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AVE é definido como déficit neurológico de início abrupto por uma causa vascular focal. Pode ser isquêmico ou hemorrágico. AVE isquêmico (80%): há início abrupto de sintomas neurológicos focais graves, geralmente sem diminuição do nível de consciência. Os sintomas refletem o território vascular envolvido. Pode ser causado por trombose dos vasos cerebrais (trombolítico) ou por embolos provenientes de uma fonte arterial próxima (embólico arterio-arterial: placas mais comuns da artéria carotídea) ou do coração (cardioembolico: se alojando mais frequentemente na cerebral media). O trombótico mais comum é o lacunar = infarto de tamanho inferior a 2cm Criptogenico = não pode ser classificado como cardio ou arterioembolico por ter eco e dopller de carótidas e vertebrais sem alterações A isquemia (desequilíbrio entre oferta e demanda de O2) surge imediatamente após a oclusao/sub oclusao de uma artéria cerebral. Quando o fluxo cai abaixo de 20ml/100mg/min, já há disfunção neuronal, que quando prolongada ou grave (menos que 10), leva ao infarto inevitavelmente. Se o fluxo sanguíneo for restaurado antes do grau significativo de morte celular, o paciente pode só apresentar sintomas transitórios, o chamado ataque isquêmico transitório, onde o tecido em volta da região do infarto fica isquêmico, mas sua disfunção é reversível, a chamada penumbra isquêmica (isquemia com pouca morte celular). A fase aguda do AVE se restringe aos 3 primeiros dias, quando a terapêutica pode impedir a transformação da penumbra isquêmica em infarto cerebral. Depois de 3 dias de ocorrido o infarto neuronal, ocorre o edema citotóxico (aumento de volume dos neurônios) e vasogenico (acumulo de liquido no interstício). Após aproximadamente 10 dias, com o edema resolvido, a transição entre a zona infartada e o tecido normal se torna nítida e de 10 dias a 3 semanas, a fagocitose provoca uma necrose de liquefação, transformando o infarto em uma área amolecida e depois cística e retraída. No caso da artéria cerebral média, a mais comum, ocorre: └ Hemiparesia └ Déficit hemissensitivo └ Afasia motora (de Broca) – dificuldade de construir palavras com compreensão preservada └ Afasia sensitiva (de Wernicke) – anomia, incompreensão. Oral e escrita └ Apraxia (incapacidade de executar movimentos coordenados) └ Olhos desviados para o lado da lesão Cerebral anterior: paralisia do membro inferior sem necessariamente acometer superior, reflexos de preensão e sucção, incontinência urinaria, apraxia da marcha Cerebral posterior: cegueira cortical, déficit de memória, dor espontânea, hemiplegia contralateral, paralisia/paresia do movimento ocular vertical, nistagmo convergente Basilar: paralisia facial, paresia da abdução do olho, déficit sensitivo hemifacial Vertebral (o que mais confunde com hemorrágico): vertigem, nistagmo, miose, ptose, ataxia, queda para o lado da lesao Investigação e conduta na fase aguda: 1) Estabilização dos sinais vitais (Glasgow<8=intuba) 2) Classificação 3) Identificar se há hemorragia através de uma TC DE CRÂNIO SEM CONTRASTE, que deverá ser realizada PRONTAMENTE e repetida em 48h se não forem encontradas alterações 4) Avaliar se há indicação de trombólise (Trombolítico - quebra trombo já formado- deve ser adm nas 4,5 primeiras horas, reduzindo a chance de sequelas, mas não mortalidade. Não usar nos casos de traumatismo, hemorragia, PAs>185 e d>110, nem junto com anticoagulantes). 5) Obter historia clinica, exame físico e exames complementares └ Investigação etiológica através de DOPPLER de carótidas e vertebrais, ECG, RX de tórax e ECO C DOPPLER TRANSTORACICO OU TRANSESOFAGICO └ Exame do LIQUOR (LCR) nos casos de suspeita de hemorragia subaraquinoidea com TC negativa e de vasculites inflamatórias ou infecciosas 6) Controle da glicemia, temperatura e dieta 7) Antiagregante plaquetario (AAS) limita a extensão do dano tecidual, diminuindo a morbidade e mortalidade. Deve ser iniciado nas primeiras 48h! 8) Profilaxia de TVP/TEP com dose profilática de Anticoagulante (HEPARINA – evita coag) So pode ser iniciado após o terceiro dia nos infartos cerebrais pequenos e após o sétimo dia nos grandes (a TC de crânio no terceiro dia é que decide). 9) Sinvastatina └ A maioria dos pacientes apresenta hipertensão na fase aguda do AVE. A PA só deve ser diminuída no primeiro dia se ela tiver acima ou igual a 220x120mmHg, pois a penumbra isquêmica é nutrida por colaterais que dependem diretamente da PA para manter o seu fluxo. *Se houver indicação de trombolítico na fase aguda a PA deve ser rigorosamente controlada, mantida a menos que 110mmHg por pelo menos 24h após o uso, evitando AVE hemorrágico. AVE HEMORRAGICO INTRAPARENQUIMATOSO (normalmente hipertensivo – rompimento dos aneurismas de Charcot-Bouchard): quadro súbito de cefaleia intensa + déficit neurológico focal + rebaixamento do nível de consciência. O dg é feito pela TC de crânio não contrastada ou RNM mostrando área hiperdensa (hematoma) com edema em volta (zona hipodensa). O desvio de linha média é comum. IOT se necessário, cateter de PAM invasiva, cateter de PIC. O presença de desvio de linha média é um sinal indireto de HIC e deve indicar terapia com hiperventilação, manitol, cabeceira elevada, ate PIC < 20 e gradiente PAM-PIC >70. A PA so deve ser tratada se maior que 180x105 com nitroprossiato de sódio, labetalol, metropolol ou enalaprilato ate chegar a 160x100 HEMORRAGIA SUBARACNOIDE – a maior dor de cabeça que a pessoa já teve seguida de sincope. Rigidez de nuca. TC sem contraste e se duvida colher líquor (sangue ou liquido amarelo posteriormente) UTI e neurocirurgiao
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