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2014aula DENTINA

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1 
DENTINA 
 
A dentina é um tecido mineralizado de natureza conjuntiva que constitui 
a maior parte da estrutura do dente, sendo recoberta pelo esmalte, na porção 
coronária e pelo cemento, na porção radicular. 
 
A dentina aloja no seu interior um tecido conjuntivo não mineralizado, 
a polpa dentária, com quem possui muitas características comuns. Por essa razão, 
esses dois tecidos são intimamente relacionados, desde a fase de formação como 
também no dente completamente formado, constituindo, dessa maneira, o 
complexo dentina-polpa. 
 
As células que produzem a dentina são denominadas odontoblastos. Ao 
contrário dos ameloblastos, eles mantêm sua associação com a dentina durante a vida do dente. Estas 
células estão localizadas na periferia da polpa e seus prolongamentos citoplasmáticos, os processos 
odontoblásticos, ocupam espaços, semelhantes a túneis, dentro da dentina. Estes espaços, cheios de 
fluido, denominados túbulos dentinários, estendem-se da polpa até as junções amelodentinária (na 
coroa),e cementodentinária (na raiz). 
 
A dentina não se mineraliza completamente como o esmalte, pois contém teor orgânico e por 
isso ele é dito um tecido vivo. A dentina é responsável pela sensação de dor. 
 
 
1 Dentinogênese 
 
 
O processo de dentinogênese consiste basicamente na síntese de matriz orgânica e sua posterior 
mineralização. 
As células ectomesenquimais da periferia da papila 
dentária (polpa primitiva) se diferenciam em odontoblastos. 
Estas células se movimentam em direção centrípeta à polpa 
dentária, sintetizando matriz orgânica e deixando no seu percurso 
finos túbulos, sendo que o corpo celular dos odontoblastos se 
localiza na periferia da polpa dentaria. 
A formação e calcificação da dentina começa na ponta 
das cúspides ou bordas incisais, e avança para dentro por uma 
aposição rítmica de camadas cônicas uma dentro da outra. 
A formação da dentina precede e é essencial para a 
formação do esmalte. 
Na fase de campânula as células do epitélio interno se 
transformam em pré-ameloblastos os quais, se alongam e sofrem 
a inversão de polaridade e induzem a diferenciação dos 
odontoblastos. 
Neste momento, as células da papila estão afastadas dos pré-
ameloblastos deixando uma estreita faixa acelular. 
As células ectomesenquimais da periferia papila, agora 
chamadas também de pré-odontoblastos, aumentam de tamanho graças 
ao desenvolvimento de organelas de síntese e secreção de proteínas, 
diferenciando-se em odontoblastos. 
Com a diferenciação destas células (também induzida pela 
membrana basal) e seu conseqüente aumento de volume, a faixa acelular 
é eliminada gradualmente, passando a ser ocupada pelos odontoblastos. 
 
 
2 
2 Componentes estruturais básicos da dentina 
 
2.1 Odontoblastos: características morfológicas 
 
Simultaneamente com a diferenciação, ocorre a polarização dos 
odontoblastos, ou seja, as células se alongam e o núcleo permanece na extremidade 
oposta ao epitélio interno do órgão do esmalte, constituindo assim o pólo proximal. 
Assim, os odontoblastos são células de origem ectomesenquimal 
responsáveis pela formação da dentina. Dispõem-se em paliçada, constituindo uma 
só camada de células acolada à pré-dentina, contornando, a periferia da polpa 
dentária. Todavia, embora a camada odontoblástica seja considerada a região mais 
periférica da polpa, os odontoblastos, após formarem a dentina, mantêm com esse 
tecido uma estreita relação, pois os seus prolongamentos ficam contidos nos 
túbulos dentinários. No pólo distal dos odontoblastos formam-se vários processos 
curtos. Posteriormente, com a deposição da matriz orgânica, que resulta no 
conseqüente afastamento dos odontoblastos em direção à papila dentária, e com o 
avanço da polarização, forma-se um prolongamento único - o prolongamento 
odontoblástico. 
Assim, os odontoblastos possuem duas partes nitidamente diferentes: o 
corpo celular e o prolongamento. 
Na coroa, os odontoblastos apresentam seu corpo celular com forma cilíndrica, o qual vai 
diminuindo em sentido radicular, tomando-se células cúbicas no terço apical da raiz. Também, 
desenvolvem-se o retículo endoplasmático granular e o complexo de Golgi e citesqueleto, típicos de 
células que sintetizam proteínas. 
No dente formado os odontoblastos podem estar sintetizando e secretando ou em estado de 
repouso 
 
2.1.1 Prolongamentos odontoblásticos “fibrilas de Tomes” 
 
Os prolongamentos odontobláticos ocupam um 
espaço na matriz da dentina, no interior dos chamados 
túbulos dentinários. A sua espessura é maior quanto 
mais próxima do corpo do odontoblasto. Os 
prolongamentos odontoblásticos ramificam-se próximo 
ao limite amelodentinário por toda a sua extensão. Essas 
ramificações se anastomosam com as vizinhas 
O prolongamento odontoblástico possui poucas 
organelas citoplasmáticas, tendo, entretanto, um bem 
desenvolvido sistema de microtúbulos e microfilamentos 
que se dispõem seguindo seu o longo eixo. 
 
 
 
 
2.2 Túbulos dentinários 
 
Os túbulos dentinários constituem a 
característica principal da estrutura dentinária. São túneis 
originados pela formação de dentina mineralizada em 
volta dos prolongamentos odontoblásticos, estendendo-se 
por toda a espessura da dentina, desde a junção 
amelodentinária ou cementodentinária até a polpa, 
formando uma rede para a difusão dos nutrientes através da dentina 
3 
Entretanto, na extremidade próxima ao limite amelodentinário, os túbulos ficam como túneis 
sem prolongamentos, porque esses se retraem, sendo então os espaços, ocupados apenas por líquido 
tissular, denominado fluido dentinário. 
Os túbulos dentinários seguem um trajeto sinuoso, sendo 
muito ramificados junto ao limite com o esmalte. Todavia, o percurso 
dos túbulos ao longo da espessura da dentina não é retilíneo podendo 
ter a forma de um “S” alongado, sendo mais evidente na dentina 
coronária do que na radicular. 
Devido ao trajeto ondulado dos túbulos, o entrecruzamento 
entre eles ocorre com certa freqüência. Verifica-se também que os 
canalículos estão mais separados entre si nas camadas externas da 
dentina do que próximo à polpa (há mais canalículos na coroa do que 
na raiz). 
 Costumam ser são mais largos junto a polpa (2,5µm)e se tornam mais estreitos em suas 
extremidades externas (1 µm). 
O número de túbulos varia segundo a região da dentina considerada: 
● próximo da polpa – 65.000 túbulos/mm2 
● parte central – 35.000 túbulos/mm2 
● na periferia – 15.000 túbulos/mm2 
Os túbulos possuem numerosas ramificações que se intercomunicam, 
denominadas canalículos 
 
2.3 Espaço periodontoblástico 
 
É o espaço compreendido entre a parede do canalículo e o prolongamento 
do odontoblasto. É preenchido pelo fluído dentinário, e, onde ocorrem as trocas 
metabólicas com os prolongamentos odontoblásticos. 
 
 
2.4 Dentina peritubular 
 
A dentina peritubular constitui as paredes dos túbulos 
dentinários, sendo uma dentina hipermineralizada (90% de conteúdo 
mineral). portanto, não aparece nas preparações descalcificadas, dando a 
falsa impressão de um maior diâmetro dos túbulos dentinários. Sua 
formação ocorre durante toda a vida, podendo aumentar por estímulos, 
por exemplo a atrição. Sua espessura aumenta com a idade, podendo 
ocorrer a obliteração dos túbulos na extremidade mais externa, onde, 
nessa época, não há mais prolongamentos odontoblásticos, porém nos 
dentes recém irrompidos, está ausente na porção da 
dentina mais imediata à polpa. 
 
 
2.5 Dentina intertubular 
 
É a dentina situada entre os túbulos da dentina, ocupando todo espaço entre 
eles. Sua composição emminerais é de cerca de 70% e material orgânico e água, de 
30% 
A dentina intertubular difere da anterior por possuir sua matriz orgânica 
constituída principalmente por fibrilas colágenas, as quais orientam-se 
perpendiculares ao longo eixo dos túbulos dentinários. Enquanto umas fibrilas 
circundam os túbulos, formando uma malha ao redor da dentina peritubular que se 
assemelha a um “novelo de lã”, outras se dispõem irregularmente nas porções mais 
centrais. 
4 
3 Estrutura da dentina 
 
Existem quatro tipos de dentina, formados ou durante a dentinogênese ou quando o dente já é 
adulto e está em função. Esses tipos são: dentina primária, pré-dentina, dentina secundária e dentina 
terciária. 
 
3.1 Dentina primária 
 
A dentina formada até o fechamento do ápice radicular denomina-se dentina primária; esta 
compreende, portanto a: 
- dentina do manto 
- dentina circumpulpar. 
 
3.1.1 Dentina do Manto 
 
Trata-se da primeira camada de dentina formada denomina- 
se dentina do manto. Esta camada, que alcança 10 a 30µm de 
espessura, é formada pelos odontoblastos do manto que estão ainda se 
diferenciando, portanto secretam uma matriz um pouco diferente do 
restante da dentina. Assim, na dentina do manto, a mineralização 
inicia-se a partir das vesículas da matriz, as quais são liberadas pelos 
odontoblastos do manto e que não existem nas outras regiões da 
dentina, cuja mineralização progride principalmente através das 
fibrilas colágenas e moléculas associadas. 
Na dentina do manto encontram-se as fibras de von Korff, fibras grossas de colágeno entre os 
odontoblastos, diferentes das encontradas em outras regiões da dentinogênese. 
As fibrilas dispõem-se inicialmente perpendiculares à lâmina basal, isto é, a futura junção 
amelodentinária. Assim, a dentina do manto estabelece, juntamente com o esmalte, a junção 
amelodentinária, além disso, o grau de mineralização alcançado pela dentina do manto é um pouco 
menor e os túbulos dentinários não possuem dentina peritubular 
 
3.1.2 Dentina circumpulpar 
 
A dentina circumpulpar compreende o tecido dentinário depositado durante a formação da coroa 
e da raiz, delimitando a cavidade pulpar, constituindo a maior parte da espessura total da dentina. Assim 
sendo, estruturalmente, a dentina circumpulpar é composta pela dentina peritubular, que forma as 
paredes dos túbulos dentinários e pela dentina intertubular 
Uma vez terminada a formação da dentina do manto, os odontoblastos completamente 
diferenciados produzem a dentina circumpulpar e enquanto se deslocam centripetamente, continuam 
depositando as moléculas da matriz orgânica, sendo que as fibrilas colágenas continuam sendo os 
elementos mais numerosos, porém são mais finas dispõem-se, orientadas em torno do longo eixo dos 
túbulos dentinários. 
Além do colágeno, moléculas promotoras da mineralização, secretadas para o interior da matriz, 
ali permanecem e associan-se com as fibrilas colágenas, possibilitando sua calcificação na ausência agora, 
de vesículas da matriz. A mineralização da dentina circumpulpar segue basicamente um padrão 
globular, a partir de glóbulos ou calcosferitos muito menores que também coalescem. 
 
DENTINA DO MANTO DENTINA CIRCUMPULPAR 
Fibrilas são grossas Fibrilas finas 
Fibrilas inicialmente são perpendiculares à lâmina 
basal, isto é, futura junção amelodentinária. 
Fibrilas com orientação paralela 
Grau de mineralização menor, prolongamentos 
odontoblásticos são rodeados por uma matriz 
calcificada, não possui dentina peritubular 
Grau de mineralização maior e possui dentina 
peritubular 
5 
3.2 Pré-dentina 
 
A pré-dentina é uma dentina que ainda não foi mineralizada 
que acompanha todo o trajeto dos odontoblastos, tendo coloração rosa-
claro nos cortes histológicos corados por HE. 
Sua espessura é em torno de 25 a 30µm e situa-se entre a 
camada de odontoblastos e a dentina mineralizada. Surge logo após a 
dentina do manto e se mantém por toda a vida do indivíduo, 
depositando-se de forma lenta e contínua. 
Na pré-dentina, a matriz extracelular é também constituída 
principalmente por fibrilas colágenas e contém maior quantidade de 
proteoglicanas e glicosaminoglicanas do que a dentina mineralizada. 
A função da pré-dentina é originar a dentina primária durante a dentinogênese e, posteriormente, 
a dentina secundária, conforme o dente adulto necessite. Assim, a pré-dentina constituirá, quando 
mineralizada, a primeira camada de dentina circumpulpar, esta por sua vez também adjacente a outra 
camada recém-formada de pré-dentina. Ou seja, durante a formação da dentina por aposição centrípeta, 
sempre permanece uma camada não mineralizada de pré- dentina 
 
 
3.3 Dentina secundária 
 
A dentina primária se forma até que é completado o ápice radicular. 
Entretanto, a deposição de dentina ocorre durante toda a vida, embora seja o ritmo 
bem mais lento. Assim, a camada formada após o fechamento do ápice da raiz é 
denominada dentina secundária. 
 
Sua função é repor tecidos dentinários antigos e aumentar a camada de 
dentina, por esse motivo, é também denominada de dentina fisiológica. 
É estruturalmente similar à dentina primária, apresentando apenas leve 
mudança na direção dos túbulos e apresenta maior espessura em algumas regiões 
do dente, portanto a dentina circumpulpar é constituída pela dentina primária e 
secundária. 
 
 
 
 
 A constante deposição de dentina secundária durante a vida do indivíduo gera maior 
dificuldade no acesso à câmara pulpar e/ou canais radiculares durante os tratamentos endodônticos 
realizados em pacientes de idade avançada. 
 
3.4 Dentina terciária 
 
Possui estrutura irregular não tendo, portanto, a estrutura tubular ordenada das dentinas primária 
e secundária, podendo ser de dois tipos, reacional e reparativa. 
Frente a diversos fatores como atrição e cárie, é possível verificar 
a formação de uma outra camada de dentina chamada de terciária do tipo 
reacional, que constitui uma tentativa dos odontoblastos de formar uma 
barreira, restabelecendo a espessura de dentina, ficando, assim, mais 
afastados dos fatores que significam agressão. 
A dentina terciária do tipo reparativa é formada por células 
indiferenciadas da polpa, originando-se, na maioria das vezes, um tecido 
do tipo osteóide. Sua função é promover o reparo do tecido dentinário 
quando este sofre algum tipo de agressão e posterior destruição (cárie) 
 
6 
3.5 Dentina interglobular 
 
A dentina interglobular é constituída por regiões de matriz 
hipomineralizada, localizadas na porção mais externa da dentina coronária, 
mais freqüentemente, na dentina circumpulpar logo 
abaixo da dentina do manto, onde o padrão de 
mineralização é bastante globular. 
Essas áreas resultam da inadequada fusão 
dos glóbulos de mineralização ou calcosferitos ao 
coalescerem, ficando entre eles regiões com seus 
contornos em forma de arco. Embora muitas vezes 
sejam chamadas de “espaços” interglobulares, na verdade, são pequenas áreas de 
matriz hipomineralizada e, portanto, não podem ser considerados espaços. 
As áreas de dentina interglobular são percorridas pelos túbulos dentinários da mesma maneira 
que as outras regiões de dentina cicumpulpar. Entretanto, como a falha está na mineralização da matriz, 
os túbulos nessas regiões não apresentam dentina peritubular. 
Tais áreas são especialmente prevalentes nos dentes dos seres humanos com deficiência de 
vitamina D, ou que foram expostos a elevados níveis de fluoreto durante a formação da dentina. 
 
3.6 Formação da dentina radicular 
 
Na dentinogênese radicular, as células epiteliais da bainha de Hertwig induzem adiferenciação 
dos odontoblastos. Assim, o início da dentinogênese radicular marca o início da fase de raiz da 
odontogênese. 
Do mesmo modo que na região coronária onde era necessária a presença das células do epitélio 
interno do órgão do esmalte para induzir a diferenciação dos odontoblastos, na porção radicular a indução 
é realizada pelas células epiteliais provenientes da bainha radicular de Hertwig. 
A dentinogênese radicular ocorre de maneira semelhante à coronária, com apenas algumas 
diferenças: 
● As fibrilas colágenas mais grossas da primeira camada de dentina radicular dispõem-se 
paralelas ao longo eixo da raiz, em contraste com a região da coroa onde a deposição é perpendicular. 
● Os odontoblastos apresentam seus prolongamentos mais ramificados na sua extremidade 
distal, próximos ao limite com o cemento do que na região coronária. Por essa razão, nas preparações por 
desgaste, observa-se a camada granulosa de Tomes. 
● Os odontoblastos da porção radicular são células cúbicas, em vez de cilíndricas, apresentando 
menor atividade metabólica, elaborando dentina muito lentamente. 
● Toda dentina radicular é envolvida externamente pelo cemento, que é uma estrutura 
pertencente ao periodonto de sustentação. 
 
3.7 Formação da matriz orgânica da dentina 
 
Os constituintes da matriz orgânica da dentina são produzidos pelos odontoblastos, tendo dois 
componentes: o fibrilar, constituído pelas fibrilas colágenas (90% do tipo I)e interfibrilar representada 
pela substância fundamental. Os restantes 10% da matriz orgânica são constituídos pelas chamadas 
protéinas não colágenas que são: fosforinas, sialoproteínas dentinárias, fosfoproteinas, dentre outras. 
A formação dos constituintes da matriz pelos odontoblastos ocorre por mecanismos 
característicos de células produtoras de material para exportação (células secretoras), tendo como 
molécula precursora das fibrilas, o procolágeno o qual é exportado para o meio extra-celular por meio de 
vesículas transportadoras, conhecidas como grânulos de secreção e liberados por mecanismos de 
exocitose. No meio extra-celular o procolágeno se transforma em tropocolágeno, o qual posteriormente 
vai se agregar para constituir as fibrilas colágenas. 
Os elementos não fibrilares da matriz extracelular são também sintetizados pelos odontoblastos, 
seguindo vias similares aos precursores do colágeno. A medida que secretam os componentes orgânicos, 
os odontoblastos se afastam em direção à polpa, delimitando o tamanho da câmara pulpar 
7 
3.8 Mineralização da matriz 
 
Depois que várias camadas de pré-dentina foram depositadas, começa a mineralização das 
camadas mais próximas a junção dentina-esmalte. Os odontoblastos elaboram fosfatase alcalina, dando 
ao meio condições ótimas de pH para que se processe a mineralização da matriz. 
Assim, íons minerais (cristais de hidroxiapatita), transportados pelos capilares sangüíneos da 
papila depositam-se na matriz orgânica sobre as superfícies das fibrilas colágenas e na substância 
fundamental. Posteriormente os cristais são depositados dentro das próprias fibrilas. 
Embora haja crescimento dos cristais enquanto a dentina amadurece, o tamanho final dos cristais 
permanece muito pequeno. Os cristais de apatita da dentina são menores (aproximadamente 5 x 30 x 
100nm) que os encontrados no esmalte 
 
3.8.1 Padrões de mineralização da dentina 
 
Existem dois padrões de mineralização da dentina: globular e linear. 
 
 
● Globular: também chamada de calcosférica, consiste na formação de massas globulares de 
calcificação (calcosferitos) em diversas áreas da matriz orgânica, aumentando seus tamanhos até se 
fusionarem para formar uma única massa calcificada. Ocorre na dentina do manto 
 
● Linear. 
Quando a velocidade de formação progride lentamente, a frente de mineralização aparece mais 
uniforme e o processo é conhecido como linear. Ocorre na dentina circumpulpar e secundária 
 
4. Linhas Incrementárias 
 
A formação da matriz orgânica e a mineralização da dentina 
seguem um padrão rítmico: longas fases de formação de dentina são 
seguidas por curtos períodos de repouso. Isso determina a formação de 
linhas incrementais . 
Na coroa varia de 4 a 8um a aposição diária de dentina. Na raiz, a 
aposição dentinária é mais lenta 
 
4.1 Linhas de von Ebner 
São linhas incrementais perpendiculares ao longo eixo dos túbulos 
dentinários. 
As linhas de von Ebner são formadas a cada 5 dias e estão separadas por aproximadamente 20 
μm 
 
4.2 Linhas de Owen 
 
Tem a mesma orientação perpendicular, entretanto, representam 
a conseqüência de distúrbios ou alterações metabólicas (por exemplo, o 
momento do nascimento ou diversas doenças que a criança sofre durante a 
infância) que ocorrem durante o processo da dentinogênese. 
Por esse motivo, têm distâncias variáveis entre elas e se apresentam em número também 
variável. Essas linhas representam, radiograficamente, faixas hipocalcificadas. 
8 
4.3 Linha neo-natal 
 
Durante o nascimento, o feto sofre alterações abruptas tanto no meio ambiente como na forma de 
nutrição, ocasionando nesta fase da vida, uma linha de contorno acentuado na dentina, resultado de uma 
calcificação incompleta (hipocalcificação), decorrente de um período mais longo de repouso, calculado 
em aproximadamente 15 dias, na formação dos tecidos dentários. Isto ocorre nos dentes decíduos e nos 
primeiros molares permanentes, onde uma parte da dentina é feita antes do nascimento. 
 
 
4.4 Camada Granulosa de Tomes 
 
Na porção radicular dos dentes preparados por desgaste 
observa-se, na região mais periférica da dentina, uma camada de 
aspecto granuloso. Esses “grânulos”, representam pequenos espaços 
nas lamelas desgastadas, tendo uma aparência escura devido o efeito 
de refração da luz. 
Esses espaços ocorrem devido ao fato que durante a 
formação da camada mais externa da dentina radicular, os 
prolongamentos odontoblásticos ramificam-se profusamente, adotando a forma de alças ao redor das 
quais é formada a dentina. 
A dentina se relaciona com o cemento por meio da zona granular de Tomes. Percorrendo os 
canalículos da porção radicular em direção ao cemento, se comprova que a imensa maioria deles 
desaparece ao chegar nesta. Por este motivo se acredita que a zona granular de Tomes é a terminação 
natural da maior parte dos canalículos radiculares. 
 
5 Composição química 
 
A dentina é constituída por: 70% de matéria inorgânica; 20% de matéria orgânica e 10% de água. 
Esta composição varia com a idade do dente, devido a sua mineralização progressiva, mesmo já 
estando totalmente formado. A porção inorgânica consiste de sais minerais sob a forma de cristais de 
hidroxiapatita. Contem também pequenas quantidades de fosfatos, carbonatos e sulfatos, além de 
elementos como F, Cu, Zn, Fe e outros. Os grupos OH da hidroxiapatita podem se combinar com o flúor e 
formar a fluorapatita que tem maior resistência ao ataque ácido produzido por microrganismos 
cariogênicos. 
A porção orgânica já foi descrita anteriormente. 
 
6 Propriedades Físicas 
 
● COR – É uma estrutura branca amarelada. O tom do amarelo varia com a idade e de um 
indivíduo para outro. Quanto mais translúcido o esmalte, mais deixa transparecer a cor da dentina. 
● DUREZA – A dentina é um tecido muito duro, mais que o osso e o cemento, embora seja mais 
mole e portanto mais radiolúcida do que o esmalte. 
● RESILIÊNCIA – Apresenta considerável elasticidade, devido ao arranjo em rede das suas 
fibras colágenas, cedendo mediante pressões, e com isso, amortece as forças mastigatórias impostas sobre 
o esmalte, impedindo que o mesmo se frature. 
● PERMEABILIDADE – A dentina é canalicular, e portantopermeável; substâncias podem 
penetrar através dos canalículos e atingir a polpa. 
 
7 Dentina esclerótica 
Devido à formação contínua de dentina ao longo de toda a vida, com o avançar da idade ocorre 
esclerose nos túbulos, sobretudo na sua extremidade distal desprovida de prolongamento odontoblástico. 
Por causa disso, em indivíduos com mais de cinquenta anos o diâmetro dos túbulos na região mais 
externa da dentina diminui ou é totalmente obliterado pela gradual deposição de dentina peritubular, que 
neste caso denomina-se dentina esclerótica. 
9 
ESTUDO DIRIGIDO - DENTINA 
 
01. Qual a relação da dentina e da polpa e porque são consideradas como um único complexo? 
02. Dentinogênese: qual a célula precursora? Em que fase do germe dentário surge? 
03. Qual a constituição morfológica do odontoblasto? 
04. Qual a diferença entre túbulo e canalículo dentinário? 
05. Que é fluído dentinário? 
06. Quais as principais características da dentina peritubular e intertubular? 
07. Cite os elementos que constituem a estrutura da dentina 
08. Quais as principais características morfológicas e quais os tipos de: 
a)dentina primária 
b) dentina secundária 
c) pré-dentina 
d) dentina interglobular 
e) dentina terciária 
09. O que são e quais as linhas incrementais presentes na dentina? 
10. O que é camada granulosa de Thomes 
11. Quais as características físicas da dentina? 
12. O que é dentina esclerótica?

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