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Resumo Direito Empresarial Aula 02 (28.10.2011)

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D. Empresarial 
Data: 28/10/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Empresa Individual De Responsabilidade Limitada (EIRELI) / Alterações feitas 
pela Lei 12.441/11 / Finalidade / Natureza Jurídica / Composição e Constituição 
/ Responsabilidade do Instituidor / Nome Empresarial / Regulamentação Legal / 
Estabelecimento Empresarial / Conceito / Natureza Jurídica / Trespasse / 
Trespasse vs. Cessão de Quotas / Requisitos para o Trespasse / Efeitos do 
Trespasse / Quanto às Obrigações do Trespassante / Obrigações Tributárias 
2º Horário. 
 Falência e Recuperação Judicial / Responsabilidade na Cessão de Quotas / 
Quanto à Concorrência / Quanto aos Contratos / Direito Societário / Teoria 
Geral do Direito Societário / Sociedade entre Cônjuges / Elementos Essenciais 
de Sociedade / Pluralidade de sócios 
 
1º Horário 
 
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA 
(EIRELI) 
 
1. Alterações feitas pela Lei 12.441/11 
A Lei 12.441/11 trouxe a figura da EIRELI, tendo sido publicada em 11 de julho 
de 2011. Essa lei cria o inciso VI do art. 44, bem como o art. 980-A com seus parágrafos 
e, por fim, altera a redação do parágrafo único do art. 1.033, sendo todos do CC. Para 
essa pequena mudança, deu-se a vacância de 180 dias. 
 
2. Finalidade 
Com a criação da EIRELI, tem-se o escopo de estimular a atividade econômica, 
por meio da proteção do patrimônio do empresário. Isso porque, como se viu, a 
responsabilidade do empresário individual é ilimitada, de modo que esse risco acaba 
afastando as pessoas do exercício da atividade econômica. 
Outra finalidade da lei é findar com as sociedades empresárias falsas, 
compostas pelo chamado “laranja”, aquelas sociedades pluripessoais no papel e 
unipessoais de fato. 
 D. Empresarial 
Data: 28/10/2011 
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3. Natureza Jurídica 
Com a criação do inciso VI do art. 44, vê-se que a EIRELI tem natureza de 
pessoa jurídica de direito privado. 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
A EIRELI aparenta, mas não é uma sociedade, sendo nova modalidade de 
pessoa jurídica de direito privado equiparada às sociedades. 
 
4. Composição e Constituição 
De acordo com o art. 980-A, CC/02, pode ser constituída por qualquer pessoa, 
desde que investidos no mínimo 100 salários mínimos, integralizados de plano. Diante 
disso, surge questionamento a respeito da composição da EIRELI. 
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por 
uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente 
integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo 
vigente no País. 
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" 
após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade 
limitada. 
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade 
limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. 
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar 
da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, 
independentemente das razões que motivaram tal concentração. 
§ 4º ( VETADO). 
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada 
constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração 
decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, 
marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à 
atividade profissional. 
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, 
as regras previstas para as sociedades limitadas. 
Como o caput não faz qualquer restrição, em ser a pessoa física ou pessoa 
jurídica, poder-se-ia interpretar no sentido de a possibilidade abranger ambas as 
espécies. Por outro lado, pela leitura do parágrafo 2º, o entendimento que poderia 
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prevalecer é o de que este tipo de empresa só poderia ser constituída por pessoa 
física. Entretanto, a melhor doutrina entende que a EIRELI pode ser composta por 
pessoa física ou jurídica, sendo que esta última só pode constituir uma única. 
Observe-se, por fim, que o parágrafo 4º fazia referência apenas ao patrimônio 
da pessoa física, o que levava fortemente a crer que a EIRELI só poderia ser composta 
por pessoa física. Porém, como o dispositivo foi vetado, essa assertiva não merece 
prevalecer. 
Vale destacar que o art. 251 da Lei 6.404 traz figura análoga à EIRELI, da 
subsidiária integral, sociedade com um único acionista. 
Lei 6.404, Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, 
tendo como único acionista sociedade brasileira. 
§ lº A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária integral deverá 
aprovar o laudo de avaliação de que trata o artigo 8º, respondendo nos termos do 
§ 6º do artigo 8º e do artigo 10 e seu parágrafo único. 
§ 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral mediante aquisição, 
por sociedade brasileira, de todas as suas ações, ou nos termos do artigo 252. 
O art. 980-A caput do CC ainda determina que se deve fazer o investimento de, 
no mínimo, 100 salários mínimos. Sobre o assunto já há ADI em curso, por meio do que 
se alega que não seria possível fazer do salário mínimo o elemento de base. 
Entretanto, isso não parece ser problemático, afinal têm-se outros exemplos de 
vinculação no ordenamento, quais sejam: Juizados Especiais, limite do crédito do 
empregado na falência, etc. O STF inclusive já se manifestou pela possibilidade de o 
legislador parametrizar com base no salário mínimo. 
Na ADI, ainda se sustenta que o valor exigido afrontaria o princípio da livre 
iniciativa do art. 170 da CRFB, pois atrelar a um piso tamanho representa afastar o 
pequeno investidor. 
CRFB, Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano 
e na livre iniciativa, tem por fim assegurara todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
(...) 
Quanto ao assunto, existe um contra-argumento: quem não tivesse condições 
para tanto poderia atuar na forma de um empresário individual. Mas, não há como 
negar que ainda haveria grande disparidade de tratamento, pois este não seria 
beneficiado com a limitação da responsabilidade. 
Pela leitura do dispositivo, esse capital deve estar integralizado ao tempo da 
constituição, assunto sobre o qual surge uma série de indagações, como: se a 
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integralização seria necessária apenas na constituição ou também no caso de aumento 
do capital; se o capital poderia ser reduzido posteriormente, já que o dispositivo exige 
100 salários apenas para a constituição. 
Um instituto tão novo obviamente leva a muitas indagações, mas, por ora, não 
se adentrará no tema de modo profundo. 
 
5. Responsabilidade do Instituidor 
Primeiramente, deve-se observar que aquele que instituir a EIRELI não deve ser 
chamado de sócio, mas de instituidor; do mesmo modo, não se deve chamar a EIRELI 
de sociedade, pois se trata de nova espécie de pessoa jurídica de direito privado. 
Não se pode falar que a responsabilidade da EIRELI é limitada ao capital 
investido. A responsabilidade do instituidor é limitada, mas a pessoa jurídica da EIRELI 
tem responsabilidade ilimitada. 
O parágrafo 4º, que foi vetado, afirmava que, em hipótese alguma, o 
patrimônio do instituidor seria confundido com o da EIRELI, criando uma dicotomia 
patrimonial absoluta. Pode-se compreender o motivo do veto, tendo em vista a 
aplicabilidade, hoje, da Teoria da Desconsideração da Pessoa Jurídica, hipótese em que 
se permitiria atingir o patrimônio do instituidor da EIRELI. 
Diante disso, pode-se, mal comparando, entender a EIRELI como uma 
sociedade limitada de um sócio só. 
 
6. Nome Empresarial 
A EIRELI pode adotar tanto a modalidade firma como denominação. 
Esse é, inclusive, o melhor argumento de que a EIRELI poderia ser instituída 
tanto por pessoa física como por pessoa jurídica. 
 
7. Regulamentação Legal 
Aplicam-se à EIRELI as normas da sociedade do tipo limitada, sendo este um 
dos maiores elementos de equiparação daquela com esta. 
 
 
 
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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
 
Trata-se de tema abordado em quase todas as provas da CESPE, sendo certo 
nas provas da AGU e magistratura federal. 
O tema é tratado no art. 1.142 em diante do CC. 
 
1. Conceito 
O legislador trouxe um conceito satisfatório para estabelecimento no art. 1.142 
do CC. 
CC, Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, 
para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. 
Trata-se de conjunto organizado de bens, materiais ou imateriais, destinado ao 
exercício da empresa. 
Assim, o conjunto de ferramentas necessário para o exercício da empresa se 
chama estabelecimento, o que não deve ser confundido com empresa (atividade), 
empresário (quem a exerce) ou lugar onde se exerce. 
Aviamento significa costura, sendo que, no Direito Empresarial, representa o 
valor agregado. Os bens que compõem o estabelecimento, se isoladamente 
considerados, de nada servem, não passando de um amontoado de bens; porém 
sendo eles organizados, tem-se uma mais-valia. O conjunto de bens é o 
estabelecimento, mas esses bens aviados (“costurados”) trazem um potencial, 
chamado de fundo de empresa ou fundo de comércio. 
 
2. Natureza Jurídica 
A natureza jurídica de estabelecimento é universalidade de bens. Por 
representar uma universalidade reunida pela vontade do empresário, representa uma 
universalidade de fato, pois não é a lei que obriga a sua reunião. 
CC, Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, 
pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de 
relações jurídicas próprias. 
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A universalidades de direito é aquela que se dá por força de lei, sendo exemplos 
o espólio e a massa falida. 
A universalidade pode ser objeto de relações jurídicas autônomas que sejam 
compatíveis com a sua natureza, conforme art. 90, parágrafo único; tem-se a mesma 
possibilidade quanto ao estabelecimento, nos termos do artigo 1.143 do CC. 
CC, Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de 
negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua 
natureza. 
O estabelecimento pode ser objeto unitário de relações jurídicas que sejam 
compatíveis com a sua natureza, pode-se vender, alugar ou arrendar o 
estabelecimento, por exemplo. 
 
3. Trespasse 
O trespasse representa a venda do estabelecimento. 
 
3.1. Trespasse vs. Cessão de Quotas 
Na cessão de quotas, não se altera a titularidade do estabelecimento, sendo 
que a negociação é apenas das quotas. Já, no trespasse, o estabelecimento é 
transferido de um titular para o outro. 
Logo, vê-se que o objeto negocial do primeiro são as quotas, enquanto do 
segundo é o estabelecimento. 
Na cessão, a sociedade continua sendo a mesma, sendo que a mudança dos 
sócios não acarreta prejuízo para os credores. Porém, no trespasse, quem irá exercer a 
atividade é outra pessoa jurídica, o que pode levar a um esvaziamento do patrimônio. 
Assim, uma série de requisitos deve ser cumprida para o trespasse. 
 
3.2. Requisitos para o Trespasse 
CC, Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou 
arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois 
de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, 
no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu 
passivo,a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de 
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Data: 28/10/2011 
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todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em 
trinta dias a partir de sua notificação. 
Os requisitos são os seguintes: 
1º) Publicação de edital, para que os credores possam se manifestar; 
2º) Alternativamente: 
a. Pagamento de todos os credores (obrigação vencida); ou 
b. Prova de força de pagamento futuro (obrigação vincenda); ou 
c. Aprovação dos credores, que pode ser expressa ou tácita (em 30 dias a 
partir da publicação do edital). 
3º) Averbação na Junta Comercial. 
Quando o CJF diz que a validade do trespasse independe de forma, significa 
que o trespasse é valido, mas não é eficaz. 
O mesmo enunciado faz uma ressalva para os bens que exigem forma. Se os 
bens forem imóveis, devem obedecer a escrituração pública, exigindo-se forma. 
Com isso, vê-se que a posição do CJF é no sentido de incluir os imóveis no 
estabelecimento, o que se mostrava controvertido na doutrina. No mesmo sentido, 
tem-se a Súmula 451 do STJ. 
Súmula 451 do STJ - É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial. 
O cumprimento dos requisitos do trespasse mostra-se relevante diante da 
decretação da falência do empresário. A Lei 11.101/05, no art. 129, VI, dispõe acerca 
da ação revocatória que tem o intuito de trazer para o patrimônio do devedor bens 
indevidamente desviados. Neste caso, são objetivamente ineficazes perante a massa 
os atos previstos, independentemente de haver prejuízo ou não, estando, previstos, 
dentre eles o não preenchimento dos requisitos para o trespasse. Se o devedor falir 
após o trespasse, este será ineficaz. 
Observação: O art. 130 traz a anulabilidade dos negócios jurídicos, utilizando-
se de critério subjetivo. Já, o art. 129 traz a ineficácia dos negócios, utilizando-se de 
critério objetivo. 
Lei 11.101, Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o 
contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, 
seja ou não intenção deste fraudar credores: 
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento 
expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não 
tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no 
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Data: 28/10/2011 
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prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem 
devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e 
documentos; 
Lei 11.101, Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de 
prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o 
terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida. 
Ademais, consoante art. 94, III, “c” da Lei 11.101, o ato do trespasse sem 
observância dos requisitos é fundamento para o requerimento e a decretação da 
falência, caracterizando ato de falência. 
Lei 11.101, Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de 
recuperação judicial: 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de 
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; 
Observação: A alínea “c” traz um erro ao trazer o conectivo “e”, enquanto 
correto seria “ou”, afinal os requisitos são alternativos. 
 
3.3. Efeitos do Trespasse 
3.3.1. Quanto às Obrigações do Trespassante 
CC, Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos 
débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, 
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a 
partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data 
do vencimento. 
a. O trespassário assume as obrigações do trespassante (aquele que 
passa), desde que regularmente compatibilizadas. 
A assunção do passivo se justifica porque, com o trespasse, adquire-se toda 
uma unidade produtiva e não bens isolados. A mais-valia do negócio, o valor agregado, 
justifica a assunção do peso daquele estabelecimento, em uma lógica ônus-bônus. 
Para tanto, exige-se que o passivo esteja regularmente compatibilizado, para que o 
adquirente analise se o investimento vale à pena. Como se vê, é essa mais valia que 
embasa o dispositivo em comento, a que se chama de goodwill of a trade (o bom do 
negócio). 
Nesse contexto, é importante diferenciar o que configura venda de 
estabelecimento e o que representa mera compra de ativos. De relevo analisar a 
agregação dos bens, como visto. O CJF diz que se deve considerar o trespasse quando 
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Data: 28/10/2011 
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o conjunto de bens alienados importa em uma unidade produtiva em si mesma. Nesse 
sentido, não se exige a venda de todo o conjunto de bens para a aplicabilidade do 
dispositivo, desde que aqueles bens vendidos sejam capazes de permitir o 
desenvolvimento da atividade. 
Ainda quando se aluga imóvel onde já funcionou atividade idêntica a que se irá 
operar, não se configura o trespasse. Isso porque, o trespasse exige um negócio entre 
quem vai explorar o negócio e quem explorou, havendo vários julgados do TRF nesse 
sentido. 
Na prática, nessa situação, quando se pretende descaracterizar o trespasse, 
encerra-se a primeira locação do imóvel e firma-se novo contrato. 
Quanto às dívidas trabalhistas, se o empregado continuar trabalhando para 
quem adquire o estabelecimento, há sucessão no vínculo de emprego, assim o 
trespassário se mantém responsável; mas se se encerrar a locação pode ser que não. 
b. Quem aliena o estabelecimento continua responsável solidariamente 
com o adquirente, pelo prazo de 1 ano, a contar: 
 Obrigações Vencidas  do edital; 
 Obrigações Vincendas  do vencimento; 
 
3.3.1.1. Obrigações Tributárias 
Quanto às obrigações tributárias, o alienante não se liberta de suaobrigação 
tributária por convenções particulares (art. 123 do CTN). 
CTN, Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, 
relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à 
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das 
obrigações tributárias correspondentes. 
Mas, o adquirente terá responsabilidade subsidiária em relação ao alienante 
(art. 133 do CTN), tendo benefício de ordem, desde que o alienante não cesse suas 
atividades ou, se as suspender, as retome em até 6 meses, ainda que em outro ramo 
de negócio. 
CTN, Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de 
outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, 
industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou 
outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, 
relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: 
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I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou 
atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar 
dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou 
em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação 
judicial: (Parágrafo incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
I – em processo de falência; (Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação 
judicial.(Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: 
(Parágrafo incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada 
pelo devedor falido ou em recuperação judicial;(Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 
2005) 
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou 
afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; 
ou (Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial 
com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.(Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 
2005) 
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou 
unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do 
juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente 
podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de 
créditos que preferem ao tributário. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
Para a doutrina, o que a lei chama de “integralmente” representa 
responsabilidade solidária, porque o alienante não se exime da obrigação. 
 
2º Horário 
 
3.3.1.2. Falência e Recuperação Judicial 
O adquirente de estabelecimento de empresa falida ou em recuperação não 
assume qualquer passivo, conforme art. 60, parágrafo único e art. 141, II da Lei 11.101 
e art. 50, VII e art. 140, I e II. 
 D. Empresarial 
Data: 28/10/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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Art. 60, Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e 
não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de 
natureza tributária, observado o disposto no § 1o do art. 141 desta Lei 
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de 
suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo: 
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do 
arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as 
derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. 
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação 
pertinente a cada caso, dentre outros: 
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade 
constituída pelos próprios empregados; 
Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, 
observada a seguinte ordem de preferência: 
I – alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco; 
II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas 
isoladamente; 
Como cediço, o objetivo maior hoje é a preservação da atividade econômica. 
Na recuperação, inclusive, um dos mecanismos de preservação é a venda de 
estabelecimento. 
A lei diz que é preferível vender do maior para o menor, ou seja, a empresa 
como um todo, e, na pior das hipóteses, vender bens isolados, afinal o valor agregado 
aumenta o preço e beneficia a todos. 
Como se vê, o legislador optou pela não ocorrência de sucessão sequer para 
obrigações tributárias e trabalhistas. Nesse sentido, os arts. 40, parágrafo único e 140, 
II foram considerados constitucionais pelo STF na ADI 3.934 em 27 de maio de 2009. 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 60, PARÁGRAFO ÚNICO, 83, 
I E IV, c, E 141, II, DA LEI 11.101/2005. FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 
INEXISTÊNCIA DE OFENSA AOS ARTIGOS 1º, III E IV, 6º, 7º, I, E 170, DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL de 1988. ADI JULGADA IMPROCEDENTE. I - Inexiste 
reserva constitucional de lei complementar para a execução dos créditos 
trabalhistas decorrente de falência ou recuperação judicial. II - Não há, também, 
inconstitucionalidade quanto à ausência de sucessão de créditos trabalhistas. III - 
Igualmente não existe ofensa à Constituição no tocante ao limite de conversão de 
créditos trabalhistas em quirografários. IV - Diploma legal que objetiva prestigiar a 
função social da empresa e assegurar, tanto quanto possível, a preservação dos 
postos de trabalho. V - Ação direta julgada improcedente. 
 D. Empresarial 
Data: 28/10/2011 
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3.3.1.3. Responsabilidade na Cessão de Quotas 
Nãose pode confundir o trespasse com a cessão de quotas, sendo distinta a 
responsabilização pelas obrigações nesses casos. 
CC, Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente 
modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá 
eficácia quanto a estes e à sociedade. 
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, 
responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e 
terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. 
Primeiramente, vale observar que o cessionário assume as obrigações do 
cedente. 
Além disso, o cedente continua responsável solidariamente com o cessionário 
por suas obrigações pelo prazo de 2 anos a contar da averbação no órgão 
competente. 
Exemplo: A sociedade X Ltda. adquiriu automóvel em financiamento, sendo 
que, no curso do financiamento, os sócios A e B cederam cotas para C e D. Vê-se que é 
a sociedade quem adquire o veículo. Porém, na cessão de quotas, o cessionário não se 
assume obrigação da sociedade, mas do cedente, assumindo-se as obrigações 
enquanto sócio, portanto. Além disso, o cedente continua responsável solidariamente 
por 2 anos a partir da averbação. 
Sobre o assunto, vale a leitura da segunda questão discursiva da prova de 
advogado da Petrobrás 2011 elaborada pela CESGRANRIO, que nitidamente contraria a 
Súmula 430 do STJ. 
 
3.3.2. Quanto à Concorrência 
O art. 1.147 diz que o alienante não pode concorrer com o adquirente pelo 
prazo de 5 anos, salvo estipulação em contrário. 
CC, Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento 
não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à 
transferência. 
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a 
proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato. 
A lógica do dispositivo é mitigar a livre iniciativa e a livre concorrência, de modo 
que a restrição não pode ser eternizada. Nesse sentido, o CADE entendeu que o limite 
dessa restrição é de 5 anos, o qual pode ser reduzido, mas jamais aumentado. 
 D. Empresarial 
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Não quer dizer que o alienante não possa desenvolver a mesma atividade, 
podendo fazê-lo, desde que não represente concorrência ao adquirente. Aqui, é de 
importância analisar o mercado relevante, que pode ser nacional, regional, etc., tudo a 
depender do serviço ou do produto em questão. 
Se o contrato for temporário (ex: arrendamento), a proteção dura o tempo do 
contrato. 
Vale observar que o limite de 5 anos foi sumulado pelo CADE, mas se refere 
apenas à venda. Diante disso, não se tem resposta se esse prazo também se aplica a 
arrendamento. 
 
3.3.3. Quanto aos Contratos 
CC, Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-
rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do 
estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o 
contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa 
causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. 
Destaca-se que, havendo cessão de quotas, não há mutação dos contratos 
firmados pela sociedade, pois só se altera a qualidade dos sócios. 
No caso do trespasse, há sub-rogação contratual em favor do adquirente. 
Porém, não haverá sub-rogação nos contratos havidos em caráter intuito personae, 
como no caso do art. 13 da Lei 8.245/91. 
Lei 8.245, Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, 
total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador. 
§ 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do locador em 
manifestar formalmente a sua oposição. 
§ 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma das 
hipóteses deste artigo, o locador terá o prazo de trinta dias para manifestar 
formalmente a sua oposição. 
§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) 
O Enunciado 64 do CJF, que dizia que no trespasse há a transmissão da locação, 
foi cancelado pelo Enunciado 234, para dizer que não há sub-rogação automática da 
locação. 
234 Art. 1.148: Quando do trespasse do estabelecimento empresarial, o 
contrato de locação do respectivo ponto não se transmite automaticamente ao 
adquirente. Fica cancelado o Enunciado n. 64. 
 D. Empresarial 
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Por outro lado, o contrato de clientela opera sub-rogação automática. Isso 
porque, nesse caso não é personalíssima, como todas as atividades empresárias. 
Outro bom exemplo é a franquia empresarial, em que o franqueador tem que 
informar qual o perfil ideal do candidato a franquear, não havendo sub-rogação 
automática do contrato no caso de trespasse, nos termos do art. 3º da Lei 8.955. 
Lei 8.955, Art. 3º Sempre que o franqueador tiver interesse na implantação de 
sistema de franquia empresarial, deverá fornecer ao interessado em tornar-se 
franqueado uma circular de oferta de franquia, por escrito e em linguagem clara e 
acessível, contendo obrigatoriamente as seguintes informações: 
(…) 
Insta por fim observar se a proteção concorrencial aplica-se no caso de 
trespasse feito pela Lei 11.101. Sob a ótica da falência, o empresário fica proibido de 
ser empresário, não havendo concorrência justamente por isso e a sociedade falida 
também não pode mais perquirir aquele objeto, só sendo possível haver concorrência 
no caso de continuação provisória pela massa. 
A discussão se mostra relevante quanto à empresa em recuperação, caso em 
que o objetivo é justamente recuperá-la. Não se aplica a vedação concorrencial, pois o 
adquirente assume apenas o ativo e não o passivo.1 
 
DIREITO SOCIETÁRIO 
 
1. Teoria Geral do Direito Societário 
1.1. Sociedade entre Cônjuges 
CC, Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de 
bens, ou no da separação obrigatória. 
Cônjuges podem ser sócios desde que não sejam casados em comunhão 
universal e separação obrigatória de bens. 
Exemplo de separação obrigatória é o casamento do maior de 70 anos, 
conforme alteração legislativa ocorrida em 2010. Com isso, pretende-se a proteção do 
patrimônio vertical, presumindo o legislador que a contração da sociedade serviria de 
burla a essa proteção. 
 
1
 Questão discursiva da prova de delegado civil do RJ. 
 D. EmpresarialData: 28/10/2011 
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Frisa-se que o regime de separação convencional não obsta a sociedade entre 
cônjuges, o que é plenamente criticável. Como a proibição no caso de comunhão 
universal tem o intuito de evitar a confusão patrimonial, critica-se o posicionamento 
do legislador ao excluir a comunhão parcial, caso em que também pode haver a 
confusão patrimonial, como no caso de inexistirem bens individuais (ressalva feita na 
sucessão entre marido e mulher); além disso, mesmo na comunhão universal, há 
possibilidade de haver bens individuais. Ademais, quando o legislador faculta a 
contratação de sociedade entre terceiros, não veda a contratação exclusiva com estes, 
apesar de a redação do artigo parecer ser neste sentido. 
No entanto, a presente vedação adveio do CC/02. Paralelamente, o art. 2.031 
do CC determina que empresários e sociedade se adéquem às normas do CC/02 até 11 
de janeiro de 2007. 
Art. 2.031. As associações, sociedades e fundações, constituídas na forma das leis 
anteriores, bem como os empresários, deverão se adaptar às disposições deste 
Código até 11 de janeiro de 2007. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às organizações religiosas 
nem aos partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)) 
Sabe-se que a norma não retroage e não atinge o ato jurídico perfeito, basilar 
da segurança jurídica. Ora, nesse sentido, os sócios casados não podem ser afetados se 
constituíram a sociedade antes do advento do CC/02. 
Observe-se que a mudança de regime do casamento pressupõe motivo 
justificado, que não encontra embasamento no art. 2.031. Diante da negativa da Junta 
Comercial de averbação de filial por conta do regime de bens, deve-se impetrar MS 
contra o Presidente da Junta. 
 
1.2. Elementos Essenciais de Sociedade 
O art. 981 do CC traz quatro dos cinco elementos essenciais de sociedade, 
sendo que o quinto vem no art. 5º, XX da CRFB. 
CC, Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se 
obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade 
econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais 
negócios determinados. 
CRFB, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
 D. Empresarial 
Data: 28/10/2011 
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inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
 
1.2.1. Pluralidade de sócios 
A pluralidade dos sócios vem prevista tanto no art. 981 do CC como no art. 80, I 
da Lei 6.404. 
Lei 6.404, Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos 
seguintes requisitos preliminares: 
I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide 
o capital social fixado no estatuto; 
 Vale observar que não, hoje, se exige mais, para a constituição da sociedade 
anônima, o número mínimo de sete pessoas, mas apenas de duas, devido a uma 
alteração legislativa. 
Destaca-se que há quatro hipóteses de sociedades unipessoais: 
a. Empresa pública  pode ser formada por um ou mais entes da 
federação, ou seja, a empresa pública pode ser pluri ou unipessoal. Exemplos: BNDES e 
Empresa de Correios e Telégrafos. 
b. Subsidiária integral (art. 251 da Lei 6.404/76). 
Uma sociedade pode constituir várias subsidiárias, como é o caso da BR 
Distribuidora, da qual a única acionista é a PETROBRÁS. 
Vale observar que tal se chama de subsidiária porque se localiza abaixo de 
outra pessoa jurídica; e integral, porque a integralidade do capital pertence a uma 
pessoa apenas. 
A subsidiária integral só pode ser sociedade anônima, mas a sociedade que a 
institui pode ser de qualquer tipo societário. 
Para que empresa pública ou sociedade de economia mista constitua uma 
subsidiária integral, é necessária autorização legal; entretanto, a própria norma que 
autorizar a criação dessa empresa pública ou sociedade de economia mista pode 
autorizá-la a instituir subsidiárias de um modo geral; já, se não houver essa 
autorização, será necessária autorização legal a cada subsidiária instituída. 
c. O art. 1.033, IV do CC diz que uma sociedade pode permanecer 
unipessoal por até 180 dias (situação temporária). Tal pode se dar por morte ou por 
cessão de quotas entre sócios, por exemplo. 
 D. Empresarial 
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CC, Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: 
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta 
dias; 
Diante da inobservância do prazo em referência, tem-se a dissolução da 
sociedade, a qual ainda deve ser liquidada. Destaca-se que tal não se confunde com 
extinção, que só ocorrerá com a liquidação. 
d. A sociedade anônima pode permanecer temporariamente unipessoal, 
conforme art. 206, I, “d” da Lei 6.404 (situação temporária). 
Art. 206. Dissolve-se a companhia: 
I - de pleno direito: 
d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral 
ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte, 
ressalvado o disposto no artigo 251; 
Sabe-se que toda sociedade anônima é obrigada a realizar a Assembleia-Geral 
Ordinária (AGO) uma vez ao ano, que não tem dia certo para acontecer, mas deve se 
dá no primeiro quadrimestre após o fim do exercício social, o que coincide com o 
exercício civil e corresponde ao período de janeiro a abril. 
Nas sociedades anônimas, a unipessoalidade evidenciada em uma AGO deve 
cessar até a instauração da AGO seguinte. Nesse sentido, não se pode ter duas AGO’s 
seguidas em unipessoalidade, a não ser que no período tenha se mostrado presente 
uma pluripessoalidade. 
Exemplo: Em dezembro de 2013 passa-se a ter único acionista e ocorre uma 
AGO. Até que se realize a outra AGO, em 2014,deve haver a cessação da 
unipessoalidade. 
Não se pode dizer que, no caso da sociedade anônima, o prazo para a 
unipessoalidade é de 1 ano, afinal tal pode chegar a uns 2 anos. 
Exemplo: AGO ocorre em janeiro de 2011, sendo que logo em fevereiro a 
sociedade se tornar unipessoal; na AGO de 2012, ter-se-á a unipessoalidade; mas, 
apenas na AGO de 2013 a unipessoalidade deve se findar. 
Por fim, observe-se que a AGE não importa para os efeitos da unipessoalidade.

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