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DIREITO TRIBUTÁRIO I Anotações e “transcrições sintéticas” das aulas do prof. Paulo Rosenblatt, de autoria de Paulo Roberto Xavier. Atividade p/ 1° gq Valendo até 1pt. 3 ou 4 questões discursivas ou um caso prático. revisão antes do 2° gq. prova do 2°gq é aberta. Bibliografia 1. Luciano Amaro - direito tributário brasileiro. 2. Aliomar Baleeiro - direito tributário brasileiro (antigo e extenso). 3. Sacha Calmom - curso de direito tributário. 4. Ricardo Lobo torres - curso de direito financeiro e tributário (desatualizado). 5. Luiz Eduardo Shcuering - direito tributário. 6. Hugo de Brito Machado - curso de direito tributário. 7. Kiyoshi Harara - direito financeiro e tributário. 8. Paulo de Barros Carvalho - curso de direito tributário (complexo e não majoritário). 9. Francisco Leite Duarte - 10. Marcos Abraão - Direito Financeiro, CF e CTN comentados - Leandro Paulsen. Programa 1° gq 1. introdução ao direito financeiro: despesa, orçamento e crédito. 2. introdução ao direito tributário - sistema constitucional tributário - princípios e imunidades. 3. conceito constitucional de tributo. 4. espécies tributárias - impostos, taxas, empréstimos compulsórios, contribuições de melhoria e contribuições especiais. Programa 2° gq 1. teoria geral dos tributos do CTN 2. obrigação tributária - fato gerador, lançamento. 3. garantias e privilégios do crédito tributário. 16/02/2017 INTRODUÇÃO AO DIREITO FINANCEIRO 1. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO direito financeiro é o ramo do ordenamento jurídico brasileiro que se incube da atividade financeira do estado. O direito financeiro busca legitimar a atividade financeira e, ao mesmo tempo, limitar a atividade financeira do estado. O direito financeiro se ocupa das despesas públicas, receitas públicas, orçamento e crédito. o direito financeiro não se confunde com a ciência das finanças, sendo aquele ramo do ordenamento jurídico que se ocupa das receitas, despesas, orçamentos e crédito público. Enquanto que a ciência financeira se ocupar de criticar a atividade financeira do estado, as suas despesas e receitas. A atividade financeira em relação às finalidades e sua efetividade. Atividade financeira se confunde, necessariamente, com a idéia de um Estado Nacional. Observando a antiguidade, é possível observar o prenúncio do direito financeiro, principalmente na Grécia antiga, quando financiamento dos esforços bélicos. Estes estados da antiguidade tinham na composição de suas receitas a pilhagem dos vencidos nas guerras. Na idade média, ainda não era possível observar um estado complexo ao ponto de possuir um direito financeiro. Com o advento do estado nacional, o estado moderno, primou-se a perspectiva de haver um conjunto de despesas que requeria um conjunto de receitas. Quando o Estado passa a ser um ente que obtém os recursos e realiza despesas, pode-se falar em direito financeiro. Segundo a doutrina, o direito financeiro surge no sec. XIX, com os Estados de Direito e a positivação de direitos sociais, devendo haver receitas que garantam a efetivação destes direitos. Não é possível falar em um estado moderno sem direito financeiro, logo que seu grau de complexidade requer um conjunto organizado na forma de receitas e despesas. A constituição é norma fundante do ordenamento jurídico, e legitimadora do direito financeiro, fornecendo os principais parâmetros da atividade financeira do Estado. A constituição é analitica ao disciplinar o direito financeiro. O estudo do direito financeiro não pode se distanciar do direito administrativo, logo que todas as despesas públicas são feitas por agentes públicos, impondo o direito administrativo regras de aplicação das receitas públicas e de atuação dos agentes públicos. Sem o direito financeiro não há direito administrativo nem tributário, logo que a atividade estatal, seja com a prestação de serviços publicos e pessoal, precisa ser financiada. Os tributos são a principal fonte de receita do Estado. O direito civil, por ser um sistema civilista, baliza a compreensão do sistema jurídico e empresta conceitos de vários institutos usados pelo direito financeiro. Bem como se fazem necessários conceitos de direito comercial e de direito internacional. O direito financeiro também precisa refletir a política externa, logo que é signatário de vários tratados e convenções que repercutem na política financeira do estado. Em se tratando do direito previdenciário, a seguridade social requer uma grande fonte de receita para o seu custeio. Direito comparado, com o objetivo de observar as práticas financeiras de outros países. O direito financeiro também se relaciona com outros ramos do saber, como a ciência política. o direito financeiro reflete a conjuntura política. posições políticas determinam o tamanho do estado, com o orçamento, a quantidade e a qualidade do gasto. Decisões políticas refletem no direito financeiro. Nas basta apenas compreender regras de receitas e despesas, mas sim relacionar esses aspectos extra-legais, o comportamento das pessoas. O estado é indutor de comportamentos, estimulando ou desestimulando comportamentos. A compreensão dos aspectos econômicos é de grande relevância, com as consequências do aumento ou diminuição das despesas. A compressão dos impactos econômicos consequentes da atividade financeira. Não há como se falar em direito financeiro sem se debruçar sobre a perspectiva histórica. Os grandes eventos da história refletiram no direito financeiro. CODIFICAÇÃO o direito financeiro é pouco codificado. Composto, na maior parte, por regras e princípios pulverizados na CF. Sobretudo, o direito financeiro está previsto em legislação casuística e esparsa. Ao contrário do direito tributário, o direito financeiro não é positivado em um único diploma consolidador, tornando-se lacunoso e obscuro. Destacam-se: 1. CF88 2. lei 4.320/64 3. LC 101/2000 - LRF. CF88 conhecida pela doutrina como uma "constituição financeira", disciplina concentrada nos Arts. 163 a 169 da CF. Art. 24 - a competência legislativa de direito financeiro é concorrente entre os entes federativos. No entanto, cabe à União editar normais gerais de direito financeiro. normais gerais: a doutrina entende serem normas norteadoras, diretrizes. Por ser lacunoso, enquanto não houver sido promulgada lei geral, os Estados e municípios tem competência suplementar. as normais estaduais e municipais, no que foram divergentes, tem a eficácia sustada. As normais gerais devem ser veiculadas por lei complementar. por isso que a LRF foi editada como lei complementar. A lei 4.320/64 foi recepcionada pela CF88 como lei complementar. a compatibilidade da lei recepcionada é material, não podendo contrariar as disposições da constituição promulgada. Não se poderia exigir de um diploma editado na égide de ordem anterior os requisitos de produção legislativa atual. A lei 4.320/64, naquilo que for materialmente compatível, foi recepcionada pela CF88. Segundo o STF, nas matérias de reserva de lei complementar, leis completares só podem ser revogadas ou alteradas por lei complementar. O §9° do art. 165 apresenta um rol exemplificativo de matérias que devem ser tratados por lei complementar. Finanças públicas. Diferentes meios para a realização das despesas públicas e os fins do estado. “Dinheiros públicos” é uma expressão sinônima. A expressão finanças públicasrefere-se tanto à forma de aquisição, administração e aplicação dos recursos publicos. Estado financeiro. estado como agente arrecadador e realizador de despesas. necessidade pública e bem comum. o direito financeiro busca realizar a necessidade pública e o bem comum. as necessidades e bem comum variam no tempo e no espaço. atividade financeira do estado. atividade instrumental, não é um fim em si mesmo. instrumental para realizar as finalidades do estado. poder financeiro o poder do estado de captar receitas e realizar receitas em nome da necessidade pública e bem comum. 21/02/2017 DESPESA PÚBLICA A receita deverá corresponder à despesa. Despesa é aplicação de uma quantidade de dinheiro, por uma autoridade administrativa, dentro de uma autorização legislativa, para a execução dos fins do Estado. Nisso se inclui prestação de serviços públicos e realização de obras públicas. O estado estabelece quais são suas finalidades e o que fazer para obter esses recursos. O tamanho da despesa varia de acordo com o tipo de estado. No liberalismo clássico, no conceito do estado mínimo, as despesas eram mínimas e o estado tinha como finalidades apenas atividades precípuas. No sec XX, com a crise do liberalismo, fez-se necessário um estado interventor, e não mais mínimo. Com o New Deal, houve um crescimento exponencial das despesas públicas, passando os Estados da época a ter como finalidades a promoção do bem-estar social, com a geração de postos de trabalho e do equilíbrio econômico. Os liberais defendem uma menor intervenção na economia, já que o mercado seria capaz de se autorregular e promover desenvolvimento social. Os intervencionistas entendem que o mercado é incapaz de se autorregular, diante de duas distorções e que o crescimento econômico implica na concentração de riquezas. Elementos da despesa pública 1. econômico: dispêndio de riqueza. 2. jurídico: autorização legislativa para o gasto. 3. político: definição das finalidades do estado. Procedimento da despesa pública a despesa pública se faz apenas em espécie. a depender do tipo de despesa, há diferentes consequências. o aumento da despesa pública pressiona o índice inflacionario, por conta da escassez de crédito no mercado, logo que o Estado contrata grandes volumes de crédito. Causas de aumento da despesa pública Crescimento aparente: pela inflação, por mudança de regras contábeis. apesar de regras contábeis não implicarem em aumentos nominais, mas novas metodologias acarretam nova contagem. aumento populacional. aumento da atividade econômica do estado. Crescimento real: aumento da capacidade econômica. com a mudança de condições socioeconômicas, novas demandas sociais pressionam as despesas públicas. evolução moral e social: com a humanização das penas, aumentou a população carcerária, o que implica em aumento nas despesas públicas. belicismo aumenta a despesa pública. corrupção, erros administrativos. Limites da despesa pública Limitar quantitativa ou qualitativamente? Art. 169 da CF - limitação de despesa com pessoal da União, DF, Estados e Municípios, regulamentado pela LRF. União - 60% da receita líquida com pessoal. Estados e Municípios - 50%. Caso seja infringido o limite, configurará crime de responsabilidade e ato de improbidade. A CF também restringe as renúncias de receita. Renúncia de receita é despesa pública. O abrir mão de uma receita. Para haver uma renúncia de receita, deve ser indicada a fonte de receita que irá cobrir a renúncia. Classificação das despesas públicas critérios de classificação 1. critério administrativo: depende da organização administrativa de cada estado, sem caráter de generalidade. com ela é possível isolar a despesa por cada esfera administrativa. 2. critério econômico: em função da economia. despesas operacionais com pessoal e material consumo. despesas de capital e de investimento. despesas com serviços contratados a terceiros. despesas de transferência, de um poder, ente ou órgão para outros. despesas produtivas, que geram novas riquezas e improdutivas que não geram novas riquezas. 3. critério da duração: - Ordinária: despesas estáveis, permanentes e periódicas previstas no orçamento. ex: folha de pessoal. - Extraordinárias: visa atender necessidades públicas acidentais e imprevisíveis - Art. 167, &7° da CF. ex: guerra, calamidade pública. - Especial: embora não se configurem como extraordinária, permitem atender uma necessidade pública nova, surgida ao longo do exercício financeiro e não prevista no orçamento, mesmo não sendo urgente. - Suplementares: visa atender a uma dotação orçamentária insuficiente prevista no orçamento. faz-se necessário suplementar a dotação orçamentária prevista. 4. - Necessária: essencial. - útil: mesmo não sendo especial, traz algum tipo de benefício. 5. critério da competência. - Despesa federal. - Despesa estadual. - Despesa municipal. critério jurídico de classificação das despesas - L 4.320/1964 adotou os critérios econômicos. 1. despesas correntes: despesas operacionais, improdutivas e necessárias. operacionais por se prestarem à operação do estado. improdutivas por não gerar riquezas. necessárias por serem despesas obrigatórias. - Custeio: folha de pessoal, manutenção, serviços de terceiros. - Transferências correntes: que visam criar rendimentos para os indivíduos sem uma contraprestação. ex: seguridade social, subvenções sociais, juros da dívida pública. 2. despesas de capital: despesas produtivas. - Investimentos: obra pública, material permanente, participação em empresas. - Inversões financeiras: aplicações feitas pelo estado que são capazes de produzir riquezas, constituição de empresas e instituições financeiras, aquisição de títulos, constituição de fundos. 3. despesa de transferência de capital transferências entre pessoas jurídicas de direito público, ou para uma privada, sem contraprestação. Princípio da legalidade da despesa publica A despesa só pode ser realizada mediante autorização legal. Princípio que se aplica às despesas ordinárias, especiais e suplementares. O princípio não se aplica às despesas extraordinárias, dependendo apenas de ulterior controle pelo legislativo, afim de verificar a satisfação do requisito. Caso o princípio seja descumprido. RECEITA PÚBLICA receita é qualquer entrada de recursos nos cofres públicos. 1. permanente. 2. ingresso patrimonial. 3. não sujeito à devolução. definição legal qualquer ingresso, qualquer entrada, é receita pública, mesmo havendo baixa patrimonial e devolução, fontes históricas de receita 1. parasitária: pilhagens em guerras. 2. dominiais: pago pelos servos que trabalhavam nas terras dos feudos medievais. Com o surgimento do estado moderno, nacional e absolutista, o tributo desponta como principal fonte de receita. No estado liberal, as receitas eram as estritamente necessárias à manutenção de um estado mínimo. Nos estados de bem-estar social, fizeram-se necessárias novas fontes de receita. 23/02/2017 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS receita ordinária extraordinária Receitas originárias: sãos aquelas que advém do exercício da atividade econômico do estado, ou dos frutos percebidos pela exploração do patrimônio e de valores mobiliários. Receitas derivadas: decorrem da lei e são cobradas compulsoriamente, decorrem da soberania estatal.o maior exemplo são os tributos e sanções pecuniárias, confisco. A maior fonte de receita do estado, tendo em vista que as receitas originárias são limitadas, dado que a intervenção do Estado na economia é mínima, segundo o Art. 173 da CF. CLASSIFICAÇÃO LEGAL 1. receitas correntes: são as operações que a administração pública obtém de forma direta e não gera acréscimo de capital, são as despedidas nas despesas correntes. ex: receita tributária, receita de contribuições. 2. receitas de capital: importam em acréscimo de patrimônio do estado. geralmente, são relacionadas com operações financeiras. ex: operações de crédito, alienação de bens públicos. TRANSFERENCIAS DE RECEITA - 157 A 162 DA CF A CF atribui competências tributárias para cada um dos entes federativos. Do produto da arrecadação de determinados tributos, um percentual será transferido aos estados e municípios. FPE e FPM fundo de participação é um fundo por meio do qual um ente federativo participa da receita de outro ente federativo. Art. 11 da LRF Todos os tributos de competência dos entes federativos devem ser arrecadados. este dispositivo obrigaria os municípios a instituir e arrecadar os impostos. A CF88 previu a autonomia dos entes federados e suas competências, bem como previu receitas. A questão é que a competência tributária gera uma repartição desigual de receitas. Os estados e municípios, apesar de terem autonomia financeira, não possuem receitas para exercer tal autonomia. ORCAMENTO PÚBLICO O orçamento é um ato do poder legislativo que autoriza a administração pública a realizar as despesas nele detalhadas, bem como as receitas. 1. autorização de despesas: 2. previsão de receitas: Historicamente, a idéia de orçamento surge com o princípio da legalidade, tendo como marco a carta magna de 1.215 da Inglaterra. Após a independência dos EUA, o orçamento se tornou uma regra, tendo a constituição imperial do Brasil previsto o orçamento público. No período moderno, superando o liberalismo clássico, passou a contemplar um orçamento maior, com superávit, para contemplar a prestação de serviços e utilidades públicas de um estado de bem-estar social. Natureza jurídica do orçamento Para a escola alemã, o orçamento era lei no aspecto formal e material, material por ser organicista. Em segundo momento, passou a ser considerado por essa escola como apenas como lei em sentido formal. Materialmente, seria um ato administrativo. Outra posição defendia que o orçamento era lei formal, sendo lei material apenas na parte que se referia aos tributos. Por outra visão, orçamento seria apenas lei no sentido formal, logo que a cobrança de tributos e a relação estado - contribuinte são instituídas por leis tributárias e não pela lei do orçamento. Natureza jurídica do orçamento no Brasil Segundo Aliomar Baleeiro, ainda na vigência da CF67, discorria sobre o princípio da anualidade tributária. segundo este princípio, o orçamento seria uma autorização legislativa, renovada anualmente, de a administração pública de cobrar impostos. A CF88 não previu o princípio da anualidade tributária, tendo em vista que o tributo, após sua instituição, pode ser cobrado independente de previsão de receita do orçamento, deixando de ser cobrado apenas se a lei for revogada. Por não ser materialmente uma lei, o STF se negava a exercer controle concentrado de constitucionalidade de lei orçamentária. Posição está que vem mudando. PRINCÍPIOS DO ORÇAMENTO Princípio da unidade: o orçamento deveria conter, em um único documento, todas as receitas e despesas, para serem analisadas em conjunto. Contudo, o Art. 165 da CF prevê três orçamentos: 1. orçamento fiscal: custeio da máquina pública. 2. orçamento de investimento: capital em empresas públicas e sociedades de economia mista. 3. orçamento da seguridade social: para custeio da seguridade social. Apesar de haverem três orçamentos, a doutrina entende haver uma harmonia entre eles. As exceções são as despesas extraordinárias, especiais e suplementares. Princípio da universalidade: todos as receitas e todas as despesas devem ser incluídas no orçamento. Princípio da anualidade: não se confunde com o princípio da anualidade tributária. o orçamento é uma lei de vigência determinada, de um ano. todos os anos deve ser promulgada um orçamento. Princípios da doutrina Proibição do estorno de verbas - Art. 167 da CF Vedação aos transpasses entre dotações. isto só é possível com autorização legislativa. Não afetação da receita de impostos - Art. 167, IV, da CF Veda a vinculação de receitas de impostos a fundos, receitas e órgãos. A forma como os impostos são gastos é definida no orçamento. Exclusividade da matéria orçamentária a lei do orçamento só pode conter disposições acerca das despesas e receitas. vedação às caudas orçamentárias. Reserva de lei - Art. 167, III da CF orçamento só pode ser aprovado por lei e não por outra espécie legislativa. quando a CF não especificar a espécie, trata-se de lei ordinária. a LO é lei ordinária. ORÇAMENTO - PROGRAMA o orçamento é uma programação econômica e de ação governamental. orçamento como planejamento médio e longo prazo. - Performance budget A CF88 consagrou a visão e impôs a criação de três leis: 1. PPA: de forma regionalizada, deve conter as metas e objetivos da a administração pública, os programas de duração continuada e os investimentos a serem realizados. planejamento de longo prazo. vincula as outras duas leis orçamentárias. 2. LDO: contém as metas e objetivos, a prioridades da administração. ela serve de diretriz à LOA. 3. LOA: efetivamente, prevê as receitas e despesas para cada exercício fiscal. ELABORAÇÃO DOS PLs E TRAMITAÇÃO A propositura de lei orçamentária é reservada ao chefe do poder executivo. Após a propositura, o PL tramita no congresso nacional. Caso o PL do novo orçamento não seja aprovado, o orçamento previsto na LOA do exercício fiscal anterior será prorrogado por mais 1/12 avós, até a aprovação do PL. O PL é votado em sessão conjunta do congresso nacional. Antes de ser apreciado no plenário da sessão, ele é discutido em uma comissão mista. EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO uma vez aprovada o orçamento, o executivo deve o executar. o orçamento é apenas autorizativo, não impõe a real execução, logo que as rubricas podem ser contingenciadas. FASES DA EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO 1. EMPENHO: ato da autoridade administrativa que cria para o estado a obrigação de fazer a receita. ato prévio à realização de despesa. Não pode ser feita despesa sem empenho prévio. esse empenho é expresso pela nota de empenho. 2. LIQUIDAÇÃO: verificação de documentos do credor. 3. ORDENAÇÃO: ordem de pagamento ao credor. 4. PAGAMENTO Exceção: precatório. Restos a pagar: os restos a pagar do orçamento do exercício financeiro anterior deve ser previsto, de forma expressa, no orçamento do exercício seguinte. CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO instrumentos de controle da legalidade, e regularidade, da execução orçamentária. Modelo parlamentar: feito por meio de auditorias realizadas pelo orçamento. Modelo judicial: feito por meio de um órgão integrante do poder judiciário. modelo utilizado na França, Itália e Bélgica. o controle neste modelo é executado a posteriori, de modo que esta corte só tem jurisdição e competência para julgar as contas e não os agentes públicos. Brasil controle concomitante e posterior, não existe controle prévio.o controle no Brasil é executado de duas formas: 1. interno: realizado por cada um de seus poderes por meio de suas controladorias. 2. externo: realizado por meio do legislativo, assistido pelos TCs. Ainda que de chame de tribunal, ele não tem poder jurisdicional e apenas presta auxílio ao legislativo. Os TCs fazem o julgamento das contas e dos agentes públicos e suas decisões não são definitivas, podendo ser revistas pelo judiciário. os TCs controlam: - Legalidade: observância de acordo com a lei. - Legitimidade. - Economicidade: observância da execução do orçamento com o menor custo possível. o TCU é composto por 9 ministros. Qualquer cidadão pode apresentar denúncia aos TC, acerca da execução orçamentária. próxima aula: crédito público. 02/03/2017 CRÉDITO PÚBLICO O conceito de crédito remete ao instituto de direito civil de mesmo nome, quando do estudo do contrato de empréstimo. A confiança é o elemento volitivo do contato de empréstimo, a confiança que o credor deposita na capacidade do credor de pagar. Crédito público é faculdade que o estado tem, com base na confiança que inspira nas vantagens que oferece, obter recursos que não dispõe sob a condição de que vai devolver. Causas do crédito público A causa é a insuficiência dos recursos publicos para a realização de uma despesa. Numa conjuntura de deficit fiscall, o equilíbrio pode ser obtido por meio de aumento na arrecadação ou da tomada de crédito público. Para a ciência econômica, o crédito público não constitui receita por estar sujeito à restituição, não sendo ingresso permanente. O crédito público é tratado pelo sistema financeiro nacional como uma receita pública, constando assim no orçamento. O estado pode obter crédito de instituições privadas ou públicas, nacionais ou estrangeiras. O estado brasileiro é o maior devedor das instituições financeiras nacionais. Evolução histórica Na antiguidade, há relatos de obtenção de crédito público pelas cidade-estado gregas para o financiamento do esforço bélico. Na idade média surgiram as primeiras instituições financeiras, com os templários. No fim da idade média, o grande desenvolvimento do crédito público coincidiu com as grandes navegações, com o custeio das esquadras e tripulações. Com a formação dos Estados modernos, o crédito público se consolidou como prática. O advento do estado de bem-estar social levou ao crescimento das despesas públicas. O super endividamento cria um ônus para as gerações futuras, conseguindo obter créditos apenas em condições desvantajosas. A obtenção de empréstimo se perfaz com uma operação de crédito. A operação se dá por meio de mútuo. o mútuo feneraticio. Para o direito das obrigações, o empréstimo sempre tem caráter voluntário e contratual. O crédito público tem um caráter voluntário, no sentido de não poder obrigar ninguém a lhe emprestar dinheiro, mas não tem caráter contratual civil. No contrato de crédito público, é o estado que impõe as condições previamente, que não são negociáveis. O contrato de empréstimo público é de direito administrativo, por ser possível observar a supremacia do estado. A obrigação de devolução é relativa, quando da mudança da cláusula de resgate. tipos: 1. voluntários: o estado busca no mercado de capitais, podendo as instituições conceder ou não. 2. Semi voluntário: o sentido patriótico força* o empréstimo. 3. compulsório: se assemelha aos tributos. o empréstimo pode ter a previsão das condições e vantagens, sendo a principal vantagem os juros. o contrato também prevê a garantia. A garantia pode ser em função da desvalorização da moeda, correção monetária, garantias reais também podem ser prestadas, mas é uma prática pouco usual pelos Estados. garantias vinculadas: vinculação de determinada receita ao pagamento do empréstimo. antecipação de receita. garantias de câmbio: o valor será ajustado por ser vinculado a moeda estrangeira. indexação: vincular ao preço de uma commodities DÍVIDA PÚBLICA Toda dívida interna e externa do Estado. interna: Art. 164 da CF - a emissão de títulos é regulada pelo BACEN. externa: a obtenção de empréstimo requer autorização do senado federal. a lei 4.320/64 não disciplina a dívida pública. O art. 48, XIV da CF estatui que compete a união dispor sobre a dívida mobiliária. O art. 52 da CF impõe a autorização do senado federal como condição. O art. 164, §4° condiciona a contratação do empréstimo a autorização legal. A LRF prevê, nos Art. 32 a 42, limites às operações de crédito. DIREITO TRIBUTÁRIO SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO Ele é visto sob uma perspectiva de um sistema. sistema no sentindo de um conjunto de regras e direitos coerentes que se bastam entre si, é hermenêutico. O pensamento sistemático se contrapõe ao pensamento problemático do common law, partindo do conjunto de normas para assim operar a subsunção ao caso concreto. Os conflitos entre normas são resolvidos pelo próprio sistema, havendo uma hierarquia entre as normas. o sistema é coeso e corrente. Portanto, o direito é tratado como um sistema. O sistema, por ser constitucional, retira todo seu fundamento de validade da constituição, sendo o norte do sistema. A CF é o norte por ser ela que fixa competências e poderes, limitações a eles, as fontes normativas da produção legislativa. A CF88 é analítica em relação à matéria tributária. O sistema tributário nacional é disposto nos Arts. 145 a 156 da CF. Funções da constituição, segundo canotilho: - fontes do direito. - gradação da concretude das normas. - regras de competência legislativa. A constituição retrata os embates ideológicos da constituinte, e em se tratando do direito tributário, criando um sistema capaz de custear um estado social. A CF é analítica, criando um sistema rígido de normas e conciliando duas visões de mundo, conferindo competência ao legislador infraconstitucional, de todos os entes federativos, para a disciplina da matéria. repartição de competência a CF faz uma repartição de receitas tributárias. limitações ao poder de tributar - Art. 150 a 152 da CF. A CF também prevê limitações ao poder de tributar, um limite à obtenção de recursos de natureza, em respeito à propriedade privada. Poder contido pelo texto constitucional. limitações positivas: quando a cf atribui uma competência está também autolimitando o poder de tributar. a competência é enquadrada conceitualmente. todos os conceitos são definidos. limitações negativas: quando o estado não pode tributar determinados sujeitos, situações e operações em determinadas circunstâncias. ex: imunidade tributária do templo religioso. imunidade recíproca entre os entes federativos. A competência tributária é o resultado das limitações positivas e negativas. Falar em direito tributário é a limitação do poder de tributar. O sistema tributário nacional deve ser lido conforme os valores previstos no Art. 3 da CF. - Liberdade, justiça e solidariedade: liberdade que não é absoluta. o sistema tributário nacional foi estruturado de uma forma a interferir o mínimo na liberdade individual. Como os impostos custeiam o estado, seria um ato de solidariedade. - Desenvolvimento nacional - Diminuir a pobreza e as desigualdades regionais: estes dois se concretizam na forma de incentivos tributários a determinadas atividades e regiões do país. - Promover o bem comum. 07/03/2017 Qual o bem jurídico que é tutelado por essa limitação constitucional? essa respostabaliza a interpretação das limitações ao poder de tributar, em uma interpretação teleológica. Princípios constitucionais das limitações ao poder de tributar Os princípios podem ser explícitos ou implícitos, sendo estes decorrentes de uma construção constitucional da doutrina. A supremacia dos princípios sobre as normas infraconstitucionais. Princípios gerais: aplicam-se a todo o ordenamento jurídico (Art. 5° da CF - isonomia tributária). Princípios setoriais: princípios que se aplicam a determinado ramo do direito e não a outros. os princípios constitucionais tributários são setoriais por se aplicarem apenas ao direito tributário, Princípios específicos: princípios que se aplicam apenas a uma parte de um ramo do direito ou a alguns institutos específicos. ex: IRPF se aplica ao princípio da progressividade. ao IPI se aplica o princípio da não-cumulatividade. Princípios conexos: princípios que se relacionam a outros. o texto da CF é prolixo e reitera muitas vezes os mesmos princípios, ex: o princípio da capacidade contributiva é conexa ao princípio da isonomia. Princípio estrutural: organizatório, são fundantes do estado democrático de direito, e da forma e organização do estado brasileiro na CF. ex: princípio federativo e a repartição tributária. Os demais princípios só podem ser entendidos sob a ótica do princípio federativo. Princípio da separação dos poderes: necessário para se compreender o exercício do poder tributário. PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA - art. 150 da CF O rol de princípios não é taxativo, não se exaurindo na lista do Art. 150 da CF. Limitação negativa ao poder de tributar. É vedado exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. O princípio surge com a carta magna de 1.215 da Inglaterra. Foi a primeira forma de limitação ao poder de tributar. "nullim tributo sine lege". O princípio da legalidade tributária é antecedente à legalidade penal. O lema da independência das 13 colônias americanas foi o "no taxation without representation" Pelo fato de as colonias não terem conseguido representação no parlamento do Império Britânico, decidiram pela revolução separatista. A revolução francesa também tinha como valores o princípio da legalidade, constando na declaração de direitos, instituto este presente em todos os ordenamentos jurídicos modernos. Não há como se falar em constitucionalismo sem falar no princípio da legalidade. A doutrina tributária o denomina como princípio da estrita legalidade, reserva de lei, tipicidade fechada. O princípio geral da legalidade tributária está previsto no Art. 5°, II da CF. a maior parte das constituições não prevê um princípio da legalidade tributária específico. O princípio da legalidade administrativa condiciona a administração pública a só agir em virtude da lei. este princípio é importante para o direito tributário logo que a administração tributária é exercida pela administração pública, por meio de seus agentes públicos e uso da função administrativa - Art, 37 da CF. Estrutura do princípio: Exigir: é cobrar, cobrar algo anterior à cobrança, deve ser instituído antes, por meio de lei. Os tributos são instituídos pelos entes federativos por meio do exercício da competência tributária. os tributos só podem ser instituídos por lei. Elementos do tributo para sua ocorrência: - Aspecto material: descrição do fato, ato ou negócio jurídico que dará origem ao tributo. a norma deve descrever a situação de fato para que o contribuinte possa saber que, uma vez ocorrido o fato gerador, surge a obrigação tributária. - Aspecto espacial: onde se considera ocorrido o fato gerador. essa constatação é relativa pelo fato de o Estado ser organizado em um sistema federado, e as diferentes competências tributárias. a extraterritorialidade é exceção. - Aspecto temporal: quando se considera ocorrido o fato gerador, para se constatar o momento da ocorrência do fato gerador. A ocorrência do fato gerador do IRPF se verifica em 01/01 a 31/02. o fato gerador do ICMS se verifica no ato da compra e venda, naquele momento. - Aspecto subjetivo: quem são os sujeitos da relação jurídica tributária. quem pode cobrar e quem deve pagar. - Aspecto quantitativo: o quanto do valor. a base de cálculo e a alíquota. a base de cálculo é o valor atribuído ao ato, fato e objeto. base de cálculo ad valorem: sobre o valor, critérios para dá um valor. base de cálculo ad mensurem: sobre a medida, utiliza uma unidade de medida. ex: metro de tecido, litro de combustível, metro cúbico de gás. A alíquota é o percentual da base de cálculo a ser pago de tributo. a quota parte a ser paga. o tributo no Brasil só pode ser pago em pecúnia, da moeda em curso. Se for base de cálculo ad valorem, a alíquota é um percentual pois o valor já é líquido. Se a base de cálculo for ad mensurem, a alíquota deve ser multiplicada sobre a unidade da base de cálculo para obter um valor em dinheiro. por regra de 3. Excepcionalmente, há a tributação fixa, aonde já é informada previamente. ex: taxa Faltando um desses elementos, o imposto não é instituído. Aumentar: aumentar a base de cálculo ou a alíquota. obs: O tributo pode ser mais oneroso sem aumento. Segundo o STF, aumento não é o mesmo que majoração. O art. 97 do CTN explicita o princípio da legalidade tributária. Apesar de ser explícito pelo CTN, o princípio conserva o seu caráter constitucional. Reserva: reserva material de lei, apenas a lei pode dispor acerca da matéria. O princípio da tipicidade é conexo ao direito da legalidade. Todos os elementos devem ser previstos de forma expressa. tipicidade no direito tributário não se refere à quantificação, mas à previsão legal dos elementos. Exceções ao princípio da legalidade tributária - Art. 150, &1° da CF As alíquotas de 4 impostos podem ser alteradas por meio de decreto editado pelo chefe de poder executivo. - II - IE - IPI - IOF Estes impostos, além da função fiscal, possuem função de intervenção na economia, estimulando ou inibindo condutas com base na conjuntura. o decreto é uma espécie legislativa que permite uma atuação rápida. 09/03/2017 PRINCÍPIO DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA Princípio, de uma forma geral, consagrado no caput do Art. 5° da CF. A igualdade isonomia. Apesar deste princípio, a CF não prevê uma igualdade absoluta, mas sim uma igualdade perante à lei. A CF veda discriminações que não encontram respaldo no ordenamento jurídico. Portanto, é possível haver distinções legais. O princípio da isonomia tem sua eficácia dirigida. Há um princípio setorial de igualdade, o princípio da isonomia tributária, previsto no Art. 150, &2° da CF. Vendando o princípio, de forma expressa. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA - Art. 145, &1° da CF Conexo ao princípio da isonomia. E sendo esse princípio conexo ao princípio da igualdade, geral, deve ser aplicado sempre. A capacidade contributiva é definida em razão do grau de riqueza, grau este que varia para cada indivíduo. Partindo do princípio da isonomia, é possível conferir um tratamento diferenciado a indivíduos em condições desiguais. Para o direito tributário, a capacidade contributiva é critério de discriminação. Contudo, nem todos os tributos são de caráter pessoal. O tributo de caráter pessoal é aquele no qual é possível verificar elementos subjetivos. Enquanto que nos de caráter real se consideram negócios jurídicos, bens e situações de fato independente dos aspectos subjetivos do contribuinte. Apesarde redação do Art. 145, &1° da CF se referir a impostos, deve ser lido como tributos em geral. Sinais indicadores de riqueza para a gradação da capacidade contributiva: - Renda - Patrimônio Princípios relativos à aplicação da lei tributária no tempo. PRINCÍPIO DE IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA O que retroage são os efeitos da lei para incidir sobre fatos já ocorridos. A LINDB prevê que, regra geral, a lei produz efeitos a partir do início da sua vigência. Contudo, há exceções no ordenamento jurídico que prevê a retroatividade. Segundo o Art. 5° da CF, a lei não pode retroagir para atingir ato jurídico perfeito, coisa julgada e direito adquirido. Em se tratando do direito tributário, nova lei tributária não pode retroagir para considerar como fato gerador um evento ocorrido antes da sua vigencia. Portanto, a vedação de irretroatividade se refere à instituição e aumento de tributos. Exceções: Leis meramente interpretativas podem retroagir. retroagem apenas para conferir nova interpretação a uma lei de vigência prévia. Em matéria de penalidade, lei tributária mais benigna pode retroagir para atenuar a penalidade. PRINCÍPIO DA NÃO SUSPRESA O contribuinte não pode ser surpreendido, deve ter plena ciência dos tributos que deve pagar PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL Nova lei tributária só pode ter vigência no exercício financeiro seguinte. esse princípio visa permitir que o contribuinte se planeje, que não seja surpreendido. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL Pelo fato de o princípio da anterioridade anual ser insuficiente, esvaziado se a lei que instituir ou aumentar for promulgada no último dia do exercício financeiro corrente, foi criado o princípio da anterioridade nonagesimal para, neste caso, tal sei só passar a ter vigência depois de 90 dias. Caso a lei que aumentar ou instituir seja promulgada em menos de 90 dias do fim do exercício financeiro, devem ser aplicadas as duas anterioridades. Exceções à anterioridade nonagesimal e anual PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO Salvo determinadas exceções, o confisco é vedado diante da previsão da propriedade privada como direito fundamental. Confisco não se confunde com a desapropriação, logo que a administração pública paga pelo imóvel. No direito tributário, o tributo não pode ser usado para confiscar, não podendo ser estipulada alíquota próxima a 100%. A confiscatoriedade se revela de forma diferente em função do tipo de tributo, se sobre a renda ou o consumo. Quando do consumo, para se revelar a confiscatoriedade a alíquota precisa ser maior que as alíquotas nos tributos que incidem sobre a renda ou o patrimônio. A multa tributária, segundo o STF, não pode ser aplicada com fins confiscatórios, sendo as punitivas de até 100%. PRINCIPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO É vedado limitar a circulação de pessoas, bens e serviços pela instituição de tributos interestaduais 14/03/2017 IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS Quando a CF confere uma competência positiva a um ente federativo, está informando a hipótese de incidência tributária. Enquanto que a competência negativa informa o que está fora da incidência tributária. Na imunidade, trata-se de uma hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada. O que difere da figura da isenção. A imunidade está no plano hierárquico superior ao da isenção, no plano da definição. Quando o ente federativo exerce a competência tributária instituindo o tributo, a competência já vem limitada pela imunidade, se criar isenção, ela é legalmente qualificada pelo legislador ordinária do ente federativo. A imunidade é revelada pelas expressões "é proibido incidir, é imune, é isento" Para extirpar as imunidades previstas na constituição, se faz necessário a promulgação de EC, devendo observar aquilo que é protegido por cláusula pétrea. Enquanto que a isenção pode ser revogada por meio de lei. Enquanto que as imunidades visam resguardar valores previstos da constituição, o que faz com que a interpretação seja ampla e teleológica, devendo observar o fim almejado pelo legislador constituinte. As isenções, segundo o Art. 111 do CTN, devem ter interpretação restritiva. Art. 150, VI do CTN. Imunidade subjetiva: são dadas em função de determinadas condições pessoais do beneficiário. imunidade objetiva: previstas em função de um objeto ou de uma situação específica. O mesmo objeto pode ser tributado, ou não, a depender da situação objetiva. Imunidade recíproca Os entes federativos não podem instituir impostos sobre o patrimônio, renda e serviços uns dos outros. A imunidade não se aplica aos demais tributos. Essa imunidade, além da administração direta dos entes federativos, é extensiva às autarquias e fundações, no exercício de suas funções finalísticas, sobre seu patrimônio, renda e serviços. Os entes da administração indireta que concorrem com particulares na atividade econômica não fazem jus à imunidade. Imunidade sobre templos de qualquer culto templos de qualquer religião são imunes a impostos. apenas o patrimônio, renda e serviços ligados as suas finalidades essenciais. Imunidade sobre a renda e serviços dos partidos políticos e suas fundações; Sindicatos de trabalhadores; excluem-se os sindicatos patronais. Instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos Os requisitos são previstos no Art. 14 do CTN. - Não distribuir parcelas do seu patrimônio e renda a nenhum título (distribuir lucro). - Empregar integralmente no Brasil os seus recursos para a persecução de seus fins institucionais. - Manter livros de escrituração de receitas revestidos de formalidades. este requisito serve para provar o cumprimento dos dois primeiros. A finalidade destas instituições é aquela prevista no ato constitutivo. Imunidade sobre livros, jornais, periódicos e papéis usados na sua impressão (imunidade cultural). Este princípio visa promover a liberdade de expressão, de imprensa e o acesso à informação. O termo "papel" se refere a todos os insumos usados na impressão. A imunidade independe do meio físico, sendo extensiva aos e-books e seus e-readers. Imunidade de fonograma ou videograma de músicas de autores nacionais, bem como os seus suportes. a Imunidade não se aplica aos CDs virgens usados na gravação. 16/03/2017 PRINCIPIOS DA DOUTRINA PRINCÍPIO DA TRANSFERÊNCIA FISCAL O consumidor deve ser esclarecido acerca da carga tributária que incidem sobre o consumo. É uma forma de educação fiscal, de conscientizar o consumidor. PRINCÍPIO DA EXIGÊNCIA DE LEI ESPECÍFICA PARA BENEFÍCIO FISCAL As renúncias de receita, incentivos fiscais em geral, requerem uma lei específica. Essa vedação visa evitar jabuti legislativo. VEDAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR DA UNIÃO Princípio da uniformidade geográfica: os tributos devem ser instituídos de forma uniforme no território nacional, exceto as isenções criadas para promover o desenvolvimento regional. Os títulos emitidos e servidores dos estados e municípios não podem ser tributados de forma desigual a que a união tributa os seus próprios. Princípio da vedação heterônoma. Só pode instituir isenções o ente federativo que instituiu o tributo objeto da isenção. vedação às isenções heterônomas. O princípio não se aplica à União quando age como pessoa jurídica de direito público internacional. Desta forma, diante de tratados e convenções internacionais que o Brasil é signatário, a União pode instituir isenções heterônomas, desde que instituaisenções sobre seus próprios impostos. Princípio da não discriminação com base na procedência ou destino de bens e serviços É vedado aos estados e municípios estabelecer diferenças tributárias em função da origem e destino do produto, afim de se preservar o pacto federativo. FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO Por envolver o poder de tributar, grandes discussões acerca das fontes do direito tributário são suscitadas. Fonte, como fonte da validade, é a origem das normas jurídicas. As fontes do Art. 96 do CTN formam uma lista exemplificativa, tendo em vista a superveniência da CF88 que, por ser hierarquicamente superior, criou novas fontes do direito. 1. A CF88 é a fonte de maior hierarquia do direito tributário, prevendo o sistema constitucional tributário. todas as demais fontes devem respeito à constituição. 2. As ECs, uma vez promulgadas, adquirem o mesmo status das normas originárias, salvo as cláusulas pétreas, do ponto de vista formal e material. Do ponto de vista formal, a CF institui um rígido procedimento para o exercício do poder constituinte derivado, um sistema semi-rígido. Do ponto de vista material, as ECs não podem dispor sobre as matérias afetadas pela cláusula pétrea. 3. plano da legalidade: relação horizontal, mas há funções distintas. LO: é o principal instrumento legislativo do ordenamento jurídico, regulamentando a maioria da matéria tributária prevista na constituição. O que se revela também por meio do princípio da legalidade tributária. A CF não cria os tributos, apenas prevê as competências, são as LOs dos entes federativos que instituem os tributos. Toda vez que a CF não qualifica, o será por meio de LO. LC: um ex-ministro do STF, por meio de um artigo publicado em 1947, propôs a criação de uma nova espécie normativa, um tipo de lei para dispor acerca de matérias de repercussão nacional, por meio de um processo legislativo mais qualificado que o da LO e de aplicação em todo o território nacional. Só CF67 na que o instituto foi criado, sendo reproduzido nas ordens seguintes. Lei complementar em matéria - Art. 146 da CF88. reserva de lei complementar em matéria tributária. reserva é o destaque da matéria, não podendo ser objeto de outras espécies normativas: - Conflito de competência tributária entre os entes federativos. - Regular as limitações (princípios e imunidades) ao poder de tributar. - Estabelecer normas gerais do direito tributária. o rol de normas gerais é exemplificativo. - Adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pela cooperativa. - Regime tributário diferenciado para as ME e EPP - Simples Nacional. - Lei complementar pode criar regimes tributários diferenciados para atenuar distorções concorrenciais. se a união for instituir para si própria, basta uma LO. Nacionalmente, LC. O CTN é uma lei ordinária que trata de matérias de reserva de lei complementar. Desta forma o CTN só pode ser alterado por meio de lei complementar. Segundo o STF, se filiando à doutrina de Souto Maior Borges, há apenas reserva de lei complementar, mas não uma hierarquia. 21/03/2017 LD: Trata-se de uma delegação do poder legislativo. A lei delegada não pode dispor sobre matéria de reserva de lei complementar. O instituto da LD está em desuso, tendo sido usado poucas vezes. O instituto da MP é de uso mais frequente. MP: ato normativo emitido pelo chefe do poder executivo que tem força de lei, podendo ser convertida em LO se referendada pelo congresso nacional dentro do prazo de 60 dias, prorrogável por mais 60 dias. A MP tranca a pauta do congresso. MP só pode dispor sobre matéria de LO. Decreto legislativo deve regulamentar as relações havidas da vigência da MP, sob pena de eficácia ex tunc. A MP que verse sobre matéria tributária se submete ao princípio da anterioridade. O que não fere o princípio da anterioridade tributária. Se não se tratar de aumento ou majoração de tributo, não se submete à anterioridade. T & CI: uma vez internalizado, os tratados e convenções internacionais são positivados com a mesma hierarquia de LO. A convenção mais importante é a GATI. Segundo o Art. 98 do CTN, t & ci seriam superiores à legislação superveniente. Segundo o STJ, t & ci ingressam no ordenamento jurídico como LO, não podendo dispor sobre matéria de LC. Uma lei geral não derroga uma lei especial, o princípio da especialidade. Geralmente, um tratado internacional versa sobre matérias específicas e não gerais. Logo, se for promulgada uma nova lei geral não derroga o t & ci, exceto se a lei prever de forma expressa a revogação do t & ci, ou dispor sobre a mesma matéria destes mas de forma diversa. Não há nenhum impedimento para que o Brasil descumpra o t & ci, mas pode vir a ser denunciado nestes pelos outros entes de direito público internacional signatários do t & ci descumprido. Segundo a EC 45/2004, se o T & CI dispor sobre matéria de direitos humanos, e for referendado pelo congresso nacional com o mesmo quórum de uma EC, a mesma terá a eficácia de uma disposição constitucional. R & DL: a resolução do senado federal tem grande relevância para o direito tributário, tendo em vista a competência do senado federal para matéria tributária. A alíquota dos impostos de competência estadual não é matéria de lei tributária geral, mas sim é da competência dos Estados, e o limite de alíquota é definido por resolução do senado federal. Ex: o senado pode estabelecer uma alíquota máxima para o ITC, sendo a alíquota definida pelos estados. Nas operações interestaduais de compra e venda, é da competência do senado dispor, em resolução, sobre a alíquota interestadual de ICMS. Decreto legislativo: o DL tem como objeto a aprovação dos tratados e convenções internacionais. o DL também tem como objeto o de regulação dos efeitos da MP revogada. Convênios: o legislador constituinte anteviu a pouca celeridade do exercício da função legislativa pelo congresso nacional, previu uma espécie legislativa de produção mais célere. Especialmente em matéria de ICMS e ISS. O convênio objeto de deliberação do CONFAZ condiciona o exercício da competência tributária dos estados para legislar acerca do ICMS. Os estados só poderiam instituir incentivos fiscais por meio de convênio do CONFAZ, que depende da unanimidade dos estados. Logo, a maioria dos incentivos fiscais instituídos pelos Estados são inconstitucionais. Decreto: decreto este que não se confunde com o decreto-lei e decreto legislativo. Ato privativo do chefe do poder executivo dos três entes federativos - Art. 84, IV, segunda parte da CF. por simetria, governador de estado e prefeito de município também podem editar decretos e regulamento. O decreto tem a função de regular a aplicação da lei. O decreto só pode regulamentar as leis que devem ser executadas pelo poder executivo. O decreto revela parâmetros para a execução da lei, restringido a interpretação e dando uniformidade à execução da lei. Exceções ao princípio da legalidade: alterar as alíquotas de IE, II, IPI, IOF. Regra geral - devem se referir à execução da lei, Art. 99 do CTN. Se o decreto violar a lei, o controle da legalidade é o STJ. Caso haja um decreto sem a precedência de uma lei regulamentadora, há a violação da constituição e o controle de constitucionalidade é exercido pelo STF. Normas complementares: não se confunde com a LC. As normas complementares são previstas no Art. 100 do CTN. São de hierarquia inferior e se propõe a regular a execução da lei em um nível de detalhadamento não abarcado pelo decreto. As normas complementaressão os atos administrativos emitidos pelas autoridades administrativas, como as instruções normativas, portarias, circulares, etc. Por serem inferiores, devem ser secudum legis e, inclusive, secudum decretum, não podendo dispor de forma contrária ao decreto que regula sua aplicação. O costume administrativo, como prática reiterada da administração, também se constituem como normas complementares. O convênio cooperativo, firmado entre os entes federativosl também é norma completar. Convênios para troca de informações, visando facilitar a fiscalização tributária. 23/03/2017 CONCEITO JURÍDICO DE TRIBUTO E CLASSIFICAÇÃO DAS ESPECIES TRIBUTÁRIAS Cabe à lei complementar definir o tributo, como norma geral de direito tributário. Segundo o Art. 3° do CTN, tributo é toda prestação pecuniária compulsória com valor expresso em moeda, que não seja penalidade de ato ilícito. Tributo é gênero de várias espécies. A importância de definir o conceito de tributo é a aplicação do sistema constitucional tributário, com a aplicação de todas as suas normas. Se não for, estas não se aplicam. Art. 3° do CTN Prestação pecuniária: pagamento em dinheiro, não se admitindo outra forma de pagamento. No passado, era possível pagar in natura ou por meio de serviços. Em moeda ou que se possa o vapor nela exprimir: moeda ou índices de indexação facilmente conversíveis em dinheiro. O Art. 156 do CTN prevê as hipóteses de extinção do crédito tributário, elencando lá o meio da dação em pagamento de bens imóveis para pagamento. Compulsória: obrigatório, decorre do poder de império da lei, ex lege e da soberania do Estado. Logo, o tributo nunca poderá ser voluntário. Não constitui sanção de ato ilícito: exclui o conceito de multa. O tributo é uma obrigação que sempre decorre de ato lícito. Nem toda obrigação pagar ao Estado é tributo. Caso o fato gerador seja ato lícito decorra de um ilícito, aplica-se o princípio do Non Olet, não importando, por exemplo, a origem da renda para fins de fato gerador de IR. O que não pode ocorrer é o fato gerador ser um ilícito. Instituído em lei: princípio da legalidade tributária, Art. 150, II da CF. O tributo sempre decorre de lei, ex lege. Cobrada por atividade administrativa vinculada: a cobrança dos tributos só pode ser exercida pela administração tributária, que tem posição de privilégio na administração direta. O crédito tributário é constituído pelo lançamento tributário, ato administrativo que torna exigível a obrigação tributária. Por ser plenamente vinculado, não há margem para discricionariedade à autoridade administrativa quando da prática deste ato administrativo. Em direito tributário, não há margem para discricionariedade. O termo vinculado pode significar que o tributo não é vinculado a um fazer estatal, não tem natureza contraprestacional. Diferentemente da taxa, que tem natureza vinculada, vinculada à fruição, ou à mera disposição, de um fazer estatal. O termo vinculado, em direito financeiro, significa que a receita tributária não deve ser vinculada a nenhuma despesa. Só é tributo a prestação que satisfazer a todos estes requisitos previstos no Art. 3° do CTN. Da não satisfação de um desses requisitos, não há tributo. A natureza jurídica do tributo é definida pelo fato gerador da obrigação tributária. Fato gerador é a descrição da hipótese de incidência. É irrelevante à qualificação como tributo - Art. 4° do CTN: - À nomenclatura conferida pela Lei: muitas vezes o legislador atribui um nome que é diverso da real natureza da cobrança. - A destinação legal do produto da sua arrecadação: o direito tributário se preocupa com o ciclo da obrigação tributária, desde o seu surgimento com a ocorrência do fato gerador até a sua extinção com o seu pagamento. Após esse pagamento, e com o ingresso nos cofres públicos, se encerra a relação jurídica-tributária e entra no campo do direito financeiro. CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS Todos os tributos instituídos são agrupados em espécie. As classificações variam em função dos aspectos. Art. 145 da CF e prevê três tributos: Impostos que são da competência tributária de todos os entes federativos. - Impostos - Taxas - Contribuições de melhoria. Classificação quíntupla: - Impostos - Taxas - Continuações de melhoria - Empréstimo compulsório - Contribuições especiais Classificação dos tributos quanto sua natureza: - Natureza fiscal: custear a máquina pública, função arrecadatória. - Natureza extra fiscal: estimular ou desestimular, induzir ou inibir um comportamento do destinatário. Ex: IOF na compra com cartão de crédito no exterior, visando desestimular a evasão de divisas. - Natureza para fiscal: para custear as despesas que são empenhadas para pagar terceiros, não formam o custeio. São despesas que o estado faz sem obter retorno. Classificação quanto à repercussão do encargo econômico-financeiro Há tributos que, pela sua própria natureza, implica na transferência do mesmo ao consumidor final. Enquanto que há tributos que não são repassados. Direto: nao comporta repercussão ao consumidor final. Indireto: comporta a repercussão ao consumidor final. Quanto aos aspectos subjetivos da hipótese de incidência O princípio da capacidade contributiva prevê que, sempre que possível, deve ser observada a capacidade contributiva do contribuinte Pessoais: é possível indicar características subjetivas do contribuinte. Reais: em função de bem ou situação de fato. Em função da vinculação: tributo vinculado: pagamento vinculado a uma contraprestação estatal. tributo não vinculado: pagamento desvinculada de qualquer fazer estatal. IMPOSTOS Art. 16 do CTN - imposto é um tributo não vinculado. a obrigação tributária nasce da simples ocorrência do fato gerador, prescindindo de qualquer referibilidade com uma prestação estatal. A CF prevê que os impostos são tributos de competência comum, o que não quer dizer que todos os entes federativos podem instituir os mesmos impostos. impostos federais - Art. 153 da CF II, IE, IOF, IR, ITR, imposto sobre grandes fortunas. impostos dos estados e do DF - Art. 155 da CF ITC, ICMS, IPVA impostos dos municípios - Art. 156 da CF ITBI, ISS, IPTU O DF pode instituir tributos de competência estadual e municipal. A competência para instituir impostos extraordinária é exclusivamente da União. Estes impostos só podem ser instituídos por LC, não podendo ser cumulativo (efeito cascata) e não podem ter identidade com os fatos geradores de outros tributos, sejam da própria união ou dos demais entes federativos. Impostos extraordinário de guerra: pode ser instituído por LO ou MP, na iminência de guerra ou declarada. Não há vedação de identidade com o fato gerador de outros tributos de qualquer ente federativo. Encerrada a guerra, o IEG será gradativamente extinto. Não se submete aos princípios da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal. 28/03/2017 TAXAS As taxas, que podem ser instituídas pelos três entes federativos, tem como fato gerador o exercício do poder de polícia e pela fruição ou disponibilidade de serviço público. Um ente só pode cobrar taxa por um poder de polícia ou serviço público que são exercidos ou prestados pelo mesmo. ex: Estado não pode cobrar taxa pela emissão de passaporte. A atribuição administrativa precede à competência tributária. As taxas não poderam ter base de cálculo dr impostos, para não ter identidade com estes. A taxa é um imposto contraprestacional,vinculada a um fazer estatal em relação ao contribuinte. desta forma, a base de cálculo da taxa deve considerar esse fazer estatal. Segundo o STF, no caso de taxas de base de cálculo complexa, podem haver componentes semelhantes ao da base de cálculo de imposto. ex: base de cálculo da taxa de lixo e do IPTU, TAXA DE PODER DE POLÍCIA Segundo o Art. 78 do CTN, poder de polícia é atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Sempre que o Estado está limitando ou disciplinando direito interesse ou liberdade do particular contribuinte, se estará diante do exercício do poder de polícia. O poder de polícia deve ser regular, regular quando é exercido pela autoridade administrativa competente, dentro dos limites da legalidade, com observância do devido processo e sem abuso de poder. TAXA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO Quando o serviço público for prestado de forma direta, ou por meio de concessão e permissão. Só pode ser cobrado quando prestado de forma direta pelo Estado ou por seus entes da administração indireta. Os serviços sevem ser utilizados, ou disponibilizados para potencial utilização, bem como serem divisíveis específicos. Uso efetivo se verifica com a fruição. OU Potencial: quando a utilização for compulsória. mesmo que contribuinte não frua o serviço, por ser compulsório, a taxa deve ser paga. Específico e divisível: é específico quando é possível que serviço é aquele, o que está sendo prestado pelo Estado. é divisível quando for capaz de ser indentificado pelo usuário, uti singuli. Ex: não poderia ser instituída uma taxa de segurança pública. A taxa de iluminação pública é inconstitucional. Caso o serviço seja prestado por concessionário ou permissionario, há a cobrança de preço público, tarifa, que não se submete ao regime tributário, mas sim ao regime de diteito administrativo. A competência tributária de instituir taxa depende da atribuição administrativa. O pedagio não fere o princípio da liberdade de tráfego, por previsão expressa da CF, sendo considerado pelo STF como um preço público, uma tarifa, Desta forma, não se submete ao regime tributário. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Requisitos de instituição: 1. obra pública: obra realizada pelo estado. 2. melhoria: com base no princípio da justiça fiscal, cobra-se pela valorização que o imóvel teve pela obra pública. O limite da contribuição é o valor da valorização, sendo o valor global da contribuição não pode exceder ao custo da obra. Só pode cobrar a contribuição de melhoria o ente federativo que realiza a obra. O contribuinte, depois de notificado pelo ente federativo, pode impugnar o valor apresentado pela valorização do imóvel. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios. Só pode ser instituído por meio de LC. O empréstimo compulsório será restituído posteriormente. Instituído para: 1. calamidade pública e guerra externa ou sua eminência. A guerra também pode ser custeada pelo IEG. Esta primeira hipótese é uma exceção aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal. O empréstimo compulsório é natureza vinculada, devendo ser empregada na finalidade que motivou sua instituição. Art. 15 do CTN repete a previsão do Art. 148 da CF, exceto por: Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: I - Guerra externa, ou sua iminência; II - Calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. (não foi recepcionado pela CF88) Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei (a lei de instituição deve prever a forma de resgate). CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS São instituídas para uma finalidade estatal específica. Apenas a União pode instituir contribuição especial. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. Estas contribuições são para-fiscais, voltadas ao custeio de entidades que prestam essas funções específicas. As de intervenção de domínio econômico é de caráter extrafiscal, para estimular ou desestimular o mercado. FIM DO CONTEÚDO DO 1° GQ 20/04/2017 VIGÊNCIA, APLICAÇÃO, INTEGRAÇÃO, INTERPRETAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA - 101 a 115 do CTN VIGÊNCIA DA LEI TRIBUTÁRIA Validade: preencher determinados requisitos formais e materiais previstos na CF para que seja considerada uma norma valida, seja no ponto de vista formal e material. com isso, será reconhecida como norma formal, compatível com o ordenamento jurídico. Vigência: aptidão para produzir efeitos jurídicos. Segundo o Art. 3° da LINDB, a lei promulgada entra em vigor na data prevista em seu texto ou, no silêncio do texto, 90 dias após à promulgação, a vacacio legis. No direito tributário, os princípios da anterioridade e noventena condicionam a vigência da lei instituidora de tributos. Uma norma pode ser válida, mas não vigente, diante de vacacio legis ou anterioridade/noventena. Por turno, pode haver uma norma vigente que não é válida. Eficácia: válida e vigente, produz seus efeitos de forma efetiva e imediata. Assim, a norma é eficaz. Os Art. 101 a 104 tratam da vigência temporal e espacial da norma tributária. Ao direito tributário se aplicam as normas de vigência espacial e temporal da LINDB, ressalvadas o que CTN dispor diferente. A vigência especial dos atos normativos tributário se pauta no princípio da territorialidade, sendo a norma tributária válida no território do ente federativo que promulgou/editou a norma. Portanto, a territorialidade é regra e a extraterritorialidade é possível, por meio de convênio, aonde o ente federativo aceita que uma norma editada/promulgada por outro ente federativo tenha vigência em seu território. A vigência temporal dos atos normativos tributários se pauta na LINDB, ressalvado o que dispõe diversamente o CTN e, quanto às normas complementares, estes atos normativos tem vigência a partir da sua publicação. As decisões de órgãos colegiados de processo administrativo têm vigência em 30 dias após a sua publicação. O Art. 104 do CTN perdeu um pouco do sentido após à CF88, tendo em vista que eles dispõem de forma "aquém" à previsão constitucional semelhante. APLICAÇÃO DA NORMA TRIBUTÁRIA Aplicação:concretizar a norma, diante de um fato ou negócio jurídico. O art. 104 reafirma o princípio da irretroatividade, tratando da aplicação para fatos a ocorrer ou pendentes. Os fatos pendentes são aqueles que não se aperfeiçoaram ao tempo do início da vigência da nova norma. O fato pendente teve a ocorrência de parte de seus elementos, mas ainda não completamente. Segundo a inteligência do Art. 116 do CTN, os fatos pendentes seriam os fatos geradores complexos, que são de ocorrência continua por ser único o fato. ex: propriedade de bens imóveis. O art. 106 do CTN se refere às hipóteses de retroatividade que não dizem respeito à instituição e aumento de tributo, dispondo apenas sobre: 1. Lei interpretativa: se propõe a elidir controvérsia acerca da interpretação de norma tributária promulgada anteriormente, o que a doutrina entende como uma irretroatividade imprópria. Se a lei for inovadora não será interpretativa, não podendo retroagir. 2. Ato não definitivamente julgado: a jurisprudência entende que este ato é em sede de procedimento judicial. ▪ Em matéria de penalidade, a norma pode retroagir para atenuar ou extinguir penalidade já cominada. O dispositivo benéfico não retroage para beneficiar o contribuinte que incorreu em fraude. Também não se aplica aos contribuintes que já pagaram a multa, pois o processo deve estar em curso. INTEGRAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA interpretação: processo hermenêutico que informa o alce e conteúdo da norma. interpretação literal: é àquela que busca a sintática de cada palavra do texto. interpretação semântica: interpretação contextualizada. interpretação pragmática: se volta para uma realidade social. Os métodos hermenêuticos se completam, numa interpretação sistêmica. interpretação histórica: qual o contexto histórico de formação da norma? seu processo histórico. interpretação teleológica: busca a intenção do legislador. interpretação declaratória: declara o que já existe interpretação restritiva: limitar o âmbito de interpretação. INTEGRAÇÃO NORMATIVA A visualização do direito se forma coesa e coerente, capaz de solucionar todos os problemas que lhe são postos. por ser suficiente em si, o sistema prevê mecanismos de resolução de conflitos entre normas. Outro problema do ordenamento é o das lacunas, que o Art. 108 do CTN resolve aplicando o seguinte: 1. analogia: verificar os casos assemelhados. é vedada a tributação por analogia, mesmo que os fatos sejam assemelhados. 2. princípios gerais do direito tributário: 3. princípios gerais de direito público. 4. equidade: justiça no caso concreto. não cabe juízo de equidade da autoridade administrativa para deixar de tributar. O art. 108 do CTN é limitado, tendo em vista que ato administrativo tributário é plenamente vinculado. INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Os institutos são definidos pelas normas gerais de direito tributário, em relação ao conteúdo e forma, mas não os efeitos tributários. Ex: IPTU. O conceito de propriedade é definido pelo direito privado, enquanto que os efeitos tributários da propriedade são. Norma tributária não pode alterar o conceito dos institutos. Lei tributária que verse acerca de suspensão ou exclusão do crédito tributário são interpretados de forma literal. Da mesma se opera a interpretação da outorga de isenção e a dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias, A lei tributária que define infrações e comida penalidades deve ser interpretada da forma mais favorável ao contribuinte. O mesmo não se aplica aos tributos, que sempre são interpretadaos em favor da fazenda pública. 25/04/2017 TEORIA GERAL DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA A relação jurídica-tributária é de natureza obrigacional. Quase todo raciocínio jurídico é construído com base nas formas e institutos do direito civil. Apesar da constitucionalização do direito privado, não mudou a sua forma de pensar. Ainda que a relação jurídica-tributária seja obrigacional, semelhante ao do direiro civil, possui um conjunto de peculiaridades que a distinguem. Obrigação civil caráter transitório: sempre haverá um termo final. bilateral: sempre haverá credor e devedor. prestação de caráter pessoal: o devedor responde pelo adimplemento com o seu patrimônio. prestação positiva: dá, fazer ou não fazer. prestação negativa: não fazer ou tolerar. Obrigação tributária caráter transitório O sujeito ativo sempre será um ente federativo. A obrigação tributária é disciplinada, em seus contornos, no Art. 113 do CTN. O conceito de acessoriedade do direito privado é totalmente diferente do conceito de obrigação tributária acessória. Obrigação tributária principal: surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade, extinguindo-se juntamente com o crédito dela decorrente, quando do pagamento. Toda vez que a obrigação for de pagar dinheiro, para o direito tributário, sempre será obrigação tributária. Assim, necessariamente tem conteúdo econômico-patrimonial. Diferente do direito civil, que admite prestações de fazer ou não como objeto de obrigação. Obrigação tributária acessória: pode ser uma prestação positiva ou negativa, decorrente da legislação tributária, no interesse da arrecadação ou da fiscalização tributária. Jamais poderá ser uma obrigação de pagar. Difente do direito privado, a obrigação acessória é independente da principal, ou o inverso. Isto decorre das obrigações como: emitir NF, de manter livros de escrituração, tolerar a fiscalização, dentre outros deveres que devem ser cumpridos, que não envolvem pagar dinheiro. Ex: fiscalização tributária de sujeitos que gozam de imunidade. Mesmo imunes, Podem haver, de forma simultânea, obrigação principal e tributária. O objetivo da obrigação acessória é de facilitar e permitir a fiscalização e arrecadação tributária, Cada vez mais o Estado brasileiro mais institui obrigações acessórias aos seus contribuintes, tendo em vista que o Estado é capaz de fiscalizar a ocorrência de todos os fatos geradores, delegando aos contribuintes o dever de informar a ocorrência do fato gerador. A obrigação tributária acessória é de fazer, não fazer ou tolerar, o que diverge frontalmente do conceito que é previsto pelo CC. Apesar da divergência doutrinária, não se desvirtua o caráter obrigacional de ambas as modalidades de obrigação tributária. A obrigação tributária decorre da legislação tributária, não apenas da Lei, considerando que o bloco da legalidade tributária também abarca fontes infra legais. Com o descumprimento da obrigação acessória, surge a obrigação tributaria principal de pagar penalidade pecuniária, mas não há conversão. SURGIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA Surge com a ocorrência do fato gerador. Ocorrência do fato gerador Se ocorreu os elementos necessários? Onde ocorreram? Quando ocorreram? Fato gerador da obrigação tributária principal: art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. A expressão "fato gerador" pode se referir à situação hipotética ou ao fato concreto. Quando a doutrina usa o termo "hipótese de incidência", está se referindo à situação hipotética. Em relação ao fato concreto, a doutrina usa o termo "fato imponível". Fato gerador da obrigação tributária acessória: fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Situação de
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