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POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 1 Aula 2: Discussão e análise crítica das concepções de Política de Segurança . ........................................................................................................................................ 2 Pública ............................................................................................................................. 2 Introdução ................................................................................................................................ 3 Conteúdo Controle da criminalidade ............................................................................................... 3 Controle dos indivíduos ................................................................................................... 3 Teoria rousseauniana ....................................................................................................... 4 Construção da segurança estatal ................................................................................... 4 Escola de Criminologia Clássica ..................................................................................... 5 Escola Positivista da Criminologia .................................................................................. 6 Diferença entre as teorias ................................................................................................ 6 Ecologia social da cidade ................................................................................................. 7 Teorias do conflito ............................................................................................................ 7 Nova criminologia ............................................................................................................. 8 Construção de espaços urbanos seguros ..................................................................... 9 Definição de espaços urbanos seguros ....................................................................... 10 Definições de crime ........................................................................................................ 10 Estruturação do espaço público ................................................................................... 11 Atividade proposta .......................................................................................................... 11 ........................................................................................................................... 12 Referências ......................................................................................................... 13 Exercícios de fixação Chaves de resposta ..................................................................................................................... 20 POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 2 Introdução Nesta aula, apresentaremos a construção das relações entre Estado e cidadão, passando por caminho histórico-teórico que, inclusive, aponta para bases conceituais de programas atuais como os espaços urbanos seguros, com suas vantagens e problemáticas. Objetivo: 1. Definir o caminho teórico-histórico percorrido para chegar aos modelos de políticas de segurança pública conhecidos na atualidade; 2. Compreender o que são espaços urbanos seguros. POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 3 Conteúdo Controle da criminalidade As políticas atuais pensadas para controlar a criminalidade urbana no mundo estão baseadas nas teorias construídas ao longo da história do pensamento social, particularmente em suas concepções sobre as relações sociedade- indivíduo e sobre as ideias de consenso e conflito. A relação entre o Estado e a administração da violência vem sendo abordada, de formas diversas, por filósofos e cientistas sociais. A problemática que envolve a relação entre violência e Estado foi introduzida no pensamento social moderno por Thomas Hobbes e Nicolau Maquiavel. 1 - Nicolau Maquiavel tratou o tema da violência desnudando as hipocrisias vigentes e trazendo à luz o fato de que a força é o recurso elementar e inevitável do poder. Segundo suas teses, a violência ocupa função destacada nas disputas e estratégias para comover o povo ou acuá-lo, e produzir reações de acordo com as conveniências políticas. 2 - A tese hobbesiana atravessou, com revisões e mudanças, os séculos do pensamento social, baseando-se na ideia-chave de que a concentração despótica da violência no Leviatã-Estado representa condição indispensável para a domesticação da violência selvagem e ilimitada – concebida como ameaça, por excelência, à ordem social. Controle dos indivíduos A violência por parte do Estado não é subsidiária à ordem social estabelecida entre os indivíduos. Pelo contrário, os indivíduos necessitam ser controlados, de forma ostensiva, para viverem em sociedade com harmonia ou, no mínimo, sem a guerra generalizada de todos contra todos. Para Hobbes, o meio encontrado para concentrar esse poder central foi o estabelecimento do Estado político. POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 4 Hobbes propôs, então, a necessidade de criação do Leviatã: monstro que morreria se não realizasse sua missão – proporcionar a segurança dos súditos, isto é, evitar a guerra. Leviatã é considerado um ser artificial e age de acordo com sua vontade, porque sua autoridade foi consentida pelos membros da sociedade. Dessa cláusula, Hobbes deduz que todos os atos do Leviatã-Estado representam, necessariamente, os desejos de toda a coletividade e, como consequência, quem o contestasse estaria se opondo a si mesmo. Teoria rousseauniana Quando o estado de natureza – ou seja, a situação anárquica, sem Estado – corresponde à guerra generalizada, em que o ser humano se torna lobo do ser humano, a solução autoritária e centralizadora (o Estado-Leviatã) emerge, via contrato social, como uma derivação da natureza humana – mediada pela razão e animada pelo desejo de viver e o medo de morrer – enquanto realidade coletiva. Por outro lado, o francês Jean Jacques Rousseau entendeu a ordem social como um direito sagrado que serve a todos, mas que não advém da natureza, e sim de convenções – a base de toda autoridade legítima entre os homens. Na teoria rousseauniana, o Estado constitui uma pessoa moral, cuja vida consiste na união de seus membros por meio do pacto social, que dá ao corpo político poder sobre todos. Esse mesmo poder – dirigido pela vontade geral – recebe o nome de soberania. Construção da segurança estatal Essas diferentes teorias sobre a relação entre Estado e violência mostram-se como o reflexo da preocupação a respeito de como poderia ser construída uma forma de proporcionar segurança estatal para os indivíduos em sociedade e quais as repercussões que ela teria no poder do próprio Estado. Vemos que, historicamente, o Estado foi entendido, por filósofos e cientistas sociais e políticos, como detentor da força e regulador das relações tidas como POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 5 potencialmente violentas. Ainda hoje, esse tema está sendo abordado de forma analítica no que tange às possíveis repercussões da utilização de mecanismos controladores ou estimuladores da coação física do Estado em relação à população. Escola de Criminologia Clássica As teorias clássicas de Maquiavel, Hobbes e Rousseau serviram de base para novas perspectivas de análise da relação entre Estado, violência e população. Exemplo disso é a Escola de Criminologia Clássica, que teve sua origem na filosofia iluminista, na qual os direitos do homem tinham de ser protegidos dacorrupção e dos excessos das instituições, como penas arbitrárias e delitos mal definidos. Nesse contexto, César Beccaria, em sua obra Dos delitos e das penas, formulou, pela primeira vez, os princípios da criminologia clássica, baseados nas teorias de Hobbes, Rousseau e Montesquieu, e escreveu o primeiro texto sobre prevenção do delito: Dos meios de prevenir o crime. A ideia principal defendida pelo autor é a de que é melhor prevenir os crimes do que ter de puni-los, e todo o legislador sábio deve procurar antes impedir o mal do que repará-lo. Beccaria afirma ainda que uma boa legislação é a arte de proporcionar aos homens o maior bem-estar possível e preservá-los de todos os sofrimentos que se lhes possam causar, segundo o cálculo dos bens e dos males da vida. Os princípios clássicos da criminologia se limitaram à concentração do foco no ato delitivo, desdenhando as diferenças individuais entre os atores tidos como delinquentes. Isso fez com que advogados e penalistas da época imprimissem esforços e expandissem suas ideias, desenvolvendo o que se convencionou denominar Escola Neoclássica, que forneceu os parâmetros para a maioria dos regimes jurídicos do Ocidente. POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 6 Os neoclássicos focaram sua preocupação em introduzir a ideia de que o contexto dos atos delitivos, os antecedentes do autor do delito e sua capacidade de atuar livremente exigiam a atenção prioritária dos magistrados no momento de impor penalidades. Da mesma forma que a clássica, a teoria neoclássica entende que o homem deve responder por seus atos, mas introduz a importância de seus antecedentes e as circunstâncias em que foi cometido o ato delitivo como determinantes da possibilidade da pena. Em outras palavras, o delinquente não era mais o indivíduo isolado e racional da teoria clássica pura. Escola Positivista da Criminologia O modelo em questão trouxe a ampliação da forma de abordar a relação entre o delito e a pena, entendendo o homem dentro de um contexto complexo, e não de forma isolada da sociedade. Foi a partir dessa nova abordagem que surgiu a Escola Positivista da Criminologia, que teve o papel de desvincular o estudo do delito do funcionamento e da teoria do Estado. Nesse contexto, outra teoria importante é a positivista radical, que rompe com a ideia, até então tida como pressuposto pela teoria criminológica, de que o delito é fundamentalmente uma atividade própria de pessoas jovens, do sexo masculino, pertencentes à classe trabalhadora, para entendê-lo como manifestação de desvio em todos os setores da sociedade. Essa linha teórica compreendeu que a eficácia do controle social, em toda sociedade, não era tão grande quanto parecia, e que os juízes não aplicavam critérios científicos, baseados no consenso moral incorporado à legislação nas decisões tomadas sobre o destino dos delinquentes. Diferença entre as teorias A diferença entre as duas teorias é que a teoria clássica determina que o caráter delitivo dos atos realizados livremente define-se pelas normas morais implícitas no contrato social e supõe que quem age de forma delituosa é POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 7 malvado e ignorante, e assim faz por ser impulsionado por forças de que nem ele próprio tem consciência. Disso resulta a importância de se investigar a motivação. Por outro lado, os teóricos positivistas entendem que a vida social deve-se explicar por si só, e as causas dos atos delituosos não estão relacionadas a questões morais, mas o delito pode ser explicado cientificamente – da mesma forma que os fenômenos, seres ou objetos do mundo natural. Ecologia social da cidade Na mesma linha de raciocínio, um grupo de sociólogos da Universidade de Chicago iniciou estudos sobre as condições sociais urbanas e as possibilidades de formulação de políticas públicas na cidade. Essas investigações focavam o que foi batizado de ecologia social da cidade. A ideia da cultura diferente ou subcultura foi desenvolvida também pela Escola de Chicago, a partir da hipótese de que a sociedade não era consensual, e os valores que não faziam parte do consenso também existiam como tais. Em outras palavras, essa teoria importante, que surgiu no começo do século XX, repelia a tese segundo a qual haveria um grupo de pessoas culturalmente organizado e outro desorganizado, que não possuía normas culturais ou valores. Teorias do conflito A partir disso, surgem questionamentos que não mais se baseiam na ideia de consenso, e sim de conflito, negando o pressuposto de que a sociedade se estrutura com o objetivo de manter-se funcionando em harmonia. Trata-se das chamadas teorias do conflito, que surgem em razão de acontecimentos reais, e não do intuito de reexaminar teorias criminológicas clássicas. A teoria do conflito pressupõe a inexistência de um consenso ou um acordo valorativo entre as pessoas em sociedade. Seus teóricos, como o sociólogo alemão Ralf Dahrendorf, estavam interessados em elaborar uma teoria que desse conta dos atos delituosos ou POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 8 desviados. A teoria do conflito de Dahrendorf (1974) introduziu novas questões que, até então, não haviam sido abordadas, mas foi apenas a partir da teoria denominada nova criminologia que o político passou a fazer parte das origens e processos dos atos desviados. Nova criminologia A nova criminologia, citada anteriormente, tem como proposta ser uma teoria normativa que possa oferecer possibilidades de resolver, teórica e socialmente, questões relacionadas ao delito. Para tanto, essa teoria se dividiu em duas tendências: a social-democrática e a revolucionária (de ação direta). A primeira tem seu alicerce na premissa de que a função dos criminologistas é indicar os problemas, e não solucioná-los. Essa tendência também entende que os cientistas sociais são semelhantes aos artistas e aos escritores – trabalhadores da cultura que apenas observam e problematizam a sociedade. Por outro lado, a tendência revolucionária da ação direta entende que as causas do delito estão diretamente relacionadas aos ordenamentos sociais de seu contexto. Nesse sentido, a intenção é a de que, além de investigar as causas do delito, deve-se investir em mudanças sociais estruturais para aboli-lo, considerando-o não algo anormal ou patológico, mas uma simples manifestação a mais da diversidade humana e cultural da sociedade. Dessa forma, a partir da nova criminologia e da emergência da problemática da criminalidade urbana, surgiram pesquisas que buscavam descobrir não só o papel do Estado relativo às condutas desviantes, mas também formas alternativas de abordar o tema na prática. Diferente de outras teorias criminológicas – como a clássica e a positivista, para as quais os atos delituosos contaminavam a estrutura social, e o consenso valorativo estabelecido entre os indivíduos deveria ser mantido –, a nova criminologia sustenta-se na ideia de diversidade de valores na sociedade, POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 9 concebendo-os como vinculados a interesses econômicos e sociais não apenas diferentes, mas contraditórios – o que configura a distinção básica com a Escola de Chicago. Além disso, do ponto de vista da nova criminologia, quando fala em desvios de conduta, o cientista social não pode negar as questões político- estruturais. Por isso, a proposta é a de que se procure, além de observar e problematizar as questões sociais, construir alternativas para solucionar os problemas atinentes à criminalidade. Por meio do reconhecimento das distintasformas de abordagem do papel do Estado no que tange ao controle da violência, a conclusão a que chegamos é a de que, em consequência dessa heterogeneidade, consolidam-se, também, formas distintas de se conceber as Políticas de Segurança Pública. Sendo assim, entendemos que, a partir dessas diferentes teorias a respeito do que representa o ato desviante e delituoso para um grupo social, configuram- se, nesse contexto, concepções sobre o papel do aparato estatal enquanto responsável por garantir a segurança aos indivíduos. Construção de espaços urbanos seguros As influências das diversas escolas podem ser percebidas em algumas formas de intervenção do estado para a prevenção do delito. Apresentaremos uma delas, relacionada a mudanças na paisagem do local. Falaremos aqui sobre a construção de espaços urbanos seguros. Conforme Nota Técnica elaborada pela equipe do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a relação das cidades contemporâneas com a insegurança também é marcada por outras características que precisam ser destacadas. No caso do Brasil, por exemplo, considerando o perfil de suas grandes metrópoles, é possível afirmar que possuem um padrão de segregação espacial que as dividem entre centro X periferia, com territórios apartados dentro da mesma cidade, nos quais parte da população não tem acesso às políticas públicas e direitos básicos. A distribuição de crimes violentos letais também segue esse POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 10 padrão, distribuindo-se de maneira desigual pelas cidades, concentrando-se nos locais com maior vulnerabilidade social. Definição de espaços urbanos seguros De acordo com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, espaços urbanos seguros seriam “ambientes públicos planejados, projetados e administrados de forma participativa com vistas a reduzir a incidência de delitos e da violência, aumentar a sensação de segurança das pessoas que o utilizam, bem como a sua permanência no local e a apropriação da comunidade para atividades de convivência, melhorando, assim, a qualidade de vida da população”. No Brasil a temática começou a encontrar ecos a partir da transição de paradigma de segurança, com as discussões sobre Segurança Cidadã. No entanto, o tema é alvo de estudos desde a década de 60, iniciando-se com os trabalhos da escritora e ativista política americana Jane Jacobs e, posteriormente, sendo aprofundado pelas obras do arquiteto e urbanista Oscar Newman, em 1972, e pelo Dr. C. Ray Jeffery em 1977, ex-presidente da Sociedade Americana de Criminologia. Definições de crime Para compreender melhor a questão, devemos voltar às próprias definições de crime, como a de Paul e Patrícia Brantingham (1981), onde este é caracterizado por quatro dimensões: a lei, o infrator motivado, a vítima/alvo vulnerável e o ambiente favorável. Desse modo, metodologias de prevenção deveriam abordar todos esses pontos de forma analítica e consistente. Assim, a partir desses estudos deu-se início a uma linha de pesquisa com ingerência nas políticas criminais de algumas regiões, como veremos adiante, visando à prevenção criminal a partir da arquitetura local. Algumas teses foram levantadas nesses trabalhos, que serviram de subsídio para algumas políticas públicas implantadas em importantes capitais do nosso país, como foi o caso do POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 11 Programa Espaços Urbanos Seguros, desenvolvido nos Jogos Pan-americanos no Rio de Janeiro, ou o Projeto Praças da Paz Sulamerica, realizado em uma região periférica de São Paulo. Estruturação do espaço público Corroborando com o ideal de Jacobs, Oscar Newman abordou a importância da estruturação do espaço público, a partir da percepção dos moradores sobre o local, bem como seu potencial na prevenção criminal. As principais ideias do autor são encontradas em seu livro, lançado em 1972, Defensible Space: Crime Prevention Through Environmental Design, onde concentra a sua análise nos bairros sociais. O autor abordava a importância de outorgar o sentimento de propriedade aos residentes locais, isso faria com que estes tomassem o ambiente de forma protetiva. De acordo com o autor, o Defensible Space é um conjunto de estratégias capazes de reestruturar os espaços residenciais das cidades, tornando-os controlados pela comunidade que os partilha. Essas estratégias englobam barreiras simbólicas ou reais, as áreas de influência fortemente definidas e o aumento das oportunidades de vigilância, tudo articulado para criar um espaço capaz de ser controlado pelos seus residentes (NEWMAN, 1996, p. 2). Atividade proposta A partir do conteúdo visto em aula, escolha um ambiente próximo a sua residência (pode ser uma praça, um parque, um estacionamento, etc.) e proponha um projeto para transformá-lo em um espaço urbano seguro. Chave de resposta: Uma possibilidade para tal seria a utilização do método CPTED, a partir de medidas de que aprimorem os cinco eixos importantes do método. Controle natural dos acessos do local, vigilância natural, a partir dos olhos vivos e/ou permanentes do local, medidas que intensifiquem o POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 12 sentimento de territorialidade e prever meios de manutenção do espaço novo ou recuperado. Referências JACOBS, Jane. The Death and Life of Great American Cities - Vida e Morte das Grandes Cidades, 1961. JEFFERY, Ray. Crime Prevention Through Environmental Design, 1971. NEWMAN, Oscar. Defensible Space - Espaço defensável: prevenção do crime pelo desenho ambiental, 1972. NEWMAN, O. Creating defensable space. EUA: Center for Urban Policy Research Rutgers University, U.S. Department of Housing and Urban Development Office of Policy Development and Research, 1996. POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 13 Exercícios de fixação Questão 1 Segundo filósofo inglês Thomas Hobbes, a natureza humana era constituída pelo caos, uma guerra generalizada de todos contra todos. Uma de suas frases mais marcantes fora “Homo homini lupus”, que significa “O homem é o lobo do homem”. Desse modo, assinale a alternativa CORRETA, que corresponda à teoria hobbesiana. a) Para Thomas Hobbes, o Estado advém de um pacto entre os homens com o intuito de organizar a vida em sociedade e possibilitar o convívio e a paz entre os homens. b) Para Thomam Hobbes, o Estado é o disseminador de todo o processo evolutivo social, prejudicando o convívio em sociedade. c) Para Thomas Hobbes, o Estado não é necessário, podendo os indivíduos serem homens livres e viverem em harmonia na sociedade. d) Para Thomas Hobbes, o Estado serviu como regulador de terras, organizando as propriedades privadas que foram outorgadas pelos deuses. e) Para Thomas Hobbes, à medida que o estado de natureza sofre um processo de evolução, o Estado surge. No entanto, este é completamente desnecessário para a constituição de uma vida em sociedade. Questão 2 Segundo o filósofo inglês e ideólogo do liberalismo, John Locke, o Estado advém de um contrato entre os homens mediante a necessidade de regular as propriedades privadas, que foram outorgadas divinamente. Assim, assinale a alternativa CORRETA em relação à diferença das teorias entre John Locke e Thomas Hobbes. a) A diferença entre a teoria de John Locke e Thomas Hobbes refere-se ao momento de instauração do Estado. Para Locke, ele é uma ação social desnecessária; já para Hobbes é o único meio de organização da vida em sociedade. b) A diferença entre a teoria de John Lockee Thomas Hobbes refere-se ao momento de instauração do Estado. Para Locke, ele é o único meio de POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 14 intervenção política na sociedade, enquanto que para Hobbes a questão política está presente apenas no estado de natureza do homem. c) A diferença entre a teoria de John Locke e Thomas Hobbes refere-se ao estado de natureza. Para Locke, esse momento é relativamente harmônico, onde todos os homens convivem com suas propriedades privadas; já para Hobbes é um momento de pura destruição, uma vez que considera a natureza humana desordeira. d) A diferença entre a teoria de John Locke e Thomas Hobbes refere-se se ao estado de natureza. Para Locke, esse momento é de destruição, pois os homens não conseguem lidar com suas diferenças e vivem em pura guerra; já para Hobbes ambos os momentos são harmônicos. e) Não há nenhuma diferença entre as teorias, ambos os autores conferem ao Estado a necessidade de regular a relação entre os homens, possibilitando que futuramente eles se desenvolvam a ponto de não necessitarem de forças do Estado. Questão 3 Para Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político brasileiro, as políticas públicas no Brasil são formuladas de um modo específico. Assinale a alternativa CORRETA que corresponda à teoria do autor: a) Para Wanderley Guilherme dos Santos, todas as políticas públicas no Brasil são originadas exclusivamente através de demandas da sociedade. b) Para Wanderley Guilherme dos Santos, as políticas públicas no Brasil são originadas, na maioria das vezes, por uma elite legitimada pela instituição que representa. c) Para Wanderley Guilherme dos Santos, todas as políticas públicas no Brasil são originadas pela união das forças estatais e sociedade. d) Para Wanderley Guilherme dos Santos, as políticas públicas no Brasil são originadas, na maioria das vezes, por instituições filantrópicas. e) Para Wanderley Guilherme dos Santos, não existem políticas públicas no Brasil, sendo utilizado apenas procedimentos do direito administrativo para excluí-las do hall de atribuições do Estado. POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 15 Questão 4 Assinale a alternativa CORRETA no que se refere à realização de análises teóricas no estudo de quaisquer objetos: a) Em todas as análises é necessário levar em consideração exclusivamente a escola de formação do autor. b) Em todas as análises é necessário levar em consideração unicamente o tempo em que as reflexões foram realizadas. c) Em todas as análises é necessário levar em consideração seus interesses de seus autores, seus contextos históricos e ambições com suas obras. d) Em todas as análises é necessário levar em consideração apenas a intencionalidade das reflexões. e) Não há a necessidade de atenção na realização de análises teóricas, elas já constituem todo o poder de reflexão do autor. Questão 5 De acordo com a matéria vista em aula, assinale a alternativa CORRETA no que se refere a problemas sociais no Brasil: a) Não possui uma simples causa, trata da compilação de fatores que corroboram e déficits sociais que culminam em uma estratificação social. b) Não existem em âmbito nacional, tendo sido superados a partir da implantação da República. c) É causado exclusivamente pela ineficiência do Estado, que não provém os bens necessários para a sociedade. d) É causado exclusivamente pelo capitalismo, o que ocasionou com uma estratificação social e econômica. e) Nenhuma das alternativas anteriores. Questão 6 Em 1971, o presidente da Associação Americana de Criminologia, Ray Jeffery, desenvolveu o conceito CPTED. Assinale a alternativa CORRETA que contém sua definição: POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 16 a) É um modelo que passa a admitir que a execução de determinadas ações criminais seja decidida a partir de um processo racional de tomada de decisões por parte dos criminosos. b) É uma política pública nacionalmente reconhecida pelo grande potencial bélico dos países que dela fazem uso. c) É um modelo de gestão da segurança cidadã, que desenvolve técnicas operacionais de qualificação dos agentes, com o intuito de intensificar as medidas repressivas de combate ao crime. d) É um modelo que passa a admitir que a execução de ações criminais dependem, exclusivamente, da interação governamental em sua tratativa. e) Nenhuma das alternativas anteriores. Questão 7 A partir do conteúdo visto em aula, assinale a alternativa CORRETA que defina as questões implicadas no modelo de CPTED sobre controle natural de acessos. a) Tal ação visa arranjar o espaço de modo a dificultar ou inibir operacionalmente uma prática criminosa, canalizando a circulação para determinados locais onde exista uma maior vigilância, por exemplo, é um meio de monitorar e controlar possíveis ações criminosas. b) Trata-se da vigilância natural dos olhos postos à rua. Pode se dar através de personagens permanentes no território, como comerciantes locais ou, até mesmo, através da disposição de janelas que possibilitam uma visibilidade efetiva do espaço. c) Trata-se da admissão de um sentimento de propriedade sobre o local, o que possibilita uma grande gerência na responsabilização social sobre as ocorrências no local. A degradação local propicia um sentimento de terra sem dono, o que afasta a participação social em sua preservação. Desse modo, é necessário que se invista na territorialidade para que a comunidade se aproprie de suas questões. d) É importante que todas essas medidas sejam passíveis de manutenção. Se não pelos entes governamentais, pelos próprios residentes da localidade. Assim, POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 17 versam sobre os meios de manutenção das reformas estruturais do ambiente, fazendo com que ele não se deteriore e, consequentemente, evitando o sentimento de abandono que pudera possuir anteriormente. e) Nenhuma das alternativas anteriores. Questão 8 A partir do conteúdo visto em aula, assinale a alternativa CORRETA que defina as questões implicadas no modelo de CPTED sobre vigilância natural: a) Tal ação visa arranjar o espaço de modo a dificultar ou inibir operacionalmente uma prática criminosa, canalizando a circulação para determinados locais onde exista uma maior vigilância, por exemplo, é um meio de monitorar e controlar possíveis ações criminosas. b) Trata-se da vigilância natural dos olhos postos à rua. Pode se dar através de personagens permanentes no território, como comerciantes locais ou, até mesmo, através da disposição de janelas que possibilitam uma visibilidade efetiva do espaço. c) Trata-se da admissão de um sentimento de propriedade sobre o local, o que possibilita uma grande gerência na responsabilização social sobre as ocorrências no local. A degradação local propicia um sentimento de terra sem dono, o que afasta a participação social em sua preservação. Desse modo, é necessário que se invista na territorialidade para que a comunidade se aproprie de suas questões. d) É importante que todas essas medidas sejam passíveis de manutenção. Se não pelos entes governamentais, pelos próprios residentes da localidade. Assim, versam sobre os meios de manutenção das reformas estruturais do ambiente, fazendo com que ele não se deteriore e, consequentemente, evitando o sentimento de abandono que pudera possuir anteriormente. e) Nenhuma das alternativas anteriores. Questão 9 A partir do conteúdo visto em aula, assinale a alternativa CORRETA que defina as questões implicadas no modelo de CPTED sobre territorialidade: POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 18 a) Tal ação visaarranjar o espaço de modo a dificultar ou inibir operacionalmente uma prática criminosa, canalizando a circulação para determinados locais onde exista uma maior vigilância, por exemplo, é um meio de monitorar e controlar possíveis ações criminosas. b) Trata-se da vigilância natural dos olhos postos à rua. Pode se dar através de personagens permanentes no território, como comerciantes locais ou, até mesmo, através da disposição de janelas que possibilitam uma visibilidade efetiva do espaço. c) Trata-se da admissão de um sentimento de propriedade sobre o local, o que possibilita uma grande gerência na responsabilização social sobre as ocorrências no local. A degradação local propicia um sentimento de terra sem dono, o que afasta a participação social em sua preservação. Desse modo, é necessário que se invista na territorialidade para que a comunidade se aproprie de suas questões. d) É importante que todas essas medidas sejam passíveis de manutenção. Se não pelos entes governamentais, pelos próprios residentes da localidade. Assim, versam sobre os meios de manutenção das reformas estruturais do ambiente, fazendo com que ele não se deteriore e, consequentemente, evitando o sentimento de abandono que pudera possuir anteriormente. e) Nenhuma das alternativas anteriores. Questão 10 A partir do conteúdo visto em aula, assinale a alternativa CORRETA que defina as questões implicadas no modelo de CPTED sobre manutenção do espaço novo ou recuperado. a) Tal ação visa arranjar o espaço de modo a dificultar ou inibir operacionalmente uma prática criminosa, canalizando a circulação para determinados locais onde exista uma maior vigilância, por exemplo, é um meio de monitorar e controlar possíveis ações criminosas. b) Trata-se da vigilância natural dos olhos postos à rua. Pode se dar através de personagens permanentes no território, como comerciantes locais ou, até POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 19 mesmo, através da disposição de janelas que possibilitam uma visibilidade efetiva do espaço. c) Trata-se da admissão de um sentimento de propriedade sobre o local, o que possibilita uma grande gerência na responsabilização social sobre as ocorrências no local. A degradação local propicia um sentimento de terra sem dono, o que afasta a participação social em sua preservação. Desse modo, é necessário que se invista na territorialidade para que a comunidade se aproprie de suas questões. d) É importante que todas essas medidas sejam passíveis de manutenção. Se não pelos entes governamentais, pelos próprios residentes da localidade. Assim, versam sobre os meios de manutenção das reformas estruturais do ambiente, fazendo com que ele não se deteriore e, consequentemente, evitando o sentimento de abandono que pudera possuir anteriormente. e) Nenhuma das alternativas anteriores. POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 20 Aula 2 Exercícios de fixação Questão 1 - A Justificativa: Segundo a teoria de Thomas Hobbes, no estado de natureza, que faz referência a uma sociedade que convive sem a instituição de um Estado, os homens não têm a capacidade de se relacionarem de forma harmônica, sendo necessário a instauração de um terceiro ente que regule essa relação. Questão 2 - C Justificativa: Thomas Hobbes afirma que o estado de natureza é um momento de caos entre os homens, constante guerra, pois sua natureza é originada da desordem. Já John Locke afirma que o estado de natureza é um momento de harmonia, onde os homens possuem suas propriedades privadas e o Estado advém com o intuito de garantir esta igualdade. Questão 3 - B Justificativa: O autor afirma que existe um grupo de pessoas, uma elite na sociedade brasileira, que regula a autoria e desenvolvimento das políticas públicas. Questão 4 - C Justificativa: Em quaisquer estudos devemos estar sempre atentos aos interesses de seus autores, seus contextos históricos e ambições com suas obras, pois serão eles que nos auxiliarão na interpretação da obra como um todo. Questão 5 - A Justificativa: Devemos sempre ter em mente que todos os problemas sociais são multifatoriais, ou seja, envolvem uma série de problemáticas e de responsáveis. POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 21 Questão 6 - A Justificativa: Em 1971, o presidente da Associação Americana de Criminologia, Ray Jeffery, desenvolveu o conceito CPTED, publicando-o na obra Crime Prevention Through Environmental Design. Esse novo modelo passa a admitir que a execução de determinadas ações criminais seja decidida a partir de um processo racional de tomada de decisões por parte dos criminosos. Assim, é possível elaborar e desenvolver medidas que incentivem o ator criminal a desistir da presente ação. Desse modo, Jeffery aborda a possibilidade de o ambiente externo ter grande influência nessa tomada de decisões do criminoso, podendo diminuir e até mesmo desestimular a ação a partir da arquitetura do local. Questão 7 - A Justificativa: O Crime Prevention Through Environmental Design passa a admitir que a execução de determinadas ações criminais seja decidida a partir de um processo racional de tomada de decisões por parte dos criminosos. Assim, o CPTED é composto de diversas estratégias a partir de quatro princípios básicos de arranjo arquitetônico e social dos ambientes, dentre eles o controle natural de acessos. Questão 8 - B Justificativa: O Crime Prevention Through Environmental Design passa a admitir que a execução de determinadas ações criminais seja decidida a partir de um processo racional de tomada de decisões por parte dos criminosos. Assim, o CPTED é composto de diversas estratégias a partir de quatro princípios básicos de arranjo arquitetônico e social dos ambientes, dentre eles a vigilância natural. Questão 9 - C Justificativa: O Crime Prevention Through Environmental Design passa a admitir que a execução de determinadas ações criminais seja decidida a partir de um processo racional de tomada de decisões por parte dos criminosos. Assim, o POLITICAS DE SEGURANÇA PÚBLICAS 22 CPTED é composto de diversas estratégias a partir de quatro princípios básicos de arranjo arquitetônico e social dos ambientes, dentre eles a territorialidade. Questão 10 - E Justificativa: O Crime Prevention Through Environmental Design passa a admitir que a execução de determinadas ações criminais seja decidida a partir de um processo racional de tomada de decisões por parte dos criminosos. Assim, o CPTED é composto de diversas estratégias a partir de quatro princípios básicos de arranjo arquitetônico e social dos ambientes, dentre eles a manutenção do espaço novo e recuperado.
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