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Deivid A. da Costa BIOELETROGÊNESE E EXCITABILIDADE • Propriedades gerais das células excitáveis • Potencial de ação • Transmissão sináptica • Introdução a neurofisiologia Deivid A. da Costa MORFOLOGIA DO NEURÔNIO Deivid A. da Costa Neurônios Dendritos Axônio Pericário Deivid A. da Costa O impulso nervoso Deivid A. da Costa O impulso nervoso Os neurônios são células excitáveis capazes de produzir potenciais de ação (sinais bioelétricos de comunicação). Todas as células do corpo humano possui em sua membrana canais iônicos que mantém o interior da célula com carga negativa quando comparado com o exterior, com carga mais positiva. Deivid A. da Costa O impulso nervoso A membrana celular dos neurônios possuem diferentes tipos de proteínas de transporte: Canais controlados por comportas; canais iônicos dependentes de ligantes Canais de Na+ Ativados por Voltagem Canais de K+ Ativados por voltagem Abrem mais lentamente que os canais de Na+ Deivid A. da Costa O impulso nervoso Actionpotential.swf Deivid A. da Costa O impulso nervoso Características do potencial de ação Lei do tudo ou nada: O impulso ocorre sempre do mesmo modo, sempre igual em amplitude, duração e forma de onda. O impulso não é gerado apenas uma vez na membrana. Ele é gerado a cada ponto da membrana provocando uma “impressão” de deslocamento. No período refratário a membrana permanece inexcitável (intervalo de milisegundos entre dois pulsos) O impulso é unidirecional Período Refratário •Evita propagação para “trás” •Permite disparo em casos de estimulação “extra forte” Deivid A. da Costa A família dos neurônios Axônios com diâmetro maiores possuem maior velocidade de condução do impulso. Contudo ocupam muito espaço e exige um corpo neural grande para mantê-lo. Como aumentar a velocidade do impulso sem aumentar o diâmetro do axônio? Associação dos neurônios com oligodendrócitos e células de Schwann célula de Schwann Propagação do Potencial de Ação Condutância “saltante” Axônio Mielinizado Canais de Na+ somente ao longo nódulo de Ranvier Tipos de comunicação celular no sistema nervoso Sinápse elétrica Sinápse química Sinalização não específica Principal meio de comunicação entre neurônios no S.N. Comunicação entre neurônios Os neurônios podem se comunicar entre si de duas formas: 2- Através de sinapses químicas As junções comunicantes são locais onde dois neurônios se encontram, e suas membranas celulares estão justapostas e contém vários canais iônicos nesses pontos. A comunicação é mais rápida Provavelmente envolvidas em fenômenos de sincronização Junções comunicantes • Transmissão muito rápida • Similar à propagação eletrotônica passiva – chamada de transmissão eletrotônica • Acoplamento celular: importância na percepção Sincronização de atividade neuronal Simulação tridimensional (Traub et al.) Sincronização neuronal em processos cognitivos Acoplamento celular Sincronização neuronal Desenvolvimento Sono & vigília Atenção & alerta Neuropatologias Acoplamento celular Padrão? Padrão Comunicação entre neurônios Sinapses Químicas Duas características principais: • Existência de um espaço entre uma célula e outra (fenda sináptica) • Presença de um mensageiro químico, para reproduzir o potencial elétrico na região pós- sináptica – Neurotransmissor – Neuromoduladores – Hormônios Tipos de Sinapses Químicas Axo-dendrítica Axo-somática Axo-axônica A integração sináptica pode-se dar por somação temporal e espacial. Em A, o potencial pós-sináptico excitatório (PPSE) é insuficiente para atingir o limiar da zona de disparo do neurônio. Em B, como a frequência de PAs é mais alta, os PPSEs somam-se e já atingem o limiar: o PPSE final resulta da soma algébrica dos PPSEs subsequentes na mesma sinapse (somação temporal). Em C, somam-se os PPSEs de sinapses próximas, produzindo um PPSE resultante de amplitude superior ao limiar da zona de diparo (somação espacial). A integração de sinapses excitatórias e inibitórias (A) produz na zona de disparo do neurônio um potencial pós-sináptico resultante (B) que representa a soma algébrica dos PPSEs e PPSIs provocados pelas várias fibras aferentes. Sinapses Químicas – Princípios Básicos • Síntese de Neurotransmissores • Armazenagem em vesículas • Liberação dos neurotransmissores • Ativação dos receptores • Mecanismos de Remoção e Degradação dos Neurotransmissores PeptídeosAminoácidos e aminas Liberação de Neurotransmissores • Desencadeada pela chegada de um Potencial de Ação ao terminal axonal • Despolarização Abertura de canas de Ca+2 • Influxo de íons Ca+2 membrana vesicular ancora-se à membrana pré-sináptica • Neurotransmissores são liberados por exocitose através dos poros que se formam Comunicação entre neurônios Sinapses Químicas QUANTO DE NEUROTRANSMISSORES SÃO LIBERADOS EM CADA SINAPSE? Depende da duração da despolarização da membrana que resulta da chegada de um ou mais potenciais de ação. Comunicação entre neurônios Sinapses Químicas Comunicação entre neurônios Sinapses Químicas Deivid A. da Costa Deivid A. da Costa • Neurotransmissores, Neuromoduladores e Hormônios: – Agem em receptores para controlar comportamentos de células e órgãos – Diferenças principais: • Distância entre a célula que libera e o receptor • Local onde são produzidos Potenciais Pós-Sinápticos • Modificam taxa de ativação do neurônio pós- sináptico • Podem ser: – Potenciais pós-sinápticos excitatórios (PEPS) – despolarizantes – Potenciais pós-sinápticos inibitórios (PIPS) - hiperpolarizantes • Dependem das características do receptor e tipo de canal iônico ligado a ele Potencial Pós-sináptico Excitatório (PEPS) • Se os canais abertos forem permeáveis a Na+ ou ao Ca+2 entrada de íons e despolarização da membrana Ativação sináptica de canais iônicos abertos por ACh e GLU promovem PEPS Potencial Pós-sináptico Inibitório (PIPS) • Se os canais abertos forem permeáveis a K+ ou ao Cl- entrada de íons Cl- ou saída de K+ hiperpolarizará membrana Ativação sináptica de canais iônicos abertos por glicina ou GABA causam PEPS Integração Sináptica • A taxa de disparo de um neurônio é determinada pela atividade relativa de sinapses inibitórias e excitatórias no corpo e nos dendritos dessa célula Principais Sistemas Colinérgicos Originados: da ponte (dorso –lateral) sono REM e vigília do prosencéfalo basal aprendizagem perceptual do septo medial atenção e memória Carlson , 2002 Acetilcolina X Alzheimer e envelhecimento Alzheimer – demência, com perda de memória, linguagem e outras habilidades cognitivas; Déficit nos níveis de ACh e atividade Colina acetiltransferase (CoAT) – no hipocampo, córtex e estriado Hipótese de papel central da ACh nos déficits de memória no envelhecimento Drogas anticolinesterásicas são usadas para inibir a degradação da Ach e combater o Alzheimer (com modesta melhora) Artigo sobre envelhecimento memória e Alzheimer On line Alzheimer Principais Vias Dopaminérgicas • Nigroestriatal envolvida com controle e planejamento motor • Mesolímbica efeitos reforçadores, participação na atenção e aprendizagem por reforço • Mesocortical papel na formação de memória de curto prazo, planejamento de estratégias para solução de problemas Carlson , 2002 Papel da Dopamina (DA) na aprendizagem e namotivação • Neurônios dopaminérgicos respondem a eventos salientes/ reforçadores e a estímulos sensoriais associados aos primeiros • Proposta de Mogenson, Jones e Yim (1980) – sistema de DA no accumbens interface entre sistema límbico e motor, ligando motivação à ação Schultz, W. News Physiol Sci, 1999 Materia sobre dopamina On line Dopamina (DA) e Esquizofrenia – Esquizofrenia aumento da neurotransmissão dopaminérgica no lado esquerdo do cérebro. – Alucinações, delírios, déficits cognitivos como problemas no filtro atencional e na atenção seletiva – Antipsicóticos bloqueiam receptores dopaminérgicos haloperidol (Haldol ®) Dopamina e Parkinson Sintomas: disfunção motora, tremores, rigidez, déficits cognitivos Causa: degeneração de neurônios DA na substância negra. L-Dopa é um fármaco do grupo dos antiparkinsónicos, que é usado no tratamento das síndromes parkinsonianas. Delírio e insônia conectam esquizofrenia a Parkinson Drogas de abuso • Capacidade comum de aumentar a liberacão de dopamina principalmente na via dopaminérgica mesolímbica. • Psicoestimulantes (cocaína, anfetamina, opióide, álcool, cafeína, barbitúrico e nicotina) concentração extracelular de dopamina no núcleo accumbens (sistema dopaminérgico mesolímbico), (Robinson e Berridge, 1993) AUTO-ESTIMULAÇÃO para receber estimulação elétrica ou substância com efeito reforçador Video Auto-estimulação Fenotiazina é um antipsicótico que atua bloqueando os receptores pós-sinápticos dopaminérgicos mesolímbicos no cérebro. Indicado para tratamento dos transtornos psicóticos agudos e crônicos: é eficaz na esquizofrenia e na fase maníaca da doença maníaco-depressiva. A cocaína, em vermelho, bloqueia a recaptação da dopamina na sinapse. Mais dopamina se acumula na sinapse, resultando em sentimentos de prazer intenso. Infelizmente, o uso prolongado de cocaína pode fazer com que o cérebro se adapte de tal forma que se passa a depender da presença da cocaína para funcionar normalmente. Então, se a pessoa para de usar cocaína, não existirá dopamina suficiente nas sinapses, e a pessoa experimenta o oposto do prazer - fadiga, depressão, humor e baixa. Mesmo muito tempo depois que a pessoa parou de usar cocaína, as anormalidades cerebrais podem persistir, causando sensações de desconforto e desejo de mais da droga para aliviar esses sentimentos. MECANISMO DE AÇÃO DE ALGUMAS DROGAS Maconha: Δ9-Tetrahidrocanabinol (THC) estimula a liberação de dopamina. De acordo com o tipo de cannabis variam as concentrações dos seus constituintes, nomeadamente de Δ-9-THC e CBD (canabinodiol) . A atividade do sistema canabinóide é capaz de inibir tanto o sistema GABA, quanto o sistema glutamato. Qualquer alteração da atividade dopaminérgica (tanto um aumento, como uma diminuição) pode levar a défices nas funções cognitivas associadas ao córtex pré- frontal, o que poderá explicar alguns dos efeitos cognitivos dos canabinóides. Deficit cognitivo, de memoria de curto prazo, delírio, alucinação, sindrome amotivacional MECANISMO DE AÇÃO DA MACONHA MECANISMO DE AÇÃO DE ALGUMAS DROGAS Parece haver evidência suficiente para afirmar que os canabinóides podem induzir transitoriamente um espectro de sintomas semelhantes aos da Esquizofrenia em indivíduos “saudáveis” e exacerbar a sintomatologia de doentes com Esquizofrenia. O consumo de cannabis entre dez a 50 vezes antes dos 18 anos apresentaram uma probabilidade três vezes superior de lhes ser diagnosticada Esquizofrenia durante o seguimento, enquanto os consumidores “pesados” (consumo superior a 50 vezes) tiveram uma probabilidade seis vezes aumentada. (estudo sueco na década de 69 e 70) Norepinefrina ou Noradrenalina (NE) • Envolvida em: Fome, sexo, medo, ansiedade, dor, memória emocional, sono e alerta • Encontrado em neurônios do SNA – Liberada pelo sistema nervoso simpático e glândulas adrenais • Produzem efeitos excitatórios ou inibitórios Carlson , 2002 Principais Vias Noradrenérgicas • Corpos celulares encontrados em 7 regiões da ponte, bulbo e uma região do tálamo • Ativação destes neurônios aumento da vigilância e atenção aos eventos do ambiente • Envolvimento com comportamento sexual e controle do apetite Carlson , 2002 Gazzaniga , 2006 Papel da NE na Atenção e no estado de Vigilância/ Alerta • Atividades de neurônios do Locus Corúleus varia com ciclo sono-vigília – silenciosos durante sono REM • Liberação de NE: – aumenta grau de alerta Aumenta vigilância regula nível de responsividade atencional e comportamental a estímulos ambientais Feldman et al. , 1997 Durante o sono REM os nÌveis de noradrenalina estão reduzidos; EMAGRECEDORES Serotonina (5-HT) • Aumento de atividade relacionado à transtornos obsessivos-compulsivos e esquizofrenia. • Redução de atividade relacionada à depressão. • Serotonina diminui a ansiedade. Baixos níveis de Serotonina estão também relacionados com alterações do sono, tão comuns em pacientes ansiosos e deprimidos. • A Serotonina apresenta um efeito inibidor sobre a liberação de hormônios sexuais (gonadotrofinas) pelo hipotálamo, e conseqüente diminuição da resposta sexual normal. (+ serotonina = - hormonios sexuais menos atividade sexual) De modo geral a Serotonina regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas. Principais Vias Serotonérgicas • Origem núcleos da rafe do mesencéfalo, ponte e bulbo • Vias ascendentes partem de dois núcleos – mediano da rafe e dorsal da rafe • Núcleo dorsal inerva núcleos da base, parte ventral do hipocampo e matéria cinzenta pereaquedutal (MCP) • Núcleo mediano inervam áreas do hipocampo e outras regiões límbicas Carlson , 2002 Gazzaniga , 2006 Fluoxetina (PROZAC) é um medicamento antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Suas principais indicações são para uso em depressão moderada a grave, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e bulimia nervosa. Aminoácidos • Excitatórios – Glutamato principal NT excitatório no CNS – Aspartato • Inibitórios – Ácido Gama-aminobutírico (GABA) Principal NT inibidor no CNS. – Glicina Inibe atividade neural motora na medula espinhal Glutamato (GLU) – ácido glutâmico • Produz PEPS aumentando excitabilidade dos neurônios • Sintetizado nos terminais axonais a partir de Glutamina (célula da glia) • Plasticidade; desenvolvimento, memória e aprendizagem; neurodegenração e neurotoxicidade; epilepsia Papel Fundamental do GLU na Aprendizagem/ Plasticidade Neural • Potenciação de longo prazo (LTP) – aumento na excitabilidade de uma sinapse causado por estimulação repetitiva, de alta freqüência – Alterações sinápticas durante a aprendizagem Animação receptores de glutamato e potencial de longo prazo (LTP) Artigo sobre memória e plasticidade On line Ácido gama aminobutírico (GABA) • Principal neurotransmissor inibitório do cérebro • Produzido a partir do GLU pela ação da enzima GAD • Ação terminada por recaptação Drogas que atuam como aumentando a expressão GABA, normalmente têm efeitos relaxante, antiansiedade e anticonvulsivos Neuropeptídeos Ópio (do grego ôpion, “suco”) : extraído da papoula (Papaver somniferum) • Opióides Endógenos: • Endorfinas e encefalinas – Analgésicos Opióides: • atenuam eficazmente a dor sem afetarem outros tipos de sensibilidade ou produzir perda de consciência e da motricidade. – Ação analgésica: Atuam promovendo hiperpolarização dos neurônios inibindo a sinapse. –Ação na sensação de prazer (heroína, morfina): Aumentam a ação de neurônios dopamínicos Analgésicos Opióides • Receptores para opióides : pelo menos cinco tipos de receptores, , , , e . • Localizados nas regiões: – Sensorial – Límbica – Hipotalâmica – Amígdala – matéria cinzenta periaquedutal • Substância P: neurônios situados no corno dorsal da medula espinhal que conduzem os impulsos dolorosos • Corno posterior da medula: rico em encefalinas e receptores opióides Animação dor e ação das endorfinas Deivid A. da Costa MAIS INFORMAÇÕES SOBRE SUBSTÂNCIAS DE EFEITO PSÍQUICO http://www.psiqweb.med.br
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