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VOLTOLINI LEVANDOSKI,s.d. Conselho de Classe algumas reflexões sobre essa prática escolar e sua organização

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1
CONSELHO DE CLASSE: ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE ESSA PRÁTICA 
ESCOLAR E SUA ORGANIZAÇÃO
VOLTOLINI, Cleonildes Donizeti Carvalho1
cleonildescarvalho@seed.pr.gov.br
 LEVANDOVSKI, Ana Rita2
 anarita@uenp.deu.br
RESUMO
O presente estudo tem por objeto o conselho de classe e sua re-significação nos 
processos pedagógicos, adotando-se como princípios o diálogo e o trabalho coletivo. 
Através da problematização e análise de seu papel na escola, intenta-se contribuir 
com a prática reflexiva de todos os empenhados na qualidade da aprendizagem dos 
alunos da escola pública. Ressalta-se a importância da tomada de consciência dos 
envolvidos, do seu papel, do compromisso e da responsabilidade profissional, 
proporcionando o aperfeiçoamento do órgão colegiado no interior da escola, por 
meio da organização de grupos de estudo, de leitura, de reflexão e de orientações 
práticas aos professores, com o fito de se alcançar uma transformação significativa 
em sua realização. Urge, assim, o estabelecimento de normas claras de avaliação 
do desempenho dos alunos, como elemento gerador de novas ações, privilegiando 
processos coletivos de reflexão e discussão sobre o trabalho aplicado em sala de 
aula, bem como as questões que interferem nos processos de avaliação da 
aprendizagem. Sendo o conselho de classe uma instância de cunho avaliativo, cria a 
necessidade de discutir as concepções de avaliação presentes nas práticas 
escolares. E, partindo do conselho realizado, fazer novos planejamentos de trabalho, 
considerando-se as necessidades colocadas e a listagem de alunos encaminhados, 
não se limitando ao diagnóstico, mas registrando os encaminhamentos e as ações 
propostas para cada problema levantado. Imperiosa, ademais, a auto-avaliação pelo 
professor do seu próprio trabalho, metodologia de intervenção em sala e parâmetros 
de análise.
Palavras-chave: Conselho de Classe. Avaliação ensino e aprendizagem. Auto-
avaliação. Trabalho coletivo. Formação continuada.
ABSTRACT
1 Professora Pedagoga da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, participante do Programa de 
Desenvolvimento Educacional em 2008/2009.
2 Orientadora: Professora Mestre da UENP.CP – Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus Cornélio 
Procópio.
2
This study aims at studying the Class Council and its re-signification in the 
pedagogical processes by adopting dialogue and collective work as principles. 
Through the problematization and analisys of its role in school, it is intended to 
contribute to reflexive practice of all those engaged in the quality of public school 
students learning. It is outstanding the importance of raising the conciousness of 
those involved, their role, their commitment and their Professional responsibility, thus 
providing improvement to the school board through the organization of group study, 
reading, reflection and practical orientation to teachers, intending to reach a 
meangingful transformation in its fulfilment. It is impelling, then, the establishment of 
clear regulation to evaluate the performance of students as new actions generator, 
as well as supporting collective processes of reflection and discussion about the work 
applied in class and situations that interfere in the learning evaluation. Being the 
class council an evaluating instrument, it is necessary to discuss the conceptions of 
evaluation present in school practice. Starting from the councel taken into effect, it 
demands new work planning considering the necessities and the list of students 
under councel supervision. It cannot be limited to diagnostics, but the procedures 
must be registered and the proposed actions for each problem must be risen. The 
teacher’s work self-evaluation, the methodology of intervention in class and 
parameters of analisys are imperious.
Key words: class council. Evaluation teahcing-learning. Self-evaluation. Continuous 
education. 
INTRODUÇÃO
Partindo-se da premissa de que o conselho de classe se trata de importante 
instância avaliativa, a presente pesquisa busca estabelecer a tomada de novos 
rumos no processo de ensino, primando-se por decisões pensadas conjuntamente, 
tendentes ao desenvolvimento de alternativas para o aperfeiçoamento da avaliação 
no âmbito escolar. É forçoso superar a postura usual nos meios escolares, 
adotando-se um posicionamento mais reflexivo, capaz de diagnosticar as 
dificuldades encontradas no tocante à apropriação dos conteúdos ensinados, 
organizando novas estratégias de ensino, com metodologias diferenciadas, para que 
haja maior número de alunos atingindo os objetivos propostos.
Sendo assim, o conselho de classe não pode continuar a ser uma reunião a 
mais, um momento de desabafo, de crítica ao aluno, e sim o momento de 
levantamento dos problemas de aprendizagem. É a busca da qualidade, um 
3
momento de aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem, em que 
devem ser enfrentadas as questões pedagógicas, para que professores e 
pedagogos revejam suas práticas e, numa conjugação de esforços, encontrem 
soluções para os problemas apresentados.
 Com base nesses pressupostos, pugna-se pela necessidade de uma 
formação de professores (inicial e continuada) sólida e de qualidade teórica e 
metodológica. Tomando por base experiência realizada em meio escolar da rede 
pública na essencialidade de um bom planejamento, do estabelecimento de metas, 
de ações e de recursos pedagógicos necessários à produção de resultados 
satisfatórios, auxiliando-se, dessa forma, no crescimento do aluno e, 
consequentemente, na construção de uma aprendizagem bem sucedida. 
Cabe destacar, portanto, que mudar é possível e, sobremaneira, 
necessário. É preciso desarraigar da praxe escolar o ideário que vem norteando a 
realização dos conselhos de classe ao longo do tempo, perpetuando a ultrapassada 
idéia de que o processo avaliativo deve se ater somente às notas, sendo que o ideal 
seria que o conselho avaliasse o aluno como ente envolvido num contexto mais 
amplo, abrangendo o avanço de sua aprendizagem, bem como a auto-avaliação do 
professor. 
É uma caminhada que exige um passo de cada vez, visto que a implantação 
de uma mudança de tal monta, requer a superação de uma cultura amplamente 
difundida dentre os profissionais da educação. Para tanto, exige-se a promoção da 
formação continuada de todos os envolvidos no processo educacional, 
questionando-se a prática vigente, induzindo-os à reflexão, a um estudo profundo e 
coletivo, buscando traçar estratégias alternativas, que concorram para se chegar às 
mudanças necessárias, levando-se ao debate por meio da leitura de textos que 
venham ao encontro dos anseios e das dúvidas, e abrindo espaço para novos 
encaminhamentos, ampliando a perspectiva de mudanças.
Considera-se o estudo sobre o conselho de classe de extrema 
relevância, pois apesar de ser um trabalho corriqueiro na escola, ainda precisa de 
muito estudo por parte de todos os envolvidos. E este espaço proporcionado pelos 
grupos de apoio, como um processo de reflexão crítica sobre a prática pedagógica, 
4
levanta os principais problemas do conselho de classe, processo pelo qual se avalia 
equivocadamente somente o aluno, e nunca o processo de ensino e aprendizagem. 
O tema e o título do projeto são atuais, possibilitando discussões que se 
harmonizam com os anseios e necessidades do presente momento, vivenciado no 
âmbito educacional, prestigiando-se a necessidadede reflexão sobre a prática do 
conselho de classe, traçando metas, transformando a realidade escolar, e trazendo 
à tona, ademais, novos e interessantes apontamentos para enriquecer a discussão 
acerca do tema. 
No entanto, só se chegará à mudança do conselho de classe quando todos os 
segmentos da comunidade escolar tiverem conhecimento sobre sua verdadeira 
função. Buscar no coletivo um inovador espaço escolar, com novas relações 
estabelecidas entre os gestores, professores, alunos e a comunidade em geral, que 
favoreçam um processo de formação, construído com base na interação e no 
diálogo entre os sujeitos e o processo de conhecimento escolar, é a proposta do 
conselho ideal que se pretende implantar, tornando-se um momento de avaliação do 
processo ensino aprendizagem, que gere ações coerentes e firmes em prol da 
melhoria da qualidade de ensino.
A intenção deste trabalho é discutir acerca do conselho de classe, tema tão 
corriqueiro e natural no cotidiano da escola, analisando-se a prática escolar 
juntamente com os professores, com a finalidade de compreender melhor a 
relevância do mesmo como espaço pedagógico capaz de articular os diversos 
segmentos da escola (Dalben, 2004, p.01). 
Para o deslinde desta pesquisa, fez-se uso de uma abordagem qualitativa, 
com base num paradigma crítico, enfatizando-se o processo de ensino. 
Os autores apresentados na fundamentação teórica do presente estudo 
agregam a este trabalho lições esclarecedoras que bem elucidam as dúvidas sobre 
o tema e se prestam a orientar os limites e possibilidades para se promover a 
mudança colimada, com fulcro em fundamentos coerentes, centrados na 
aprendizagem, buscando alternativas para que esta transformação realmente se 
efetive de forma democrática. 
Objetivando a assimilação da prática pedagógica relativa ao conselho de 
classe ora proposta, foi desenvolvido projeto de implementação do programa PDE, 
5
cujo cenário foi uma escola pública estadual, com o que se buscou inaugurar uma 
nova era no procedimento avaliativo da rede pública, oferecendo aos envolvidos no 
processo educacional subsídios teóricos e diretrizes práticas a serem incorporados 
em sua praxe cotidiana.
 Lançou-se mão, então, da apresentação do início e da origem dos conselhos 
de classe no Brasil, além de fazer conjuntamente uma análise dos conselhos de 
classe, hoje, na escola foco desta pesquisa: o conselho real e o ideal, aquele que se 
pretende incorporar ao cotidiano escolar. Idealizou-se o conselho que deveria 
acontecer nas escolas, e propôs se nos encontros dos grupos de apoio possíveis 
mudanças das práticas pedagógicas. Para tanto, utilizou-se, inclusive, relatos já 
existentes sobre o assunto, questões, dúvidas, problemas levantados nos conselhos 
de classe passados, sugerindo-se que fossem observados, registrados, analisados e 
correlacionados com os problemas enfrentados no dia a dia nas escolas, no que diz 
respeito à avaliação da aprendizagem.
O objetivo desta pesquisa consiste na exposição e discussão dos 
pressupostos teóricos que sustentam o aprimoramento do órgão colegiado sob 
comento, possibilitando uma reflexão sobre as práticas pedagógicas do conselho de 
classe, e também dos reflexos da aprendizagem no cotidiano escolar, levando-se à 
expansão de conhecimentos e à renovação sistemática do modo de trabalhar, num 
empreendimento de dimensão coletiva. 
Conselho de Classe: Perspectiva de mudança – análise mais criteriosa 
da realidade escolar 
 
O estudo realizado representa novas perspectivas para todos os envolvidos 
na condução dos conselhos de classe. É o repensar do processo ensino 
aprendizagem, dos critérios adotados, do tipo de metodologia para reverter os 
índices de reprovação, de discussão e de reflexão dos resultados, sendo 
responsabilidade de todos os educadores se aperfeiçoarem constantemente, 
buscando inovar sua prática pedagógica com vistas à superação das dificuldades.
6
Tendo em vista a situação descrita no documento da Secretaria de Estado da 
Educação SEED, o conselho de classe com poderes de avaliação não pode tornar-
se apenas um instrumento para a promoção ou retenção dos alunos. O mesmo deve 
diagnosticar causas que interferem no processo educativo e reorientar ações dos 
docentes, ao invés de ser um mero instrumento de julgamento, sem ter com clareza 
definição de critérios, prevalecendo a apreciação subjetiva do aluno.
Conforme análise e leitura do documento da Secretaria de Estado da 
Educação (SEED), Orientações para a Organização da Semana Pedagógica (2008), 
sobre o conselho de classe, este deve propiciar o debate sobre o processo de 
ensino e de aprendizagem, favorecendo a integração e seqüência dos conteúdos 
curriculares, instância promovedora de reflexão-ação na escola. O conselho de 
classe, como momento de reflexão, deve ser gerador de ações em benefício de 
ensino e aprendizagem de todos os alunos, de levantamento de problemas, de 
busca de melhoria e de qualidade no ensino,
A finalidade primeira dos conselhos de classe é diagnosticar problemas e 
apontar soluções, tanto em relação aos alunos e turmas, quanto aos docentes. 
Professores e pedagogos precisam dialogar e trabalhar juntos no desenvolvimento 
de suas atividades do dia-a-dia, no acompanhamento dos alunos com dificuldades, 
na avaliação do ensino e aprendizagem, foco central do processo de ensino. 
Segundo o magistério de Dalben (2004.p.56), “os professores precisam ter clareza e 
discernimento na condução do trabalho pedagógico para garantir a elaboração de 
objetivos comuns a serem alcançados.”
É necessário que o professor analise seu próprio trabalho em sala de aula, 
confrontando os conteúdos ministrados, e a forma com que foram apresentados aos 
discentes, com o desempenho dos mesmos. O professor há que possuir 
conhecimentos específicos, um conhecimento seguro de sua disciplina, 
possibilitando uma melhor decisão sobre o modo de atingir em sala de aula os 
objetivos pretendidos.
De acordo com a abordagem de Dalben (2004 p. 60),
o conselho de classe é a busca de melhoria de qualidade, momento 
de feedback educacional: momento de aperfeiçoamento do processo 
ensino e aprendizagem.
7
É premente que professores e pedagogos reflitam e se comprometam a 
melhorar enquanto profissionais da educação, para que se chegue a uma efetiva 
aprendizagem dos alunos. E, para que todo este estudo se concretize, portanto, é 
indispensável que se aprofundem os estudos e as discussões sobre esse tema nas 
escolas, para buscar na coletividade o avanço necessário para a busca de uma 
educação de qualidade. Acredita-se que essas sugestões precisam partir do 
coletivo, não sendo proveitoso que somente pedagogos pretendam implantar 
qualquer prática pedagógica na escola sem que haja a compreensão da maioria, ao 
menos, dos envolvidos no processo. Realmente, diante do modo como se realiza, 
hoje, o Conselho de Classe nas escolas, a mudança requer trabalho árduo, lento, a 
longo prazo e a base para isso, segundo Gandin (2006, p.99), está em
[...] propor um marco operativo como referencial de trabalho, ao 
exigir um diagnóstico, inicial e contínuo, de onde se extraem as 
necessidades que darão origem à programação, ao não aceitar 
conteúdos “preestabelecidos”, a proposta do plano de sala de aula 
sinaliza uma mudança de eixo nas práticas da avaliação e, como 
conseqüência, nos conselhos de classe. 
É preciso muito estudopor toda a comunidade escolar sobre o 
processo de ensino e aprendizagem, oportunizando a leitura (embasamento teórico 
consistente), a análise, a reflexão e o debate sobre este assunto ainda tão polêmico 
nas escolas. O professor precisa se conscientizar de que não adianta apenas 
apontar, diagnosticar o que está errado, levantar problemas, pois, acima de tudo, 
faz-se mister a intervenção pós-conselho de classe em sala de aula, buscando 
soluções na melhoria e qualidade de ensino, revendo-se sua prática.
Na Semana Pedagógica da escola pesquisada (onde foi desenvolvido 
o projeto de implementação do programa PDE), foi oportunizado que o docente e 
toda comunidade escolar tomassem ciência do trabalho desenvolvido com base na 
proposta, ora defendida. O plano de trabalho foi apresentado e socializado, visando 
a participação daqueles na Implementação da Proposta de Intervenção por 
intermédio do grupo de apoio, havendo sido este um momento dedicado ao estudo 
sobre o conselho de classe, buscando reformular as práticas pedagógicas para que 
favoreçam a mudança, com estratégias adequadas, sendo de extrema importância 
8
para desencadear um processo de discussão sobre o verdadeiro papel do conselho 
na escola.
Nesta semana, incentivou-se a participação dos professores, pedagogos e da 
comunidade escolar, valorizando o estudo, a formação continuada como momento 
de reflexão coletiva, levando em conta a necessidade de uma ação dialógica e 
interativa dos profissionais envolvidos.
Leituras relacionadas à produção didático pedagógica do conselho de classe 
foram realizadas com professores e pedagogos, embasadas em fundamentação e 
resgate teórico, oportunizando-lhes tempo para reflexão e estudo de forma a 
repensar suas ações. Destacou-se, assim, a importância do trabalho coletivo na 
escola, diante da idéia da transformação e reformulação do conselho de classe. 
Logo, consubstancia-se o presente estudo numa tentativa de contribuir para 
as reflexões que vêm sendo desenvolvidas sobre o processo de trabalho escolar e 
as práticas pedagógicas desenvolvidas atualmente nas escolas.
Busca-se a conscientização da responsabilidade de todos envolvidos e a 
análise coletiva, a fim de se alcançar a melhoria da qualidade de ensino. Faz-se 
necessário conduzir a prática educacional à reflexão, à intervenção planejada na 
prática escolar, ação que dependente de conhecimento, compromisso e 
envolvimento do coletivo, sendo este o momento de realizar a retomada das 
questões metodológicas, dos instrumentos e critérios de avaliação, o que envolve 
pensar na efetiva qualidade de ensino. 
Observando a abordagem de Dalben (2004 p.63)
mesmo o conselho de classe, fazendo parte de uma instância 
avaliatória, os profissionais não admitem ser avaliados em seu 
trabalho. Eles avaliam os alunos e alguns de seus pares, mas o 
processo de Avaliação nunca é direcionado a quem avaliou. É um 
eixo unidirecional, contém critérios não explícitos.
O repensar na área pedagógica muitas vezes implica em mudanças 
significativas, e na necessidade de re-planejar novas ações para otimizar o processo 
de ensino e aprendizagem. Toda mudança envolve movimento e desprendimento de 
rotinas e crenças, um processo lento que implica em esforço e dedicação dos que se 
9
comprometem com a transformação. Portanto, busca-se instar nos professores a 
imprescindibilidade da assunção de um novo posicionamento, levando-os a uma 
tomada de atitudes que possibilitem as mudanças necessárias para um conselho de 
classe mais dinâmico.
Ensina Vasconcellos (1998 p. 15) que
a avaliação enquanto reflexão crítica da realidade, deveria ajudar a 
descobrir as necessidades do trabalho educativo, perceber os 
verdadeiros problemas para resolvê-los. Avalia-se tanto, investe-se 
tanto tempo com provas e notas, e no entanto, as coisas não 
mudam.[...] A avaliação deveria ser uma mediação transformadora 
da prática, mas tem perdido sua força por estar montada em bases 
equivocadas. É prática comum avaliar-se apenas o aluno [...] 
podemos questionar: avaliar só o aluno ou também o plano de ação 
do professores?
O conselho de classe guarda em si a possibilidade de articular os diversos 
segmentos da escola e tem por objeto de estudo o processo de ensino, que é o eixo 
central em torno do qual desenvolve o processo de trabalho escolar. 
Com a fundamentação teórica ancorada em Dalben (2004) e Rocha (1982), 
no contexto escolar, propõe-se uma reflexão a respeito das práticas dos Conselhos 
de Classe como possibilidade de promover a real aprendizagem dos alunos. O 
conselho de classe perdeu sua função e passou a servir muito mais ao cumprimento 
de fechamento de notas e pareceres para a secretaria, que propriamente à 
possibilidade de pensar a prática pedagógica e o modo como os alunos evoluíram 
em suas aprendizagens.
Percebe-se que é fundamental deter-se no estudo de um contexto 
histórico mais amplo das relações do conselho de classe, na perspectiva 
de averiguar as condições no decorrer desses anos e os que existem 
atualmente.
Observa-se que o conselho de classe, abordado por Dalben (2004) é de suma 
importância para o conhecimento da avaliação e do projeto pedagógico que se 
realiza no cotidiano das práticas escolares. Este deve ser um espaço utilizado para a 
discussão dos avanços e dificuldades verificadas no processo ensino aprendizagem, 
na busca de soluções, definindo estratégias para promoção da melhoria do ensino, 
10
buscando as causas, desenvolvendo estratégias para superar as dificuldades 
apresentadas de forma a garantir o que é direito do aluno.
A avaliação que se faz na escola hoje, compreende somente uma parte do 
que seria o procedimento avaliativo ideal, ou seja, tem funcionado apenas para o 
professor testar os conteúdos, não se atendo detalhadamente sobre o processo de 
ensino, pois não se tem analisado as práticas avaliativas dos professores, limitando-
se a enfocar apenas os alunos. Entendemos que em para Cruz (1995, p.113),
busca-se um processo de avaliação que auxilie o aluno no processo de 
aprendizagem significativa e não uma avaliação para a promoção. Deseja-
se que o aluno aprenda, e a avaliação é um dos aspectos desse processo 
de aprendizagem. A promoção é uma decorrência do processo de 
aprendizagem.
Compartilhando do conceito e refletindo sobre o processo avaliativo que a 
escola desenvolve e, conseqüentemente, para que haja uma transformação da 
realidade nas escolas e a construção de um ensino com qualidade, com maior 
embasamento teórico, é preciso que o professor participe das capacitações 
promovidas pela SEED, semanas de extensão universitária, etc. A escola deve 
também proporcionar reuniões pedagógicas em que sejam resolvidos problemas 
urgentes do ensino e da aprendizagem (como trabalhar a recuperação paralela, 
avaliação), pois os professores devem estar em consenso para utilizar os mesmos 
critérios avaliativos.
Priorizando delinear um novo significado para a escola sobre o conselho de 
classe, tendo clareza de que estamos nos pautando em concepções consistentes, 
acredita-se que o ponto de partida para o que almejamos é o de estruturar os 
trabalhos pedagógicos. A escola deve realizar reuniões pedagógicas com temas 
relevantes e a conscientização do trabalho coletivo. É preciso que as reuniões 
realmente aconteçam, pois são momentos que se retomam os encaminhamentos 
pedagógicos.
Não existe clareza quanto aos critérios de avaliação, porque não existe umconsenso entre os professores. O processo de construção do PTD (Plano de 
Trabalho Docente) encontra-se em estágio inicial. Já houve evolução nesse 
processo (os professores e pedagogos estão tendo um pouco mais de clareza), mas 
11
se afigura necessário, ainda, maiores informações quanto aos critérios de avaliação, 
que devem expressar a intencionalidade dos conteúdos desenvolvidos em sala de 
aula. Por meio de reuniões, do trabalho coletivo efetivo, propõe-se um projeto de 
trabalho único de avaliação, envolvendo toda a comunidade escolar, visando uma 
melhoria na qualidade do ensino e aprendizagem dos alunos.
Nas colocações de Vasconcellos (1998 p.17), percebe-se que
a avaliação, para assumir o caráter transformador e não de mera 
constatação e classificação, antes de mais nada deve estar 
comprometida com a promoção da aprendizagem e 
desenvolvimento por parte dos alunos..[...] é o que justifica sua 
existência no processo educativo.[...] , trata-se de essencial tarefa de 
re- significação da avaliação e da conseqüente mudança de postura 
frente aos seus resultados[...], na questão do compromisso com a 
aprendizagem, é que vai se manifestar de forma mais clara o grau 
apreensão do educador quanto á efetiva finalidade da avaliação.
Esta nova proposta de trabalho pedagógico volta-se para um conselho de 
classe a serviço do ensino e da aprendizagem real dos alunos, pois é através dele 
que se faz um diagnóstico das falhas e se aponta as possíveis alternativas de 
solução.
Dentre os obstáculos encontrados nos conselhos de classe, de acordo com 
Cruz (1995, p.127), 
abordam-se apenas problemas e com isso o conselho perde sua 
característica fundamental que é ser diagnóstico. Sem a diagnose, 
fica mais difícil apontar as necessidades que geram as ações 
intencionais, metódicas e graduais para a transformação da realidade 
apresentada. Por isso, muitas vezes, a ação que segue aos 
conselhos não têm eficácia necessária para mudar a realidade 
apresentada e não resolvem os problemas apresentados pela turma, 
pois são colocados sobre problemas e não sobre as necessidades.
A conscientização e a melhoria do trabalho escolar, para se alcançar 
resultados mais eficientes, precisa de muitos momentos de estudo envolvendo todos 
os professores da escola, priorizando a realidade escolar, além de focar a 
fundamentação teórica relacionada à educação. Proporcionar grupos de estudo na 
12
escola para resolução de problemas reais. Elaboração coletiva de um documento 
contendo os critérios e o sistema de avaliação da escola. Sintonia entre professores, 
equipe pedagógica e direção no estabelecimento desses critérios e sistema de 
avaliação. Grupo de estudo sobre avaliação na escola com todos os professores 
envolvidos.
As mudanças serão possíveis se houver realmente uma proposta de trabalho 
coletivo de todas as áreas, com todos os professores. É preciso reconhecer a 
avaliação como parte prioritária do processo ensino e aprendizagem: torna-se 
necessário enfatizar que as possíveis e necessárias mudanças ocorrerão somente 
quando todos os envolvidos estiverem dispostos a alcançar resultados nesse 
sentido.
Se o esperado é que o aluno avance no processo ensino e de aprendizagem, 
não se pode deixar que a aprendizagem fique em segundo plano, devendo-se 
diagnosticar as causas que interferem no processo e reorientar as ações que 
compõem o trabalho pedagógico.
Dalben (2004 p.72) assevera que
o aluno necessita ser conhecido em suas inúmeras dimensões, em 
seus valores socioculturais, em suas necessidades de 
conhecimentos, sendo o foco de todo o trabalho de investigação. [...] 
Assim os educadores passariam a cultivar uma atitude de 
solidaridade e apoio para o desenvolvimento do processo de 
reflexão/avaliação do aluno. Os espaços coletivos transformam-se 
em possibilidades de troca de experiência e de saberes sobre as 
formas de organizar o ensino, o uso de recursos didáticos, as 
possibilidades e dificuldades metodológicas e as condições de 
trabalho.
No processo de ensino a avaliação precisa estar em consonância com os 
objetivos, a metodologia e os conteúdos propostos pelos professores. É preciso que 
o professor interaja com o aluno na construção da avaliação.
Essa construção conjunta torna a aprendizagem mais significativa, pois juntos 
os alunos identificam as causas que estão dificultando e interferindo em seu 
crescimento intelectual e afetivo, contribuindo para melhorar o seu desenvolvimento 
e sinalizar o melhor caminho a ser percorrido. Nesse sentido, o professor avalia sua 
13
própria ação e reorienta sua atuação, repensando a metodologia empregada para o 
desenvolvimento dos conteúdos previstos (Cruz, 1995). O Conselho de Classe é um 
espaço de reflexão pedagógica, no qual professor e o aluno se situam 
conscientemente no processo que juntos desenvolvem e propõem ações eficazes 
que sanem as necessidades apontadas, buscando alternativas que levem à 
consecução dos objetivos propostos.
Nesse sentido, conforme afirma Dalben (2004, p.36) “o objetivo primordial do 
Conselho de Classe, seria o de propiciar a articulação coletiva dos profissionais num 
processo de análise compartilhada, considerando a globalidade de óticas dos 
professores”. 
Imperioso se faz o repensar do trabalho pedagógico, buscando a efetiva 
aplicação dos resultados do conselho de classe em sala de aula, através de 
processos de intervenção com o aluno, visando o sucesso de todos.
Diante dessa realidade Dalben (2004 p.73) aponta que
é nesse contexto que emerge a importância dos conselhos de classe 
e resgatada sua concepção original como espaço de diálogo entre 
diferentes posturas e posicionamentos dos diversos profissionais, 
possibilitando que os pontos de vista sejam relativizados, diminuindo 
assim, os erros de avaliação que tanto tem prejudicado os alunos [...] 
e permitindo a produção de conhecimentos mais próximos do real.
Cabe ressaltar a necessidade de retomada das discussões e reflexões pelos 
professores acerca de uma proposta básica das disciplinas, para a indicação do 
rumo que se pretende seguir, dos aspectos significativos. Do estudo das questões 
apontadas nos conselhos de classe, surgirão novas necessidades, que darão aos 
professores os elementos para a programação do trabalho pedagógico no bimestre 
seguinte. Deverão surgir objetivos, estratégias, atividades que constituirão a prática 
que o professor vai construírem sala de aula.
O conselho de classe é um espaço de diagnóstico do processo educativo que 
a escola desenvolve, deve ter relação com o processo de avaliação de que é parte, 
não pode ser ato isolado do contexto educativo. Os professores precisam trabalhar a 
partir dos problemas levantados no conselho de classe, para que possam avaliar 
14
seu próprio trabalho e a atuação da turma, dos alunos e propor novas ações e 
atividades (Cruz, 1995).
Para Luckesi (2001, p.44), “o resgate do significado diagnóstico da avaliação 
[...], de forma alguma quer significar menos rigor na prática da avaliação, que deverá 
verificar a aprendizagem a partir dos mínimos necessários.” Ainda segundo o autor, 
é preciso que os conceitos e notas de aprovação signifiquem o mínimo necessário 
de aprendizagem em todas as condutas que são indispensáveis para exercer a 
cidadania, ou seja, significam a detenção e informações e a capacidade de estudar, 
pensar, refletir e direcionar as ações com adequação e saber.
Os professores e pedagogos precisam fazerquestionamentos freqüentes do 
que hoje se faz na escola, construir maneiras concretas de transformar a realidade 
escolar, dando-lhe força para o crescimento de seus alunos. Sem a mudança no dia-
a-dia de professores e alunos, não haverá transformação educacional em prol da 
melhoria do processo de formação.
 Conselho de Classe: compromisso com a aprendizagem
A escola é espaço importante na concretização das políticas educativas. O 
professor precisa diversificar seu planejamento, sua metodologia e procedimentos 
em sala para que seus alunos sejam respeitados em sua individualidade e com isso 
o professor observar seus progressos, dentro do ritmo de aprendizagem de cada 
um.
Não obstante a grave questão da falta de disponibilidade dos professores 
para a escola e para o trabalho coletivo, necessário continuar a busca por um 
espaço freqüente de reuniões e encontros para discussão e análise das questões do 
dia-a-dia na escola, a fim de que todos compreendam que o conselho de classe é 
uma instância capaz de promover a discussão sobre a avaliação e o processo de 
ensino e aprendizagem no âmbito escolar.
O trabalho conjunto de professores e pedagogos deve ser um aprendizado 
constante, pois é só por meio dele que se desenvolvem habilidades para promover a 
transformação.
15
Com base no estudo e nos textos lidos, necessário se faz a reflexão de como 
acontecem ainda os conselhos de classe nas escolas, com relatos de experiências, 
debates sobre situações reais vividas no interior da escola, propiciando o 
conhecimento da realidade, seus desafios e conquistas.
Nessa reflexão, análise e socialização no grupo, o conselho de classe deve 
ter a função de analisar a prática pedagógica de todos os professores, 
principalmente no que diz respeito a avaliação, permitindo a análise global do aluno, 
visualizando as potencialidades de cada um para que ocorra mudanças qualitativas 
levando à melhores resultados no processo de ensino e aprendizagem. Tudo isto, 
com propostas pedagógicas coletivas, diversificadas, com características 
interdisciplinares.
O conselho de classe deve ter caráter estritamente pedagógico: linha de ação 
consistente, enfim, todos os envolvidos falando a mesma linguagem, levantando 
problemas para buscar medidas de intervenção pedagógica com a participação de 
todos, compartilhando experiências positivas, adequando metodologias de acordo 
com as necessidades da turma. A leitura, o estudo, a capacitação é essencial para 
que todos os envolvidos (comunidade escolar) percebam novas perspectivas, na 
tentativa de estabelecer uma relação mais efetiva com o processo de avaliação do 
ensino. Acredita-se que o primeiro passo para o conselho de classe se tornar mais 
eficaz, é cada professor e a equipe pedagógica encarar esse momento com muita 
responsabilidade e como espaço de discussão pedagógica, estabelecendo metas, 
um direcionamento para os problemas apresentados.
Infelizmente o conselho de classe tem contribuído, sim, para a exclusão de 
alguns alunos, quando a metodologia do professor continua a mesma. É preciso um 
refazer do trabalho anterior para tentar a recuperação dos conteúdos não 
assimilados por esses alunos. Ao término do ano letivo alguns alunos são 
esquecidos e não se valoriza suas potencialidades e acabam sendo retidos nas 
mesmas séries enquanto outros com menos capacidade são aprovados. Deve-se 
desenvolver análises relativas à própria prática, maior reflexão para a busca de 
novos conhecimentos
Para que haja mudanças no conselho de classe, é necessário que haja 
participação efetiva com comprometimento de todos, que se faça uma análise crítica 
16
e reflexão da prática pedagógica dos professores em relação ao trabalho 
desenvolvido em sala de aula e ao rendimento do aluno quanto aos conteúdos e ao 
processo de ensino aprendizagem.
A participação dos professores nos conselhos de classe ainda é preocupante, 
há em certos momentos pouco envolvimento dos professores, falta de 
comprometimento com a escola e principalmente com seus alunos (alguns 
professores nunca participam dos conselhos, outros querem fazer tudo rapidinho, 
pois tem outros compromissos mesmo sabendo das datas antecipadamente). Alguns 
professores entendem o conselho de classe como cumprimento de obrigação, 
entrega de notas. O conselho de classe, ainda em alguns momentos, é burocrático, 
não tendo compromisso com o pedagógico. Propõe-se que o trabalho seja 
realmente coletivo, participativo, visando propostas inovadoras que venham trazer 
alternativas e soluções para os problemas apontados.
A formação do professor não termina com um diploma. Não se pode deixar de 
ler, freqüentar seminários, fazer cursos, refletir diariamente sobre o trabalho 
desenvolvido na escola. A formação continuada dos professores e pedagogos é uma 
das condições para o sucesso do sistema escolar.
Para construir uma nova realidade educacional, é essencial implementar 
políticas estruturais voltadas não só para os alunos, mas para os professores, 
principais articuladores de uma educação de qualidade. A realidade escolar clama 
por uma proposta pedagógica que assegure o direito de aprender e fazer dos alunos 
alvo da construção do conhecimento.
Diante da atual crise na educação, a formação de professores e pedagogos 
deve buscar alternativas para o seu trabalho, propondo a conjugação de esforços 
para a solução de problemas levantados, com o objetivo de compreender e de 
transformar as práticas pedagógicas. O trabalho deve ser em equipe, com 
aprofundamento teórico consistente, com clareza e segurança.
Espera-se com este trabalho de implementação sobre o conselho de classe 
efetivar oportunidades de reflexão na busca da superação dos processos avaliativos, 
com o intuito de re-configurar o conhecimento, rever as relações pedagógicas 
alternativas e contribuir para alterar a própria organização do trabalho pedagógico 
no conselho de classe. Este há que ser um instrumento eficaz, dentro do processo 
17
global de avaliação que a escola desenvolve por meio de pequenas mudanças 
educativas, o início das transformações sociais desejadas por todos. Mas, nada 
disso acontecerá se os professores, pedagogos e a escola, por opção pessoal e 
institucional, como educadores e cidadãos, não se dispuserem a praticar as 
pequenas transformações possíveis para viabilizar uma sociedade participativa e 
democrática, justa e igualitária. Constata-se, pois, que, as transformações somente 
se realizarão a partir da cooperação daqueles que concretamente trabalham no 
cenário escolar.
O conselho de classe deve ser um processo com foco na avaliação do 
conhecimento apreendido pelo aluno, e não apenas das notas obtidas ou de suas 
atitudes e comportamento.
Ademais, a avaliação deveria ser uma mediação transformadora da prática e 
o conselho de classe um espaço para definição, para planejamento de ações e 
compromissos coletivos, para interferência na realidade, superando as práticas 
meramente burocráticas.
O grande desafio, ainda, é o constante auto questionamento do professor 
sobre o trabalho realizado em sala de aula com os alunos. A avaliação precisa ser 
vista não como instrumento de controle e poder, mas como uma ferramenta que 
contribui para avaliar o próprio trabalho docente, entendida como processo, como 
parte do trabalho docente, verificando as dificuldades, dúvidas e buscando 
alternativas que ajudem o aluno a superar suas dificuldades e progredir,desenvolver-se adequadamente no processo de formação escolar.
A avaliação auxilia o docente a definir objetivos, planejar para novamente 
avaliar, num constante ir e vir. O conselho de classe não pode ser o ponto final do 
processo de ensino, deve ser um espaço democrático para a construção de 
alternativas para o fazer escolar, assessorando o professor para novos 
encaminhamentos e intervenções à medida que os problemas surjam e sejam 
discutidos pelo coletivo.
O conselho de classe não tem auxiliado na aprendizagem do aluno, pois não 
são sistematizadas as ações concretas de intervenção e não se chega a um 
resultado concreto de análise do desempenho dos mesmos, tornando-se apenas um 
encontro momentâneo, sem continuidade, que se encerra com a entrega das notas.
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Da forma como vem sendo realizado, o conselho de classe não reorienta a 
atuação dos professores, no entanto percebe-se a necessidade de novos 
direcionamentos para caminhos que levem a uma prática pedagógica mais 
consistente na complementação da aprendizagem dos alunos. Da forma como está, 
o conselho de classe está centralizado no quanto o aluno conseguiu de nota 
(mensura), não revê a atuação do professor. Focaliza-se, ainda, somente o aluno.
E, para que o conselho de classe se efetive com sentido de transformação da 
prática avaliativa que se tem do aluno, é necessário haver uma intencionalidade 
comum entre os participantes, de toda a comunidade escolar, representar um projeto 
coletivo. O conselho de classe deve se configurar como espaço que não só 
possibilita a análise do desempenho do aluno, mas também do desempenho dos 
professores e da própria escola: deve propor rumos para uma ação concreta de 
mudança.
Os conselhos de classe vivenciados na escola não oportunizam a discussão 
e construção de uma prática mais dinâmica, pois, na maioria das vezes, devido ao 
grande número de problemas destacados, a atenção fica apenas nas notas.
O conselho de classe deve assumir um papel orientador quanto ao 
desempenho dos alunos, e também ser o espaço capaz de organizar o trabalho 
pedagógico dentro de uma proposta coletiva e integradora.
A autocrítica, auto-avaliação, pode ser o primeiro passo para os educadores 
reverem seu trabalho dentro da comunidade escolar.
A organização e realização do pré- conselho, e o acompanhamento das 
medidas propostas no conselho de classe, são imprescindíveis. O pré-conselho 
possibilita um tempo maior para a investigação e análise dos problemas que 
interferem no processo pedagógico. Ademais, possibilita um levantamento 
antecipado dos problemas a serem solucionados, a coleta antecipada de sugestões 
para o alcance dos resultados, a identificação das dificuldades individuais e coletivas 
dos alunos, além da reflexão sobre a metodologia de ensino, os instrumentos de 
avaliação e formas de comunicação dos resultados aos alunos.
O pré-conselho consiste no levantamento de dados junto à turma para 
posterior análise do colegiado com vistas à retomada e redirecionamento do 
processo de ensino com intuito da superação dos problemas levantados, sendo este 
19
um espaço de diagnóstico do processo de ensino. E, que deverá ser realizado 
antecipadamente, com o professor representante de turma e a classe, verificando e 
especificando junto aos alunos as dificuldades apresentadas de aprendizagem, as 
solicitações e sugestões dos mesmos. Logo em seguida, o professor representante 
de turma, utilizará estes dados para repassar aos outros professores em reunião 
própria, onde irão descrever as dificuldades, informar as medidas já tomadas, 
apresentar sugestões e analisar o próprio plano de trabalho docente, que seria a 
teoria e a prática efetivamente.
O conselho de classe ainda não exerce sua função de avaliação do trabalho 
pedagógico do professor, avalia-se apenas o aluno através da nota.
A partir das leituras sugeridas nos encontros do grupo de apoio está se 
conseguindo ter uma melhor compreensão e reflexão sobre a importância deste 
momento no âmbito escolar, pois os textos destacam muito bem como deveria ser o 
conselho de classe e seus reais objetivos. Deve-se discutir o aproveitamento das 
turmas no todo e a situação de cada aluno em particular.
Para que o conselho de classe possa avançar em uma perspectiva 
transformadora e que possa de fato atender a finalidade da escola pública, os 
professores, pedagogos e os demais envolvidos deveriam além de levantar as ações 
e discutir os problemas, apresentar o retorno aos alunos e professores sobre os 
encaminhamentos apontados e as intervenções propostas e colocadas em prática 
pós conselho de classe com os alunos em sala de aula. Para que isso se concretize, 
deve-se buscar a conscientização de todos os professores, do seu papel na 
construção de um mundo melhor e conseqüentemente de uma escola melhor. Não 
desistir nunca, acreditar, pois as mudanças, mesmo que lentas e morosas, 
acontecerão.
O que se vê hoje nas escolas é uma vontade grande por parte da maioria dos 
professores de se promover a mudança. Precisa-se achar o caminho certo. A 
comunidade escolar há que ter uma predisposição para a mudança, para que possa 
ocorrer um maior envolvimento e participação de todos no trabalho, pois a escola é 
um local de formação. É um grande desafio para a escola, compreender a realidade 
hoje vivida pelos alunos e apontar novos direcionamentos que contribuam para uma 
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transformação real da prática, a fim de se alcançar a melhoria de qualidade de 
ensino, contribuindo para a luta por uma sociedade mais justa. 
Fazer com que professores se conscientizem que o trabalho deve ser coletivo 
e não fragmentado, focalizando o todo e não somente a sua disciplina. Cobrar dos 
alunos um limite maior, maior responsabilidade e compromisso com o estudo, que 
respeitem as regras estipuladas pela escola, que cumpram seus deveres.
As expectativas em relação à proposta apresentada sobre o conselho de 
classe são as melhores possíveis, porque num trabalho coletivo, procura-se tentar 
superar os obstáculos enfrentados na realização deste momento tão importante no 
cotidiano escolar.
Busca-se, através de estudos e da troca de experiências, o aprimoramento e 
melhoria, não só deste espaço, mas na educação como um todo. O primeiro passo é 
investir na capacitação de docentes e pedagogos, pois a atualização e a produção 
de novas práticas só surgem de uma reflexão partilhada no coletivo.
CONCLUSÃO
Ante o exposto, impende ressaltar que o conselho de classe deve ser um 
espaço para a discussão das questões do ensino, do método adotado, dos 
conteúdos trabalhados, dando significado para a aprendizagem do aluno. É o 
repensar do trabalho pedagógico, a compreensão da avaliação dentro de uma 
perspectiva crítica, priorizando a aprendizagem dos alunos. É o repensar do trabalho 
pedagógico, a compreensão da avaliação dentro de uma perspectiva crítica, 
priorizando-se a aprendizagem dos alunos.
Para que bem atenda aos reclamos da realidade escolar, urgem iniciativas, 
por parte da coletividade envolvida no processo de ensino aprendizagem, com aulas 
dinâmicas, melhor planejamento didático e a conscientização da responsabilidade 
de todos os componentes da escola pública. E, por meio do presente trabalho, tem-
se como principal meta a busca de um conselho de classe ideal. 
 Nesta perspectiva, portanto, as ações pedagógicas devem, de acordo com a 
idéia partilhada por Rocha (1982, p. 22-23)21
Despertar no professor a consciência de que a auto-avaliação 
contínua de seu próprio trabalho, com o intuito de um re 
planejamento promover a aprendizagem mais eficiente do aluno, 
discutir o aproveitamento das turmas no todo e a situação de cada 
aluno em particular, buscando especificar com base em observações 
concretas, causas do baixo rendimento escolar. Estabelecer medidas 
pedagógicas a serem adotadas, na tentativa de possibilitar a solução 
de dificuldades surgidas no decorrer do bimestre e analisadas ao 
realizar-se o conselho de classe. Fixar a metodologia e recursos 
específicos a serem aplicados no atendimento do aluno/turma, cujo 
aproveitamento foi considerado insuficiente pelo conselho de classe 
(recuperação paralela). Discutir critérios de avaliação para realização 
dos conselhos, o que poderá ser modificado, se necessário, de um 
para outro bimestre.
Assim sendo, o conselho de classe deverá estar inserido num contexto atual 
possibilitando, por meio do diálogo e da reflexão, o alcance de mudanças e atuação 
sobre a realidade, primando pela qualidade do ensino em função dos objetivos que 
se pretende atingir. Trata-se de um conselho de classe voltado à exposição de 
opiniões, à busca de soluções, orientações, troca de idéias, a fim de que sejam 
colocados aos envolvidos no processo educacional e avaliativo, os pontos positivos 
e os que precisam de aperfeiçoamento, para melhores resultados na aprendizagem 
dos alunos.
É preciso refletir sobre aquilo que é possível ser feito para intervir e mudar o 
ultrapassado paradigma que vem informando a prática dos conselhos de classe, 
verificando-se coletivamente quais as possibilidades reais de intervenção no 
cotidiano escolar. O conselho ideal requer que sejam ponderadas as mediações 
necessárias, as ações, com questões mais pontuais, levando-se a discutir a teoria e 
fazer relação com a prática.
Em síntese, a organização e realização do pré-conselho e o 
acompanhamento das medidas propostas no conselho de classe são 
imprescindíveis. Cabe também, reverter os resultados em conhecimentos e 
mudança qualitativa na prática escolar, com subsídios teóricos metodológicos e 
redimensionar nossa prática no cotidiano escolar. Opinar e buscar soluções e 
orientações, trocar idéias, colocar os pontos positivos e os que precisam melhorar 
para melhores resultados na aprendizagem dos alunos.
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O conselho de classe é um momento rico em reflexões sobre as 
potencialidades e dificuldades que cada turma apresenta e dos encaminhamentos, 
que chamam pais, professores e alunos para um maior comprometimento no que diz 
respeito ao ensino e aprendizagem. É um processo que desafia o pensar, 
desenvolve ações de ouvir, falar, respeitar o outro e trabalhar em grupo. Visualizar e 
refletir sobre o processo do cotidiano escolar e (re) construí-lo, com ações mais 
pontuais. Provocar essa mudança é constituir um processo ensino aprendizagem de 
qualidade, uma escola mais democrática e humana.
O conselho de classe pode e deve modificar as relações no interior da escola, 
se privilegiar processos coletivos de reflexão, tendo como objeto de estudo o 
processo de ensino, principal objetivo do trabalho escolar.
23
REFERÊNCIAS
CRUZ, Carlos Henrique Carrilho. Conselho de Classe e Participação. Revista da 
Educação AEC, Brasília, v.24, n.94, p.111-136, jan/mar, 1995.
DALBEN, Angela Imaculada Loureiro de Freitas. Trabalho Escolar e Conselho de 
Classe, 2.ed. Campinas: Papirus, 1994.
_____ CONSELHO DE CLASSE E AVALIAÇÃO-Perspectiva na Gestão 
Pedagógica da Escola. 3.ed. Campinas: Papirus, 2004.
GANDIN, Danilo Cruz; CARRILHO, Carlos Henrique. Planejamento na sala de 
aula, 6.ed. Petrópolis: Vozes, 2006.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem, ed .11. São Paulo: 
Cortez, 2001.
ROCHA, Any Dutra Coelho da. Conselho de Classe: burocratização ou 
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – Superintendência da Educação. 
Orientações para a Organização da Semana Pedagógica. Curitiba, 2008.
VASCONCELLOS,Celso dos S. Avaliação da Aprendizagem: Práticas de 
Mudança. Cadernos Pedagógicos, v.6. São Paulo: Liberdad,1998.

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