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a importancia da categoria trabalho para o serviço social


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‘’O trabalho é um elemento central na vida do ser social. Possibilita sua sobrevivência e dá sentido para ela. A categoria trabalho, na sua centralidade, faz que o homem, ao trabalhar o mundo objetivo, se prove de maneira efetiva como um ser genérico’’ (Marx, 1983). Porem com o surgimento do sistema econômico capitalista, a categoria trabalho foi ganhando novas configurações, de tal forma a perder sua essência. É nesse sentido que emerge o Serviço Social marcado pelo desenvolvimento capitalista industrial e pela expansão urbana, onde o monopolista releva o sistema totalizante de contradições, que confere à ordem burguesa os seus traços de exploração e alienação. Contradição oriunda e constituinte deste sistema explorador da força de trabalho, no qual ocorre a apropriação pelos burgueses detentores dos meios de produção, da riqueza socialmente produzida pelo conjunto da classe trabalhadora. A inserção da classe operária no cenário político da época cria o fundamento necessário à institucionalização da profissão, a chamada “questão social “que é a expressão de vários problemas sociais, tais como fome, desemprego, violência e outras que exigem do Estado e do empresariado uma ação mais efetiva e organizada. Já que é justamente a exploração do trabalho assalariado que é o grande responsável pela estruturação e mudança do mundo do trabalho. Nesse sentido, o Serviço Social emerge no cenário brasileiro como uma iniciativa de representantes da classe burguesa-dominante, ligados ao poder da Igreja Católica ou do Estado, com o objetivo de garantir a manutenção do sistema capitalista.
 A profissionalização do Serviço Social, legalmente inserida em órgãos públicos ocorre em 1935, sendo no final da década legalizado o ensino da profissão. A orientação para o exercício profissional no início da profissão era o referencial do Serviço Social europeu, com fundamentos na razão formal abstrata (doutrina neo tomista- positivista). A partir de 1940, o referencial que passa orientar o exercício profissional é o de caso, grupo e comunidade, de origem do Serviço Social dos Estados Unidos.
 ‘’o caminho para a profissionalização é construído pelos próprios assistentes sociais, num processo histórico, no qual estes vão se inserindo em atividades interventivas e vão reordenando seus espaços de intervenção. Não se trata de um deslocamento simples: as agências em que se deslocam as protoformas do Serviço Social pensam-nas e realizam-nas como conjunto de ações não só derivadas menos de necessidade ou demandas sociais do que de impulsões ética-morais, mas especialmente como atividades exteriores à lógica do mercado (e daí também o privilégio do trabalho gracioso e voluntário, 'comunitário'); apenas quando saltam para fora dessas agências, ou quando elas passam a subordinar-se a uma orientação diversa, e que os agentes podem empreender o caminho da profissionalização ainda que, repita-se, nestas passagens, conservem o referencial produzido naquelas agências (NETTO , p.58, 1992).
É importante frisar que o profissional também é um trabalhador inserido na divisão sociotécnica do trabalho. Nesse sentido todo e qualquer novo contexto do mundo do trabalho repercute diretamente no exercício profissional. Por tanto, é descartada toda e qualquer possibilidade de compreender o serviço social fora dos marcos da ordem burguesa, da sua sociabilidade e suas inerentes contradições fundadas na propriedade privada dos meios de produção e na apropriação privada da riqueza socialmente produzida.