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UNIVERSIDADE ANHANGUERRA-UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
CURSO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Tutor à distância: Raquel A. S. Raysaro
DESAFIO PROFISSIONAL
AS DIFICULDADES DA IMPLANTAÇÃO DA LEI N°10.639 Na ESCOLA
CASSILÂNDIA\MS
2017
UNIVERSIDADE ANHANGUERRA-UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
PEDAGOGIA 7ª SÉRIE
Tutor à distância: Raquel A. S. Raysaro
 
DESAFIO PROFISSIONAL
AS DIFICULDADES DA IMPLANTAÇÃO DA LEI N°10.639 Na ESCOLA
Desafio Profissional apresentado como requisito parcial para obtenção de notas das disciplinas: Educação e Diversidade, Estrutura e Organização da Educação Brasileira, Desenvolvimento Pessoal e Profissional, Leitura e Produção de Texto e Tecnologias Aplicadas a Educação, curso de Pedagogia, modalidade online da Universidade Anhanguera-Uniderp.
CASSILÂDIA\MS
2017
Sumário
31 - INTRODUÇÃO	�
62- REFLEXÃO E DESCRIÇÃO SOBRE OS DESAFIOS ENFRENTADOS NA ATUALIDADE REFERENTES À DIVERSIDADE ÉTNICA-RACIAL	�
103- PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA A SITUAÇÃO DESCRITA NO ITEM ANTERIOR.	�
124 – CONCLUSÃO	�
135 – REFERÊNCIAS	�
14ANEXO I	�
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1 - INTRODUÇÃO 
Discutir a identidade enfatizando o papel da escola na construção do aluno negro é extremamente salutar, haja vista que, é justamente nos processos de socialização que o individuo se forma num ser social, pertencente a um meio, ou grupo específico na sociedade. No entanto, na escola se manifestam diversas relações que de certa forma poderão trazer prejuízos na construção de uma personalidade social na qual as individualidades voltadas para a afirmação étnica poderão ser negadas. Mas como?
Quando se fala de educação, não se pode deixar de lado sua realidade histórica e sócio-econômica, pois está conseqüentemente marcado por sua diversidade cultural e social. A população negra representa 46% do povo brasileiro, podendo-se afirmar que o Brasil é um país tipicamente afro-descendente, porém, apesar desta constatação, ainda é evidente e presente o preconceito contra a raça. Essa aversão leva os indivíduos e grupos sociais a alimentar opiniões negativas a respeito de outro, com base em informações incorretas, incompletas ou por idéias preconcebidas, sendo, portanto, a forma mais comum e frequente de expressão de racismo. Em 2003, foi sancionada a Lei nº 10.639, que reitera a LDB e torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira na educação básica. 
Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira devem ser ministrados no âmbito de todo o currículo escolar e, principalmente, nas áreas de Educação Artística, Literatura e História Brasileira (MEC, 2011).
 Essa medida é regulamentada pelo Parecer CNE/CP n.º 3, de 10 de março de 2004(MEC, 2011), que estabelece as diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e traz orientações de como a lei deve ser conduzida. Ela também faz parte do rol de ações afirmativas propostas pelo Governo Federal, como signatário de compromissos internacionais no combate ao racismo, e atende a uma demanda gerada pelo desconhecimento quase total, por parte de grande parcela dos brasileiros, das questões relativas às sociedades africanas e, mais especificamente, sobre as marcantes influências do povo africano na formação da sociedade brasileira.
Infelizmente, muitas escolas reproduzem a discriminação racial e muitos professores não apresentam propostas pedagógicas para se contrapor a essas situações.
A linguagem é uma das manifestações mais próprias de uma cultura. Longe de ser apenas um veículo de comunicação objetiva, ela dá testemunho das experiências acumuladas por um povo, de sua memória coletiva, seus valores. A linguagem não é só denotação, é também conotação. Nos meandros das palavras, das formas usuais de expressão, até mesmo nas figuras de linguagem, freqüentemente alojam-se, insidiosos, o preconceito e a atitude discriminatória. Há palavras que fazem sofrer, porque se transformaram em códigos do ódio e da intolerância. A atenção a esse tipo de problema é necessariamente parte do programa de educação de qualquer povo que tenha, para si próprio, um projeto de justiça e de desenvolvimento social.
Então podemos nos perguntar, em que medida a escola pode contribuir para superar essa face vergonhosa da nossa história?
1) Primeiramente precisamos mudar o pensamento hegemônico de que vivemos numa sociedade de direitos e não de deveres. Os professores precisam ser parte da mudança que querem ver no mundo e para isso precisam compreender que há uma clara violação de direitos, principalmente da população negra.
2) A escola deve promover não só saberes, mas práticas educativas que promovam respeito à diversidade.
3) Inclusão no seu currículo de temáticas que discutam a diversidade sociocultural (gênero, raça, etnia, religião, orientação sexual, idosos, pessoas com deficiência) com vistas a desnaturalizar relações e desigualdade.
4) Valorizar as diversas manifestações culturais.
5) Privilegiar o exercício do diálogo como forma de resolver pequenos conflitos.
6) A tarefa de educar para/em DH impõe à escola processos de qualificação de seu corpo docente.
7) O educador precisa ser um agente promotor e disseminador da cultura de direitos humanos.
8) A escola pode propor e sistematizar situações-problemas que envolvam atividades coletivas nas quais os alunos possam discutir, avaliar e se posicionar.
9) Uma educação em DH não está em voltar-se aos valores tradicionais, mas em buscar um referencial atual, comum, reconhecidamente aprovado pelas diversas culturas.
10) E, por fim, é importante a escola compreender que a ética não dever ser uma disciplina a ser dada por um professor específico (os PCNs já apontam isso). Piaget já alertou para a necessidade de uma educação moral por meio da construção de valores através das interações sociais.
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2- REFLEXÃO E DESCRIÇÃO SOBRE OS DESAFIOS ENFRENTADOS NA ATUALIDADE REFERENTES À DIVERSIDADE ÉTNICA-RACIAL
A reflexão em torno da cultura como fator importante na construção sócio- histórica tem feito parte dos cronogramas de formação na educação, então, a escola é o espaço para construir uma identidade, apreciar a raça que está inserida no seu contexto e preservar as raízes sem medo e permitir novas experiências com trocas de culturas. A partir disto, é possível repensar e ressaltar segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (NASCIMENTO, 2004, p.14) que:
Para reeducar as relações étnico-raciais, no Brasil, é necessário fazer emergir as dores e medos que têm sido gerados. É preciso entender que o sucesso de uns tem o preço da marginalização e da desigualdade impostas a outros. E então decidir que sociedade queremos construir daqui para frente.
Assim sendo, a educação das relações étnico-raciais impõe aprendizagens entre brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra de desconfianças: um projeto conjunto para a construção de uma sociedade justa e igual.
Os anos escolares para as crianças negras implicam num longo e sofrido período de violências racistas que tentam modelar e submeter à vida o corpo e os sonhos das crianças a uma possibilidade de ser gente negra que não vai muito além de um saci Pererê, negrinho do Pastoreio, sendo o máximo uma Escrava Isaura, negra que com passabilidade branca e seduz o branco salvador.
Uma providência essencial é adquirir materiais didáticos que valorizem as diferenças culturais, os procedimentos metodológicos pode ser hora do conto, confecção de bonecos, isso compete à escola orientar sua equipe de forma a desenvolver o princípio filosófico do pluralismo no pensamento, de conteúdo ético e político, que deve funcionar como antídoto à manutenção de práticas reducionistas que limitam, inferiorizam e excluem como o racismo.
Dessa forma, o material didático é um suporte, servindo como subsídio de aprendizageme conhecimento na formação do educando, tornando-se um instrumento nas mãos dos educadores. Mas alguns livros não dão suporte necessário aos educadores, com isso, a tarefa de interpretar os conteúdos, imagens ou símbolos que o livro traz tornam-se muito difícil. Neste caso, o educador terá de recorrer a outros materiais, ou pessoas que dominem mais o tema, para que possa realizar sua aula de forma a promover um real aprendizado sobre a questão étnico-racial.
 O papel da educação infantil é significativo para o desenvolvimento humano, a formação da personalidade, a construção da inteligência e a aprendizagem. Os espaços coletivos educacionais, nos primeiros anos de vida, são espaços privilegiados para promover a eliminação de qualquer forma de preconceito, racismo e discriminação, fazendo com que as crianças, desde muito pequenas compreendam e se envolvam conscientemente em ações que conheçam, reconheçam e valorizem a importância dos diferentes grupos étnico raciais para a história e cultura brasileiras. (Brasil. MEC, 2003).
No entanto, segundo Eliane Cavalleiro (2003), A Pré escola oferece uma quantidade muito íntima de ações que levam a entender a aceitação positiva e valorizada das crianças negras no seu cotidiano, o que ameaça a convivência em pleno processo de socialização, ressalta que se torna difícil não perguntar por que o professor se omite em relação ao problema étnico. Silenciar essa realidade não apaga magicamente as diferenças. Permite, porém, que cada um construa a seu modo, um entendimento do outro que lhe é diferente.
Diante disso, o papel da professora na educação infantil é importantíssimo, cabe à realização de práticas pedagógicas que objetivem ampliar o universo sociocultural das crianças e introduzi-las em um contexto no qual o educar e o cuidar não omitam a diversidade.
O racismo causa impactos danosos do ponto de vista psicológico e social na vida de toda e qualquer criança ou adolescente. A criança pode aprender a discriminar apenas por ver os adultos discriminando. Nesses momentos, ela se torna vítima do racismo. A prática do racismo e da discriminação racial é uma violação de direitos, condenável em todos os países. No Brasil, é um crime inafiançável, previsto em lei.
Para que a escola consiga avançar na relação entre saberes escolares/realidade social/diversidade étnico cultural é preciso que os (as) educadores (as) compreendam que o processo educacional também é formado por dimensões como a ética, as diferentes identidades, a diversidade, a sexualidade, a cultura, as relações raciais, entre outras. 
 Fruto da luta histórica do movimento negro brasileiro contra o racismo, a Lei 10.639 de 2003 tornou obrigatório o ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira em toda a educação básica (pública e privada). A Resolução 01/2004 do Conselho Nacional de Educação (CNE) instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, tornando-se o principal instrumento legal que orienta o cumprimento da LDB alterada pela lei 10.639 nos sistemas de ensino.
Apesar da clara referência, no Plano Nacional de Implementação, à necessidade de produzir dados referentes à avaliação e ao monitoramento do processo de implementação da Lei nº 10.639, de 2003, a ausência de informações consistentes e consolidadas em âmbito nacional, relativas ao fortalecimento do marco legal nos estados e municípios, à formação de professores, à produção de materiais didáticos e paradidáticos etc., tem dificultado não apenas o monitoramento das ações ao longo dos últimos anos, mas também a compreensão dos principais êxitos e dificuldades na promoção de uma efetiva política educacional de promoção da igualdade étnico-racial. Em âmbito nacional, um dos poucos indicadores que nos permitem fazer uma aproximação do processo de implementação é, justamente, aquele disponível no Plano de Ações Articuladas (PAR) de 2008.
Desenvolver um trabalho e buscar condições para a aplicabilidade voltada à educação das relações étnico-raciais significa, em muitos contextos, a busca e reformulações de novos conceitos e paradigmas, sendo um grande desafio na formação docente.
O desencontro de conhecimentos, vários diálogos, a vasta literatura existente, rupturas, interpretações e má alocação de conceitos quanto ao que está preconizado na Lei nº 10.639/2003 e sua aplicação no âmbito escolar – tudo isso contribui para a má contextualização das particularidades da discussão.
Diversidade não é bagunça desordem, caos! É unificar vários pensamentos, ideais, manifestações que enriqueça e fortifique uma nação ligada com sua própria riqueza que forma: os seres humanos! A diversidade não é o esquisito, o diferente, o deslocado: é resgatar sua verdadeira raiz numa pluralidade de raças, línguas e condutas que não pode ser pré- julgadas. 
O projeto escolar deve-se manter na transmissão do respeito mútuo, justiça, solidariedade e principalmente diálogo. Esses valores têm que ser desenvolvido em todas as esferas de relacionamento social que tange no princípio da dignidade humana. O grande desafio da escola é investir contra a discriminação para interagir o aspecto humano com o aspecto moral: a escola se torna local de diálogo, de aprender a conviver, vivenciando a própria cultura e suas diversidades. 
Desenvolver nos alunos os valores morais resgatando sua história e ambiente cultural para proporcionar uma visão crítica social e repensar as atitudes sociais. Assim se tornarão participantes de solidariedade e justiça na própria comunidade. Conhecer os fatos e compreender as diversidades e culturas do seu país, região ou município. Os alunos se sentirão responsáveis como agentes transformadores do seu ambiente e de sua história.
A escola de hoje precisa encontrar seu caminho para a diversidade, engajando as crianças no mundo das diferenças, preparando-os para ser legítimos cidadãos. Na sala de aula há alunos de diversas culturas, o que requer do professor um olhar diferenciado para seu planejamento, bem como para o currículo escolar, através de adaptações aos conteúdos e atividades desenvolvidas em sala de aula. Também é importante pesquisar a história dos alunos para que o conteúdo a ser estudado esteja de acordo com seus interesses e realidade.
Gadotti (2000, pg. 56) salienta que somente uma educação multicultural pode dar conta desta tarefa.
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3- PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA A SITUAÇÃO DESCRITA NO ITEM ANTERIOR.
Segundo o MEC, “o silêncio da escola sobre as dinâmicas das relações raciais tem permitido que seja transmitida aos alunos uma pretensa superioridade branca, sem que haja questionamento desse problema por parte dos profissionais da educação e envolvendo o cotidiano escolar em práticas de discriminação racial (MEC, 2006, p.23).
Neste projeto, também será desenvolvido atividades de forma interdisciplinar com os demais educadores da escola, objetivando a socialização de atividades sobre a cultura-afra e políticas públicas, bem como, combater as posturas etnocêntricas para a desconstrução de estereótipos e preconceitos atribuídos a população negra.
 As atividades desenvolvidas estão em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) e com o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-racias e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2009). 
São realizadas por meio de ações coletivas e participativas com o desenvolvimento de trabalhos em grupo e individuais, seminários, palestras, oficinas e cursos sobre a temática, partindo do conhecimento da realidade e, para intervir de forma qualificada sobre ela.
Uma política educacional igualitária quer significar mais do que o ensino da História e da Cultura Afro-Brasileira e Indígenas no ensino fundamental e no ensino médio. Ela começa na educação infantile precisa perpassar o sistema educacional como um todo. A formação de professoras e professores, as propostas pedagógicas, a política de materiais pedagógicos, o financiamento da educação, o controle social da política educacional.
Tendo como referência, o principio de ação-reflexão-ação e a articulação entre as diferentes áreas do conhecimento, objetivamos que os estudantes do município reflitam sobre os currículos hegemônicos, identifiquem ações discriminatórias e elaborem novas práticas curriculares que contemplem a diversidade étnico-racial brasileira. A partir destes pressupostos, destacamos algumas ações realizadas pelo projeto que objetivam contribuir com o conhecimento sobre a História e Cultura Africana e Afro-Brasileira:
-Organização da I, II, III Semana da Consciência Negra;
_Exibição e debate de filmes;
-Realização de pesquisa sobre as ações do município para a implementação da Lei n.10.639/2003 por meio de entrevistas na Secretaria Municipal de Educação sobre a existência de programas e/ou ações para a inserção da temática na escola do município;
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4 – CONCLUSÃO
Combater o racismo, trabalhar pelo fim da desigualdade social e racial, empreender reeducação das relações étnico-raciais, não são tarefas exclusivas da escola. As formas de discriminação de qualquer natureza, não têm o seu nascedouro na escola, porém o racismo, as desigualdades e as discriminações correntes na sociedade perpassam por ali.
Precisamos entender que a diversidade cultural existente na sala de aula, pode ser vista de forma que não leve a tratamentos diferenciados nem a reprodução das desigualdades e a exclusão social, porem tenha uma perspectiva crítica, que supere as atitudes meramente condenatórias e regate o espaço escolar para viabilizar práticas pedagógicas que elevem e destaquem a diversidade cultural.
Ademais, acima de tudo, entendo que a implantação da Lei 10.639/03 foi uma tentativa de impor uma possível “igualdade racial”, porém contraditória, sobretudo por que, subtende-se nesse projeto político social algo que foi a tônica das discussões raciais no Brasil no século XIX, o processo de eugenização, que de certa forma está subjacente nas ações individuais, coletivas e institucionais, mesmo que inconsciente passam a serem reproduzidos os padrões sociais europeus.
Por fim, não podemos mascarar o que está presente em nossa sociedade, via de regra, é necessário se criar estratégias de combate ao racismo, ao preconceito e a discriminação, sobretudo eliminar a desigualdade social que como já foi enfatizado em momento anterior, é fruto de um processo sócio histórico, porém, entendido como uma circunstancialidade. 
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5 – REFERÊNCIAS
BARROS, José D’Assunção. A construção social da cor: diferença e desigualdade na formação da sociedade brasileira. Petrópolis, Rj: Vozes, 2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Orientações e Ações para a Educação das relações Étnico-Raciais. Brasilia: SECAD, 2006.
BRASIL. Lei nº. 10.639 de 09 de Janeiro de 2003. www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm.
FAZZI, Rita de Cássia O drama racial de crianças brasileiras: socialização entre pares e preconceito. – 1 reimp. –Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
GONÇALVES E SILVA, Petronilha Beatriz. Prática do racismo e formação de professores. In: DAYRELL, Juarez. Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1996.
http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/educacao-e-midia/relacoes-etnico-raciais-na-escola/
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_unicentro_hist_pdp_vilma_terezinha_fragoso_albino.pdf
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/racismo_escola.pdf
https://novaescola.org.br/conteudo/3490/qual-e-a-cor-da-cor-da-pele 
https://ensaiosdegenero.wordpress.com/2014/03/19/por-que-ensinar-relacoes-etnico-raciais-e-historia-da-africa-nas-salas-de-aula/
MOURA, Gloria O direito a diferença. In: Superando o Racismo na escola. 2ª edição revisada / Kabengele Munanga, organizador. – [Brasília]: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2008.
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ANEXO I
Lagoa Santa, 23 de novembro 2017
À SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO MUNICIPIO DE LAGOA SANTA 
A V. Ex a. Sra. Catia Soares Madaleno Menezes
Secretária de Educação do Município de Lagoa Santa
Como Professora da Escola Municipal Professor Guilherme Queiroz Figueira dirijo-me a Vossa Excelência com o propósito de informar e requerer medidas no Planejamento da grade curricular da Escola Municipal, a fim de conscientizar os alunos da rede acerca da diversidade étnico-racial, trazendo esclarecimentos sobre o tema.
 ¨ Diversidade Étnico Racial Consciência Negra sala aula. ¨
A Diversidade Étnica- Racial, é uma questão que, infelizmente, ainda é um tabu a ser quebrado em sala de aula, inúmeras inseguranças tomam conta do educador. Muitos colocam a culpa na falta de material, mas há uma gama de materiais sobre o assunto, apesar de muitos aparecerem de forma não-explícita. Ainda há materiais que podem ser adaptados e criados para contribuir para o enriquecimento do assunto.
Importante a Secretaria de Educação, exercer o seu papel, implantando métodos levar aos alunos as ferramentas necessárias para que ele tenha consciência da importância e influência da cultura africana na sociedade atual, visando a contribuição na construção de sua personalidade, seja como afrodescendente ou não, além de incutir o respeito a diversidade nas características físicas e culturais.
Conhecer a raiz da história africana e os termos comuns a este aprendizado é essencial para que o educador conduza de forma eficiente e eficaz o assunto. Além da quebra de pré-conceitos, inerentes à conduta do ser humano.
De acordo com a Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, o estudo da História da África e dos Africanos e a contribuição da cultura negra na formação do povo brasileiro tornam-se obrigatórios no currículo escolar. Essa lei passou a valer para todos os níveis da educação básica com a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais.
É base para o ser humano, em seu desenvolvimento, o autoconhecimento. De que adianta “inserir” no sujeito conhecimentos matemáticos, linguísticos, geográficos, científicos? Se ela não se identifica com o meio no qual vive, não se conhece como sujeito, não se sente integrada a sociedade. Ela pode ser capaz e aprender os conceitos, mas não os usará para transformar o local/ meio onde vive.
Sem o autoconhecimento, através da construção de sua identidade não se forma cidadãos ativos e atuantes.
A opinião do grupo no qual está inserida também conta no processo de construção da identidade, por isso a discriminação pode ser um fator opressor na formação do ser humano. As pessoas negras constroem sua identidade a partir de modelos ditados pelos não-negros, que geralmente assumem atitudes e pensamentos diferentes dos seus.
A criança negra precisa se ver como negra aprender a respeitar a imagem que tem de si e ter modelos que confirmem essa expectativa. Sem raízes um povo não constrói sua identidade, para o aluno “branco” descendente de europeus é fácil construir sua identidade, pois a sociedade produz conhecimentos que respeitam este grupo.
Muitas vezes a escola tem o poder de valorizar, segregar, discriminar e até eliminar a identidade negra de sala de aula.
DIVERSIDADE ÉTNICO- RACIAL: CONSCIÊNCIA NEGRA NA SALA DE AULA.
PÚBLICO ALVO
Todos os alunos da Rede Municipal de Lagoa Santa, de acordo com a Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, o estudo da História da África e dos Africanos e a contribuição da cultura negra na formação do povo brasileiro tornam-se obrigatórios no currículo escolar. Essa lei passou a valer para todos os níveis da educação básica com a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais.
OBJETIVOS
Valorizar a cultura afrodescendente, reconhecendo a sua presençade forma positivada nos diversos segmentos da sociedade, no que diz respeito à literatura, arte, culinária, religião música e dança.
AÇÃO A SER DESENVOLVIDA
Discutir as relações raciais no ambiente escolar;
Reconhecer e valorizar a cultura africana e afrodescendente, como formadora da nossa cultura;
Promover o respeito pelas várias etnias;
Reconhecer a constante presença da marca africana na literatura, na música, na culinária, na arquitetura, na linguística, na criatividade na forma de viver, de pensar, de dançar, de rezar.
1º ENCONTRO COM OS ALUNOS PARTICIPANTES.
1° Momento:
METODOLOGIA A SER UTILIZADA
Iniciaremos com a apresentação do texto que aborda o processo que culminou na Lei 10.639 e na formação das Equipes Multidisciplinares, produzido por mim, tendo como fonte de pesquisa artigos que traduzem a luta do movimento negro, antecedentes históricos e a legislação vigente.
Após a leitura da Lei 10.639/2003 o professor propõe que a turma faça uma discussão a partir das questões:
 a) Quem já conhecia a Lei?
 b) O que o Artigo 26-A da referida lei estabelece? 
c) Quando entrou em vigor a Lei 10.639/2003? 
d) De que se trata o 1º e 2º da referida Lei? 
Essa atividade consistirá em solicitar aos alunos que em uma folha discorram o que sabem sobre as palavras: 
	Pergunta
	O que eu sei sobre:
	O que as outras pessoas falam sobre:
	Preconceito:
	
	
	Discriminação:
	
	
	Racismo:
	
	
	O negro na sociedade brasileira:
	
	
Após o preenchimento do quadro acima os alunos deverão pesquisar em jornais, revistas, livros e internet sobre suas respostas. Terminada essa primeira atividade individual os alunos farão leitura das respostas da atividade e coletivamente será feita uma definição do que a turma entende do assunto. Essa definição coletiva da turma ficará exposta em um cartaz na sala de aula para posterior comparação após os estudos sobre o tema.
2º Momento:
TEMA:
 Discriminação Racial e Preconceito Racial, qual a diferença? 
OBJETIVOS:
 - Mostrar a diferença entre discriminação racial e o preconceito racial, levando os alunos a entender as diferenças. - Levantar uma discussão a respeito do movimento negro.
 
DESENVOLVIMENTO:
 Inicialmente a professora apresentará em forma de cartaz a seguinte citação de Luis Fernando Veríssimo:
 “Nenhum racismo é justificável, mas o ressentimento dos negros é. Construiu-se durante todos os anos em que a última nação do mundo a acabar com a escravatura continuou na prática o que o tinha abolido no papel” 
O negro pode dizer – distinguindo com nitidez preconceito de discriminação – “Não precisa me amar, só me dê meus direitos”. (Luis Fernando Veríssimo)
 Levantar questionamentos, como:
 - Por que o racismo é injustificável?
 - De que os negros têm ressentimentos? 
- O que o autor quis dizer, quando se referiu que a escravatura continuou na pratica o que tinha abolido no papel? 
Dar oportunidade para os alunos expressem suas opiniões; a professora poderá anotar algumas falas dos alunos.
Logo após explicar (estes conceitos poderão ser feitos em Power Point, ou escrever na lousa): o que é preconceito racial e discriminação racial.
	Preconceito racial e discriminação racial são duas coisas diferentes.
	O preconceito é um sentimento, fruto de condicionamento cultural ou de uma deformação mental, mas sempre incorrigível.
	Não se legisla sobre sentimentos, não se muda um habito de pensamento ou uma convicção herdada por decreto.
	Já a discriminação racial é o preconceito determinando atitudes, políticas, oportunidades e direitos, o convívio social e o econômico.
A partir do que foi discutido em sala de aula solicitar que os alunos se dividam em grupo e expressem em forma de cartaz o que aprenderam sobre preconceito racial e discriminação racial.
AVALIAÇÃO:
 A avaliação formativa, levando em consideração a participação dos alunos.
Essa é apenas uma primeira Idea de muitas atividades que poderemos executar em nossa escola. 
Acredito no apoio desta Secretaria para que, juntamente ao MEC, implante de forma imediata a conscientização dos alunos da rede, no que tange a diversidade étnico racial, e assim, cumprir com seu papel.
De sua parte, a ação efetiva seria a de garantir que todo estudante tenha a possibilidade estudar, com qualidade. Apenas assim uniremos força contra interesses escusos e que mascaram pretensões econômicas, de dominação ideológica ou linguística.
Para tratar dessas questões e buscarmos a melhor forma de pôr em prática as reivindicações acima, solicito ainda uma reunião com esta Secretaria, para que possamos discutir o tema. Ressaltamos que essa reunião será de grande importância para, a Escola Municipal de nossa cidade, pois fornecerá subsídios para os futuros encontros que estão sendo agendados com a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação.
Agradeço a atenção e me coloco à sua disposição para diálogos e planos de ação.
Atenciosamente,
Professora: Ana Caroline Precioso Conceição

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