>|)+(|𝐷4− <𝐷>|)+(|𝐷5− <𝐷>|)+(|𝐷6− <𝐷>|)+(|𝐷7− <𝐷>|) 7 Tabela 1 – Dados referente a medição dos diâmetros das sete bolinhas de papel com paquímetro M D 1 2 4 8 16 32 64 D1 0,62 1,01 1,55 1,68 2,05 2,52 3,31 D2 0,76 1,00 1,18 1,27 1,91 1,91 3,05 D3 0,71 1,04 1,57 1,39 2,25 2,39 3,50 D4 0,61 1,01 1,19 1,48 2,04 2,29 2,99 D5 0,72 0,99 1,45 1,23 2,02 2,17 3,29 D6 0,60 1,07 1,24 1,28 1,90 2,01 2,82 D7 0,66 1,04 1,36 1,64 2,20 2,88 3,29 ‹D› 0,67 1,02 1,33 1,42 2,05 2,31 3,18 ∆D 0,06 0,02 0,14 0,15 0,10 0,2 0,23 Após os cálculos para encontramos o diâmetro médio (<D>) e a incerteza estimada (∆D), construímos com os dados presentes na Tabela 1 o gráfico log-log (Anexado ao relatório) com o diâmetro da bola de papel em função de sua massa. Multiplicamos os valores do diâmetro por 10 para melhorar a representação gráfica no papel log-log. Para encontramos o diâmetro de uma esfera aço maciça cujaa densidade é uniforme foi utilizamos a seguinte expressão: D = KM1/d [1] Em que D é diâmetro, K é uma constante, M a é massa da bolinha de papel e d é a dimensão do objeto. Utilizamos as propriedades de logaritmo. Assim aplicamos logaritmo em ambos os lados da equação. Y = ax + b [2] Rescrevemos a equação [1] na forma acima e aplicamos a propriedade de logaritmo: LogD = LogK + ( 1 𝑑 )LogM Assim, Y= LogD b = LogK x = LogM a = 1 𝑑 Após realizarmos as substituições, encontramos que o coeficiente angular é igual à 1 𝑑 . Dessa forma, foi possível encontrar a dimensão do objeto utilizado a equação [3]. Repetimos os cálculos por três vezes, usamos massas diferentes e os respectivos diâmetros. Em seguida calculamos a média das dimensões encontradas. Como mostra abaixo: 1 𝑑 = ∆𝑦 ∆𝑥 [3] Assim, d1 = 𝑙𝑜𝑔𝑀7−𝐿𝑜𝑔𝑀1 log 𝐷7−log 𝐷1 log 64−log 1 log 31,8−log 6,7 1,81 1,50−0,83 1,81 0,67 2,70 d2 = 𝑙𝑜𝑔𝑀6−𝐿𝑜𝑔𝑀1 log 𝐷6−log 𝐷1 log 32−log 1 log 23,1−log 6,7 1,50 1,36−0,83 1,5 0,53 2,83 d3 = 𝑙𝑜𝑔𝑀5−𝐿𝑜𝑔𝑀1 log 𝐷5−log 𝐷1 log 16−log 1 log 20,5−log 6,7 1,2 1,31−0,83 1,2 0,48 2,5 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑎 = 𝑑1+𝑑2+𝑑3 3 2,7+2,83+2,5 3 2,68 Erro Absoluto ∆𝑥𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = |𝑥𝑙𝑖𝑑𝑜 − 𝑥𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎| Erro relativo = ∆𝑥𝑎𝑏𝑠𝑢𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑥𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 0,02/2,68 0,00746 0,15/2,68 0,05597 0,18/2,68 0,06714 Erro relativo = 0,07 Com isso chegamos ao resultado da dimensão do objeto, que é de 2,68. Encontramos o erro relativo de ± 0,07. Sendo assim, d = 2,68 ± 0,07. Os valores de K foram obtidos utilizando a equação [1]. Reescrevemos a equação [1] da forma abaixo: 𝑘 = 𝐷 √𝑀 𝑑 Assim, 1 K = 0,67 2 K = 0,78 4 K = 0,79 8 K = 0,65 16 K = 0,72 32 K = 0,63 64 K = 0,67 Após o experimento observamos que a dimensão da bolinha de papel não resultou em um valor inteiro. Esse resultado já era esperado, visto que a dimensão original do papel utilizado foi dois nessa situação a dimensão das bolinhas de papel devem ser maiores que dois. A dimensão da bolinha de papel ficou entre 2 e 3, esse fato já erra esperado pois, a dimensão três é de uma esfera perfeita, e no nosso caso as bolinhas de papel apresentam várias deformações. Após essas etapas, no relatório foram propostas algumas questões, que estão respondidas no item abaixo. 5.1. Questões Respondidas a) O grupo esperaria um valor para a esfera tridimensional 3, para uma esfera bidimensional 2, e para um objeto unidimensional 1. b) 1- versão tridimensional da equação da Esfera - 𝑘 = ( 6 𝜋𝜌 ) 1 𝑑 - ρ = é a densidade volumétrica de massa. 2-Para Esfera bidimensional - 𝑘 = ( 6 𝜋𝜎 ) 1 𝑑 - 𝜎 = massa/área 3-Já na forma unidimensional temos- 𝑘 = ( 6 𝜋𝜆 ) 1 𝑑-, λ = massa/comprimento c) Após encontramos os valores de d e ∆d, foi possível definir que objetos de dimensão definidas previamente possuem equações fáceis pois fazem parte da geometria euclidiana, já os objetos que são de formas irregulares como a bola de papel feita no experimento, apresentam um erro, esse erro é menor para as bolinhas menores, ou seja, quanto menor o objeto há uma diminuição do erro. Ao amassar as bolas de papel observamos que formaram objetos não regulares, e que partiram da dimensão d = 2, para a dimensão três, então encontramos um valor fracionário devido a irregularidade na forma na bola de papel. O valor encontrado ficou entre 2 e 3, isso já erra esperado pela deformação das bolinhas. Com o valor encontrado para d podemos definir que a bola de papel amassada é um fractal. 6. CONCLUSÃO Conclui-se que os experimentos realizados e os resultados obtidos no procedimento comprovaram a eficácia dos modelos matemáticos e ainda demonstram a validade dos mesmos na explicação de diversos fenômenos, não os restringindo apenas a matemática em si, mas com a geometria fractal, por exemplo, é possível quantificar as medidas de uma nuvem, ou até mesmo dos relâmpagos no espaço tridimensional. Mesmo utilizando um paquímetro, que é um instrumento de alta precisão, é impossível, neste experimento encontrar a medida inteira para a bola de papel, devido a mesma não ser uma esfera perfeita e ser um objeto de superfície irregular. No procedimento de aplicar a geometria fractal para medir bolas de papel chegamos a conclusão que um objeto que simula uma esfera, mas com irregularidades não terá exatamente dimensão 3 nem mesmo 2, que a dimensão do papel, devido ao objeto sofrer modificações em sua estrutura original após ter sido amassado, logo o mesmo terá dimensão entre os valores 2 e 3, confirmando a existência dos fractais. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, Hamilton Cunha de. Geometria Fractal: perspectivas e possibilidades para o ensino de Matemática. Dissertação de Mestrado em Educação em Ciências e Matemática; Universidade Federal do Pará, Núcleo pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico - NPADC, 2005, 108f. MIRANDA, José Garcia Vivas; ASSIS, Thiago Albuquerque de; MOTA, Fernando de Brito; ANDRADE, Roberto Fernandes Silva; CASTILHO, Caio Mario Castro de. Geometria Fractal: propriedades e características de fractais ideais. Revista Brasileira de Ensino de Física, V.30, n.2, 2304,2008. 8. ANEXO Figura 3 - Gráfico do diâmetro em função da massa
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