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DISTOCIA DE OMBRO Residência de Pediatria do Hospital Universitário Pequeno Anjo Maria Fernanda M. Coppi e Marina Delmonaco Sperandio Itajaí, 2017 1 DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO Impactacão imprevisível do ombro anterior contra a sínfise púbica materna ou, do ombro posterior no promontório sacral materno. Diâmetro biacromial excede o diâmetro pélvico. Emergência obstétrica; Na distocia a cabeça do bebe exterioriza-se pelo períneo mas o ombro não o acompanha. Ao tracionar o polo cefálico não há resposta – permanece em canal de parto. 3 INCIDÊNCIA SECAD : Ocorre em 0,3-1% em fetos de peso adequado (menor que 4000g); Ocorre em 2-13% em fetos acima de 4000g; Historia previa de distocia: risco de 16% de novo acontecimento Shoulder dystocia: Review: proposal for a new algorithm of management in births in non-supine positions, 2013 0,6–1,4% em bebês pesando menos de 2.500 g e entre 5–9% em bebês com mais de 4.000 g Shoulder dystocia: an evidence base approach, 2010 “0,6% to 3% among vaginal deliveries...” UP TO DATE: Ocorre em 0,2-3% dos partos. 50% dos casos ocorre com fetos de peso adequado – surpresa ao obstetra. DIAGNOSTICO Se o desprendimento do ombro anterior não ocorre dentro de 60 segundos depois da saída do pólo cefálico ou depois de tentadas as manobras habituais (leve tração). Pode ser observado o sinal da tartaruga. se flexiona e retrai contra o períneo 5 FATORES DE RISCO PARA DISTÓCIA DE OMBRO Maternos Gestação e Parto Feto Diabetes gestacional Parto precipitado/induzido oupós-termo Macrossomiafetal Obesidade materna 2° estádio de TP prolongado Peso > 4000 g Aumento de peso superior a 12Kg na gravidez Parto instrumental (fórcipe e vácuo-extrator) Sexo masculino Estatura baixa da mãe Apresentação pélvica Multípara Parto anterior com DOoumacrossomia Peridural Macrossomia: aumenta a incidência em até 10 vezes 6 COMPLICAÇÕES Paralisia de plexo braquial; Fratura de clavícula; Fratura de úmero; Asfixia perinatal; Morte (0 a 0,35%). LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL Resultado de excessivo estiramento ou ruptura do plexo braquial durante o parto, que se manifesta por perturbação motora e sensitiva do membro superior. Mais frequente no MSD. Incidência de 1-3 para cada 1000 nascidos vivos (SBNPed 2014). Distocia de Ombros é responsável por 50% dos casos e a maioria ocorre na ausência de fatores de risco. 72,6 a 90% dos casos se resolve em duas semanas a um ano, com uma média de 2 meses. 5-25% dos casos tem indicação cirúrgica. 8 LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL FISIOPATOLOGIA: Distocia de ombros Esforços expulsivos Em 40 a 50% dos casos não se encontra etiologia obstétrica, sendo sugerido associação com outras etiologias como má- formação do plexo braquial ou superdistensão por atitude fetal intra-útero (pior prognóstico). LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL DIAGNÓSTICO: É feito logo após o nascimento 1) Clínico Perda dos movimentos no membro superior Perda dos reflexos ou assimetria dos reflexos primitos, em especial o de Moro Pesquisar fraturas de clavícula ou úmero, que podem simular a paralisia do plexo braquial. Lesões associadas mais comuns são: hipóxia, paralisia do nervo facial ou frênico, fratura de úmero, da clavícula ou fratura cervical, luxação do ombro e o torcicolo. 2) Exames Complemetares RX do ombro, coluna cervical e tórax; ressonância magnética do plexo braquial e da coluna cervical; mielografia por ressonância ou por tomografia Eletroneuromiografia precoce (após o 10° dia e antes dos 60° dias de vida) pode ajudar no prognóstico das lesões LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL CLASSIFICAÇÃO: Recomenda-se que a classificação seja aplicada cerca de duas semanas após o parto, tempo no qual as lesões devidas à simples bloqueio de condução começam a recuperar. LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL GRUPO I Paralisia alta ou de Erb (50-60%): nível da lesão nas raízes C5-C6, estando a abdução do ombro, rotação externa e flexão do cotovelo comprometidas. Prognóstico bom, ocorrendo recuperação espontânea em torno de 80%. GRUPO II Paralisia de Erb estendida, além do grupo muscular envolvido no grupo I observa-se a extensão do punho paralisada, sendo o nível lesional nas raízes C5, C6 e C7. Recuperação espontânea em torno de 60% dos casos. LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL GRUPO III Paralisia total do membro superior, “flail arm”, e o nível lesional em todas as raízes do plexo, C5, C6, C7, C8, T1. Recuperação espontânea do ombro e cotovelo em 30 a 50% dos casos. A função da mão pode ser recuperada em muitos pacientes. GRUPO IV Paralisia total do membro superior com síndrome de Horner. O pior prognóstico sem cirurgia LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL Paralisia de Klumpke - Rara; Lesão inferior, de C8 a T1 ; Deficientes: intrínsecos da mão e flexores dos dedos; Paralisia da mão com ausência do reflexo de preensão palmar; “bom ombro, má mão”. LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL SEGUIMENTO - Avaliações devem ser repetidas com 3, 6 e 9 meses. - A escala mais utilizada é a Escala da Motricidade Ativa de Toronto: Flexão do cotovelo; Extensão do cotovelo; Extensão do punho; Extensão do polegar; LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL SEGUIMENTO No nono mês, adota-se o Teste do Biscoito (Cookie Test) - Segurar um biscoito e levá-lo à boca sem flexionar a cabeça mais que 45 graus, - O que significa? Capaz de fazer a abdução do ombro, a flexão do cotovelo e a rotação externa do úmero. LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL TRATAMENTO Nos primeiros 10 dias após o parto, imobilização posicionando o braço junto à parte superior do corpo com o cotovelo flexionado; Após, fisioterapia, consulta com neurocirurgião e ortopedia; Nas lesões parciais altas a criança pode ser observada por um período de tempo variável entre 3 a 9 meses de vida; A cirurgia, nos casos indicados, apresenta resultados excelentes quando a paralisia é alta, grupo I e II de Narakas, com recuperação funcional próxima à normalidade. Nos grupos III e IV de Narakas, a recuperação total não é possível, sendo necessárias cirurgias de transferência de tendões e músculos para melhorar a função da mão. LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL TRATAMENTO CIRÚRGICO: A recuperação espontânea caso não ocorra ou ocorra após o 6° mês, o prognóstico de recuperação já decai muito, e a função presente no nono mês é bem próxima do resultado final esperado. Cirúrgico aos 2-3 meses de vida se lesão de C8-T1 18 Fratura de clavícula Sensação de crepitante no local de fratura pode ser palpada; Sem necessidade de tratamento especifico, orientar pois recém nascido pode ter dor ao manuseio; Calo ósseo local após algumas semanas; Bom prognostico e frequentemente sem prejuízos para o bebe; Fratura de clavícula Fratura de clavícula Fratura de úmero O tempo de recuperação depende do tipo da fratura; Sem desvio pode consolidar completamente com imobilização, mas se é exposta ou com muitos fragmentos pode ser necessária correção cirurgia placa, endoprótese ou uma fixação externa. Fratura de úmero Asfixia Encefalopatia Hipóxico - isquêmica Acometimentos grave, definido por paralisia cerebral, cegueira, atraso de desenvolvimento, doença convulsiva e déficit auditivo; Encefalopatia leve têm um desempenho escolar semelhante ao do grupo controle; Renato S. Procianoy, Rita de Cássia Silveira, 2001 Morte REGRE DOS SETE MINUTOS Preconizado que, uma vez feito o diagnóstico, o desprendimento do corpo deve ocorrer dentro dos sete minutos subsequentes, o que irá reduzir significativamente o risco de asfixia perinatal e morte perinatal. PEVENÇÃO DA DISTÓCIA DE OMBRO A maioria ocorre na ausência de fatores de risco Apenas medidas gerais: Controle do peso materno e fetal Controle das glicemias nas diabéticas Existência de algoritmo de atuação Treinamento da equipe Condutas que devem ser evitadas Atender sozinho; Tracionar o polo cefálico de forma exagerada; Não explicar para a paciente o que esta acontecendo; Não solicitor ajuda da paciente para as manobras; Não ter neonatologista e anestesista na sala de parto; Não ter um protocolo por escrito, previamente elaborado; Não treinar a equipe para este tipo de atendimento; Não descrever no prontuario todas as condutas realizadas.
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