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Seminários Conteúdos da Prova de Bactérias Microbiologia Veterinária UFPEL.

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Rhodococcus equi 
 
Bruna dos Santos; Maicon Soares, Pamela Machado, Welle José da Silva. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E FISIOLÓGICAS DAS BACTÉRIAS E 
PRINCIPAIS ESPÉCIE DE IMPORTÂNCIA PARA A VETERINÁRIA 
A bactéria Rhodococcus equi pode ser classificada morfologicamente como coco ou 
bacilos, possui um tamanho aproximadamente de 1µm até 5 µm, sua parede possui uma 
camada espessa de peptidoglicano classificando-a como Gram positiva, crescem em meios 
não enriquecidos além de serem encapsuladas são organismos aeróbios que produzem 
pigmentos. 
Do gênero Rhodococcus existem aproximadamente 27 espécies que são diferenciados 
a partir de diversidade de metabolismo, onde a principal espécie é a Rhodococcus equi de 
importância em veterinária, pois é a principal bactéria patógena causadora de doença que 
afeta potros de um a seis meses e outras espécies além de humanos. 
 
HABITAT 
Um dos principais habitats são o solo e fezes de animais também podendo ser 
encontrada em intestinos de herbívoros, mamíferos e aves. 
 
PRINCIPAIS FATORES DE VIRULÊNCIA DA BACTÉRIA 
Um dos principais fatores de virulência é a capsula, pois atrapalha o sistema imune do 
hospedeiro que não consegue fagocitar a bactéria. Outro fator é a produção de citotoxinas, a 
resistência aos antimicrobianos convencionais e também as estruturas da parede celular 
bacteriana, a presença de proteínas associadas à virulência (VAP) reguladas por plasmídeos. 
 
A IMPORTÂNCIA DO MICRORGANISMO NA MEDICINA VETERINÁRIA E 
HUMANA E AS ENFERMIDADES QUE A BACTÉRIA PODE CAUSAR 
 Rhodococcus equi além de ser uma bactéria patógena para animais, pode também ser 
considerada uma zoonose por ser reconhecido como um patógeno oportunista em humanos 
podendo causar pneumonia semelhante aos equinos, sendo que maior manifestação deste 
patógeno seja em potros com idade de ate seis meses podendo causar pneumonia fatal. 
Os sinais clínicos variam de acordo com a idade em que os potros se infectam, as 
doenças agudas ocorrem frequentemente em potros com um mês de idade, a qual inicia com 
febre súbita, perda de peso, e sinais de broncopneumonia com formação de grandes abscessos 
nos pulmões e em linfonodos. Potros afetados podem ocasionalmente ter diarreia. Em equinos 
mais velhos é observada doença extrapulmonar também sendo uma ocorrência mais raro 
devida obter maturidade imunológica. 
Animais doentes atuam como reservatório e principais fontes de infecção, pois 
eliminam grandes quantidades do agente pelas fezes e via respiratória que é a via de infecção 
mais comum. 
REFERÊNCIAS 
Livro Microbiologia veterinária e doenças infecciosas / P.J. Quinn, B. K. Markey, M. E. 
Carter, W.J. Donnelly e F.C. Leonard; trad. Lúcia Helena Niederauer Weiss e Rita Denise 
Niederauer Weiss. – Porto Alegre:Artmed, 2005. 
Livro Microbiologia Veterinária / H. C. Dwight, Z. C. Yuan; editora Guanabara Koogan. – 
Rio de Janeiro, 1999. 
Artigo: Porto R. C. Ana Carolina, Fernandes R. Wilson, Barreira R. Maria Cristina; 
Rhodococcus equi Part 1 – epidemiologia, manifestações clinicas, diagnóstico e tratamento; 
Ciência Rural vol.41 no.12 Santa Maria Dec. 2011; Disponível em 
<www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782011001200017> acessado 
em: 24/11/2017. 
Guazzelli. Alessandro; Virulência de linhagens de Rhodococcus equi isoladas de linfonodos 
de suínos e Javalis (Sus scrofa) de abatedouros / Alessandro Guazzelli. – Botucatu: [s.n.], 
2009. 
 
Burkholderia mallei 
Patrick Fernandes, Felipe Vedovatto, Brenda Rocha e Ana Letícia. 
 
Morfologia e Fisiologia. 
Domínio: Bactérias. Ordem: Burkholderiales. Família Burholdeiraceae. 
Gênero: Burkholderia. Espécie: Burkholderia mallei. 
Burkholderia mallei é um bacilo Gram-negativo, aeróbios estritos sem cápsula, não 
esporulado, imóvel e com 0,5µm de espessura e sua morfologia depende das condições de 
cultivo. Cresce bem em meios que contenham glicerol ou sangue, não produz hemólise no 
ágar sangue e as colônias apresentam aspecto mucoide e brilhante. É sensível a luz, calor e 
desinfetantes comuns, como: iodo, cloreto de mercúrio, hipoclorito de sódio e etanol. 
Dificilmente sobrevive em ambientes contaminados por mais de seis semanas. B. 
pseudomallei e B. mallei são espécies que compartilham algumas características fenotípicas, o 
que foi comprovado pela homologia do DNA-DNA. 
 
Habitat Natural e Principais Hospedeiros. 
 B. mallei é único na família Burkholderia, porque não sobrevive por um logo período 
no ambiente (solo, água, plantas, entre outros...), em vez disso, precisa de um hospedeiro 
animal para sobreviver. Portanto, o reservatório natural primário para B. mallei são os 
cavalos, porque são altamente suscetíveis a infecção. 
Equinos, asininos e mulas são as principais espécies hospedeiras. Os carnívoros 
também podem se infectar ao ingerir carne contaminada. Os ovinos e caprinos também podem 
apresentar infecção. O homem também pode ser um hospedeiro, mas a doença causada pela 
bactéria B. mallei é 95% fatal em humano. 
 
Fator de virulência da B. mallei. 
Apresenta capacidade tóxica ainda pouco conhecida, já foi comprovado que o 
lipopolissacarídeo é sua principal endotoxina e outras toxinas produzidas por essa bactéria 
vêm sendo identificadas como co-participantes na patogenia de doenças. 
Contêm muitos genes responsáveis por promover a síntese de fatores de virulência 
envolvidos na patogenicidade da relação célula-hospedeiro e na síntese de proteínas 
responsáveis pela ubiquidade dessas espécies. Possuem resistência a muitos antibióticos. 
 
Enfermidade ausada pela B. mallei 
Causa doença conhecida como Mormo em Equinos, onde a transmissão se dá por meio 
do contato das vias respiratórias com a bactéria presente no hospedeiro, contato direto com as 
mucosas ou por inalação, onde de alguma forma houve a infeção das células através da lise e 
entrada no vacúolo da célula. Com isso fusiona a célula bacteriana à célula do hospedeiro, o 
que resulta em células gigantes multinucleadas, onde a bactéria passa a se replicar em grande 
quantidade e que seja impedida a sua fagocitose. 
A via de inoculação da bactéria determina o curso da doença; o contato com a pele 
leva a uma infecção subcutânea e a inalação na forma aerossol, leva a uma infecção pulmonar 
seguida da sepse esmagadora. 
 A afeção da B. mallei, relaciona-se entre outros fatores ao manejo, como estábulos 
coletivos como potenciais focos de disseminação de infecção. Outro fator relevante é a idade 
avançada, onde pode ser fator de relevância ao surgimento da forma clínica da afeção natural, 
atingindo animais idosos e debilitados, condições de manejo associado ao estresse. 
B. mallei pode ser transmitido para o homem através do contato direto com as 
secreções purulentas, saliva, sangue, exposição a carcaça de animais infectados e exposição 
labotorial, sendo que poucos casos foram relatados até o momento. Contudo com grande 
chance real de afeção, onde é considerada uma Zoonose transmissível para o homem, com 
grandes chances de a pessoa vir a óbito devido não possuir vacina contra a B. mallei, mesmo 
que a taxa de transmissão da doença em humanos seja baixa, em torno de 30%. Por isso é 
classificada por muitos como arma de bioterrorismo, devido já ter sido usada em guerras. A 
prevenção e controle dependem da detecção precoce e eliminação dos animais infectados, 
além da quarentena completa e desinfecção. Um animal infectado, em alguns casos pode 
sobreviver infectado por muitos anos, onde irá disseminar a doença, caso não seja eliminado. 
 
Pasteurella 
Bernardthy Bellarmino Webery, Henrique Rudell Lagemann, Liliane Martins e Vanessa da 
Silveira Pereira. 
 
Características morfológicase fisiológicas: 
 Pertence ao gênero Pasteurella; 
 Família Pasteurellaceae; 
 Possuem 19 espécies, sendo 3 delas mais comuns e de importância na veterinária; 
Pasteurella multocida; Pasteurella (Mannheimia) haemolytica e também Pasteurella 
trehalosi. 
 São bactérias gram negativas, em forma de bacilos, tamanho: 0,2x1,2um. Pode ser 
identificada através de: Coloração de Gram, coloração de Giemsa (coloração 
histológica, feita a partir amostras teciduais), cultivada em Ágar sangue e Ágar Mac 
Conkey ou por testes bioquímicos; 
 Não formadora de esporos; 
 Multiplicação rápida; 
 São anaeróbias facultativas (podendo viver com ou sem O2. Quando, na presença de 
oxigênio, que pode ser danoso a sua parede celular, a maioria apresenta enzimas 
calatase e/ou oxidase, por isso ditas catalase positivas e oxidase positivas; 
 
Habitat: 
 Fazem parte da mucosa oral e nasal, estão presentes no trato respiratório superior, são 
imóveis, sensíveis ao meio ambiente, dependem do hospedeiro para existirem, vivem 
como comensal com o hospedeiro e são micro-organismos endógenos (Comensal- 
quando o micro-organismo vive na microbiota do hospedeiro sem causar danos). São 
oportunistas, pois se tornam patógenos quando o sistema imune do hospedeiro for 
suprimido por determinado tempo, assim a Pasteurella pode invadir os tecidos, viajar 
pela corrente sanguínea causando septicemia (infecção generalizada) e pode causar 
lesões na mucosa respiratória, fígado e aos rins; 
 
Fator de virulência: 
 Cápsula polissacarídica: A cápsula protege a célula bacteriana contra a fagocitose por 
células eucarióticas como os macrófagos. Um anticorpo específico para a cápsula pode 
ser necessário para que a fagocitose ocorra. A cápsula também contém água, o que 
protege a bactéria da desidratação. Confere também proteção contra o ataque de 
bacteriófagos e a maioria dos materiais hidrofóbicos, como detergentes. Além disso, a 
cápsula ajuda na adesão da bactéria às células do hospedeiro. 
 Adesinas fimbriais (fixação e antifagocitose): As fímbrias são de natureza proteica, 
compostas por subunidades repetitivas de uma proteína denominada genericamente de 
pilina. As fímbrias possuem, geralmente em sua extremidade, e algumas vezes ao 
longo da estrutura, proteínas distintas, denominadas adesinas, as quais mediam a 
adesão específica da célula bacteriana a diferentes substratos, as fímbrias auxiliam a 
bactéria patogênica a aderir às células superficiais do trato respiratório, intestinal ou 
geniturinário assim como a outras células hospedeiras. Esta adesão previne que as 
células bacterianas sejam retiradas do local pelo fluxo de muco ou outros fluídos 
corporais e permite o início da infecção. 
 Endotoxinas (coagulação intravascular): Endotoxina é uma toxina que é parte 
integrante da membrana externa de algumas bactérias e só é libertada após a 
destruição da membrana externa da bactéria, nas Gram negativas é o LPS, as 
endotoxinas são menos potentes e menos especificas que a maioria das exotoxinas. 
São também chamadas e toxinas intracelulares, causam febre e são moderadamente 
toxicas. É um lipopolissacarídio componente da parede celular das bactérias gram-
negativas. 
 Leucotoxinas: Toxinas bacterianas, que agem sobre os leucócitos (células de defesa do 
corpo) com o intuito de anular sua ação imunológica. Os leucócitos fazem parte do 
sistema imunitário do organismo. Têm por função o combate e a eliminação de 
microrganismos e estruturas químicas estranhas ao organismo por meio de sua captura 
ou da produção de anticorpos 
 Neuroaminidase: Sua função é cortar um resíduo de ácido siálico fora do gangliósido-
GM1 (um modulador da superfície celular e atividade do receptor) transformando-o 
em asialo-GM1 para o qual o tipo 4 pilli (fatores de fixação) se liga preferencialmente. 
 Hialuronidase: A hialuronidase age despolimerizando reversivelmente o ácido 
hialurônico existente no cimento ao redor das células do tecido conjuntivo, reduzindo 
assim temporariamente a viscosidade desse tecido e tornando-o mais permeável à 
difusão de líquidos. 
 Sideróforos: É um composto orgânico que atua na captação de ferro pelos organismos 
como bactérias. As bactérias excretam o sideróforo no ambiente próximo a ela, que 
forma um composto solúvel com o ferro e, em seguida, é absorvido para o interior da 
bactéria, onde o ferro será transportado para a região de interesse. O ferro nos 
organismos tem várias funções e uma delas é atuar como facilitador do uso de 
oxigênio e permite seu estoque nos músculos na forma de mioglobina, o 
armazenamento de ferro dentro da célula é feito pela ferritina e os siderofóros afetam 
essas funções. 
 
Espécies de importância na Veterinária e seres humanos: 
Pasteurella Multocida e Mannheimia haemolytica são causadoras de: 
 Septicemia hemorrágica: 
Infecção generalizada, comum em bovinos e bubalinos, é causada pela P. multocida. 
Não ocorre no Brasil, é comum na África e Ásia. 
 Pasteurelose bovina (febre do transporte): 
É uma infecção secundaria causada pelo Parainfluenzavírus Sp, HVB1. Ocorre com 
mais frequência em animais jovens, decorrente de estresse devido ou derivado de 
transporte, confinamento e alimentação. As espécies causadoras são Mannheimia 
haemolytica e P. multocida. 
 Rinite atrófica dos suínos: 
É uma infecção da mucosa nasal que destrói ossos e cartilagens. Mais comum em 
leitões, essa doença é causada pela toxina dermonecrótica que é uma toxina descrita 
em cepas ela está associada a sinais clínicos como atrofia dos turbinados nasais dos 
suínos, pode causar sangramento. Ocorre pelo mal manejo tendo superpopulações e 
baixa ventilação. É causada pela P. multocida associada a bactéria Bordetella. 
 Cólera aviaria: 
Causada pela P. multocida. Surto de cólera aviaria pode causar hemorragia das 
mucosas e serosas, doença septicêmica, alta morbidade e mortalidade. 
 A Pasteurella multocida pode ser transmitida para o humano geralmente por mordidas 
e arranhões de cães e gatos, ou pelo contato direto com a mucosa destes animais 
causando linfagites, e raramente desenvolvimento de abcessos e rinite séptica, pode 
estar envolvida a infecções sistêmicas, com ocorrência de meningite, e endocardite em 
pacientes imunossuprimidos. 
Referências: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1psula_bacteriana 
https://www.passeidireto.com/arquivo/4282760/patogenicidade-bacteriana 
https://www.edutec.unesp.br/publicador/index.php/conteudo/visualizar?pid=291&Conteudo_
page=19 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Endotoxina 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leuc%C3%B3cito 
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/52501/000829455.pdf?sequence=1 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hialuronidase 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422002000700016 
http://blog.h1n1.influenza.bvsalud.org/pt/2009/09/08/molecula-do-mes-apresenta-
hemaglutinina-e-neuraminidase/ 
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-
BR&sl=en&u=https://en.wikipedia.org/wiki/Bacterial_neuraminidase&prev=search 
https://www.youtube.com/watch?v=FEGndNKqYTc 
 
Actinobacillus 
Adriana Morais, Diego Henrique, Edily Barbosa, Felipe Rosa. 
 
Características morfológicas e fisiológicas 
São coco bacilos Gram negativas, aeróbias e/ou anaeróbias facultativas, não contém 
endósporos, se desenvolvem bem em Agar Sangue e MacConkey. Tem metabolismo 
fermentativo e fazem parte da microflora natural de mamíferos. A bactéria penetra em tecidos 
moles através de traumatismos na cavidade oral fazendo com que a mesma atinja os 
linfonodos regionais e outros órgãos por via linfática ou hemática, causando um abcesso 
granulomatoso, esta bactéria é susceptível asinfluências do meio ambiente não conseguindo 
sobreviver mais de cinco dias em pastagens, feno ou palha. Actinobacillus são suscetíveis a 
maioria dos antibióticos da família β-lactâmicos, aminoglicosídeos, tetraciclinas, 
cloranfenicol e muitos outros quimioterápicos antibacterianos. 
A bactéria Actinobacillus está dividida em várias espécies, sendo seis mais importantes e 
conhecidas na veterinária: Actinobacillus lignieresii, Actinobacillus suis, Actinobacillus 
capsulatus, Actinobacillus equuli, Actinobacillus seminis, Actinobacillus pleuropneumoniae. 
 
Habitat natural do micro organismo 
 São comensais em membranas mucosas de animais, principalmente no trato respiratório 
superior, cavidade nasal e trato intestinal. Como não sobrevivem por muito tempo no meio 
ambiente, os animais portadores tem um papel importante na transmissão. Afeta bovinos, 
ovinos, suínos, e equinos. 
 
Principais fatores de virulência da bactéria 
Em A. pleuropneumoniae há presença de capsula, fímbrias e outras adesinas que permitem a 
ligação da bactéria ao trato respiratório. Esta bactéria produz 3 citotoxinas que produzem 
poros na membrana das células alvo. 
No homem, a doença periodontal é caracterizada por alterações morfológicas nas estruturas de 
suporte dos dentes e é causada pela interação de subgrupos bacterianos com um indivíduo 
suscetível. Essa interação é necessária porque a presença de periodontopatógenos pode ser 
frequentemente detectada em pacientes saudáveis. Isso indica que nem todos os indivíduos 
são igualmente suscetíveis e (ou) que há uma variação na virulência e potencial patogênico. 
Frequentemente acredita-se que bactérias Gram-negativas estão envolvidas na iniciação da 
doença periodontal inflamatória. Um dos principais microrganismos implicados em algumas 
formas de doença periodontal é o Actinobacillus actinomycetemcomitans. Embora o 
mecanismo exato de patogenicidade do A. actinomycetencomitans não seja claro, vários 
fatores de virulência têm sido caracterizados. Esses fatores incluem: adesão e invasão de 
células epiteliais, lipopolissacarídeos, fatores inibitórios para fibroblastos, leucotoxina e 
fatores inibitórios para quimiotaxia de leucócitos polimorfonucleares. 
 
Importância do micro-organismo na Medina veterinária e humana enfermidades que a 
bactéria pode causar 
 
ACTINOBACILLUS LIGNIERESII; causa actinobacilose bovina, onde apresenta-se como 
inflamações granulomatosas dos tecidos e cadeia linfática da cabeça e pescoço com mais 
frequência em bovinos, e menos frequência em ovinos, equinos, suínos e caprinos. Estão 
presentes normalmente na cavidade bucal e esofágica habita nas superfícies mucosas do trato 
digestório dos bovinos, ovinos, e caprinos. O principal local de afecção nos bovinos são na 
língua conhecido como “língua de pau” tendo dificuldade de alimentar e engolir a saliva e nos 
linfonodos da cabeça e do pescoço. 
ACTINOBACILLUS EQUULI: em animais jovens quanto infectados apresentam geralmente 
prostração e morte repentina, também são relatados, casos de febre, diarreia, celulite facial, 
septicemia e enterite nas éguas causam aborto, em equinos adultos Actinobacillus equuli e 
considerado agente causado de efusão pleural, pleuropneumoniae, pleurite, peritonite. 
ACTINOBACILLUS SUIS: causa septicemia, pneumonia, a inflamação ocorre principalmente 
em suínos jovens com menos de três meses de idade, a doença caracteriza septicemia e morte 
rápida, os sinais clínicos incluem febre, dificuldade respiratória e hemorragia. 
ACTINOBACCILUS PLEUROPNEUMONIAE: É uma doença infectocontagiosa que causa 
lesões graves nos pulmões e na pleura. Suínos de todas as idades são susceptíveis, porém os 
surtos são mais comuns em animais nas fases finais de recria em geral, quando a doença se 
manifesta de forma super aguda e ocorrem casos de morte súbita e os animais mortos podem 
apresentar sangue saindo das narinas e boca. Na forma aguda da doença, pode se observar 
febre, apatia, intensa dificuldade para respirar, tosse profunda e pele avermelhada. 
ACTINOBACILLUS CAPSULATUS; Encontrada em coelhos, lebres e hamster, é a causa de 
atrite e septicemia. 
ACTINOBACILLUS SEMINIS; Causa epididimite em carneiros. 
ACTINOBACILLUS ACTINOMYCETEMCOMITANS; associada à epididimite em carneiros e 
doença periodontal e endocardite em humanos. 
 
Referencias: 
http://www.abcs.org.br/producao/sanidade/159-pleuropneumonia 
http://www.ufrgs.br/actavet/37-suple-1/suinos-18.pdf 
http://www.fmv.ulisboa.pt/spcv/PDF/pdf12_2004/552_193_198.p 
https://medical-dictionary.thefreedictionary.com 
https://www.passeidireto.com/arquivo/3019530/actinobacillusdf 
 
Actinomyces spp. 
Everton Luis Soares, Janison Silva Souza, Luana Ribeiro, Natã kalebe, Patrícia Ingles. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS, FISIOLÓGICAS PRINCIPAIS FATORES 
DE VIRULÊNCIA. 
São bactérias Gram positivas que crescem de modo filamentoso semelhante às hifas 
de fungos, não são formadoras de esporos. Possuem fimbrias bem desenvolvidas, é 
microaerófilo, mas pode ser anaeróbio facultativo e possui grânulos de enxofre. 
Pouco se sabe sobre os fatores de virulência da Actinomyces bovis, porém, segundo 
alguns pesquisadores da área, ela contém alguns fatores que estão relacionados a sua 
patogenicidade como as interações ligante-receptor nas células alvos, presença de toxinas e 
moléculas anti-fagocíticas da capsula bacteriana e outros fatores que participam da 
patogenicidade da bactéria. Porém, provavelmente A. bovis também seja capaz de escapar de 
neutrófilos e macrófagos, colonizando os próprios abscessos nos tecidos. Essa resistência do 
micro-organismo à fagocitose leva à formação de agregados e tumores eosinofílicos, que 
podem ser visualizados histologicamente (rosetas). Os bacilos fracamente basofílicos 
observados em algumas seções de HE no interior de macrófagos epitelioides e células 
gigantes multinucleadas. 
As espécies importantes para medicina veterinária são: A. bovis, A. viscosus. 
A(Arcanobacterium) pyogenes. E para a medicina humana são: A. israelii, A. naeslundii, A. 
meyeri, A. propionicus , A. odontolyticus. 
 
IMPORTÂNCIA NA MEDICINA VETERINÁRIA E HUMANA. 
É uma bactéria encontrada normalmente em mucosas dos animais, sendo considerado 
patógeno oportunista, pois tem baixo potencial de virulência. Geralmente a lesão está 
localizada no maxilar, tórax ou abdômen que fica caracterizada por inchaço persistente, 
formação de abscessos ou granulomas e supuração. 
Em condições normais esses micro-organismos não são capazes de induzir a 
actinomicose, tanto em bovinos como também em humanos, pois apresentam baixa taxa de 
virulência. Animais com doenças sistêmicas debilitantes, desnutrição, neoplasias, outras 
infecções e traumas em regiões susceptíveis, costumam apresentar maior predisposição a 
doença assim como práticas erradas de manejo de gado. 
Bastante susceptível à penicilina, cefalosporina, tetraciclina, cloranfenicol, 
carbenicilina como também a desinfetantes como álcool 70%, hipoclorito de sódio 1%, 
glutaraldeído 2% e a inativação pelo calor. 
 
HABITAT NATURAL E PRINCIPAIS HOSPEDEIROS AFETADOS: 
Por ser comensal da cavidade bucal, praticamente todos os mamíferos são 
considerados reservatórios da bactéria, sendo os principais: bovinos, suínos, equinos, cães e 
também humanos (QUINN,2005). Há relatos de actinomicose encontrada em outras espécies, 
entretanto autores afirmam que nos bovinos ela ocorre com mais frequência. 
A ocorrência da actinomicose bovina pode ser causada pela ingestão de alimentos 
como forragens secas endurecidas, alimentos pontiagudos, palhadas grosseiras ou corpos 
estranhos que podem causar lesão na mucosa oraldos bovinos e deixarem o tecido vulnerável 
ou propício à doença. A erupção dos dentes também pode favorecer para que a bactéria se 
aloje e cause a doença. A bactéria por si só não consegue produzir a infecção se há 
integridade da mucosa. 
O período de incubação é irregular, podendo ser dias ou meses após a precipitação do 
trauma dos tecidos orais. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Franklin Riet-Correa, Ana Lucia Schild, Maria del Carmen Méndez, Ricardo A. A. Lemos [et 
al]. Doenças de ruminantes e equinos - São Paulo: Livraria. Varela, 2001. Vol. I, 426 p. 1. 
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPPSE/16504/1/PROCIDoc50MCdeS2
006.00126.PDF. Acessado em 24/11/17 às 14h30min. 
http://estomatologiaonlinepb.blogspot.com.br/2015/07/actinomicose.html. Acessado às 
17h45min do dia 24/11/17 
https://scholar.google.com.br/scholar?q=bacterias+actinomyces+principais+doen%C3
%A7as+em+animais&hl=ptBR&as_sdt=0&as_vis=1&oi=scholart&sa=X&ved=0ahUKE
wivu4DN39nXAhVLEJAKHX7kB7MQgQMIJDAA. Acessado em 24/11/17 às 14h10min. 
http://www.uece.br/cienciaanimal/dmdocuments/artigo01_2015_2.pdf. Acessado em 
24/11/17 às 13h47min. 
https://www.msdsonline.com/resources/msds-resources/free-safety-data-sheet-
index/actinomyces-spp/ acessado às 22hrs do dia 23/11/17. 
QUINN, P. J. et al. Microbiologia veterinária e doenças infecciosas. Artmed Editora, 
2005.IGBAL A. et al. Mana 2012. 
www.uff.br/labac/actinomicetos_Vet.pdf. Acessado em 23/11/17 às 22h30min. 
 
Micoplasma 
Denise Fiorese, Olisvaldo Moraes, Bruno Sousa, Weslayne Moreira. 
 
Micoplasma é o nome que foi dado às bactérias do gênero Mycoplasma, oriundos da 
família Mycoplasmataceae da classe Mollicutis. Suas características variam em tamanho, 
sendo as menores células procariotas capazes de auto-replicação, são pleomórficos, variando 
de esféricos (0,3 a 0,9 µm de diâmetro) a filamentosos (até 1 µm de comprimento). A sua 
coloração não se dá pelo método de gram, pois não conseguem sintetizar peptidoglicano 
sendo assim, não possuem parede celular apenas uma tripla camada de membrana externa 
flexível e esta flexibilidade permite sua passagem por meios de poros de 0,22 a 0,45 µm. 
Por não possuírem a parede celular são muito resistentes a antibióticos como a 
penicilina e são suscetíveis a dessecação e a desinfetantes. Para seu crescimento necessitam 
de meios enriquecidos para que haja seu desenvolvimento, formam micro colônias que tem 
aparência de ovo frito. Não se desenvolvem em meio ambiente, tem hospedeiro específico e a 
maioria são anaeróbias. Podem ser encontrados nas superfícies de mucosas como a 
conjuntiva, cavidade nasal, orofaringe, trato genital e intestinal, tanto de animais como seres 
humanos. 
Possui uma grande diversidade de espécies que podem causar várias doenças em 
animais, tais como a pleuropneumonia contagiosa bovina. Dos seus nove gêneros, cinco são 
os mais importantes para o interesse veterinário e incluem os gêneros Mycoplasma e 
Ureaplasma. Os outros gêneros são menos patógenos e incluem: Acholeplasma da família 
Acholeplasmatceae; Anaeroplasma e Asteroplasma ambos da família Anaeroplasmataceae. 
Os principais patógenos de Mycoplasma de importância veterinária são M. mycoides 
subsp. mycoides que atingem bovinos causando pleuropneumonia contagiosa bovina e M. 
bovis que causa mastite, pneumonia e artrite. Nos ovinos e caprinos citam-se: M. agalactiae 
causando agalactia contagiosa e M. capricolum sabsp. capricolum ocasionando septicemia, 
mastite, poli artrite e pneumonia e M. mycoides subsp. mycoides pode causar mastite, poli 
artrite septicemia e mastite. Em caprinos pode se encontrar o patógeno M. capricolum subsp. 
capripneumoniae causando pneumonia contagiosa e M. mycoides subsp. capri como causa de 
septicemia, pleuropneumonia, artrite e mastite. 
Os suínos podem sofrer de pneumonia enzoótica pelo M. hyopneumoniae; em 
frangos e perus M. gallisepticum causa doenças respiratórias crônica e sinusite infecciosa e as 
aves domesticas podem apresentar sinovite infecciosa causada por M. synoviae. 
Os micoplasmas aderem às células do hospedeiro criando um contato direto que 
facilita a lesão tóxica na célula, também podem aderir a neutrófilos e a macrófagos, podendo 
prejudicar a fagocitose e algumas espécies lesam a célula por penetração ativa, pois seu 
principal fator de virulência são as adesinas. 
Alguns micoplasmas podem afetar seres humanos causando algumas doenças como, 
doenças sexualmente transmissíveis. A bactéria Mycoplasma genitalium, por exemplo, é uma 
DST recentemente descoberta, pode ser difícil de diagnosticar, uma vez que tem sintomas 
semelhantes à gonorreia e à clamídia, podendo ocorrer em conjunto com outras DSTs. 
Mycoplasma hominis é um micro-organismo saprófita que vive no trato urinário dos 
seres humanos, sob certas condições podem desencadear o desenvolvimento de patologias 
graves. Na maioria das vezes causando inflamações em ambos os sexos, aparecendo quando 
ocorre a queixa de dor ao urinar. Os sintomas de micoplasmas urogenital é confundido muitas 
vezes com sintomas de gonorreia ou tricomoníase e dentro de algumas semanas após a 
infecção as mulheres têm corrimento vaginal com um cheiro ruim, e durante a relação sexual, 
muitos pacientes devido à inflamação do ureter, enfrentando desconforto e até mesmo dor. No 
homem, Mycoplasma pneumoniae é um importante agente de infecções respiratórias e um dos 
principais agentes da pneumonia comunitária em crianças. A sua infecção tem ampla 
distribuição geográfica. 
 
Listeria 
Claudio Nascimento, Denise Sá, Jose Itamar e Wemerson Buffon. 
 
Características morfológicas 
A maioria das espécies de Listeria se apresentam como coco-bacilos pequenos e gram 
positivos, são anaeróbios facultativos, não esporulados, e não formadores de capsula e contem 
a presença de flagelos, sendo móveis a temperatura de 25°C. 
 
Características fisiológicas 
Vive frequentemente associada a outras bactérias presentes em matérias orgânicas. 
Pode-se multiplicar em uma ampla faixa de temperatura de 1°C a 45°C, porém a temperatura 
ideal para seu crescimento é de 30°C a 37°C e são resistentes a alta variação de pH (4.3 – 
9.6), além de tolerar altas concentrações salinas. 
 
Habitat natural do micro-organismo 
As espécies de Listeria podem multiplicar- se no meio ambiente, local a qual estão 
distribuídas como nas pastagens, material fecal, efluente de esgoto, água e silagem (pobre de 
qualidade). 
 
Fatores de virulência 
Adesão – é um passo fundamental na patogenicidade bacteriana. Ação conduzida por 
adesinas, que permite a entrada da bactéria na célula hospedeira. 
Invasão celular – é mediada pela interação eletrostática entre internalinas (inlA e inlB) 
e moléculas de ácido lipoteicoico. 
Sobrevivência, multiplicação e extensão célula-célula – após a invasão das células, a 
bactéria produz a toxina listeriolisina O (LLO) e duas fosfolipases (pclA e pclB) que 
lipolizam os vacúolos primários e secundários. Quando livre no citoplasma, a L. 
monocytogenes expressa genes para adquirir nutrientes. Após a replicação, é induzida a 
formação de uma cauda de filamentos de actina que facilita a movimentação intracelular, 
permitindo a invasão de células vizinhas. 
 
Principais hospedeiros afetados 
Hospedeiros de diversas espécies de animais domésticos podem ser afetados por Listeria. 
Humanos (mulheres grávidas, crianças, idosos e indivíduos imunossuprimidos) também 
podem ser afetados, porém, por uma única espécie do gênero, denominada Listeria 
monocytogenes. Esta espécie é considerada o mais importante patógeno, haja vista que possui 
implicação em doenças de muitos animais: bovinos, equinos, caprinos, ovinos, cães, gatos,suínos e pássaros; também em humanos do mundo todo. Entre as seis espécies de Listeria 
(L.ivanovil;L.innocua;L.welshimeri;L.seeligeri;L.grayi;L.monocytogenes) três são 
patogênicas. Destas, exceto a L. monocytogenes, apenas duas são patogênicas em animais: 
Listeria ivanovii: em ovinos e bovinos; e Listeria innocua: apenas em ovinos, porém, ambas 
com menos frequência. 
 
MPORTÂNCIA DO MICRO-ORGANISMO NA MEDICÍNA VETERINÁRIA E 
HUMANA, ENFERMIDADE QUE A BACTÉRIA PODE CAUSAR. 
 
- LISTERIA MONOCYTOGENES 
A listeriose é uma doença de origem alimentar, transmitida pela água e alimentos 
contaminados pela bactéria L. Monocytogenes. Também pode ser transmitida através do 
manuseio de superficies e utensilios contaminados, transferindo o agente das mãos para a 
boca. Os bebês podem ser infectados no útero ou no nascimento devido a ingestão de 
alimentos contaminados pela sua mãe. 
L.monocytogenes é geralmente encontrada no trato intestinal dos animais, logo, o 
abate e processamento de carnes é de grande importância para a transmissão da doença, sendo 
que esse agente tem alta capacidade de resistência às temperaturas de refrigeração. 
Considerada uma zoonose, a listeriose é de grande importância na saúde publica, visto que 
pode causar abortos, septcemias e meningites. Sendo o grupo de risco composto por mulheres, 
crianças, idosos e pacientes imunodeprimidos, nos quais essa doença é altamente perigosa. 
Cães e gatos geralmente não apresentam sinais clinicos da doença. No periodo entre os anos 
de 1947 à 2000, apenas 6 casos foram relatados com ampla gama de sinais clínicos em cães. 
Em ruminantes, essa bactéria é comum de ser encontrada, sendo uma causa de 
Encefalite (inflamação do cérebro) em animais adultos. 
Os animais infectados geralmente apresentam sinais neurológicos graves, como perda 
de equilíbrio, círculos e espasmos do corpo incomuns. A febre, a perda de apetite e a 
diminuição do nível de atividade também são geralmente observadas. 
A listeriose em ruminantes ocorre com maior freqüência no inverno e no início da 
primavera e provavelmente é causada pelos animais que comem silagem de má qualidade. 
Essa donça é mais comum em coelhos e roedores se comparadas a espécies canianas e 
felina. Coelhos e chinchilas (roedores sul-americanos) são particularmente sensíveis às 
bactérias. Aborto e inflamação uterina também são comuns, especialmente em chinchilas. 
Estes problemas reprodutivos são freqüentemente associados a sinais gastrointestinais. 
 
Referencias 
http://www.pubvet.com.br/uploads/d98aa4893a6ded23efef420746cd7875. 
Revista de zootecnia, veterinária e agronomia 
P .J. Quinn, B. K. Markey, M. E . Carter, W. J. Dornnelly e F. C.Leonard; Microbiologia veterinária 
e doenças infecciosas. Porto Alegre:Artmed,2005. 
www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttex&pid=s0716-10182013000400010 
 
Clostridium (espécies histotóxicas) 
Antonio Gabriel, Natan H., Eliane Martins, Carolaine de Mattos. 
 
Morfologia: 
Bacilos (bastonetes, todos Gram positivos capazes de formar esporos). A maioria do gênero 
são anaeróbios estritos, apresentam flagelos peritríquios (flagelos por toda a célula). Medem 
de 0,3- 2,0 µm de diâmetro e 1,5- 2,0 µm de comprimento. 
 
Habitat: São metabolicamente diversos, habitam temperatura de 10-65 °C, presentes no solo 
(podem persistir por longos períodos), água, esgoto e na microbiota normal do TGI de 
animais e humanos. 
Segue descrição das espécies com importância na Medicina Veterinária e Humana: 
Clostridium chauvoei: Bactéria Gram positiva na forma de bastonete, anaeróbica e produtora 
de esporos, altamente resistente a variações de temperaturas e desinfetantes. Habita solo, 
pastagens e a microbiota humana e de animais, muito comum em bovinos. Ao que se refere a 
virulência dessa espécie, atribui-se a produção de toxina na musculatura e no tecido 
subcutâneo (bovinos, ovinos e caprinos), propiciada por lesões teciduais que causam a 
diminuição do oxigênio, possibilitando a germinação dos esporos e produção de suas toxinas 
como hemolisina, deoxirribonuclease e hialuronidase. Sua importância na veterinária se deve 
ao fato de ser causadora do Carbúnculo sintomático em bovinos. 
Clostridium septicum: São bastonetes grandes, com esporo oval, flagelos peritríquios, quando 
jovem Gram positivo, variáveis com o tempo. Ocasionam lesões do tipo gangrena gasosa. São 
invasores pós-morte em ruminantes. Habitam solo e fezes de animais. Este micro-organismo 
causa a enfermidade edema maligno decorrente de lesões traumáticas ou outros fatores em 
animais domésticos e no homem. Produz toxinas como: toxina α (lectinase) necrotizante, 
hemolítica e letal, toxina β (desoxirribonuclease) leucocida, toxina γ-gama (hialuronidase), 
toxina δ- delta (hemolisina) e neuraminidase. Este agente pode estar associado ao “Braxy” e 
ao Carbúnculo sintomático. 
Clostridium haemolyticum (Clostridium novyi tipo D): Apresentam-se sozinhos ou em 
cadeias curtas, esporulam causam aumento da célula em que se alojam, quando jovens são 
Gram positivos. Habitam águas alcalinas, afetam principalmente bovinos e ovinos. Produz 
toxina β que tem peso molecular de 32.000 D e é lábil à tripsina. Pode causar 
hemoglobinúria bacilar (HB) nos bovinos e ocasionalmente em ovinos. As lesões hepáticas, 
com necrose do tecido, por parasitismo pela Fasciola hepática, predispõe a multiplicação da 
bactéria e produção da toxina, causando a enfermidade. 
Clostridium novyi: Bacilo anaeróbico, forma esporo e é capsulada, possui flagelos petriquios. 
Quando jovens Gram positivos, mas tornam-se variáveis. Habitam o solo e intestino de 
herbívoros, podendo causar gangrena gasosa em equinos, bovinos, ovinos, caprinos e suínos. 
Tipo A: gangrena gasosa pela infecção de feridas, Tipo B: hepatite necrótica infecciosa em 
ovinos e bovinos e D. o Clostridium novyi tipo D é normalmente chamado de C 
haemoliticum, causa hemoglobinúria bacilar do gado e outros ruminantes. Produz as toxinas α 
(alfa), β (beta), γ (gama), δ (delta) e € (épson). 
Clostridium perfringens: são encontradas em uma grande variedade de alimentos crus, 
desidratados e cozidos, trato intestinal de seres humanos e animais e no solo. Quanto à 
morfologia, classificam-se como gram positivos, tem a forma de bastão grande, anaeróbicas e 
formadoras de esporos. Apresentam uma capsula, possuem flagelos, apresentam-se de forma 
individual, aos pares e em cadeia. Essa bactéria está amplamente distribuída nos solos e trato 
alimentar de quase todos os animais de sangue quente. É geralmente encontrado como invasor 
do trato alimentar após a morte. Seus principais hospedeiros são os ovinos, bezerros, leitões e 
no homem causando lesões de gangrena gasosa e toxemias fatais. Atribui-se como fator de 
virulência a produção de quatro principais toxinas letais (alfa, beta, épsilon e iota) Podem 
variar de tipos: 
 Tipo A: mais adaptadas ao intestino, é a causa mais comum de miosite necrotizante 
em diversas espécies (gangrena gasosa). Também causa enterotoxemia em leitões com 
menos de cinco dias, apresenta-se como diarreia aquosa e amarelada. 
 Tipo B(relacionado à disenteria em cordeiros – enterotoxemia). A toxina β causa 
lesões hemorrágicas e necrose da mucosa intestinal. Causa enterite hemorrágica em 
cordeiros, cabritinhos, terneiros e potros). 
 Tipo C: associado à enterotoxemia, enterite necrótica e hemorrágica (β toxina) em 
terneiros e cordeiros). 
 Tipo D: causa enterotoxemia associada a mudanças súbitas de dieta produzindo a 
toxina épsilon € que é potencializada pela ação d tripsina e quimiotripsina, podendo 
causar incoordenação e convulsão, edemas e efusões), e (associado a enterite 
hemorrágica e necrótica em terneiros. O agentee a toxina estão presentes ao mesmo 
tempo no intestino de ovinos e bovinos. 
 
Referências: 
https://www.vetsmart.com.br/blog/2016/02/15/grandes-animais-carbunculo-sintomatico-ou-
manqueira-desafios-produtivos/; 
http://www.merial.com.br/pecuaristas/doencas/clostridioses/Pages/clostridioses2.aspx; 
http://www.ufrgs.br/labacvet/files/G%C3%AAnero%20Clostridium%204-2013-1.pdf; 
 
Clostridium (espécies enterotóxicas) 
Danielle Silva, Elias Rodrigues, Elisa Dumer, Ezequiel Gonçalves. 
 
Bactérias do gênero Clostridium pertencem à família Bacillaceae e segundo a 
literatura possui mais de 100 espécies diferentes. Dentre essas diversas espécies, as principais 
de importância na veterinária, são: Clostridium perfringens; Clostridium novyi; Clostridium 
septicum; Clostridium chauvoei; Clostridium tetani; Clostridium botulinum; Clostridium 
difficile. 
Neste trabalho destacaremos a espécie do Clostridium perfringens que produz as 
enterotoxinas A, B, C, D, E, sendo que Cl perfringens tipo D esta associado principalmente à 
enterotoxemia dos ovinos e caprinos. No quadro abaixo está o resumo das enterotoxemias 
causadas por Cl. perfringens e suas principais toxinas. 
 
 
O Clostridium perfringens é um bastonete grande, gram positivo, formador de 
endósporos e anaeróbio obrigatório, apresenta capsula formada nos tecidos e em meios de 
culturas, não possuem flagelos e são apresentados de formas individuais, aos pares e em 
cadeias. 
Esse gênero tem como habitat natural, o solo, pastagens, água e faz parte da flora 
intestinal dos animais e humanos, sendo seus principais hospedeiros os ovinos, caprinos e 
bovinos jovens. 
Os principais fatores de virulência são: capsula e produção de potentes toxinas. A 
forma vegetativa da bactéria é menos resistente, já na forma esporulada é mais resistente e a 
forma de eliminação dos esporos é através da autoclavação. 
O Clostridium perfringens tem uma importância tanto na medicina veterinária como 
humana, pois esse micro-organismo faz parte na microbiota intestinal. Em quantidades 
normais no organismo, suas toxinas produzidas não causam enfermidades e são eliminadas 
com os movimentos intestinais normais, porém em condições favoráveis, este micro- 
organismo se multiplica rapidamente na luz intestinal e a grande quantidade de toxina 
produzida será absorvida pelo intestino, atingindo a circulação geral e chegam a diversos 
órgãos, tais como: cérebro, rins, pulmões e coração. Esta intoxicação alimentar apresenta 
como sinais clínicos diarreia e seu agravamento leva o animal ao óbito rapidamente. As 
intoxicações alimentares pelo Clostridium perfringens em humanos são causadas pela 
ingestão de alimentos in natura ou mal preparados, já nos animais ocorrem à intoxicação 
através da pastagem onde o solo e/ou água estão contaminados. 
Outra forma de causar enterotoxemia em animais é através de mudanças bruscas na 
alimentação pobres em proteínas para uma dieta rica em proteína, com isto favorece a 
proliferação da bactéria. 
 
Bibliografia 
http://www.ufrgs.br/labacvet/files/G%C3%AAnero%20Clostridium%204-2013-1.pdf. 
Acessado em: 20/11/2017. 
http://www.capritec.com.br/pdf/enterotoxemia.pdf Acessado em: 21/11/2017. 
ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/hidrica/clostridium.pdf. Acessado em: 20/11/2017. 
http://www.cpatsa.embrapa.br:8080/public_eletronica/downloads/COT144.pdf. Acessado em: 
25/11/2017. 
TORTORA, Gerard J.; Berdell R. FUNKE; CASE, Christine. MICROBIOLOGIA: 10ª 
edição. Porto Alegre: Editora Artmed, 2012. Acessado em: 25/11/2017. 
 
Salmonella spp. 
 
Daniel Ferreira Ribeiro, Gleiser Poliana da Silva dos Santos, Kataryne dos Santos Silva, 
Leticia Pellenz. 
 
Características morfológicas e fisiológicas 
As bactérias do gênero Salmonella spp. pertencem a família Enterobacteriacea, são bactérias 
Gram negativas possuindo forma de bacilos, a maioria das espécies é móvel apresentando 
flagelos peritríquios (em toda a periferia celular), apresentam fímbrias que estão envolvidos 
na formação de biofilmes e não são produtoras de esporos. 
As espécies da Salmonella são bactérias anaeróbias facultativas proliferando tanto na presença 
como na ausência de oxigênio, sobrevivem em temperaturas de 5°C a 47°C, podendo 
sobreviver ao congelamento em determinados alimentos. Fermentam a glicose e outros 
açúcares e descarboxilam aminoácidos. Toleram ambientes mais ácidos e também alcalinos 
com pH que variam de 4,0 a 9,0. São sensíveis a elevação da concentração salina (9% NaCl). 
 
Principais espécies de importância na Veterinária 
Atualmente são classificadas em três espécies: Salmonella subterrânea, Salmonella 
bongori (com 23 sorotipos) e Salmonella enterica (com seis subespécies e 2.587 sorotipos). 
Por sua vez, Salmonella enterica tem sido dividida em seis subespécies. 
A espécie de maior importância e mais patógena na veterinária é S. enterica subsp enterica e 
seus sorotipos: Salmonella Typhimurium (cães, bovinos e equinos), Salmonella Dublin 
(bovinos), Salmonella Enteritidis (cães), Salmonella Newport (equinos), Salmonella Pullorum 
e Salmonella Gallinarum (aves domésticas), S. Choleraesuis (suínos) e S. abortusovis 
(carneiros). 
 
Habitat naturais e principais hospedeiros 
As salmonelas difundem-se amplamente na natureza, podendo estar presente no solo, ar, água, 
em águas residuais, nos animais, nos seres humanos, nos alimentos, nas fezes e nos 
equipamentos. Entretanto, seu habitat natural é o trato intestinal dos seres humanos e animais. 
Os principais hospedeiros são todos os mamíferos e aves. Os alimentos frequentemente 
envolvidos com contaminações são carnes bovinas, suínas, avícolas e ovos crus. 
 
Principais fatores de virulência 
Os principais fatores de virulência da Salmonella são: 
 citotoxina: inibe a síntese de proteína na célula hospedeira; 
 Endotoxina: presente na camada de lipossacarídeo, liberados após a lise da 
Salmonella; contribui para a resposta inflamatória e é responsável pelo choque 
endotoxínico na salmonelose septicêmica; 
 Fímbrias: dão aderência ao hospedeiro; 
 Antígeno O: inibe a ação de mecanismos de defesa; 
 resiste a digestão no interior de fagócitos (intracelular facultativo); 
 Invasão (invaginação) e replicação nas células do hospedeiro 
 
Importância da Salmonella na Medicina Veterinária e Humana e Enfermidades que ala 
causa 
 
A Salmonella se trata de uma zoonose, por ser uma infecção transmitida para seres humanos 
através dos animais. As bactérias do gênero Salmonella causam diversos tipos de infecção. 
Mais frequentemente, essas bactérias causam gastroenterite (inflamação no tubo digestório), 
mas às vezes causam febre tifoide, uma infecção mais séria nos seres humanos. 
Os principais sintomas são diarreia, dores abdominais, febre, vômito, dor de cabeça e sangue 
nas fezes. 
As pessoas são infectadas geralmente por comer ovos ou frango mal cozido, mas às vezes ao 
comer bife e porco mal cozidos, laticínios não pasteurizados, ou frutos do mar ou legumes e 
verduras contaminados. 
Nos animais a Salmonella é mais frequente em animais jovens, nos bovinos sendo mais 
comum entre 15 e 90 dias de vida, causando febre, diarreia, fraqueza e desidratação, e aborto 
no período final da gestação em animais adultos. Nas aves jovens causam sonolência, diarreia 
e fraqueza. Já em aves adultas a Salmonella pode infectar os ovários fazendo com que os ovos 
já saiam contaminados. 
No quadro abaixo encontra-se uma resumo das salmonelas de importância em animais: 
 
Referências Bibliográfica 
http://www.luciacangussu.bio.br/atlas/salmonella-spp/ 
http://www.msdmanuals.com/pt-
br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-
bacterianas/infec%C3%A7%C3%B5es-por-salmonellahttp://www.conhecer.org.br/enciclop/2012a/agrarias/salmonella.pdf 
 
 
 
 
 
Moraxella 
Aline Lemes, Kelen Amaral, Paulo C. Antunes, Weliton W. Quadros. 
 
A Moraxella é uma bactéria gram negativa, aeróbia, podendo ser cocos, diplococos, 
cocobacilos e bacilos, que causa enfermidade ocular altamente contagiosa dependendo do 
ambiente e hospedeiro, como por exemplo, idade, raça, condição imunológica dos animais, 
condições climáticas, exposição a luz ultravioleta. Testes laboratoriais podem ser realizados 
com técnicas de cultivo in vitro com disco de difusão em ágar sangue e teste de microdiluição 
em caldo. A bactéria causa ceratoconjuntivite infecciosa (CI), em bovinos e ovinos de todas 
as idades, sendo os animais jovens, e raças bovinas como Hereford e Aberdeen Angus são 
mais suscetíveis a doença. 
Entre os vários fatores de virulência da Moraxella bovis, dois são determinantes para a 
ocorrência da doença clínica, sendo a presença de fímbrias que são os fatores primários de 
patogenicidade, e o outro fator são as citotoxinas (hemolisina), que é uma toxina RTX 
(repeaits in the structural toxin) que se localizam dentro de um operon. Estudos indicam que 
cepas hemolíticas de Moraxella bovis produzem uma citotoxina produtora de poros na 
membrana plasmática das células alvo, provocando efluxo de K+ e desequilíbrio osmótico, o 
que leva a necrose e a perda do epitélio da córnea. Outros fatores de virulência incluem 
fosfolipases, sistema de aquisição de ferro e lipopolissacarídeo somático. 
A Moraxella bovoculi na patogenia de CI não esta definida, pois nenhum estudo 
publicado até o momento associou a lesão de córnea a uma possível infecção causada por M. 
bovoculi (GOULD et al., 2013). Existem evidencias de que vacinas autógenas contendo 
antígenos de M. bovoculi são capazes de prevenir CI em rebanhos bovinos (ANGELOS, 
2010). 
Em ovinos, a inoculação experimental de M. ovis não reproduz lesões consistentes 
com CI (SPRADBROW, 1971), em outros estudos foi demostrado que M. ovis aumenta a 
severidade das lesões causadas por Mycoplasma conjutivae (DAGNALL. 1994). Até o 
momento não esta descrito na literatura científica a presença de fatores de virulência. 
Em resumo, a sucessão de eventos que lava à manifestação de CI inicia-se quando 
cepas patogênicas de Moraxella spp. sintetizam fímbrias de aderência. As fímbrias 
reconhecem receptores específicos presente na conjuntiva e na córnea, fixando-se ás células 
(GIL TURNES, 2001). Exotoxinas com atividade enzimática e inclusive lipopolissacarídeo 
somático provocariam lesões na superfície da córnea permitindo a invasão das bactérias, que, 
através das exotoxinas produzem uma desorganização das fibras de colágeno (ARAÚJO; 
RICCIARDI, 1988). A lesão celular desencadeia um processo inflamatório que provoca 
edema de córnea e migração de células inflamatórias (GIL TURNES, 2001). Durante essa 
sucessão de eventos o animal apresenta lacrimejamento, blefaroespasmo e fotofobia. Após, a 
ceratite pode evoluir para conjuntivite, sendo que a secreção ocular que primeiramente é 
aquosa passa a ser purulenta. Dentro de poucos dias o animal apresenta opacidade de córnea 
que pode evoluir para úlcera de córnea. 
Dentre as formas de controle e profilaxia de CI a terapia antimicrobiana e a vacinação 
são as medidas utilizadas com maior frequência. Uma vez que a M. bovis é considerada a 
causa primaria de CI. 
Embora a terapia antimicrobiana seja amplamente utilizada para CI, essa medida não 
garante a erradicação do estado de animal portador da enfermidade (BROWN et al., 1998). O 
antimicrobiano escolhido deve ser administrado via parenteral ou aplicado nas glândulas 
lacrimais (GIL TURNES, 2001). 
Dichelobacter e Fusobacterium 
Alan Bruno Ferreira, Adilson Matias, José Wilk dos Santos T., Sabrina de Sousa. 
 
Fusobacterium 
 
Características Morfológicas e fisiológicas 
Fusobacterium são bacilos Gram negativos, anaeróbios facultativos, não-
esporuladoras, imóveis, em formato fusiforme, são compridos e delgados, com as 
extremidades afiladas, em vez de arredondadas. Apresentam uma parede celular com poucas 
camadas de peptidoglicano com a presença de uma membrana externa de lipopolissacarídeos 
(LPS) composta por oligossacarídeos (presente o Antigeno O - responsável pelas 
características antigênicas) e o lipídio A (responsável pela atividade endotoxina), não 
apresenta flagelo. O gênero Fusobacterium se subdivide em 4 espécies de maior importância 
clínica: Fusobacterium necrophorum, Fusobacterium nucleatum, F. alocis e F. sulci. 
 
Fatores de Virulência 
Apresentam como fatores de virulência fimbrias que agem como adesinas na parede 
do tecido alvo, endotoxina pelo lipidio A do LPS, secreção leucotoxina e exotoxina 
hemolítica (que causam a degradação dos tecidos). 
 
Espécie de Importância na Veterinária 
 
Fusobacterium necrophorum é a bactéria de maior patogenicidade animal. Dentre as 
patogenicidades, estão: Faringite necrótica em bezerros, abscessos hepáticos em bovinos, mau 
do casco em equinos, mancha negra dos testo em bovinos, dermatite interdigital em ovinos, 
necrobacilose interdigital em bovinos, renite necrótica dos suínos e necrobacilose oral em 
bovinos. 
 
Importância do micro-organismo na medicina humana 
Podem ser encontradas na cavidade oral, nos tratos genitais, gastrointestinal e 
respiratório superior, são responsáveis por infecções periodontais, abscessos abdominais, 
osteomielite, pneumonia de aspiração necrotizante, abscessos cerebrais. 
 
Habitat Natural 
Está presente no trato gastrointestinal dos animais, cavidade oral e no solo. 
 
 
Dichelobacter nodosus 
 
Características Morfológicas e Fisiológicas 
Dichelobacter nodusus é uma bacilo Gram negativo, anaeróbio, não-espororulado. São 
bacilos grossos, retos ou levemente curvos, com até 6 µm de comprimento e saliência em 
ambas as extremidades. Apresentam uma parede celular com poucas camadas de 
peptidoglicano com a presença de uma membrana externa de lipopolissacarídeos (LPS) 
composta por lipídio A (responsável pela atividade endotoxina) e o Oligossacarídeos com a 
presença do Antígeno O ( responsável pelas características antigênicas ); e apresenta fimbrias. 
 
2.2 Fatores de Virulência 
Apresenta como fator de virulência a produção de endotoxina através do Lipídio A 
presente no LPS da membrana externa; fimbrias para adesão da bactéria no tecido alvo. 
 
Especie de Importância na Veterinária 
Dichelobacter nodosus é a causadora da podridão de casco (footrot) em ovinos e a 
dermatite interdigital em ovinos e bovinos em atividade sinérgica com a bactéria 
Fusobacterium necrophorum. 
 
Referência Bibliográfica: 
QUINN, J. P. et al. Microbiologia Veterinária e doenças infecciosas. Porto Alegre: Editora 
Artmed, 2005. 
 
RAMÍREZ CASTAÑEDA, Claudia Rocil. Fusobacterium, Bacteroides, Provotella e 
Porphyromonas. Bacteriologia Medica – Universidad del Valle, 2014. Disponivel em 
https://es.slideshare.net/sergiogutierrez967/bacteroides-fusobacterium-porphyromonas-y-
prevotella. Acesso em 25 de Novembro de 2017. 
 
MACIEL, Kamila Souza et al. NECROBACILOSE INTERDIGITAL EM BOVINOS DE 
LEITE. Docentes e discentes da Faculdade de Ciências Agrarias e Sociais de Itapeva. 2016. 
Disponivel em http://artigosacedemicos.net/Necrobaciloseinterdigitalembovinosleiteiros. 
Acesso em 25 de Novembro de 2017. 
 
 
Chlamydia e Chlamydophila 
 
Daniela Silva, Dara Balbinot, Hortagnan Chaves, Jéricon Romano. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E FISIOLÓGICAS DAS BACTÉRIAS E 
PRINCIPAIS ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA PARA A VETERINÁRIA 
Pelas suas características, as bactérias do gênero Chlamydia possuemapenas uma 
família, a Chlamydiaceae. As bactérias da família Chlamydiaceae são Gram negativas, porém 
coram melhor com coloração de Ziehl-Neelsen ou Giemsa e possuem forma de cocobacilos. 
Só será anaeróbia quando estiver dentro de uma célula e são bactérias intracelulares 
obrigatórias, com ciclo de vida que se alterna entre formas infectantes (corpos elementares-
CE) e vegetativas (corpos reticulados-CR). Como não são capazes de gerar ATP e GTP, 
podem ser consideradas parasitas energéticos das células. Estas bactérias infectam várias 
espécies de animais domésticos e selvagens, além do homem, causando manifestações 
clínicas bastante variadas. As principais características encontram-se descritas na figura 
abaixo: 
 
 
Até recentemente era reconhecido apenas o gênero Chlamydia, com duas espécies, a 
C. trachomatis e C. psittaci, com vários sorovares. Com o desenvolvimento de técnicas de 
biologia molecular, principalmente análises do gene 16S e 23S do RNAr, foi possível a 
divisão da família Chlamydiaceae em dois gêneros: Chlamydia e Chlamydophila e em nove 
espécies: Chlamydia trachomatis, C. suis, C. muridarum, Chlamydophila psittaci, C. 
pneumoniae, C. pecorum, C. felis, C. caviae e C. abortus. 
 
HABITAT 
A bactéria vive obrigatoriamente dentro da célula do hospedeiro, por ser incapaz de 
sintetizar ATP. 
 
FATORES DE VIRULÊNCIA 
Presença de proteínas de superfície (hemaglutininas) que fazem a ligação às células do 
hospedeiro. Intracelulares obrigatórias. 
 
IMPORTÂNCIA DO MICRO-ORGANISMO NA MEDICINA VETERINÁRIA E 
HUMANA – ENFERMIDADE QUE A BACTÉRIA PODE CAUSAR 
Muitas espécies de animais são suscetíveis a infecções por clamídias. O tipo de 
doença, bem como a severidade também podem ser altamente variáveis, podendo ser 
infecções locais da superfície epitelial à infecções sistêmicas severas. Os sinais clínicos são 
influenciados por fatores relacionados com o hospedeiro e o patógeno, sendo que nos seres 
humanos as infecções podem ser adquiridas após o contato com gatos com conjuntivite, 
ovelhas que sofreram aborto e as aves que infectadas são consideradas a fonte mais provável 
das infecções. 
O patógeno Chlamydophila psittaci tem como principal hospedeiro as aves, podendo 
gerar pneumonia, aerossaculite, infecção intestinal, diarreia, conjuntivite, pericardite e 
encefalite e os seres humanos são seus hospedeiros secundários tendo sinais clínicos de 
psitacose, ornitose, aborto e conjuntivite. Em caprinos, bovinos e suínos o patógeno C. 
abortus causa aborto clamidial e, em ovinos, o aborto enzoótico de ovelhas (AEO). Já em 
felinos, C. felis causa conjuntivite e C. caviae encontrado em cobaias como ratos de 
laboratório, pode ocasionar conjuntivite de inclusão. C. pecorum em ovinos pode ocasionar 
infecções do trato intestinal, conjuntivite e poliatrite e em bovino é relatada encefalomielite, 
poliatrite e metrite. Nos suínos podemos identificar o patógeno C. suis que causa infecção 
intestinal e o patógeno Chlamydia trachomatis é especifico de humanos, causando tracoma, 
conjuntivite de inclusão em crianças, uretrite inespecífica, doença respiratória em crianças, 
proctite, linfogranuloma venéreo e artrite. 
 
REFERÊNCIAS 
Livro Microbiologia Veterinária / H. C. Dwight, Z. C. Yuan; editora Guanabara Koogan. – 
Rio de Janeiro, 1999. 
Livro Microbiologia veterinária e doenças infecciosas / P.J. Quinn, B. K. Markey, M. E. 
Carter, W.J. Donnelly e F.C. Leonard; trad. Lúcia Helena Niederauer Weiss e Rita Denise 
Niederauer Weiss. – Porto Alegre:Artmed, 2005 
Artigo: Chaves F. Amélia; Chlamydia Trachomatis na Patologia Médica; Rev.Pat. Trop. 
16(2): 109-128, jul./dez. 1987; acessado em: 18/11/2017 
Artigo: Silva G. Francielle, Freitas C. Julio, Müller E. Ernst; Chlamydophila abortus em 
animais de produção; Cienc. Rural vol.36 no.1 Santa Maria Jan./Feb. 2006 disponivel em 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782006000100057> 
acessado em: 18/ 11/2017 
 
Rickettsia 
Evandro Bezerro, Marlon Hahn Hences, Rosecleia Santos Souza e Vanessa Alves Pires. 
 
CLASSE: DOMÍNIO BACTERIA – Proteobactérias – Alfa-proteobactérias. 
ORDEM: Rickettsiales 
GÊNERO: Rickettsia – Patógenos intracelulares obrigatórios. 
ESPÉCIES: Rickettsia prowazekii, Rickettsia typhi e Rickettsia rickettsi 
 
Principais características: 
 
 
 
Características morfológicas 
As riquétsias são bactérias gram-negativas com camada de peptidoglicano e 
lipopolissacarídeos (LPS), circundadas por uma camada limosa aderida frouxamente. Tem 
forma de bastonetes ou cocobacilos, são pequenos organismos com 0,3 a 0,5 µm X 0,8 a 2,0 
µm. Devem ser corados por métodos de coloração de Romanowsky, Giemsa ou Leishman, 
pois não coram por corantes básicos. 
 
Características fisiológicas 
São intracelulares obrigatórios, consome energia da célula do hospedeiro; entram na 
célula do hospedeiro por indução da fagocitose; se reproduzem por fissão binaria lenta de 9 a 
12 horas. Cultivadas em linhagens celulares específicas ou em ovos fecundados. 
 
Principais espécies de importância na veterinária e em humanos 
 Rickettsia rickettsi – Causa a Febre maculosa das Montanhas Rochosas, transmitida 
por carrapatos. Os reservatórios são carrapatos e roedores selvagens. (Causa 
enfermidade em cães e humanos). 
 Rickettsia prowazekii – Causa o Tifo Epidêmico, transmitida por piolho. Os 
reservatórios são: Homens, pulgas de esquilos, esquilos voadores (Causa enfermidades 
em humanos) 
 Rickettsia typhi – Causa Tifo Endêmico Murinho, transmitida por pulgas de rato. Os 
reservatórios são roedores selvagens. (Causa enfermidades em humanos) 
 
Dentre patógenos de importância veterinária incluem-se os gêneros: 
 Erlichia (transmitida por carrapatos e causa erlichiose em caninos, equinos, 
bovinos, ovinos, tem predileção por leucócitos ou plaquetas) 
 Anaplasma (marginale): anaplasmose em ruminantes, transmitido por carrapatos. 
Tem predileção por hemácias. 
 
Habitat natural do micro organismo e principais hospedeiros afetados 
As riquétsias são bactérias intracelulares obrigatórios, (sobrevivem e reproduzem 
apenas no interior das células do hospedeiro). 
 
Principais fatores de virulência da bactéria 
São bactérias gram-negativas, porém a camada de peptidoglicano é mínima (pouco 
corada pelo Gram) e a endotoxina liberada tem pouca atividade, entram nas células 
eucarióticas pela adesão aos receptores de superfície da célula hospedeira e estimulam a 
fagocitose. Logo após degradam a membrana do fagossomo pela produção de uma 
fosfolipase, crescem no citoplasma e no núcleo das células infectadas. 
 
Importância do micro-organismo na medicina veterinária e humana – enfermidade que 
a bactéria pode causar. 
As riquétsias são transmitidas aos humanos por picadas de insetos e carrapatos; Nos 
homens, as infecções por riquétsias danificam os capilares sanguíneos, o que resulta em uma 
erupção cutânea característica. 
 Rickettsia prowazekii – Tifo epidêmico, transmitida por piolho; causa enfermidade nos 
humanos. As enfermidades consistem: Febre alta, calafrios, dor de cabeça, mal-estar, 
erupções cutâneas; se não tratar a doença ela pode se complicar e afetar o coração, as 
artérias e o sistema nervoso, podendo levar a morte por septicemia ou insuficiência 
respiratória. 
 Rickettsia typhi – Tifo endêmico murinho, transmitida por pulgas de rato; causa 
enfermidades nos humanos. A enfermidade consiste em dores de cabeça, febre alta e 
erupções cutâneas, as mortes são raras quando é tratada a doença. 
 Rickettsia rickettsi – Febre maculosa das Montanhas Rochosas, transmitida por 
carrapatos; causa enfermidades em humanose cães. No humano as enfermidades 
consiste em febre alta, dores de cabeça, dores nos músculos e nas articulações, tosse, 
dificuldades na respiração e erupções cutâneas, se não tratadas pode agravar. Nos cães 
consiste em vasculite, aumento da permeabilidade vascular, hemorragia, letargia, 
ataxia, rigidez no pescoço, convulsões, coma, podendo chegar a morte. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 MORAL, Stacey Guerrero. IN SLIDE SHARE: Rickettsias & Clamidias. Disponível em: 
<https://pt.slideshare.net/staceyguerrero/rickettsias-13431478>. Acesso em: 21 Nov. 2017. 
WALKER, David H. MICROBIOLOGIA MÉDICA. 4a EDIÇÃO: Capítulo 38 Rickettsiae. 
Disponível em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK7624/>. Acesso em: 22 Nov. 
2017. 
QUINN, P. J. et al (Org.); QUINN, P. J; MARKEY, B. K; CARTER, M. E; DONNELLY, W. 
J; LEONARD, F. C. MICROBIOLOGIA VETERINÁRIA E DOENÇAS INFECCIOSAS. 
Porto Alegre: Artmed, 2005. 
TORTORA, Gerard J. et al (Org); TORTORA, Gerard J; FUNKE, Berdell R; CASE, 
Christine L. MICROBIOLOGIA. 10 EDIÇÃO. Porto Alegre: Artmed, 2012.

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