Trabalho de visita a ONG

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
UNIVASF
COLEGIADO ACADÊMICO DE PEDAGOGIA
POLO ITABERABA 
Discentes: Viviane Souza Carvalho
Maria Luíza
Getro
 REGISTRO DE VISITA A ONG SEJA SEMENTE
 
A organização não Governamental SEJA SEMENTE, foi iniciada por pessoas em Salvador e Recife em 2014 e logo em seguida as das cidades de Juazeiro e Petrolina também aderiram a ONG, que tem como objetivo promover a justiça social, por meio de trabalhos voluntários (são mais de quinhentos participantes), e de ação solidária, perpetuar os trabalhos desenvolvidos e ajudar a todos àqueles que precisam de apoio para ter uma vida digna, não tem sede própria e ajudam instituições em vários segmentos, dentre eles está uma creche situada em Juazeiro-BA, Casa Lar Maria de Nazaré, mais conhecida como Creche de Dona Raimunda, na rua Nossa Senhora de Nazaré, nº 01, Bairro Palmares II.
Tal creche foi fundada em 1997 por uma senhora chamada Raimunda Dias da Silva e seu esposo Jessuilson Rodrigues Ribeiro, que começou atendendo três crianças e mesmo depois do falecimento do esposo vêm desempenhando um papel de suma importância na cidade de Juazeiro atendendo hoje quase setenta crianças de um a quinze anos, que os pais têm problemas com álcool, prostituição, desemprego e maus tratos.
Algumas crianças passam o dia inteiro, outras passam a semana e outras são deixadas lá de vez sem ter mais contatos com os pais biológicos.
A instituição é mantida por doações de pessoas físicas, jurídicas, sociedades pias e pelo amor e dedicação de Dona Raimunda e dos voluntários. Uma das funcionárias da instituição chama-se Ana Maria de Fátima Pacheco que a ONG SEJA SEMENTE, paga seu salário, que vale salientar não chega a ser um salário mínimo completo. 
Ela que recebeu nossa equipe de trabalho e nos mostrou sua rotina e as atividades da creche.
Na entrada percebemos a carência das crianças a nos abraçarem sem cessar e perguntando se tínhamos vindo para entregar material. A maioria das visitas é para isto. Entregar suprimentos, que a administradora nos relatou que a necessidade maior é da “mistura”, que são carnes e outros ingredientes que contem proteína, e nos pediu também para ajudar, mas sendo de muita ajuda todas as doações e dia 02/02/2018 tem ação dos voluntários do SEJA SEMENTE de entregar material escolar.
O trabalho da funcionária consiste em ajudar as crianças com as tarefas escolares e desenvolver as competências: técnicas, cognitivas e emocionais, nos moradores e passantes da creche. Técnicas porque ajuda na escrita e leitura das tarefas escolares. Cognitivas porque tenta estimular a compreensão destas atividades de forma autônoma e emocionais porque mesmo com problemas domésticos estas crianças têm rendimentos escolares sofríveis mas com crescimento.
De forma direta e indireta é trabalhado nas crianças tolerância e coerência já que todas têm problemas familiares parecidos e com causas alheias as suas vontades.
Com material escasso e muita criatividade é desenvolvida atividades para educação popular, com uma nova epistemologia baseada no profundo respeito e pelo senso comum tendo os problemas sendo debatidos entre eles e tentando encontrar as soluções dos mesmos que são vividos fora. Tendo este ambiente acolhedor e de profundo amor ao próximo. 
 A educadora ao misturar no mesmo ambiente de ensino as várias idades de alunos e passando valores éticos e morais com base na religião católica (que também contribui financeiramente com a creche), cria a identidade das crianças voltadas para o social e ajuda mútua de todos os envolvidos, debatendo de forma lúdica os problemas vividos na escola e como podem resolver suas atividades e quais seus interesses sem ter a imagem de quem sabe mais é o professor, porque uns ajudam os outros e a profissional que estimula tal prática tendo como referência nela a mãe/pedagoga/pessoa de confiança/exemplo/amiga em uma única e são estimuladas também a falarem as brincadeiras mais “legais” e os brinquedos que queriam ter. Contadores de Histórias também fazem rodas de conversa quando passam por lá.
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” Paulo Freire, pág 39, 1970.
Uma das atividades mostra a história de Juazeiro nas datas comemorativas, cultivando símbolos da cidade e tendo a bandeira mostrada na instituição.
A data mais festejada e esperada é o dia das crianças que as contribuições financeiras aumentam e as doações são mais generosas. Pessoas se fantasiam e entretém as crianças de forma agradável e tem o dia diferente dos demais. Assim como o natal que também recebem visitas de estudantes de psicologia que fizeram brincadeiras no natal passado.
Mesmo sem conhecer a obra de Paulo Freire esta funcionária, ver a diversidade e a possibilidade de ensinar nos “mundos possíveis” dos outros sem acusação sobre os pais das crianças, apenas vendo e se doando ao “mundo” das crianças que a instituição atende suas necessidades e como podem se tornar pessoas melhores e multiplicadores das generosidades vividas naquele ambiente.
Neste ambiente é vivenciado o diálogo e compreensão tão enfatizados na obra de Freire, Pedagogia do Oprimido, e não é a obra diretamente é o que ela traz em si de querer ajudar ao próximo e de forma altruísta o faz de maneira possível dentro da realidade que também faz parte, já que mora no bairro e demonstra neste universo vivenciado que todos podemos contribuir um pouco se quisermos para fazer a diferença e contribuir para uma vida mais digna e melhor para os demais que nos rodeia e que a tanto tempo está na cidade e se não fosse este trabalho sugerido por esta disciplina talvez nunca conhecesse.
Freire era um otimista e sempre acreditava nas pessoas, conhecendo Dona Raimunda e Fátima, vemos o quão grande pode ser o ser humano e como são iluminados e sabem o que são ser HUMANOS.
Registros fotográficos 
Entrada da creche 
Fátima ( funcionária), Viviane, Maria Luíza e Getro
Fátima ( funcionária), Viviane, Maria Luíza e Getro
Maria Luiza, Dona Raimunda, Viviane, Getro
Referências: FREIRE, Paulo – Pedagogia do Oprimido, 17º edição. Rio de Janeiro, Paz e Terra 1970.
LINS , Sofia, entrevista dia 23 de janeiro de 2018, voluntária coordenadora do SEJA SEMENTE.
PACHECO, Ana Maria de Fátima, entrevista dia 26 de janeiro de 2018, funcionária da Casa Lar, Maria de Nazaré.