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UNIDADE II: TEORIA DO ESQUEMA Teorias Cognitivas da Personalidade Psicologia - 4º período Profª. Ana Clara Aubin O que o paciente realmente precisa saber? Metas no trabalho com EIDs • Psicoeducar os pacientes sobre seus EIDs, suas origens e seu caráter adaptativo inicial; • Levar o paciente a perceber que foram frutos de Necessidades Emocionais não supridas pelos cuidadores; • Mostrar como os EIDs tinham sua ativação no passado e na atualidade (mesma raiz); • Fortalecer Esquemas inicias adaptativos, assim como estratégias de coping decorrentes. O papel preventivo da terapia do esquema na infância • Intervenções psicoterápicas na infância, além dos benefícios em curto prazo, são também fundamentais em seu papel preventivo, considerando que sintomas preditoras de transtornos mentais graves na vida adulta. • Muito embora os esquemas de personalidade ainda estejam em processo de formação nesse período da vida, a TE também pode ser adaptada ao público infantil de forma inovadora e preventiva (Wainer, 2014) Estratégias terapêuticas para prevenção dos EIDs na infância • Na TE, um dos focos mais importantes no trabalho com crianças é o auxílio aos pais (psicoeducação), que tem por objetivo habilitá-los a suprir adequadamente as necessidades emocionais dos filhos, prevenindo, assim, os EIDs. Para tanto, inicialmente, é necessário realizar uma avaliação profunda da criança, avaliando-se a fase do desenvolvimento emocional, aspectos do seu temperamento, sintomas (internalizantes e externalizantes) e detalhes da história de vida, a fim de identificar as necessidades emocionais não supridas, o que facilita a elaboração de estratégias terapêuticas ideais para o caso. • O terapeuta deve ainda, realizar o trabalho de reparar a criança nas necessidades que precisam ser satisfeitas. Necessidades emocionais do desenvolvimento Algumas atitudes parentais reparadoras Vínculo seguro • Expressar afeto, estabelecendo a noção de vínculo seguro com carinho; • Validar emocionalmente, conectando-se e mostrando à criança que ela está sendo compreendida; • Mostrar interesse e averiguar se as necessidades de cuidado do filho estão sendo atendidas; • Estabelecer na rotina diária um período em que possam ficar juntos, enfatizando a importância de ter esses períodos íntimos com qualidade; • Abraçar, acariciar e olhar a criança nos olhos; • Demostrar estabilidade emocional. Autonomia e competência • Reforçar as competências dos filhos, aumentando sua autoconfiança e a capacidade de se individulizar; • Estimular adequadamente na criança atitude e autonomia, de forma gradativa (considerando a idade), como por exemplo, optar pelo jorgo que gostaria de brincar e escolher a roupa que quer vestir para ir à escola, instigando-a para a realização de tarefas cotidianas por conta própria. Necessidades emocionais do desenvolvimento Algumas atitudes parentais reparadoras Limites realistas • Estabelecer uma rotina definida com disciplina, fazendo os filhos sentirem-se mais estruturados internamente e ser mais responsáveis com suas atividades; • Ao estabelecer limites, procurar sempre olhar nos olhos e dar as instruções adequadas à idade, com frases simples e curtas; • Usar um tom de voz firme, mas sem gritos e ofensas; • Elogiar o cumprimento das regras; • Quando possível, explicar os motivos das regras; • Sempre relacionar os castigos ao comportamento inaceitável • Considerar se as regras e castigos estão adequados para a idade. Expressão assertiva dos sentimentos e escolhas espontâneas • Ter momentos familiares felizes e de lazer, mostrando a ela que não é errado se divertir e ser espontâneo; • Brincar com o filho, servindo como modelo de diversão e espontaneidade; • Demonstrar sentimentos e emoções. Validação das necessidades e emoções • Estimular a liberdade em realizar espontaneamente os seus próprios desejos, fazendo a criança entender que precisa haver um equilíbrio entre suas necessidades e as dos outros; • Não condicionar o amor e aceitação a passividade e submissão; • Preservar a criança do envolvimento excessivo em problemas familiares Necessidades emocionais do desenvolvimento Algumas atitudes parentais reparadoras • Os esquemas parentais são de extrema importância para a relação saudável com seus filhos. • É de extrema importância identificar os EIDs dos pais que dificultam a evolução do tratamento. Quanto mais autoconhecimento e conhecimento das suas situações ativadoras de EIDs os cuidadores tiverem, mais preparados estarão para lidar com as dificuldades da parentalidade. • Os esquemas parentais adaptativos auxiliam para que os cuidadores não sejam dominados por sentimentos negativos como medo, raiva e desconfiança, mas, sejam nutridos de sentimentos como interesse, orgulho e amor. Em contrapartida, pais com fortes EIDs são, com frequência, dominados por ativações esquemáticas que interferem de forma destrutiva na criação dos filhos. Por isso, em muitos casos, os cuidadores devem ser encaminhados para terapia individual. Armadilhas e dicas • Quando se inicia um processo terapêutico com crianças, é importante alertar os cuidadores que a terapia reorganizará o sistema familiar e que, apesar de, inicialmente, essa reorganização parecer desconfortável, deixará a família mais saudável. Essa conversa inicial pode prevenir o abandono precoce do tratamento. • É extremamente necessária uma avaliação adequada do sistema familiar em que a criança está inserida. Muitas vezes torna-se fundamental um encaminhamento dos cuidadores para terapia individual, de casal ou família • Casos de abuso sexual e violência doméstica devem ser tratados seguindo protocolos específicos de proteção infantil, priorizando medidas protetivas mais drásticas quanto à interrupção dos abusos. Armadilhas e dicas • Nos casos em que a estrutura familiar é muito caótica, o terapeuta deve engajar outros cuidadores no processo psicoterápico, com avós, babás ou professores, por exemplo. • O terapeuta deve servir como modelo de como os pais devem agir com os filhos. • Muitas vezes, o terapeuta será a relação mais saudável da criança, portanto, terá um importante papel de reparentalização. • Na adaptação do trabalho com os modos esquemáticos para a terapia infantil, é bastante válida a utilização de personagens de desenhos e histórias infantis. Exemplo clínico (Wainer, 2016)
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