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PSICOMOTRICIDADE

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PSICOMOTRICIDADE
               Significado:
v PSICO: Intelectual, cognitivo emocional, afetivo, mental e neurológico.
v MOTRICIDADE: Movimento, ato, ação, gesto.
v PSICOMOTRICIDADE é a realização de um pensamento através de um ato motor coeso, econômico e harmonioso, exigindo para isso uma afetividade equilibrada.
                 Definições:
Ø ROSSEL: Educação psicomotora é a educação do controle mental e da expressão motora.
 
Ø AJURIAGUERRA: É a realização do pensamento através de um ato motor preciso, econômico e harmonioso.
Ø VAYER: É a educação da integridade do ser, através do seu corpo.
 
Ø HURTADO: É a ciência da educação que enfoca a unidade indivisível do homem (constituída pela soma e psique), educando o movimento ao mesmo tempo que põe em jogo as funções intelectuais.
 
Ø COSTALLAT: É a ciência da educação que realiza o enfoque integral do desenvolvimento nos aspectos: físico, psíquico e intelectual de maneira harmoniosa.
 
Ø  LE BOULCH: Tem por finalidade assegurar o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades das crianças e ajudar sua afetividade a expandir-se e equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano.
 
Ø NEGRINE: Sua finalidade é promover através de uma ação pedagógica o desenvolvimento de todas as potencialidades da criança, objetivando o equilíbrio biopsico-social.
 
Ø  WALLON: Propicia o estudo da função tônica da musculatura e sua relação com o emocional.
 
Ø PIAGET: Essa ciência trata da relação entre o homem, seu corpo, o meio físico e sóciocultural na qual convive.
INTRODUÇÃO
         A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio de atividades as crianças, além de se divertir, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Nesse contexto a Educação Física tem como objetivo estimular o desenvolvimento psicomotor e, como princípio fundamental, despertar a criatividade dos educadores, além de contribuir para a formação integral do educando, utilizando-se das atividades físicas para o desenvolvimento de todas suas potencialidades. Tem ainda a finalidade de auxiliar no desenvolvimento físico, mental e afetivo do indivíduo, com o propósito de um desenvolvimento sadio. É importante assegurar o desenvolvimento funcional da criança e auxiliar na expansão e equilíbrio de sua afetividade, através da interação com o ambiente.
                                               
         O conhecimento das partes do corpo depende do meio, da educação, da aprendizagem e do exercício, e o melhor instrumento a ser utilizado seria o próprio corpo, sem qualquer outro material.
BREVE HISTÓRICO DA PSICOMOTRICIDADE
          Historicamente o termo "Psicomotricidade" aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Só em pleno século XIX o corpo começa a ser estudado, em primeiro lugar, por neurologistas, por necessidade de compreensão das estruturas cerebrais, e posteriormente por psiquiatras, para a classificação de fatores patológicos. É justamente a partir da necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, a palavra PSICOMOTRICIDADE,no ano de 1870.
        As primeiras pesquisas que dão origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente neurológico.
        No campo patológico destaca-se a figura de Dupré (1909), neuropsiquiatra, de fundamental importância para o âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade motora (antecedente do sintoma psicomotor) de um possível correlato neurológico e o termo ‘’Psicomotricidade’’, quando introduz os primeiros estudos sobre a debilidade motora nos débeis mentais.
       Em 1925, Henry Wallon, médico psicólogo, é provavelmente o grande pioneiro da Psicomotricidade, pois se ocupa do movimento humano dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. Para ele, o movimento é a única expressão, e o primeiro instrumento do psiquismo, e que o desenvolvimento psicológico da criança é o resultado da oposição e substituição de atividades que precedem umas as outras. Através do conceito do esquema corporal, introduz, provavelmente, dados neurológicos nas suas concepções psicológicas, motivo esse que o distingue de outro grande vulto da psicologia, Piaget, que muito influenciou também a teoria e prática da Psicomotricidade. Wallon refere-se ao esquema corporal não como uma unidade biológica ou psíquica, mas como a construção, elemento de base para o desenvolvimento da personalidade da criança.                                                        
        Em 1935, Eduard Guilmain, neurologista, a vê como campo científico e impulsiona as primeiras tentativas de estudo da reeducação psicomotora, onde se sobressai e desenvolve um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico.
       Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, líder da escola de psicomotricidade, delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Com estas novas contribuições, a psicomotricidade diferencia-se de outras disciplinas, adquirindo sua própria especificidade e autonomia, desenvolve intensa atividade científica, prosseguindo e continuando a obra de Wallon vai consolidando os princípios e as bases da psicomotricidade.
       A psicomotricidade, para Wallon e Ajuriaguerra, concebe os determinantes biológicos e culturais do desenvolvimento da criança como dialéticos e não redutíveis uns aos outros.
       Na década de 70, diferentes autores definem a psicomotricidade como uma
motricidade de relação. Começa então, a ser delimitada uma diferença entre uma postura reeducativa e uma terapêutica que, ao despreocupar-se da técnica instrumentalista e ao ocupar-se do "corpo de um sujeito" vai dando progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional. Para o psicomotricista, a criança constitui sua unidade a partir das interações com o mundo externo e nas ações do outro (mãe e substitutos) sobre ela.
        A especificidade do psicomotricista situa-se assim, na compreensão da gênese do psiquismo e dos elementos fundadores da construção da imagem e da representação de si. O sintoma psicomotor instala-se, quando ocorre um fracasso na integração somatopsíquica, conseqüente de fatores diversos, seja na origem do processo de constituição do psiquismo, ou posteriormente em função de disfunções orgânicas e/ou psíquicas. A patologia psicomotora é, portanto, uma patologia do continente psíquico, dos distúrbios da representação de si cuja sintomatologia pode se apresentar no somático e/ou no psíquico.
         O conceito de psicomotricidade ganhou assim uma expressão significativa, uma vez que traduz a solidariedade profunda e original entre a atividade psíquica e a atividade motora. O movimento é equacionado como parte integrante do comportamento. A psicomotricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio, e instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e materializa-se.
        É na integração transdiciplinar das áreas do saber que provavelmente se colocará no futuro a evolução e atualização do conceito de Psicomotricidade. A lateralização como resultado da integração bilateral postural do corpo é peculiar no ser humano e está implicitamente relacionada com a evolução e utilização de instrumentos, isto é, com integrações sensoriais complexas e com aquisições motoras unilaterais muito especializadas, dinâmicas e de origem social.
          A Psicomotricidade é uma ciência que busca em muitos campos de pesquisa dados,argumentos e teorias. Duas são as áreas de grande envolvimento com a evolução destas pesquisas. A Educação Física e a Psicologia buscam a cada dia um número maior de resultados em pesquisa para que seus profissionais façam de sua atuação algo cada vez mais competente e sólido no desenvolvimento do homem.
A EDUCAÇÃO PSICOMOTORA E A PSICOMOTRICIDADE
      Muitos pesquisadores definem ou apresentam a psicomotricidade para o mundo científico. Segue algumas das mais importantes citadas pela literatura.              
      Segundo Le Boulch (1969), a Psicomotricidade: “Se dá através de ações educativas de movimentos espontâneos e atitudes corporais da criança, proporcionando-lhe uma imagem do corpo contribuindo para a formação de sua personalidade. É uma prática pedagógica que visa contribuir para o desenvolvimento integral da criança no processo de ensino-aprendizagem, favorecendo os aspectos físicos, mental, afetivo-emocional e sócio - cultural, buscando estar sempre condizente com a realidade dos educandos”.
      Para a língua portuguesa, Ferreira apresenta a seguinte definição: “É a capacidade de determinar e coordenar mentalmente os movimentos corporais; a atividade ou conjunto de funções psicomotoras.” (FERREIRA, 1988).
      Fonseca (1988) comenta que a "psicomotricidade é atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio”.
       O pesquisador Saboya, 1988 conceitua psicomotricidade como: “Uma ciência que tem por objeto o estudo do homem através do seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e externo. Em seu estudo, destaca justamente esta relação entre motricidade, mente e afetividade”.
       Para Vanja Ferreira “ Psicomotricidade é a ciência da educação que educa o
movimento e ao mesmo tempo coloca em jogo as funções da inteligência“ “Psicomotricidade é a Interação de diversas funções neurológicas, motrizes e psíquicas. “É essencialmente, a educação do movimento, ou por meio do movimento, que provoca uma melhor utilização das capacidades psíquicas.” (Francisco Rosa neto, 2002).
       Primeiramente a psicomotricidade fixava-se somente no desenvolvimento motor; mais tarde estudou a relação entre o desenvolvimento motor e intelectual da criança, e só agora estuda a lateralidade, estruturação espacial, orientação temporal e sua relação com o desenvolvimento intelectual da criança. A psicomotricidade é a capacidade psíquica de realizar movimentos, não se tratando da realização do movimento propriamente dito, mas sim da atividade psíquica que transforma a imagem para a ação em estímulos para os procedimentos musculares adequados.
         Enderle, 1987: “A Psicomotricidade na sua essência, não é só a chave da sobrevivência, como se observa no animal e na espécie humana, mas é igualmente, a chave da criação cultural, em síntese a primeira e última manifestação da inteligência. A Psicomotricidade, em termos filogenéticos, tem, portanto, um passado de vários milhões de anos, porém uma história restrita de apenas cem anos. A motricidade humana, a única que se pode denominar por psicomotora, é distinta da motricidade animal por duas características: é voluntária e possui novos atributos de interação com o mundo exterior”.      
       Conforme Roberto Moraes, 2002(Recreação e jogos escolares pg. 13): “Toda educação é motora, tudo que falamos é Psicomotricidade. Psicomotricidade é a fala do corpo. Para desenvolver a criança globalmente, permitindo-lhe uma visão de um mundo mais real, através de suas descobertas, de sua criatividade, é fundamental deixar a criança se expressar, analisar e transformar sua realidade”.
      Para Francisco Rosa Neto, 2002 “Educação psicomotora é a ação pedagógica e psicológica que utiliza o movimento com o fim de normalizar ou melhorar o comportamento da criança”.
      As origens da educação psicomotora remontam aos estudos realizados com crianças que apresentavam problemas de aprendizagem, mais especificamente, na leitura, na escrita, no cálculo matemático. Essas crianças muitas vezes, eram também, portadoras de outros desvios de conduta e de comportamento que em consequência também apresentam problemas de aprendizagem, trabalhando com essas crianças, os franceses, passaram a utilizar métodos pedagógicos denominados de reeducação psicomotora, cuja, ênfase era posta no domínio corporal. E quando submetidas a programas de reeducação psicomotora passavam a ter um desempenho satisfatório. A partir daí que o domínio corporal e as aprendizagens cognitivas passaram a caminharem juntas.
     Para Le Boulch, 2001: “A Educação Psicomotora refere-se a uma formação de base indispensável a toda a criança, seja ela normal ou com problemas, pois responde a uma dupla finalidade: assegurar o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a expandir-se e a equilibra-se através do intercambio com o ambiente humano. É ação pedagógica que tem como objetivo principal o desenvolvimento motor e mental da criança, com a finalidade de levá-la a dominar o próprio corpo e a adquirir uma inibição voluntária, propõe, tem no movimento espontâneo, sua diretriz fundamental, pois, em qualquer movimento, existe um condicionante afetivo que determina um comportamento intencional. Acredita-se que é sempre uma ação motriz, por menos que seja que regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais, é pelo aspecto motor que a criança estabelece os primeiros contatos com a linguagem socializada”.
 
      A educação psicomotora se limitava a tentar tratar e solucionar os problemas revelados através dos sintomas; trabalhava a nível preventivo e a nível corretivo-terapêutico. Estes dois aspectos caminham juntos e se acham envolvidos com os problemas de instabilidade, inibição, angústia, coordenação geral defeituosa, problemas de orientação espacial e temporal, de ritmo, de consciência de si, da imagem de si, do esquema corporal. Na prática da psicomotricidade, a relação mente-corpo passa pela ação motora e pela ação psíquica que permitem efetuar o despertar da consciência corporal, através dos movimentos e dos pensamentos, passando também pela história afetiva do indivíduo, a maneira de viver o seu corpo dá origem à elaboração e a evolução da imagem do corpo e a psicomotricidade permite descobrir, redescobrir e viver melhor o corpo, o mais importante não são os métodos, as técnicas e os instrumentos, apesar de indispensáveis, mas sim permitir desabrochar a evolução positiva do ser tanto na relação consigo mesmo, como com o mundo externo.
        Noções de aqui e ali, esquerda, direita, frente, atrás, de cima, de baixo, de dentro e fora são fundamentais para a orientação do ser humano, no sentido de sua autonomia e de sua independência. Portanto, a Educação Psicomotora deve ser a ação pedagógica norteadora do trabalho, sobretudo na pré- escola e nos primeiros anos escolares, pois existe uma necessidade de se introduzir este conhecimento nestas idades, mas o que não significa que não possa se aplicar nas séries finais ou em adultos que por sinal, muitas vezes são os que mais precisam, pois além de não se controlarem, não dominam o seu corpo.
       A expressão educar o físico tem uma dimensão bem mais ampla do que simplesmente ensinar uma modalidade esportiva, melhorar o tônus muscular, melhorar a resistência aeróbia e anaeróbia de uma pessoa, mas também, levá-la a dominar o corpo em toda a sua dimensão, seja executando os movimentos mais precisos, sejam os mais amplos, evidenciando controle neuromuscular.
     Segundo Langlade apud Negrine “Educação Psicomotora é a ação psicológica e pedagógica que utiliza os meios da educação física com o fim de normalizar ou melhorar o comportamento da criança, e também o melhoramento da dimensão biológica”.
       Le Boulch (2001) afirma que os movimentos espontâneos dependem das experiências vividas anteriormente (mesmo não sendo pensadas), pois não se trata de uma memória intelectual, mas de uma verdadeiramemória corporal.
 
       “A psicomotricidade se faz necessária para a prevenção e tratamento de problemas, a fim de conseguir o máximo do potencial dos alunos, não só motor, mas em outros aspectos da personalidade, que se inter-relacionem.” (Lorenzon, 1995). 
IMAGEM, ESQUEMA, VIVÊNCIA E CONSCIÊNCIA CORPORAL
     “A imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio que, como núcleo central da personalidade, se organiza em um contexto de relações mútuas do organismo e do meio.” (Solange Valadares e Rogéria Araújo, 1999).                           
       Vayer (1979) descreve a imagem corporal como: “Resultado complexo de toda a atividade cinética, sendo a imagem do corpo a síntese de todas as mensagens, de todos os estímulos e de todas as ações que permitiram á criança se diferenciar do mundo exterior e de fazer do ‘’eu’’ o sujeito de sua própria existência. O esquema corporal pode ser definido no plano educativo como a chave de toda a organização da personalidade”.
Ajuriaguerra, 1972 diz que:
      “A evolução da criança é sinônimo de conscientização e conhecimento cada vez mais profundo do seu corpo, a criança é o seu corpo, pois é através dele que ela elabora todas as suas experiências vitais e organiza toda a sua personalidade, integra e retêm a síntese das atitudes afetivas vividas e experimentadas significativamente.”
“Esquema corporal é a organização das sensações relativas ao próprio corpo em
conexão com os dados do mundo exterior a utilização da imagem do corpo.” (Solange Valadares e Rogéria Araújo, 1999).
         Para Solange Valadares e Rogéria Araújo a vivência corporal é a consciência das sensações vinculadas ao próprio corpo, com ou sem segmentos e deslocamentos, experimentados por um sujeito em uma ou em outra situação.
Kathleen Haywood, 2004:
      ”Consciência corporal é o reconhecimento, a identificação e a diferenciação da localização, do movimento e das inter-relações das partes do corpo e das articulações; também é a consciência que se tem da orientação espacial e da localização percebida do corpo no ambiente.”
Para Wallon apud Meur:
   “O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança, é a representação relativamente global, cientifica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo”.
Segundo Meur, 1991:
     “É a tomada de consciência, pela criança, de possibilidades motoras e de suas possibilidades de agir e de expressar-se”. A própria criança percebe-se e percebe os seres e as coisas que a cercam. “Em função de sua pessoa, sua personalidade se desenvolverá graças a uma progressiva tomada de consciência de sue corpo, de seu ser, de suas possibilidades de agir e transformar o mundo a sua volta”.
LATERALIDADE E DIRECIONALIDADE
        O termo lateralização, vem do latim que quer dizer ‘’lado’’. São duas as teorias. Uma refere-se à herança, isto é, a dominância lateral estaria diretamente relacionada com fatores genéticos e a outra se refere à dominância de um lado do córtex cerebral sobre o outro, isto e, a dominância hemisférica seria a determinante da lateralização corporal.
         Em princípio, dois indivíduos de igual composição genética deveriam possuir a mesma lateralização, mas o estudo de Zazzo (1960) encontrou contradições na teoria genética, essas diferenças de lateralidade em gêmeos idênticos tendem a provar que existem também fatores não genéticos determinantes da lateralidade corporal. Este autor estudou gêmeos monozigóticos, isto é, indivíduos com a mesma composição genética, encontrando neles lateralidades diferentes, sempre sem descartar as influências sócio-culturais que podem alterar a lateralização dos indivíduos.
      Quirós e Scharager dizem que: “a lateralidade se refere à prevalência motora de um lado do corpo, e que esta lateralização motora coincide com a predominância sensorial do mesmo lado e com as possibilidades simbólicas do hemisfério cerebral oposto.”
Conforme Le Boulch (2001):
       ”A lateralização é a manifestação de um predomínio motor relacionado com as
partes do corpo que integram suas metades direita e esquerda, predomínio este que, por sua vez, se vincula á aceleração do processo de maturação dos centros sensório - motores de um dos hemisférios cerebrais. Para “Defontaine a lateralidade refere- se à dominância de um lado do corpo sobre o outro”.
       Já Fonseca diz que “se trata de um fenômeno morfológico que representa uma forma de assimetria funcional”. A lateralidade corporal refere-se ao esquema do espaço interno do indivíduo, que o capacita a utilizar um lado do corpo com melhor desembaraço do que o outro, em atividades que requeiram habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional.
       O corpo humano está caracterizado pela presença de partes anatômicas pares e globalmente simétricas. Essa simetria anatômica se redobra, não obstante, por uma assimetria funcional no sentido de que certas atividades só intervêm em uma das partes. Por exemplo, escrevemos com uma mão só; os centros de linguagem se situam na maioria as pessoas, no hemisfério esquerdo. A lateralidade é a preferência de uma das partes simétricas do corpo: mão, olho, ouvido, perna; a lateralização cortical é a especialidade de um dos dois hemisférios quanto ao tratamento da informação sensorial ou quanto ao controle de certas funções. A ação educativa fundamental para colocar a criança nas melhores condições para acender a uma lateralidade definida, respeitando fatores genéticos e ambientais, é a que lhe permita organizar suas atividades motoras.
Gallahue, 2001:
      “Uma área de grande interesse para muitos professores é a orientação direcional, pois é por ela que as crianças são capazes de dar a dimensão a objetos que estão no espaço externo. Os conceitos de esquerda/direita, para cima/para baixo, topo/fundo, dentro/fora e frente/trás aperfeiçoam-se por meio de atividades motoras que enfatizam a direção.” O estabelecimento da orientação direcional é um processo de desenvolvimento que se baseia tanto na maturação como na experiência. A lateralização manual surge no fim do primeiro ano, sendo perfeitamente normal para a criança de 4- 5 anos experimentar confusão na direção, devendo se preocupar com as de 6-7 anos que de forma consistente experimenta esses problemas, pois é quando se inicia o ensino da leitura e escrita.
         “Lateralidade é a consciência que temos de que o corpo tem dois lados distintos, que podem se mover independentemente; trata-se de um componente da consciência corporal.” (Kathleen Haywood, 2004). Apesar das crianças tipicamente terem consciência do cima-embaixo e do em frente- atrás antes dos três anos, elas desenvolvem o entendimento de que o corpo tem dois lados distintos, ou lateralidade, com aproximadamente 4 ou 5 anos (Hecaen e Ajuriaguerra, 1964). A criança aprende a se dar conta de que apesar de suas 2 mãos, 2 pernas e assim por diante serem do mesmo tamanho e formato, ela pode posicioná-las diferentemente, isto é, denominar ou identificar essas dimensões.
 
     Uma melhoria relacionada à idade na capacidade de discriminação esquerda -direita ocorre entre os 4 e 5 anos, com a maioria das crianças respondendo quase que perfeitamente só por volta dos 10 anos. (Aires, 1969; Swanson e Benton, 1955; Williams, 1973).
     Direcionalidade é a capacidade de projetar as dimensões espaciais do corpo no espaço imediato e de se apoderar de conceitos espaciais sobre o movimento ou localizações de objetos no ambiente. E esta muitas vezes ligada à lateralidade, pois crianças com um senso de lateralidade pobre também têm, em geral, pouca direcionalidade.
Para Jacques Chauzaud “a lateralização é definida a partir da confrontação do tônus, da extensibilidade e do equilíbrio, distinguindo-se, desta forma, a mão e o pé dominante”.
Le Boulch, 2001:
     ”A lateralização é a tradução de uma assimetria funcional, os espaços motores do lado direito e do lado esquerdo não são homogêneos, esta desigualdade vai manifestar-se durante os reajustamentos práxicosde natureza intencional é o reflexo do predomínio motriz dos segmentos direito e esquerdo, isto é, a ‘’bússola’’ do esquema corporal. O lado esquerdo e o direito não são homogêneos e esta distinção se manifesta ao longo do desenvolvimento e da experimentação.” 
       Quirós e Scharager aceitam que, provavelmente, a lateralização final seja alcançada somente após a plena aquisição da linguagem, por volta dos 10 anos de idade, isto porque a área temporal da fala se desenvolve mais tarde que a área anterior e em relação mais estreita com os aspectos acústicos, e possivelmente, também cognitivos e conceituais da linguagem. Constataram que são poucas as crianças que apresentam uma lateralidade homogênea definida antes dos 6 anos, aumentando consideravelmente o percentual a partir daquela idade.
        A experimentação que fazemos em atividade manual, pedal, ocular é que favorecerá uma maturidade do sistema neurológico de acordo com o predomínio interior, favorecendo sobremaneira a estruturação do esquema corporal. Em conseqüência, o desenvolvimento psicomotor da criança vem a se constituir em um pré-requisito para as aprendizagens cognitivas.
       De acordo com Roberto Moraes, 2002:
         ”Lateralidade é a dominância de um lado em relação a outro, e a Reversibilidade é a possibilidade de reconhecer a mão direita ou esquerda de uma pessoa á sua frente, podendo ser abordada aos 6 anos de idade, e se processa na criança ao mesmo tempo em que a localização do próprio corpo e a organização do espaço.Para as crianças, a lateralidade normalmente se define entre os 5 e 7 anos.por isso,as crianças do Pré-escolar devem ter a sua disposição objetos grandes,como pneus,caixas e bolas,para ser transportados e manuseados. Deverão também trabalhar com objetos pequenos para desenvolver a coordenação motora fina,isto é, a coordenação funcional das mãos e dos dedos .É através de movimentos, rastejar, engatinhar e andar, que a criança adquire as primeiras noções de espaço: perto, longe, dentro, fora, em cima, embaixo, é, pois, partindo do seu próprio corpo e com referência a ele que a criança vai elaborar sua organização espacial”.
       “É uma sensação interna de que o corpo tem dois lados e duas metades que não são exatamente iguais”.
        Para Zazzo e Ajuriaguerra apud:
         “A lateralidade representa o predomínio normal de um lado do corpo. O fortalecimento da lateralidade é importante para a criança, por constituir a base de orientação espacial e da coordenação geral. Esse fortalecimento pode ser treinado durante a evolução neurológica. Antes, a criança utiliza, indistintamente, os dois lados do corpo e, com a maturação do organismo, vai estabelecendo preferência por um dos lados. È uma fase que pode ser influenciada por estimulações do meio.
Segundo Francisco Rosa neto, 2002:
      “Lateralidade é a preferência lateral direita ou esquerda, dos seguimentos: corporal, sensorial e neurológico (mão, pé, olho, ouvido e hemisfério cerebral.). A maturação ocorre durante o processo evolutivo do ser humano e depende de fatores genéticos e ambientais. Por volta dos seis anos, um aluno tem condições de manifestar, como segurança, sua preferência lateral.”
         Zangwill, 1975 apud Fonseca escreve: “a lateralização basicamente inata é governada por fatores genéticos, embora a treinabilidade e os fatores de pressão social a possam influenciar.” Razão esta pela qual é muito importante pesquisar os antecedentes da preferência manual, principalmente quando em presença de crianças com preferência manual esquerda.
        A preferência pela lateralidade manual à direita é superior à mista em 36% e essa superior a manual esquerda em 26%. A influência dos fatores evolutivos antropológicos e bioculturais como a caça, a produção e a utilização de instrumentos, a guerra, a evolução tecnológica e fundamentalmente, a invenção de códigos de comunicação e a linguagem, marcam a sua influencia determinante quanto à preferência manual e a coordenação bimanual. A lateralização pode ser causada por diferenças acidentais que ocorrem no desenvolvimento embriológico dos dois lados do corpo e, por conseguinte, surgir como resultado do acaso.
Para Annett (1981): “o fato de a distribuição humana pender para a direita reflete uma influência sistemática de algo mais importante que a teoria do acaso.”
         Ayres 1971, afirma que: “Quando uma criança não atinge a dominância manual numa idade adequada, a presença de sinais disfuncionais intra ou inter-hemisféricos pode interferir com o desenvolvimento psicomotor e com o potencial cognitivo. Em resumo a lateralização, traduz a capacidade de integração sensório-motora dos dois lados do corpo, transformando-se numa espécie de radar endopsíquico de relação e de orientação com e no mundo exterior. Em termos de motricidade, relata uma competência operacional, que preside a todas as formas de orientação do individuo”.
        “Nas diversas etapas do desenvolvimento da criança, diante da dificuldade da imitação de um gesto, a resposta tende a ser dada, numa perspectiva de maior facilidade, pelo membro dominante.” (Bergés, 1987).
Negrine, 1986, conceitua:
        “Lateralidade é a dominância de um dos lados do corpo em todas as tarefas propostas quanto à habilidade de mão, pé e de olho. Denominaram-se destros aqueles com dominância do lado direito do corpo e canhotos os que apresentarem dominância do lado esquerdo do corpo.”
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As professoras de Psicomotricidade e Artes têm realizado na Educação Infantil, brincadeiras cantadas que são maneiras de brincar com o corpo, a partir da relação entre movimento corporal e expressão, envolvendo musicalidade, dança, dramatização, mímica e sons, podendo, ser caracterizadas como formas de expressão do corpo que integram a cultura popular.
O ESQUEMA CORPORAL
         Para Holle, é necessário que a criança adquira primeiro, certo grau de consciência corporal, antes que possa desenvolver a dominância manual e a lateralidade; que a lateralidade é experimentada principalmente com o auxilio do sentido cinestésico reforçado pela visão, levando a criança a distinguir a direita e a esquerda dentro de si mesma, e esta consciência da lateralidade e da discriminação de direita e esquerda ajudará a perceber os movimentos do corpo e no espaço e no tempo. A noção de direita e esquerda, na estruturação do esquema corporal, refere-se ao espaço externo do indivíduo, isto é, noção espacial ou direcionalidade, e em contrapartida a lateralidade refere-se ao espaço interno do indivíduo e independe da discriminação de direita e esquerda. Isto significa que a lateralidade se afirma a partir dos estímulos que nascem de dentro, e a organização espacial se estrutura a partir dos estímulos exteriores.
       Na estruturação do esquema corporal, existem indicadores que evidenciam que as crianças que apresentam de forma precoce certa tendência manual são aquelas que indicam maturação psicomotora geral; de forma inversa, uma lateralização retardada ou indefinida vem acompanhada de sintomas de imaturidade cerebral e, especialmente, de uma aquisição tardia ou perturbada da linguagem. É importante deixar claro que a lateralidade é uma das variáveis do esquema corporal, e que o aspecto fundamental é que a criança não seja forçada a adotar esta ou aquela postura, mas que se criem situações onde ela possa expressar-se com espontaneidade, e a partir da experiência vivenciada com o corpo, defina o seu lado dominante, sem pressões de qualquer ordem do meio exterior.                                      
Wallon apud Meur, 1991:
       “O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da
personalidade da criança, é a representação relativamente global, cientifica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo. É “a tomada de consciência, pela criança, de possibilidades motoras e de suas possibilidades de agir e de expressar-se”.  
           A própria criança percebe-se e percebe os seres e as coisas que a cercam, em função de sua pessoa,sua personalidade se desenvolverá graças a uma progressiva tomada de consciência de seu corpo, de seu ser, de suas possibilidades de agir e transformar o mundo a sua volta. A criança se sentirá bem na medida em que seu corpo lhe obedece, em que o conhece bem, em que pode utilizá-lo não somente para movimentar-se, mas também para agir.
       A estruturação espaço-temporal fundamenta-se nas bases do esquema corporal sem o qual a criança, não se reconhecendo em si mesma, só muito dificilmente poderia apreender o espaço que a rodeia. Assim nos parece lógico abordar a Psicomotricidade através da constituição do esquema corporal antes da estruturação espacial ou temporal. Além disso, a forma como o sujeito se expressa com o corpo traduz sua disposição ou sua indisposição nas relações com coisas ou pessoas. Esse aspecto psicológico muito importante ajuda-nos a identificar melhor certas perturbações devidas a fatores afetivos, chamando também a atenção para a possibilidade de melhorar a vida social e afetiva das crianças, tornando precisas as suas noções corporais e fazendo com que adquiram gestos precisos e adequados.
         A lateralidade corporal assim como a dominância hemisférica e a linguagem estão geneticamente pré-determinadas em nossa espécie, ou seja, existe a possibilidade de se obter estas capacidades, mas é preciso tempo para desenvolvê-las. O ambiente cultural parece ser muito importante, podendo antecipar estas aquisições ou retardá-las, ou ate mesmo proporcionar, no caso da lateralização, definições contrarias a predominância biológica.
        O desenvolvimento psicomotor da criança, em primeiro lugar, é determinado por um desenvolvimento neurológico normal e, em segundo lugar pela experiência vivenciada pelo próprio corpo. As capacidades corporais são adquiridas pela experiência adquirida em atividades diversificadas que vão constituindo um tipo de memória corporal, que é adquirida através da experiência vivida pelo corpo, sendo pré-requisito para as aprendizagens posteriores que requerem habilidades mais complexas. Para que isto ocorra, faz-se necessário que, na ação educativa (pais) e na ação pedagógica (professores), a criança não seja tolhida na sua exploração do espaço e, ao mesmo tempo, se crie um ambiente que favoreça o desenvolvimento de potencialidades.
         “Geralmente na maioria das tentativas de descobrir o mundo exterior evidenciadas pelas crianças, ela é barrada pelos ‘‘não’’ a isto e ‘‘não” àquilo, e as conseqüências não são somente de ordem psíquica, mas como o indivíduo constitui todas essas limitações se tornam como que um ‘’freio’’ no desenvolvimento da criança. Não devemos confundir lateralidade (dominância de um lado em relação ao outro, a nível da força e da precisão) e conhecimento’’esquerda - direita’’ (domínio dos termos e conhecimento de ’’esquerda’’ e ‘’direita’’ ). O conhecimento ’’esquerdo - direito’’ decorre da noção de dominância lateral, é a generalização, da percepção do eixo corporal, a tudo que cerca a criança; esse conhecimento será mais facilmente apreendido quanto mais acentuado e homogêneo for a lateralidade da criança, com efeito, se a criança percebe naturalmente, fazendo parte da estruturação espacial por referir-se a situação dos seres e das coisas , mas estando vinculado a noção de dominância lateral que colocamos essa aprendizagem imediatamente após a da lateralidade. O conhecimento estável da esquerda e da direita só é possível aos 5 ou 6 anos e a reversibilidade não pode ser abordada antes dos 6, 6 anos e meio. De fato esse estudo precede os exercícios de simetria e orientação espacial.
        A lateralidade e a orientação espacial são coisas distintas. A orientação espacial ou direcionalidade, portanto, vai se estabelecendo em função dos estímulos externoceptivos, vindos do meio onde a criança está inserida; já a lateralidade se estabelece em função dos estímulos internos que nascem do corpo, os proprioceptivos. Quanto mais variadas forem as experiências corporais de uma criança, mais rapidamente se processarão os ajustamentos das praxias motoras, onde o movimento desempenha um papel prioritário.
         À medida que se desenvolve a percepção, a orientação espacial da criança vai-se tornando cada vez mais precisa, permitindo movimentos mais definidos, em que a gestualidade passa a desempenhar um papel importante. As limitações que a criança apresenta na orientação espacial podem tornar-se fator determinante nas dificuldades de aprendizagem evidenciadas no período de alfabetização. Partindo da orientação espacial, a criança estrutura seu espaço circundante na identificação e discriminação dos símbolos gráficos.
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É a representação mental do nosso corpo à nível cortical. Conhecimento necessário, na qual o corpo organiza-se no espaço que o rodeia, seus movimentos e ações. É referência para todas as "práxis" que o indivíduo vai construindo e se adaptando ao longo de sua vida. A construção do esquema corporal, se dá através da síntese dos dados proprioceptivos (sensações obtidas pelo próprio corpo), sensorias e esteroceptivos (vindo do ambiente que o corpo atua), "com consequênte integração a nível cortical, seja da atividade estática assim como da tônica e cinética."(BOSCAINI,2006) 
Devemos lembrar que a maturação do sistema nervoso é essencial para que tais sensações sejam percebidas pelo indivíduo. 
O esquema corporal se diferencia da imagem corporal. Podemos conhecer todo nosso corpo (por exemplo, onde está localizado membros, cabeça, e tronco), mas não termos a noção exata de como somos fisicamente. Basicamente para entendermos, um exemplo típico de imagem corporal distorcida, é a de uma pessoa com anorexia, cuja noção da imagem, não é a mesma com a realidade física do seu corpo. 
Na "aprendizagem", a noção corporal global (somatognosia), é fundamental para o processo principalmente da escrita. É através das noções matemáticas que desenvolvemos na infância, pelo corpo, como em cima e embaixo, dentro e fora, atrás e a frente, de um lado e do outro (direita e esquerda), a redor de, que conseguimos ao escrevermos, automaticamente após o aprendizado, saber adequadamente como devem ser colocadas as letras, palavras no papel. Afinal, as culturas tem processos de escritas diferentes. A nossa escrita é alfabética, e no papel acontece da esquerda para a direita, de cima para baixo. No Oriente Médio, já não é da mesma forma. 
As sensações do "toque", propiciam e favorecem o conhecimento do corpo. Por isso, o contato entre professor e aluno dentro da sala de aula, deve acontecer obedecendo-se a aceitação e a solicitação da criança. Isto nem sempre acontece no primeiro momento em que professor e aluno se conhecem. Pode levar dias e meses. Lembrando que o contato muitas vezes, é também com o olhar e através da fala, cuja recepção também tráz sensações agradáveis e desagradáveis.
ORIENTAÇÃO ESPACIAL
 
          De acordo com João Batista Freire a noção espacial se forma a partir da relação da criança com o espaço.
 
         Conforme Francisco Rosa neto, 2002: “Organização espacial é o desenvolvimento das capacidades vinculadas ao esquema corporal e a organização perceptivas tendentes ao domínio progressivo das relações espaciais”.
 
       “Percepção Espacial refere-se às noções de espaço que influem na capacidade para lidar com noções referentes á dinâmica a orientação e estruturação espacial”. (Vayer).
 
       Para Solange Valadares e Rogéria Araújo: ”A organização espacial depende, ao mesmo tempo, da estrutura de nosso próprio corpo (estrutura anatômica, biomecânica, fisiológica e etc.,), da natureza do meio que nos rodeia e de suas características. A percepção que temos do espaço que nos rodeia e das relações entre os elementos que o compõem evolui e modifica-se com a idade e com a experiência. Essas relações chegam a ser, progressivamente, objetivas e independentes”. 
O papel do orientador educacional
Esse profissional zela pela formação dos alunos como cidadãos, ajuda os professores a compreender oscomportamentos das crianças e cuida das relações com a comunidade
Raissa Pascoal 
Na escola, o orientador educacional é um dos membros da equipe gestora, ao lado do diretor e do coordenador pedagógico. Ele é o principal responsável pelo desenvolvimento pessoal de cada aluno, dando suporte a sua formação como cidadão, à reflexão sobre valores morais e éticos e à resolução de conflitos.
Ao lado do professor, esse profissional zela pelo processo de aprendizagem e formação dos estudantes por meio do auxílio ao docente na compreensão dos comportamentos das crianças. Ou seja: enquanto o professor se ocupa em cumprir o currículo disciplinar, o orientador educacional se preocupa com os conteúdos atitudinais, o chamado CURRÍCULO OCULTO. Nele, entram aspectos que as crianças aprendem na escola de forma não explícita: valores e a construção de relações interpessoais.
Por tratar diretamente das relações humanas, o orientador educacional pode ter suas funções confundidas com as de um psicológico. Essa confusão, no entanto, deve ser evitada, porque, embora também lide com problemas de convivência e com dificuldades de aprendizagem das crianças, a função do orientador se aproxima mais do aspecto pedagógico e não da dimensão terapêutica do atendimento.
Para conseguir realizar seu trabalho, o profissional que ocupa esse cargo não pode ficar o tempo inteiro em sua sala, apenas recebendo alunos expulsos da aula ou que desrespeitaram um colega ou um professor. Ele só consegue saber o que está acontecendo na escola, entender quais são os comportamentos das crianças e propor encaminhamentos adequados quando circula pelos espaços e convive com os estudantes.
Esse trabalho também ultrapassa os muros da escola. O orientador deve atuar como uma ponte entre a instituição e a comunidade, entendendo sua realidade, ouvindo o que ela tem a dizer e abrindo o diálogo entre suas expectativas e o planejamento escolar.
Apesar de essas funções do orientador serem essenciais no processo de ensino e aprendizagem, nem sempre as escolas contam com esse profissional em sua equipe. Com ou sem ele, no entanto, o trabalho não pode deixar de ser feito. Da mesma maneira que uma escola sem coordenador pedagógico não deixa de planejar as situações didáticas, uma escola sem orientador educacional não deixa de se preocupar com a formação cidadã de seus alunos. Essa missão deve ser cumprida pelo diretor, coordenador e também pelos professores. 
 
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O papel do orientador educacional
Esse profissional zela pela formação dos alunos como cidadãos, ajuda os professores a compreender os comportamentos das crianças e cuida das relações com a comunidade
Raissa Pascoal 
Na escola, o orientador educacional é um dos membros da equipe gestora, ao lado do diretor e do coordenador pedagógico. Ele é o principal responsável pelo desenvolvimento pessoal de cada aluno, dando suporte a sua formação como cidadão, à reflexão sobre valores morais e éticos e à resolução de conflitos.
Ao lado do professor, esse profissional zela pelo processo de aprendizagem e formação dos estudantes por meio do auxílio ao docente na compreensão dos comportamentos das crianças. Ou seja: enquanto o professor se ocupa em cumprir o currículo disciplinar, o orientador educacional se preocupa com os conteúdos atitudinais, o chamado currículo oculto. Nele, entram aspectos que as crianças aprendem na escola de forma não explícita: valores e a construção de relações interpessoais.
Por tratar diretamente das relações humanas, o orientador educacional pode ter suas funções confundidas com as de um psicológico. Essa confusão, no entanto, deve ser evitada, porque, embora também lide com problemas de convivência e com dificuldades de aprendizagem das crianças, a função do orientador se aproxima mais do aspecto pedagógico e não da dimensão terapêutica do atendimento.
Para conseguir realizar seu trabalho, o profissional que ocupa esse cargo não pode ficar o tempo inteiro em sua sala, apenas recebendo alunos expulsos da aula ou que desrespeitaram um colega ou um professor. Ele só consegue saber o que está acontecendo na escola, entender quais são os comportamentos das crianças e propor encaminhamentos adequados quando circula pelos espaços e convive com os estudantes.
Esse trabalho também ultrapassa os muros da escola. O orientador deve atuar como uma ponte entre a instituição e a comunidade, entendendo sua realidade, ouvindo o que ela tem a dizer e abrindo o diálogo entre suas expectativas e o planejamento escolar.
Apesar de essas funções do orientador serem essenciais no processo de ensino e aprendizagem, nem sempre as escolas contam com esse profissional em sua equipe. Com ou sem ele, no entanto, o trabalho não pode deixar de ser feito. Da mesma maneira que uma escola sem coordenador pedagógico não deixa de planejar as situações didáticas, uma escola sem orientador educacional não deixa de se preocupar com a formação cidadã de seus alunos. Essa missão deve ser cumprida pelo diretor, coordenador e também pelos professores. 
O QUE FAZ O ORIENTADOR EDUCACIONAL?
• Orienta os alunos em seu desenvolvimento pessoal, preocupando-se com a formação de seus valores, atitudes, emoções e sentimentos;
• Orienta, ouve e dialoga com alunos, professores, gestores e responsáveis e com a comunidade;
• Participa da organização e da realização do projeto político-pedagógico e da proposta pedagógica da escola;
• Ajuda o professor a compreender o comportamento dos alunos e a agir de maneira adequada em relação a eles;
• Ajuda o professor a lidar com as dificuldades de aprendizagem dos alunos;
• Medeia conflitos entre alunos, professores e outros membros da comunidade;
• Conhece a legislação educacional do país;
• Circula pela escola e convive com os estudantes.
ORGANIZAÇÃO TEMPORAL
            É a capacidade de avaliar tempo dentro da ação, organizar-se a partir do próprio ritmo, situar o presente em relação a um antes e a um depois; é avaliar o movimento no tempo, distinguir o rápido do lento. É saber situar o momento do tempo em relação aos outros. (Freire, 1999).
CONCLUSÃO
          Depois de ler muito, concluí que a psicomotricidade favorece à criança uma relação consigo mesma, com o outro e com o mundo que a cerca, possibilitando um melhor conhecimento do seu corpo e de suas possibilidades. O desenvolvimento psicomotor depende de fatores genéticos, aspectos do meio ambiente e influências psicológicas que a criança experimenta durante o processo de desenvolvimento, e principalmente a estimulação oferecida seja ela em casa, ou por um profissional na escola. 
           Creio que a educação psicomotora é muito útil para os que necessitam de ajuda em seu comportamento e para o desenvolvimento não só de crianças com alguma dificuldade cognitiva ou afetiva, mas também para se desenvolver socialmente todas as crianças.
          Neste sentido acredito que a Educação Física deve ter como proposta educar através do corpo, proporcionando o desenvolvimento das potencialidades da criança, norteando suas atividades com a finalidade de oferecer a aprendizagem em um ou vários esportes, criar o hábito da atividade física como meio de conservar a saúde física e mental, buscar o equilíbrio sócio-afetivo, tendo como meta o desenvolvimento psicossocial de uma pessoa, buscando desta forma integrá-la melhor no meio no qual está inserida.                   
         A criança tem que conhecer seu corpo, saber seus limites, para assim conhecer o espaço que a cerca, podendo transformar não só este mundo, mas sua personalidade. Então, uma criança que tenha desenvolvido adequadamente o conceito de lateralidade não necessita basear-se só em indicações externas para determinar a direção, ela não precisa, por exemplo, ter um laço de fita amarrado ao pulso para lembrar qual lado é o esquerdo e qual o direito.
        Mas necessita de uma sensação das dimensões espaciais do corpo, tal como em cima e embaixo, que elas normalmente dominam as dimensões em cima-embaixo primeiro, depois frente - trás, e, finalmente,lateral, por ter que distinguir entre dois lados aparentemente iguais, tornando este processo às vezes mais lento, pois existem muitos adultos que ainda encontram dificuldades. Também acredito que a lateralidade corresponde a dados neurológicos, e que também é influenciada por certos hábitos sociais e culturais.
         Acredito que todas as modalidades sensoriais participam em certa medida na percepção espacial, pois as informações recebidas designam nossa habilidade para avaliar com precisão à relação física entre nosso corpo e o ambiente, e para efetuar as modificações no curso de nossos deslocamentos. É da interação e integração das informações externas e internas que provém nossa organização. As crianças elaboram pouco a pouco esta evolução da aquisição de uma dimensão da orientação espacial (direita e esquerda), se estabelece de forma progressiva à evolução mental da criança, a aquisição e a conservação das noções de distância, superfície, volume, perspectivas e coordenadas que determinam suas possibilidades de orientação e de estruturação do espaço em que vive.
 
          Não podemos então deixar que estas noções tão importantes no desenvolvimento passem em branco; devemos proporcionar situações que tenham estas vivências mesmo que mais tarde. Crianças mais estimuladas terão um melhor desempenho. Uma criança que conhece bem seu corpo, suas limitações, que utiliza os movimentos corretamente, melhora em comportamento, podendo até sanar problemas de aprendizagem, sejam na leitura, na escrita, cálculos matemáticos, ou em outros desvios de conduta e comportamento, pois para muitos o que mais precisam é saber se controlar e dominar o próprio corpo. Por isto penso eu que aulas que envolvam jogos e brincadeiras psicomotores são muito úteis no âmbito escolar, pois os alunos devem tomar conhecimento destes conceitos de extrema importância para um melhor rendimento em sala de aula, e nada melhor que aprender brincando, sem o comprometimento com o aprender realmente. 
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Orientação Temporal
A Orientação Temporal tem alguns aspectos semelhantes á estruturação espacial. A criança se organiza de acordo com sua rotina (sono/vigília, antes/depois, manhã/tarde e noite). Crianças pequenas lidam com o presente, porém desenvolvem uma compreensão intuitiva de tempo, não relacionada ao relógio ou ao tempo cronológico. Os conceitos temporais são compreendidos mais tardiamente do que os espaciais.
LE BOULCH (1992) ressalta dois aspectos da percepção temporal: um qualitativo que envolve ordem e organização e outro quantitativo que diz respeito a itervalos ou períodos de duração.
De acordo com MATTOS e NEIRA (2007) todas as nossas ações ocorrem em um determinado tempo e precisam ser organizados dentro dele. O corpo é, então, o que intermedia a relação entre espaço e tempo no meio ambiente.
Ao desenvolver sua Orientação Temporal a criança começa a perceber que tudo acontece em um determinado tempo e, então, aprende a calcular ou prevê-lo. Crianças até seis anos estão adquirindo esta noção e não se deve exigir que consigam realizar determinadas ações que dependem desta habilidade (poi é questão de maturação). Em contrapartida, a criança deve vivenciar estas situações para que consequentemente consiga internalizá-las. O ritmo é a base destas experiências e as crianças aos poucos passam a perceber sua ordenação e duração. “Ao estabelecer um plano de ação e executá-lo, a criança se depara com a necessidade de organizar-se, respeitando a seqüência de ações e ajustando-as ao ambiente que, com freqüência transforma-se” (MATTOS e NEIRA, 2006, p. 36).
 
LE BOULCH (1992) expressa a importância deste ritmo no desenvolvimento das crianças em idade pré-escolar. Ele está presente em diversas áreas da vida humana: nos movimentos, na rotina estabelecida, e até mesmo na natureza (estações do ano, por exemplo).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
ARAÚJO, Rogéria e VALADARES, Solange. Educação Física no cotidiano escolar. FAPI LTDA, 1999.
 
BERGÉS, J. e LEZINE, I. Teste de imitação de gestos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
 
ENDERLE, C. Psicologia do desenvolvimento: O processo evolutivo da criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
 
FONSECA, Vítor da. Manual de Observação Psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artmed, 1995.
 
FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo: Scipione, 1999, 4ª edição (3ª impressão).
 
GALLAHUE, D. L. & OZMUN, J. C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor. Bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2001.
 
HAYWOOD, Kathleen M.e GETCHELL, Nancy. Desenvolvimento motor ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2004.
 
CHAUZAUD, Jacques. Introdução à psicomotricidade. São Paulo: Manole, 1987.
 
LE BOULCH, Jean. Educação psicomotora: a psicocinética na idade pré-escolar. Porto Alegre: Artmed, 2001.
 
LORENZON, Agnes Michel e DELOBEL, Marie. Psicomotricidade: teoria e prática. Porto Alegre: EST, 1995.
 
MEUR A. de. & STAES, L. Psicomotricidade: Educação e Reeducação. São Paulo: Manole, 1991.
 
MORAES, Roberto Marques. Recreação e Jogos escolares: o movimento Infantil.
Florianópolis: Ceitec, 2002, 8ª edição.
 
NEGRINE, Airton. Manual de Observação Psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artmed, 1986.
 
ROSA NETO, Francisco. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 2002. Capturado em: http://www.psicomotricidade.com.br

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