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AULA 2 LESHMANIOSES

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PARASITOLOGIA CLÍNICA
LEISHMANIOSES 
As leishmanioses são causadas por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, e transmitidas pela picada de um mosquito da sub-família Phlebotominae. 
A leishmaniose apresenta três formas clínicas mais comuns: 
- Leishmaniose cutânea; que causa feridas na pele. 
- Leishmaniose muco-cutânea; cujas lesões podem levar a destruição parcial ou total das mucosas. 
- Leishmaniose visceral; também chamada calazar, caracterizada por surtos febris irregulares, substancial perda de peso, espleno e hepatomegalia e anemia severa. Se não tratada pode levar a morte em 100% dos casos. 
PARASITOLOGIA CLÍNICA
Fig.1-Da esquerda para direita, exemplos de: Leishmaniose cutânea em braço de paciente; Leishmaniose mucocutânea na região bucal e Leishmaniose visceral
PARASITOLOGIA CLÍNICA
Atualmente atingem cerca de 350 milhões de pessoas em 88 países do mundo, sendo 72 considerados países em desenvolvimento. A distribuição segundo o tipo de leishmaniose é:
 90% dos casos de Leishmaniose visceral ocorrem em Bangladesh, Brasil, Índia, Nepal e Sudão; 
90% dos casos de Leishmaniose muco-cutânea ocorrem na Bolívia, Brasil e Peru;
 90% de todos os casos de Leishmaniose cutânea ocorrem no Afeganistão, Brasil, Irã, Peru, Arábia Saudita e Síria.
PARASITOLOGIA CLÍNICA
Agente etiológico
As leishmanioses são causadas por parasitas do gênero Leismania. As espécies L. donovani, L. infantum infantum, e L. infantum chagasi podem acarretar leishmaniose visceral, mas, em casos leves, apenas manifestações cutâneas.
As espécies L. major, L. tropica, L. aethiopica, L. mexicana, L. braziliensis, L.
amazonensis e L. peruviana são as responsáveis pela leishmaniose cutânea ou mucocutânea.
Este protozoário tem seu ciclo completado em dois hospedeiros, um vertebrado e um invertebrado (ciclo heteroxeno). Os hospedeiros vertebrados incluem uma grande variedade de mamíferos: Roedores, Edentados (tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais (gambá), canídeos e primatas, incluindo o homem.
Os hospedeiros invertebrados são pequenos insetos da ordem Diptera, família
Psycodidae, sub-família Phlebotominae, gêneros Lutzomyia e Plhebotomus.
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Característica morfológica interessante está na diferenciação nas conformações celulares mediante ao hospedeiro (Figura 2):
- Amastigotas: de forma oval ou esférica, estas são as formas são encontradas no hospedeiro vertebrado. Não há flagelo livre, mas um rudimento presente na bolsa flagelar;
- Promastigotas: formas alongadas, com flagelo livre na região anterior. São encontradas no tubo digestivo do inseto vetor e em meio de cultura;
- Paramastigotas: formas ovais ou arredondadas com flagelo livre. São encontradas aderidas ao epitélio do trato digestivo do vetor através de hemidesmossomas.
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Fig 2-Da esquerda para direita, exemplos de: Leishmaniose na forma amastigota e forma promastigota e forma paramastigota.
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Ciclo 
Fig. 3-Ciclo de vida e contágio da Leishmania sp na etapa de parasitismo humano
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Epidemiologia:
Iniciada como uma enzootia (doença cujos hospedeiros são somente animais) em animais silvestres. A transmissão ao homem ocorre quando este adentra a mata para realizar suas atividades ou as regiões de conurbação e de ocupação humana se aproximam demasiadamente das regiões de vida livre dos parasitas e dos hospedeiros invertebrados naturais. Neste caso a doença se transforma numa zoonose (doença cujo ciclo envolve animais e o homem).
Profilaxia:
- Evitar picadas do mosquito vetor através de medidas de proteção individual: repelentes, tela de mosquiteiro de malha fina e embebidas em inseticidas;
- Em áreas de colonização recente, recomenda-se a construção de casas a uma distância de pelo menos 500 metros da mata, devido à baixa capacidade de voo dos insetos.
- Vacinação em animais domésticos: em fase final de testes (Leishvacin, produzida pela Bioquímica do Brasil S/A Biobrás somente para a realização de ensaios clínicos. Há dois são produzidos e comercializados por empresas sediadas no Brasil, a Leishmune® produzida pela Fort Dodge Saúde Animal, a Leish-tec® produzida pela Hertape Calier – Saúde Animal, ambas no mercado brasileiro; e a CaniLeish® vaccine – produzida pela Virbac e atualmente comercializadas em alguns países da Europa. 
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Diagnóstico:
a) Diagnóstico Clínico
• Baseado na característica da lesão e em dados epidemiológicos previamente conhecidos.
b) Diagnóstico Laboratorial
• Pesquisa do parasita através de exame direto de esfregaços corados: com anestesia local, retira-se um fragmento das bordas da lesão e faz-se um esfregaço em lâmina, corado com derivados de Romanowsky, Giemsa ou Leishman.
• Cultura: pode ser feita a cultura de fragmentos de tecido ou de espirados da borda da lesão.
• Inóculo em animais: utilizando o hamster como o animal mais utilizado para o isolamento de Leishmanias. Inocula-se, por via intradérmica, no focinho ou nas patas, um triturado do fragmento da lesão em solução fisiológica.
• Métodos imunológicos: Teste intradérmico de Montenegro: utilizado no país para levantamentos epidemiológicos, avalia a hipersensibilidade do paciente. Inocula-se pequeno volume de antígeno nos membros superiores do paciente, e no caso de reações positivas, verifica-se o estabelecimento de uma reação inflamatória local, reversível em 72 horas.
• Reação de Imunofluorescência indireta: teste bastante usado, apresentando alta sensibilidade, porém apresenta reação cruzada para outros tripanosomatídeos, como o Trypanosoma cruzi (causador da Doença de Chagas)
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Tratamento:
Uso de uma antimonial tártaro hermético (Introduzido pelo médico brasileiro Gaspar Vianna, em 1912). Atualmente, é utilizado um antimonial pentavalente, o Glucantime, onde somente a forma difusa não responde bem ao tratamento. 
Outro tratamento considerado é a imunoterapia utilizando a Leishvacin, vacina utilizada para imunoprofilaxia. Ainda não apresenta escala comercial de produção.
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VALEU GALERA!
OBRIGADO!
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