MARCAS DE MORDIDA

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Profª Ariane Salgado 
Conceitos Fundamentais de Odontologia Legal – Identificação Humana – Marcas de Mordida 
 
Curso preparatório para o concurso do ITEP - 2017 
 
Odontologia Legal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceitos Fundamentais de 
Odontologia Legal: 
Marcas de Mordida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ariane Salgado 
 
 
Profª Ariane Salgado 
Conceitos Fundamentais de Odontologia Legal – Identificação Humana – Marcas de Mordida 
 
Curso preparatório para o concurso do ITEP - 2017 
 
 
ODONTOLOGIA LEGAL 
Odontologia Legal: É a especialidade que tem como objetivo a pesquisa 
de fenômenos psíquicos, físicos, químicos e biológicos que podem atingir ou ter 
atingido o homem, vivo, morto ou ossada, e mesmo fragmentos ou vestígios, 
resultando em lesões parciais ou totais reversíveis ou irreversíveis. 
 
IDENTIFICAÇÃO ODONTO LEGAL PELAS MARCAS DE MORDIDA 
Denominam-se mordidas, em Odontologia Legal, as marcas deixadas 
pelos dentes, humanos ou de animais, na pele de pessoas vivas, de cadáveres 
ou sobre objetos inanimados relativamente moles. 
As marcas ou impressões deixadas pelos dentes ou outros elementos 
duros da boca (próteses, pontes fixas, aparelhos ortodônticos, etc), sobre um 
suporte, possuem características individuaizadoras incontroversas, que podem 
ser utilizadas na identificação da pessoa que provocou a mordida, partindo-se 
do pressuposto de que a dentadura é única para cada indivíduo. 
Análise de uma mordida: exame cuidadoso da lesão, medições e cotejos 
minuciosos com a finalidade de comparação com os arcos dentários dos 
suspeitos. 
 
ARCOS DENTÁRIOS: possuem os requisitos biológicos básicos (unicidade, 
perenidade e imutabilidade) e os requisitos técnicos (praticabilidade e 
reprodutibilidade) necessários para a realização da identificação. 
No vivo, as marcas de mordida muito provavelmente serão diferentes 
entre si, mesmo que partam da mesma pessoa. 
Além da própria identificação do agente, quatro pontos fundamentais na 
investigação forense podem ser elucidados pelo estudo das mordeduras: 
• Violência da agressão; 
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• Precedência ou sequência na produção das mordidas, quando mais de 
uma; 
• Reação vital das lesões, para determinar se foram produzidas intra vitam 
ou post mortem; 
• Data aproximada das mesmas. 
MECANISMO DE PRODUÇÃO DAS MORDEDURAS: É o conjunto de forças a 
que se dá início pelo fechamento mandibular, seguido de sucção da pele e ação 
da língua imprimindo força no sentido contrário, ocasionando sua projeção nas 
superfícies incisais e linguais dos dentes. Normalmente a mordida humana 
produz lesões do tipo cortocontusas. 
SEQUÊNCIA DO EXAME DAS MARCAS DE MORDIDA 
1. Análise das características gerais da mordida; 
2. Fotografia da mordida; 
3. Coleta de material para exame de DNA; 
4. Registro físico da mordida (moldagem); 
5. Coleta de amostras do suspeito; 
6. Confronto dos registros produzidos. 
 
1. ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS GERAIS DA MORDIDA 
• Localização anatômica da mordida; 
• Superfície de contorno: liso, curvo ou irregular; 
• Estruturas subjacentes: osso, cartilagem, músculo e gordura; 
• Pele: fixa ou móvel; 
• Forma: circular, oval, crescente ou irregular; • Cor da lesão. 
• Tamanho: dimensões verticais e horizontais utilizando o sistema métrico 
padrão. 
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• Tipo de lesão: hemorragia púrpura, equimose, abrasão, laceração ou 
avulsão. 
 
MORFOLOGIA DA MARCA DE MORDIDA HUMANA 
A. EQUIMOSE: equimose em área difusa, mais ou menos intensa, imitando 
externamente a área da mordida, provocada pela pressão dos lábios. 
B. ESCORIAÇÕES OU LESÕES CORTO-CONTUSAS: deixadas pelos 
dentes anteriores e/ou pela superfície do palato, nas quais poderão ser 
observadas as características individuais dos dentes. O exame 
geralmente se inicia pela busca da marca dos caninos. 
C. EQUIMOSES DE SUCÇÃO (sugilações): provocadas pela língua ou pelo 
vácuo criado pelo agente agressor. É mais comum nos crimes de violência 
sexual. 
D. FORMA CIRCULAR OU ELÍPTICA pela somatória dos arcos superior e 
inferior. 
MARCAS DEIXADAS PELOS DENTES: 
INCISIVOS: 
 
 
CANINOS: 
 
 
PRÉ-MOLARES E MOLARES 
 
 OU 
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 MORFOLOGIA DA MORDIDA ANIMAL 
 Alongadas, em forma de “V”; 
 Nunca têm vestígios de sucção; 
 Maior profundidade das lesões perfuro-contusas; 
 Lacerações frequentes; 
 Marcas dos diastemas naturais de cada espécie. 
2. FOTOGRAFIA DA MORDIDA 
• Do geral para o específico; 
• Todas as etapas do exame; 
• Flash eletrônico circular e lentes planas observando balanço de cor; 
• Com escala de referência posicionada no mesmo plano ou adjacente à 
marca. 
• Sem escala, para que nenhuma área da lesão seja escondida. 
• Fotos coloridas e em preto e branco; 
• Fotografia U.V. caso a lesão esteja desaparecendo; 
• Mudar posições do corpo em casos de mordidas em locais de articulação 
• Em vítimas vivas, fotografar a evolução da lesão por vários dias em 
sequência. 
3. COLETA DE MATERIAL PARA EXAME DE DNA 
Primeiro deve-se observar se a mordedura foi lavada, contaminada, 
embalsamada, sofreu decomposição ou mudança de posição, e a partir daí 
seguir o seguinte protocolo. 
TÉCNICA DO SWAB DUPLO: 
• Esfregaço do 1° swab umedecido em água destilada sobre a lesão, 
deixando secar ao ar livre; 
• Esfregaço do 2° swab seco sobre a lesão; 
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• Condicionamento adequado, em caixa ou envelope de papel seco 
apropriado para tal, com a amostra especificada, catalogada e identificada. 
• Utilizada para estudo de grupo sanguíneo para os indivíduos secretores 
(80%), pesquisa de amilase salivar (comprova a mordedura), e identificação pelo 
DNA. 
4. REGISTRO FÍSICO DA MORDIDA 
Realizado com silicona de adição, de acordo com o suporte mordido: 
• Mordida no vivo; • Mordida no morto; 
• Mordida em objetos. 
Coleção De Evidências: 
AMOSTRAS DE TECIDO 
• Realizada em cadáveres; 
• Remoção da derme, músculo e tecido adiposo adjacente para análise 
transiluminativa. 
• Antes da excisão, um anel de acrílico deve estar firmemente posicionado 
com fio de sutura ou cianoacrilato, a uma polegada das bordas das amostras de 
tecido lesionado, para prevenir a contração e distorção da amostra quando fixada 
em formol a 4%. 
MORDIDAS SOBRE OBJETOS 
Objetos inanimados perecíveis (frutas, queijos, etc), deverão ser 
conservados em sacos plásticos, herméticos, no refrigerador a 4°C. Como subre 
esses objetos podem conter restos de saliva, a coleta do material biológico deve 
ser feita previamente a qualquer manipulação sobre a peça. 
Os objetos devem ser fotografados do mesmo modo anteriormente 
descrito, e moldados com material de alta precisão (silicona de adição). 
Se a conservação deverá ser feita por semanas ou meses, recomenda-se 
a imersão do objeto em uma mistura fixadora compostapor: 5mL de formol a 
40%, 5mL de ácido acético glacial, e 90mL de álcool a 70%. 
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5. COLHEITA DE AMOSTRAS DO SUSPEITO 
Fotografias: geral da face em norma frontal, em close, em máxima abertura 
bucal e em norma lateral. 
Exame clínico e odontograma: Observar e registrar integridade dos arcos 
dentários, Próteses; Restaurações; Fraturas dentárias, entre outros. 
Coleta de material biológico: Esfregaço de swab na mucosa jugal para coleta 
de saliva ou de células da muscosa oral, e/ou colheita de sangue. 
Moldagem e registro interoclusal: Mordida em lâmina de cera, moldagem com 
e sem prótese no caso de usuário de PPR e vazar de preferência com gesso 
especial. 
6. CONFRONTO DE REGISTROS: 
• Análise métrica 
• Análise de forma e disposição dentária 
• Pode-se utilizar técnicas de sobreposição de imagens. 
 
CONCLUSÃO DOS EXAMES 
• Exclusão; 
• Possível; 
• Provável; 
• Positivo.