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Polidez e Interação POLIDEZ é um mecanismo pragmático que reúne estratégias verbais e não verbais a fim de se conseguir uma comunicação mais suave, reduzindo possíveis atritos na interação pessoal (Trosborg, 1995). A polidez também pode ser definida como o desejo do falante de proteger a face do ouvinte e a própria face (Goffman, 1972). POLIDEZ INTERACIONAL colabora, assim, para a produção da ordem social, a pré-condição da cooperação humana, relacionada a metas sociais, e não apenas individuais, que precisam ser respeitadas nas interações. Atos de Fala Utilizamos emails para realizar ações na linguagem, ou seja, Atos de Fala segundo Searle (1969). Austin (1962) propõe que cada tipo de Ato de Fala constitui um evento que estabelece uma realidade diferente da que existia. Assim, são atos de fala pedidos, ordens, críticas, convites, repreensões, proibições, prescrições, juramentos, garantias, saudações, reclamações, felicitações, oferecimentos, comunicações, testemunhos, correções, agradecimentos, elogios e muitos outros. Escreva um email para o seu chefe cujo objetivo é pedir para sair mais cedo em um dia de trabalho. Troquem esses emails entre os colegas. Escreva uma resposta negativa, como se fosse o chefe. Troquem os emails entre os colegas. Escreva uma resposta positiva, como se fosse o chefe. Retorne o email ao escritor inicial. Quais foram as suas impressões com relação às respostas? Que textos demandaram mais esforços no planejamento? Atos de ameaça à face O conceito de face diz respeito à imagem pública que todo ser humano constrói e procura manter em suas interações (Goffman, 1972). Os interlocutores possuem desejos básicos relacionados à face positiva e negativa (Brown e Levinson,1987). FACE NEGATIVA diz respeito ao desejo de não sofrer imposições, de se ter a individualidade, liberdade e autonomia respeitadas. FACE POSITIVA relaciona-se à necessidade de aprovação do ser humano, ao desejo de se ter a auto-imagem pública admirada. Leia o email “Melhoramentos no site” e identifique os atos de ameaça à face em jogo Estratégias de Polidez Diante de um ato de ameaça à face, o emissor pode escolher as seguintes opções: realizá-lo diretamente, sem reparação realizá-lo utilizando-se de estratégias de polidez não realizá-lo Veja algumas estratégias de polidez marcas de identidade de grupo elogio concordância busca do terreno comum indiretividade impessoalização apresentação de justificativa oferecimento de compensação Identifique estratégias de polidez no email “Melhoramentos no site”. Os efeitos das estratégias estão vinculados a diferentes condições: valores culturais predominantes (Trosborg, 1995) contextos sociais onde se desenvolve a interação (Ferrara, 1980) sequências de atos no desenvolvimento da interação (Ferrara, 1980) distância social entre os participantes (Trosborg, 1995) interpretação dos ouvintes (Sbisa e Fabri, 1980) As relações de poder na interação também podem influir na questão da polidez. Em quais das situações de comunicação apresentadas abaixo você abriria o texto com o objetivo? congratulações discordância resposta positiva a um pedido reclamações informações de rotina recusa a um convite agradecimentos pedido de ação corretiva resposta a solicitações prévias solicitação de urgência Que estratégias você pode utilizar para evitar que o seu leitor se sinta desconfortável com a sua comunicação? Possíveis atos ameaçadores Recusar pedido de promoção Pedir um estudo minucioso sobre um relatório Discordar de uma decisão Informar um novo procedimento que implica maior custo Fazer cobrança de algo atrasado Fazer pedido de correção Pedir participação em tarefas fora da rotina Recusar convites Opções para minimizar a ameaça • Reconhecer competência do leitor • Reconhecer pontos de acordo • Elogiar desempenho • Apresentar razões • Apresentar vantagens • Apresentar interesses comuns • Reconhecer importância + apresentar razões Referências Bibliográficas • AUSTIN, J. How to do things with words. Cambridge, MA: Harvard Business Press, 1962. • BROWN, P. LEVINSON, S. Politness: some universal in language in use. Cambridge: Cambridge University Press, 1987. • FERRARA, A. Appropriateness Conditions for Entire Sequences of Speech Acts. Journal of Pragmatics, n.4, 1980. • GOFFMAN, E. Interactional Ritual. New York: Doubleday. 1967. • OLIVEIRA, M.C.L.Manda Quem Pode ou Quem Não Tem Juízo: um estudo de diretivos no discurso empresarial brasileiro. In HEYE, J. Flores Verbais. Rio de Janeiro: editora 34, 1995.
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