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I ZOOTECNIA, CIÊNCIA E ARTE DE CRIAR Cet illustre agronome (GASPARIN) donna, comme on lê sait, à l’art de produire et de améliorer les animaux le nom de Zootechnie. EMILIE BAUDEMENTE eut ensuite la gloire de formuler la nouvelle doctrine zootechnique dans ses cours et dans petit nombre de travaux qu’il a légué à la postérité – GUY DE CHARNACÉ (Preface – Príncipes de Zootechnie – Pg. VIII. – Paris – 1869. E. BAUDEMENT). 1 A arte de criar A criação dos animais domésticos foi uma das primeiras realizações do homem primitivo, com o fim de satisfazer seja seu totemismo, seja sua necessidade de nutrição, ou para se proteger contra os rigores do clima. Como adiante se verá o primeiro contato pacífico do homem, com os animais, foi criá-los com intuito religioso, mais ou menos vago, esperando que da companhia deste, ou daquele animal, lhe adviria boa sorte; ou como distração. Isto depara até entre os indígenas do Brasil, e passou mesmo aos primitivos povoadores, sobrevindo ainda sob a forma de superstição entre os civilizados. Por outro lado, parece que desde que escassearam os alimentos espontâneos: os frutos silvestres, a caça e o peixe, o homem primitivo começou a criar animais também para seu sustento, aproveitando ainda a pele deles para agasalho do corpo. Vemos hoje que nas regiões de clima mais rude, pobres ou nulas de recursos naturais, é onde se encontra o homem, ainda não evoluído socialmente, criando uma ou outra espécie doméstica, que lhe serve de auxiliar indispensável nessa sua vida primitiva: assim podem ser citados os habitantes das regiões árticas, com a Rena; as populações andinas primitivas, com a Lhama e a Alpaca. A criação dos animais domésticos surgiu, pois, com a própria domesticação das espécies e vice-versa. Tal é o que se pode apurar quanto à criação dos animais na pré- história. Ao se passar pela história, propriamente, ver-se-á que todos os povos primitivos: os árias da Ásia Central, os babilônios, os hititas, os semitas, os protomongóis e os proto-egípcios foram povos remotamente criadores; todos tinham nos animais domésticos, auxiliares indispensáveis e insubstituíveis para sua subsistência e para sua civilização. E daí por diante, quanto mais nos aproximamos do presente, mais deparamos os animais domésticos ao lado do homem, sendo criados e cuidados por ele, com o mais justificado dos zelos. A arte de criar, portanto, nasceu com as primeiras necessidades da humanidade, e através dos tempos, até hoje, vem sendo praticada sempre, numa comprovação de seu grande valor como elemento insubstituível em todas as modificações sucessivas do progresso humano, isto é, como fator básico de nossa civilização. Mas, no seu evoluir, a criação dos gados passou primeiro por uma fase típica e fatalmente empírica, e depois entrou na fase científica, na qual hoje se encontra, ou técnica para dizer melhor, mas com base científica. 2 A ciência de criar A criação dos animais domésticos só começou a ser considerada um ramo de estudos à parte com a instalação do Instituto Agronômico de Versailles, em 1848, graças à distinção estabelecida pelo Conde de Gasparin entre técnica agrícola e criação. 1 Desligou-se da agricultura, individualizando-se, constituindo um corpo independente de doutrinas, ao qual o próprio Gasparin batizara com o nome de Zootecnia, tirando-o do grego: zoon – animal, e technê – arte, e pela primeira vez aplicando-o no seu célebre livro Cours d’Agriculture (1ére edict. Paris, 1844. pág. 15). Na Europa, o termo Zootecnia generalizou-se entre os povos latinos, e ainda na Alemanha onde é adotado. Nos Estados Unidos não logrou ser usado, apesar de que a palavra Zootechny consta da Cyclopedia of American Agriculture, e ter sido preferido pela Associação das Escolas de Agricultura, e empregado no seu Memorial de 1899, quando foi feita a sugestão vitoriosa, de incorporar o estudo da exploração do gado, no curso de Agricultura. O Memorial propunha, então, adotar-se a palavra Zootechny “para indicar de modo definido o caráter científico desse curso”1. Não é para admirar-se que nem ingleses, nem americanos tenham adotado a palavra. Trata-se de povos que também deixaram de adotar o sistema métrico decimal. Até essa época, a criação estava mergulhada no mais absoluto empirismo, e não havia a guiá-la nenhum corpo de doutrinas. Todos os tratadistas, ao se referirem à arte de criar, faziam-no relatando a prática dos pastores das regiões que estudavam. Assim a literatura dos diversos povos está mais ou menos cheia de obras ensinado a cuidar e criar os animais domésticos, obras essas que mais não são do que um conjunto de regras empíricas, na maioria das vezes sob a forma de conselhos, tratando da higiene, da alimentação, do trato, da descrição das espécies e, algumas vezes, tangenciando o modo de reprodução das mesmas. EPICARNUS (540 a.C.) é, talvez, senão certamente, o mais antigo autor de livro tendo como objetivo os animais domésticos, com o seu Tratado de Medicina Veterinária e Higiene do Gado, que não veio até nossa época. HERÓDOTO, com a sua História; XENOFONTE, com a sua Equitação e com a Caça; ARISTÓTELES, com a sua História dos Animais; o próprio HORÁCIO, PLÍNIO, VERGÍLIO, com suas Geórgicas e suas Bucólicas; CATÃO, VARRÃO, COLUMELA com sua célebre De Re Rustica – todos foram escritores geopônicos de nomeada, os quais trataram, uns mais e outros menos minuciosamente, da arte de criar, da higiene, do valor dos animais domésticos. MAGON de Cartago, ao qual os autores latinos conferiram o título de pai da agronomia, pelo seu livro não reencontrado, versando sobre agricultura, deve ser incluído nessa lista de autores que versaram sobre coisas da agricultura, inclusive os animais domésticos. A seguir, deve-se citar a atividade dos árabes e sua marcada predileção pelo Cavalo, cuja criação foi considerada ato religioso por MAHOMET. A preocupação deles, pelas coisas da criação e da hipologia, facilmente é denunciada pelo número de sábios, que se intitulavam veterinários ou filhos de veterinários. O famoso tratado de agricultura, de IBN-AL-AWAM, intitulado Kitab al Felanah, e que era “uma verdadeira compilação de todas as obras grego-latinas e próximo ou extremo-orientais” (SENET, 1953), onde se encontravam 35 capítulos destinados à criação e à higiene e doenças do gado, - data do século XII. Depois, já perto dos tempos presentes, seguem-se as aplicações práticas, admiráveis, dos criadores ingleses, com BAKEWELL à frente, cujo trabalho de melhoramento do gado feito empiricamente, foi um dos grandes passos na arte de criar, não só do ponto de vista prático, como teórico, pois o que BAKEWELL, COLLING, BAATHS, WEBB, MAC COMBIE, TOMKINS realizaram, como pioneiros – a seleção e o aperfeiçoamento das raças inglesas de gado – não foi menos do que uma demonstração experimental utilíssima, até certo ponto, para a comprovação de certos princípios teóricos, hoje dominantes em genética animal. 1 A.C. True- A History of Agricultural Edution in the U.S.A 2 Ao lado dessas afirmações práticas imorredouras, devem-se citar os trabalhos de ensinamento, dispersos todos, visando à utilização dos animais domésticos como esporte, como motor animado, como parte integrante das explorações agrícolas, etc., que demonstram não se haver interrompido aquele interesse dos autores pelo gado, como fator econômico, e parte integrante das fazendas. Assim, tem-se CH. ETIENNE e JEAN LIBAULT, com sua Agriculture et Maison Rustique, editada em 1565, com sua parte dedicada aos animais domésticos; OLIVIER DES SERRES, com seu Theâtre de l’Agriculture, vindo à luz em 1600; BUFFON,CAMPER, PALLAS, DAUBENTON, TESSIER, GILBERT, CARTIER, BOURGELAT que, em 1762, inaugurava o ensino da veterinária em Lyon; ROZIER, MOREL DE VINDÉ, MONTEMART, TERNEAUX, J.B. HUSARD, CARLIER com seu Traité dês bêtes à laine (1770); BRUGNONE, com o Trattato delle razze di Cavalli (1781) etc. O cunho de todos esses trabalhos, a orientação desses autores e de todos os que se seguiram até BAUDEMENT eram, porém, empíricos, de tal modo que o animal doméstico passou a ser considerado como “mal necessário”. A arte de criá-lo não passava de uma dependência do Curso de Agricultura nas escolas, e, mais ainda, mascarada sob títulos tais como Higiene dos Animais Domésticos, Higiene Veterinária Aplicada, Economia do Gado, Hipologia, etc. Tal orientação era apoiada por dois agrônomos eminentes: THAER, na Alemanha, e DOMBASLE, na França, os quais consideravam os animais domésticos como simples motores animados, destinados ao amanho das terras, ao transporte dos produtos agrícolas, ou ainda como meros produtores de estrume. O ponto de vista utilitário era, então, muitas vezes sacrificado pelo gosto de ter animais bovinos, segundo os rigores da Hipologia, ou chegava-se ao absurdo, não raramente, de pretender eliminar, das explorações agrícolas, o animal doméstico, considerado como peso morto. Em 1824, DOMBASLE estabelece uma escola, a célebre Escola de Roville, para o ensino da agricultura, onde se propaga, justamente, a noção de que o gado devia ser considerado um mal “necessário”. A título de ilustração veja-se, por exemplo, o que escreveu o Barão CRUD, citado por CORNEVIN, no seu livro Economie theórique et pratique de l’Agriculture: “O gado é um mal necessário na exploração rural; digo mal, porque a maioria das vezes sua conta se fecha com prejuízo, se pelo menos se atribui aos animais, não somente todos os gastos que ocasionam, os cuidados que exigem e as forragens que consomem, mas também o interesse do capital que representam, os riscos que este corre e sua sensível depreciação”. Essa era a linguagem da época. Peso morto, inutilidade ou mal necessário, tal era o conceito em que se tinha o animal doméstico, até 1848, ano em que foi criado o Instituto Nacional Agronômico, em Versailles. Com a criação desse Instituto, desligou-se, sob a inspiração de GASPARIN, o estudo dos animais domésticos do curso de agricultura, constituindo-se 3 Figura 1 – Robert Bakewell (1726 – 1795) o genial criador inglês, que estabeleceu empiricamente o método zootécnico de melhoramento do gado, que hoje se denomina seleção racial genealógica consangüínea. “The master breeder of the past” segundo Rice (1951). em cátedra que recebeu o nome anteriormente proposto por ele (1844), para designar o novo conjunto de conhecimentos, referentes à produção animal. Segundo o regulamento do Instituto, conta-nos LÉOUZON (1925), os candidatos às cadeiras de professor deviam expor, numa tese, o plano de ensino da matéria que desejavam lecionar. O programa de um dos candidatos, um jovem naturalista1 chamado EMILE BAUDEMENT, identificava-se tão perfeitamente com o pensamento que presidira à fundação do Instituto Agronômico, que todas as simpatias se voltaram para ele. Esse concurso, realizado em fins de 1849, foi brilhante, e BAUDEMENT granjeou por isso a aprovação unânime dos membros do júri, cujo presidente era o Conde de GASPARIN. Foi-lhe entregue, então, a regência da cadeira, na qual o jovem “não faltou às esperanças nele depositadas”. De fato, com BAUDEMENT, pode-se admitir que nasceu enfim a Zootecnia, como um corpo de doutrinas carentes de uma base científica. Na sua dissertação, explicando o programa da nova ordem de estudos, ele afirmava: “Dire que la zootechnie est une science c’est exprimer um voeu et um besoin plutôt que constater um fait...” Mas, sua glória indiscutível está no fato de haver, por primeiro, determinado, e com que precisão, o papel do animal doméstico, na exploração rural, até então considerado uma inutilidade, um peso morto, um “mal necessário”. Para a Zootecnia – escreveu ele, no livro que deixou por terminar2, e confirmando suas lições orais – os animais domésticos são máquinas, não no sentido figurado da palavra, mas na sua acepção mais rigorosa, tal como a admitem a mecânica e a indústria. São máquinas da mesma sorte que as locomotivas das estradas de ferro, os aparelhos das usinas onde se destila, onde se fabrica o açúcar, a fécula, onde se tece, onde se reduz a pó, onde se transforma uma matéria qualquer. São máquinas que dão serviços e produtos. Os animais comem, são máquinas que consomem e que queimam certa quantidade de combustível, de certa espécie. Eles movem-se: são máquinas em movimento obedecendo as leis da mecânica. Produzem leite, carne, força: são máquinas fornecendo um rendimento, por uma determinada despesa. Essas máquinas animais são construídas segundo um plano, são compostas de elementos determinados, de órgãos como se diz em anatomia e também em mecânica. Todas suas partes têm função certa, conservam entre elas certas relações, e funcionam em virtude de determinadas leis, para produzirem trabalho útil. A atividade dessas máquinas constitui sua própria vida, que a fisiologia resume em quatro grandes funções: nutrição, reprodução, sensibilidade, locomoção. Esse funcionamento que caracteriza a vida é também a condição de nossa exploração zootécnica, a causa de despesas e de rendimentos, que devem ser balanceados de maneira a atenuar os preços de custo, para aumentar os lucros. Mas essas máquinas admiráveis foram criadas por mãos muito potentes: os homens não foram chamados a estabelecer as condições de sua existência e de sua marcha, e para conduzi-las, multiplicá-las, modificá-las, mas devem conhecê-las sob pena de destruí-las e deixar todo trabalho, todo tempo, todo capital serem levados no jogo fatal de suas engrenagens. Quanto mais e melhor se conhecer a construção dessas 1 Não é de se admirar que o primeiro zootecnista tenha sido um naturalista. Umboldt – o primeiro grande geógrafo – foi também um naturalista que teve a experiência das viagens que empreendeu, lembra Prado Júnior (1953). 2 Les races Bovines au Concours Universelle Agricole de Paris em 1856. Atlas avec introduction et texte – Paris, 1862. (Somente a introdução foi impressa, pois, como já foi dito, ele deixou inacabado esse trabalho). 4 máquinas, as leis de seu funcionamento, suas exigências e seus recursos, mais e melhor se poderá entregar com segurança e vantagem na sua exploração. Não se poderia dizer melhor, exclamou SANSON. Aí nestas poucas linhas, está o fundamento de toda a Zootecnia. Com essa concepção admirável dos animais domésticos é que a ciência zootécnica pode prosperar, pode aperfeiçoar-se, absorvendo e aplicando o que a química bromatológica, a biologia, particularmente a genética e a higiene foram descobrindo e criando de novo. O animal doméstico é, então, uma máquina viva transformadora e valorizadora de alimentos. Como se vê, a arte de criar animais é remota e a ciência relativamente nova. Até antes de BAUDEMENT reinava o empirismo, não nascera a Zootecnia. Mas a ciência não passa de uma sistematização do empirismo mesmo. È que toda ciência, como explicou A. COMTE, começou sendo empirismo. A experiência prática o que faz é fornecer dados, desordenadamente. A ciência observa as condições dessas experiências, repete-as e deduz as leis, tudo com ordem, com método. Daí muitas vezes os equívocos do prático nas suas afirmações, que não podem ser generalizadas; daí também ocaráter geral da ciência e a maleabilidade de sua doutrinação, que encara particularmente cada conjunto de condições para orientar a prática. Entregando-se, portanto, o animal doméstico à ciência, a Zootecnia desde então (1848-1850) deixou de ser apenas uma arte que se aprende na “lida” com o gado, para ser também uma ciência aplicada, que se há de aprender, não no campo, mas nos livros, nos laboratórios, nas fazendas experimentais, enfim, em todo lugar onde o animal doméstico possa ser observado e submetido a experiências do domínio da biologia. A Zootecnia não é mais nem menos do que um ramo da biologia, daí a insuperável síntese de CLAUDE BERNARD, ao considerá-la como a “Zoologia experimental”. E, sendo um ramo da biologia, temos que aprendê-la no manuseio dos livros, que contêm o acervo das observações e experiências dos antepassados e dos contemporâneos; no laboratório, submetendo o animal a ensaios biológicos, cujos resultados devem constituir o ensinamento para o criador, para o explorador dos gados; na observação dos animais e dos vários meios de criá-los. Observar e experimentar, eis os dois caminhos para se tornar a Zootecnia uma ciência. E esta é uma velha afirmação, que se depara em CORNEVIN, o pai incontestável de todos os Zootecnistas latinos. “Para estabelecer a Zootecnia, escreveu ele, é necessário que a observação e a experimentação sejam empregadas paralelamente. A segunda comprova e reforça a primeira; sem sua intervenção, a Zootecnia permaneceria apenas um conjunto de doutrinas, não seria uma ciência”. Mas, para observar, é preciso viajar, por isso diz ele também: “A Zootecnia está no mesmo caso que vários outros ramos da história natural, notadamente a botânica e a geologia, que não podem ser dominadas a fundo se não se pesquisou bastante”. E para experimentar só se tendo o laboratório, a fazenda experimental. 3 Definição Que é Zootecnia? Muitos já responderam a esta pergunta. Há vinte séculos, VARRÃO escrevia: “A ciência do gado consiste em comprá-lo e alimentá-lo, a fim de tirar o máximo possível de dinheiro da coisa mesma de onde vem a palavra dinheiro, pois pecúnia, dinheiro guardado, é derivado de pecus, visto como o gado era considerado a fonte de toda a riqueza”1. Daí passar para BAUDEMENT, o fundador do novo ramo de conhecimentos 1 Pecus omnis pecuniae fundamentum est – ditado romano citado por vezes reduzido a “Pecus pecunia est”. Em Homero (Odysseia) lê-se que Laertes comprou Euricleia, filha de Ops. E ama de Telêmaco, por 20 bois... 5 humanos em 1848-1849, como já visto, tendo-se então: “A Zootecnia é o estudo da exploração dos animais domésticos pela indústria agrícola”. Em 1891, CORNEVIN escrevia no seu Traité de Zootechnie Générale: “Hoje a Zootecnia, sem esquecer seu caráter peculiar tecnológico, que não deve perder, aproxima-se estreitamente das ciências naturais propriamente ditas. É para ela uma condição de progresso, pois a maioria dos problemas, que aborda, interessa vivamente à biologia geral, e só podem ser resolvidos pelos métodos usados por esta”. E definiu-a como sendo a parte da história natural, que trata dos animais domésticos; é uma ciência tecnológica, pois ela determina as aplicações que decorrem das noções sobre as quais se apóia. Para E. GAYOT, a Zootecnia não é nem a higiene, nem a zoologia, nem a história natural, nem a economia do gado, propriamente dita, mas a cada um desses ramos da ciência universal ela toma suas noções, seus ensinamentos, para reuni-los aos da economia rural e da economia social no que elas se relacionam com o melhoramento dos animais, constituindo um todo, um conjunto muito bem determinado pela nova expressão. SANSON já preferiu resumir, dizendo: “É a ciência da produção e da exploração das máquinas vivas”. RAQUET doutrinava: “É a parte da história natural, que trata dos animais domésticos, e ensina os princípios a seguir para produzi-los e explorá-los com proveito”. DECHAMBRE, por sua vez, opinava que seu fim é estudar os processos que permitem obter dos animais a melhor utilização e o rendimento mais elevado. Finalmente ZWAENEPOEL preferiu defini-la como a “arte da exploração racional e industrial dos animais domésticos, é a bem dizer a tecnologia animal”. Querendo-se aproveitar o pensamento de RICHET, pode-se ainda dizer que a Zootecnia é “a biologia animal pragmática”, (usual), isto é, a biologia dos animais úteis, é a zoologia que tem uma utilidade prática, imediata, é a zoologia utilitária, econômica. Do ponto de vista filosófico, pode-se considerá-la, como visto por CLAUDE BERNARD, como a “Zoologia experimental”. Mas de tudo isso se pode depreender uma coisa: o seu objeto é o animal doméstico, considerado como máquina viva. E seu fim, então, é o estudo da exploração econômica do animal doméstico. Como se verá adiante, o criador explora certas funções do organismo animal. Para explorá-las faz-se mister conhecer essas funções, e o conhecimento das funções dos animais é biologia. Essa exploração das funções produtivas ou econômicas dos animais domésticos, contudo, tem de ser feita dentro de limites marcados pelas leis econômicas, aplicadas à agricultura, leis do domínio, portanto, da economia rural. O objetivo da Zootecnia não é então, como se pode ver, fazer somente o animal produzir, é preciso fazê-lo produzir economicamente. E é precisamente a intervenção de certas considerações econômicas o que vem caracterizar a Zootecnia. Pelo exposto se depreende que o assunto deste estudo não pode constituir uma ciência pura. É óbvio que se trata de uma ciência aplicada e de uma arte. Ciência aplicada quando procura estudar as leis gerais e especiais, que regem a vida dos animais domésticos. A Zootecnia é ciência quando investiga, por meio da observação e da experimentação, os fenômenos biológicos, que se passam nos animais domésticos pelo homem explorados, em determinado ambiente natural ou artificial. É arte, e arte difícil, quando o homem, utilizando tais princípios teóricos, cria o animal e orienta sua produção e multiplicação, disso auferindo renda. “A Zootecnia, concorda WINTERS (1954), porta-se como uma ciência e como uma arte. É uma ciência porque, para se ver versado em seus princípios, precisa-se ter 6 uma compreensão dos meios pelos quais a reprodução e a hereditariedade se realizam”, (e a nutrição animal e demais fenômenos fisiológicos ligados à produção do gado, convinha acrescentar). “Na sua aplicação prática, continua ele, é ela, entretanto, mais uma arte do que uma ciência. É uma arte porque seus resultados não são exatos, mas aproximados. Na criação, dois mais dois nem sempre são quatro; às vezes podem ser cinco, o que quer dizer que o criador trabalha com inteligência; porém freqüentemente é igual somente a três”. “A Zootecnia é uma ciência e uma arte” – disse ZWAENEPOEL (1922). Para acrescentar: “Ela tem orgulho de esclarecer a prática, mas deve ter a modéstia de se instruir com fatos novos adquiridos pela experimentação e a observação”. Como ciência aplicada tem-se a Zootecnia geral estudando o animal, a raça, as espécies domésticas, as leis que regem as variações e a transmissão genética dos atributos étnicos e os econômicos, os princípios da bromatologia animal, a biotecnologia, etc., enfim o conjunto geral de princípios biológicos, que devem fornecer ao homem os meios de fazer o animal produzir e melhorar sua produção. Como arte, tem-se mais propriamente a Zootecnia especial ou especializada, cujo escopo é a exploração econômica de determinada espécie animal, mediante regras tiradas daqueles princípios teóricos gerais e daprópria experiência realizada na exploração zootécnica desses animais mesmos. Daí ela se dividir em tantos ramos quantas as espécies domésticas assim: Zootecnia do cavalo – Eqüinocultura ou Eqüinotecnia; do cavalo, jumento, burros e mulas - Eqüideocultura; do Boi – Bovinocultura ou Bovinotecnia; do Carneiro – Ovinocultura ou Ovinotecnia; da Cabra – Caprinocultura; do Búfalo – Bubalinocultura ou Bubalinotecnia; do Porco – Suinocultura ou Suinotecnia; do Cão – Canicultura ou Cinotecnia; do Gato – Felinocultura; do Coelho – Cunicultura; das Aves – Avicultura; da Galinha – Galinocultura; da Codorna – Coturnicultura; do Avestruz – Strutiocultura; da Abelha – Apicultura; da Abelha sem ferrão – Meliponicultura; do Bicho-da-seda – Sericicultura; do Caracol ou Escargot – Helicicultura. O conjunto de culturas realizadas na água tem o nome de Aqüicultura quando a espécie vive parte ou por toda a vida no ambiente aquático. Essas culturas são: Zootecnia dos Peixes – Piscicultura; dos Camarões – Carcinicultura; das Rãs – Ranicultura; das Ostras – Ostreicultura; dos Mexilhões – Mitilicultura. Além dessas têm-se ainda a criação e a conservação de animais silvestres. 4 A definição de Zootecnia Foi visto que o objeto da arte ou da ciência de criar é o animal doméstico. Animal esse considerado como “máquina viva” de cujo funcionamento depende o lucro do criador. Quanto mais aperfeiçoada em seu funcionamento, mais lucrativa. BAUDEMENT imaginou, inicialmente, que o animal doméstico, para ser mais perfeito, de maior rendimento, mais lucrativo – seria o que realizasse uma única função produtiva elevada ao grau de especialização. De certo modo assim deverá ser, pois, a produção de mais de uma utilidade tem como conseqüência um rendimento menor em cada uma das atividades produtivas do animal. As raças chamadas mistas, de dupla utilidade (carne e leite, carne e ovos, carne e lã, etc.) não são aquelas capazes de maiores rendimentos. Estes só são conseguidos com o desenvolvimento de uma função produtiva: carne ou leite, carne ou ovos, carne ou lã, etc. Daí os bovinos de corte, ou leiteiros, as galinhas para ovos, os ovinos para lã, etc. especializadamente, com os mais altos rendimentos. Essa doutrina chamada de especialização estará certa desde que: 7 1 – não se eleve ao máximo, a ponto de se determinar, no animal, um desequilíbrio fisiológico; 2 – não deixe de ser encarada a vitória da raça sobre o meio no qual é ou deve ser explorada. Surge então, assim, um segundo problema, o da adaptação vitoriosa dos animais ao ambiente criatório. Problema que não tardou a ser posto em evidência, primeiramente por BARON (1888) e depois por DECHAMBRE (1923). A afirmativa do primeiro é incisiva: “Os melhores animais não são necessariamente os mais aperfeiçoados e sim aqueles que mais bem se adaptam às condições da exploração a que são submetidos” (BARON, 1888). E DECHAMBRE demonstrou desde logo ter bem apreendido a questão ao declarar: “O animal melhor é aquele que, em determinada situação, se apresenta adaptado às exigências locais”. E então: “O termo adaptação deve ser preferido ao de especialização”. Podendo-se ser mais radical, afirmando-se que o termo “especialização” (de BAUDEMENT) deverá ser sempre substituído por “adaptação”, biológica e zootecnicamente muito mais acertado. O ponto de vista do zootecnista francês apresenta-se mais solidamente estabelecido quando, mais tarde, em outro trabalho se afirma convictamente: “Os animais domésticos, que são máquinas vivas, que constituem capital, que são, em suma, produtos de utilidades, valem é por sua adaptação às circunstâncias que motivam sua exploração. Eles são e devem ser adaptados ao meio ambiente...”1. Quando o animal vai ao encontro do ambiente, e este à feição do animal, a renda será a maior e melhor que se possa imaginar e esperar. São dentes bem ajustados e lubrificados de um sistema de engrenagens. Quando o animal vai para um lado, à procura de outro ambiente, e este, por sua vez se destina a outro animal, então a renda será mínima, como conseqüência desse desajustamento. O aperfeiçoamento zootécnico está, portanto, na adaptação econômica do animal ao ambiente criatório, e na adaptação econômica do meio criatório ao animal. Repare-se que é dito “adaptação econômica”, pois a adaptação, que não for econômica, está fora da Zootecnia, - arte de criar os gados, com produção de renda lucrativa. Mesmo porque a adaptação pode ser conseguida, com prejuízo da renda. E então o animal estará ajustado às condições do meio onde vive, mas seu rendimento zootécnico não seria lucrativo, e, pois, não econômico. Isto acontece, mas não deve ser o ideal para o criador. Chegando a este ponto, tornou-se possível formular, agora, uma definição da Zootecnia, na qual se tenha presente e resolvido o problema da perfeição das máquinas vivas, exploradas pelo homem. Pode-se dizer então: Zootecnia é a ciência aplicada, que estuda e aperfeiçoa os meios de promover a adaptação econômica do animal ao ambiente criatório, e deste àquele (DOMINGUES, 1929). Nessa mútua adaptação econômica é que se resume toda a tarefa do criador, e este não ambiciona realizar mais do que isto: animais fáceis de criar, cujo rendimento zootécnico dá lucro. Para isso seu trabalho é o de ajustar o animal ao ambiente, pela aplicação inteligente da genética animal, e também ajustar o meio ao animal, que deve criar, pondo em prática os ensinamentos da Zootecnia, da bromatologia aplicada ao gado, da higiene veterinária, seja na construção das instalações de que aqueles carecem, seja nos meios de alimentá-los, seja na defesa e conservação da sua saúde. Tanto assim que uma máquina viva (uma cabra, um carneiro, uma galinha), de alta capacidade produtiva, produzirá mal ou nem chegará a produzir se posta em ambiente de condições diferentes daquelas nas quais foi produzida. Sua carga genética, 1 Travaux du Congrès des Livres Généalogiques des Races Françaises d’animaux. Paris. 1923. 8 para um rendimento alto. Não se pode expressar, porque sua fisiologia, desajustada ao novo meio, será um embaraço sério às atividades produtivas. Esta definição dá margem a estabelecer uma base teórica para a distinção clássica entre a parte geral e especial da Zootecnia. O estudo da adaptação do animal doméstico ao ambiente constitui a Zootecnia geral; e o da adaptação do meio criatório ao animal já seria o campo da Zootecnia especial. 5 A Zootecnia e suas relações com outras ciências e outras técnicas A Zootecnia, já foi visto, é uma ciência aplicada, e assim ela tem estreitas relações com diversas ciências, em cujos princípios se basearam e se baseiam suas regras e preceitos. Fundamentalmente são cinco os aspectos das atividades zootécnicas: 1 Adaptação 2 Alimentação 3 Melhoramento dos animais domésticos 4 Higiene 5 Exploração Cada uma dessas cinco atividades serve-se dos princípios de várias ciências, as quais se constituem assim em ciências ancilares da Zootecnia. Examinando o que significa tais atividades, uma por uma, ter-se-ão as procuradas relações da Zootecnia, com outras ciências. Inicia-se, porém, lembrando que o objeto da Zootecnia é o animal doméstico. Para conhecê-lo suficientemente deve-se recorrer à Zoologia (Taxonomia zoológica), à história da Domesticação dos Animais, à Anatomia e à Fisiologia dos animais, à Genética animal. O estudo da adaptação do gado, que constitui uma necessidade fundamental a ponto de servir para se formular a definição da Zootecnia mesma – precisa recorrer aos princípios da Meteorologia e da Climatologia,ou mais propriamente, da Agroclimatologia, para conhecimento dos elementos com os quais se possa estabelecer a Climatologia zootécnica, que é uma parte da Bioclimatologia ou Zooclimatologia. Aqui se deve estabelecer as relações do ser vivo (animal doméstico) em face dos fatores climáticos – pleno domínio dos efeitos do clima sobre o gado, ou seja, da Zoogeografia, cujos dados vão permitir a distribuição das espécies e das raças de animais domésticos, pelas regiões da terra, ou de um continente, ou de determinado país. Na alimentação tem-se outro elemento dominante na criação dos animais domésticos. Tão importante é ela, que se chegou a imaginar uma doutrina zootécnica, em certa época (hoje desacreditada), que consistia em admitir que “as raças se formam pela boca”. O estudo das plantas forrageiras (Forragicultura e Pastagens) e dos demais alimentos com que se nutrem os animais domésticos – exige o auxílio e conhecimento da Botânica, do Solo e dos Adubos, da Química orgânica e biológica, e finalmente da Bromatologia, que é a ciência da nutrição, como sabemos, no seu aspecto químico e fisiológico. Uma das maiores tarefas do zootecnista e do criador é promover o melhoramento dos animais domésticos. Tarefa para a qual foram chamadas a Genética, a Estatística e a Matemática. Os métodos de melhoramento, embora empiricamente estabelecidos, no século XVIII, pelos criadores ingleses, entre os quais avulta a figura de ROBERT BAKEWELL (1726-1795), “the master breeder of the past” (RICE, 1951) 9 – tiveram sua sanção genética, e seu desenvolvimento com a Estatística. Hoje o melhoramento encontra-se bastante avançado impulsionado por biotecnologias como a inseminação artificial, a transferência de embrião, a produção de embriões in vitro e a utilização de marcadores moleculares. A defesa da saúde dos gados é outro trabalho visceralmente ligado ao bom êxito da criação. Daí o auxílio que a Higiene vem prestar ao criador que, com medidas sanitárias e profiláticas, podem conservar seus animais fora do alcance das endemias e das moléstias, que tantos prejuízos causam ao criatório. Finalmente na exploração dos animais domésticos, o criador tem que preparar o ambiente para o mais completo êxito de sua tarefa, além de procurar estabelecê-la em bases comerciais e econômicas. No preparo do ambiente ele terá que instalar sua exploração construindo abrigos para seus animais (estábulos, cavalariças, pocilgas, apriscos, aviários, etc.); cercas para o aproveitamento mais perfeito dos pastos, que devem ser convenientemente divididos e mesmo subdivididos; além de silos e aguadas. Tudo isto está na dependência dos princípios da Engenharia rural. As bases econômicas e comerciais da exploração obedecem aos preceitos da Economia Rural e ainda da Contabilidade. O criador, quando não recorre aos ditames das ciências econômicas, no seu planejamento e nas suas realizações, fracassará. E o pior é que, na maioria dos casos, interpretará erroneamente tal fracasso, atribuindo-o à raça que explora, ou à política de preços, e a outras causas. O animal doméstico, tendo sido comparado, desde BAUDEMENT, como uma máquina viva transformadora e valorizadora de alimentos – isto leva--se a compreensão prontamente da relação fundamental entre a produção pecuária e a produção agrícola. Por isto muitas vezes a produção agrícola estimula a criação de gado, chegando mesmo a orientá-la em certo sentido. Nas áreas de grande produção de cereais, por exemplo, é fatal o desenvolvimento da suinocultura. Cereais que passam a valer muito mais se transformados em suínos. Foi e é assim na famosa zona chamada “corn belt” (faixa do milho) dos Estados Unidos, onde a criação de porcos ganhou um desenvolvimento não alcançado em outros pontos daquele país, nem de outros países. No Brasil a suinocultura desenvolveu-se, justamente, naqueles Estados onde a agricultura produz excedentes de cereais e seus subprodutos, tais como Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Santa Catarina é, exatamente, aquele Estado no qual vêm sendo realizados, com grande êxito, certames exclusivamente de suínos, como a famosa Exposição de Concórdia. A penetração da avicultura, nas fazendas de café, de São Paulo constitui um belo exemplo dessa estreita inter-relação da pecuária com a lavoura: a galinha como fornecedora de adubo orgânico para recuperação dos cafezais. Há mesmo um provérbio da língua inglesa, que fixa bem essa relação entre agricultura e pecuária, através do adubo produzido pelo gado: No grass, no cattle; No cattle, no manure; No manure, no crop. Traduzindo: sem capim não há gado, sem gado não há esterco, sem esterco não há colheita. Já COLUMELA, mostrando uma nítida compreensão do problema, dizia aos romanos: “As duas profissões (criação e lavoura) se acham em relação íntima, cada uma precisa da outra. Com efeito, em geral é mais vantajoso dar consumo à produção agrícola da propriedade mesmo, do que vendê-la, e como o estrume é o que mais 10 contribui para tornar a terra fértil, e como se mantém o gado para ter estrume, todo aquele que tem uma fazenda não deve contentar-se apenas com simples noções sobre agricultura, mas possuir ainda conhecimentos sobre pastagens e sobre o modo de arraçoar o gado”. O melhor exemplo, que podemos ter da estreita relação entre a agricultura e a criação, e da extrema capacidade valorizadora do animal doméstico, é o da sericicultura. Nela temos a evidência de que: 1 - o animal doméstico é um notável transformador do alimento, que consome, em riqueza; 2 - a criação está visceralmente ligada à agricultura. É a olhos vistos que o Bicho-da-seda opera o milagre econômico de transformar, dentro de muito curto espaço de tempo, a folha de uma árvore, inútil como alimento humano ou como matéria-prima industrial, em fios de seda, em fios têxteis os mais caros. Sem amoreira não há bicho-da-seda. Mas um amoreiral nada vale, se não fora essa força transformadora e valorizadora, do Bicho-da-seda. Amoreira e Bicho-da-seda se completam. Agricultura e Criação. Por fim, não há como esquecer que o melhoramento das funções zootécnicas, do animal, exige o concurso indispensável do fator alimento: os animais altamente produtivos só podem manifestar sua preciosa aptidão, até seu limite máximo, tendo a nutrição própria e abundante. E esta vem da agricultura... Questionário N° 1 1- Explique a hipótese de que a domesticação surgiu com a própria criação dos animais. 2- Quais as duas grandes fases por que passou a criação dos animais domésticos? 3- Quando nasceu, para a civilização latina, a ciência de criar? 4- Quem inventou a palavra Zootecnia, quando e onde apareceu pela primeira vez? 5- Qual o mais antigo escritor, a respeito de criação dos animais domésticos, e quais os mais importantes na antiga 11 Figura 2 – A extraordinária capacidade transformadora e valorizadora de um animal doméstico: as lagartas de 1 g de ovos do Bicho-da-seda transformam 40 kg de folhas de amoreira em 2 kg de casulos verdes. literatura greco-latina? 6- Quais os primeiros grandes criadores de animais que deixaram seu nome na história da Zootecnia, e por quê? 7- Qual o cunho dos trabalhos anteriores ao estabelecimento da teoria da criação, e como até então era considerado o gado, numa exploração rural? 8-Quando se estabeleceu, pela primeira vez, o ensino da Zootecnia, de modo formal, e quem foi o primeiro professor? 9- Qual o conceito fundamental sobre que foi estabelecida a Zootecnia, por BAUDEMENT? 10- Qual a feição geral das definições de Zootecnia?11- Cite três das principais definições de Zootecnia. 12- Em que se baseia perfeição da máquina viva? 13- Defina Zootecnia tendo em vista o fenômeno da adaptação. 14- Cite as ciências ancilares para perfeito conhecimento do animal doméstico como objeto da Zootecnia. 15- Cite as ciências ancilares da Zootecnia quando promove: a) a adaptação do animal doméstico; b) sua alimentação; c) seu melhoramento; d) sua higiene. 16- Quais as principais biotécnicas auxiliares do melhoramento? 17- Estabeleça as possíveis relações entre produção animal (pecuária) e produção vegetal (lavoura). 12 Zootecnia do cavalo – Eqüinocultura ou Eqüinotecnia; do cavalo, jumento, burros e mulas - Eqüideocultura; do Boi – Bovinocultura ou Bovinotecnia; do Carneiro – Ovinocultura ou Ovinotecnia; da Cabra – Caprinocultura; do Búfalo – Bubalinocultura ou Bubalinotecnia; do Porco – Suinocultura ou Suinotecnia; do Cão – Canicultura ou Cinotecnia; do Gato – Felinocultura; do Coelho – Cunicultura; das Aves – Avicultura; da Galinha – Galinocultura; da Codorna – Coturnicultura; do Avestruz – Strutiocultura; da Abelha – Apicultura; da Abelha sem ferrão – Meliponicultura; do Bicho-da-seda – Sericicultura; do Caracol ou Escargot – Helicicultura. O conjunto de culturas realizadas na água tem o nome de Aqüicultura quando a espécie vive parte ou por toda a vida no ambiente aquático. Essas culturas são: Zootecnia dos Peixes – Piscicultura; dos Camarões – Carcinicultura; das Rãs – Ranicultura; das Ostras – Ostreicultura; dos Mexilhões – Mitilicultura. Além dessas têm-se ainda a criação e a conservação de animais silvestres.