805 pág.

Pré-visualização | Página 20 de 50
1), de centro (3, 0). O coeficiente angular da reta ligando O a P e´: − f(x) c− x = − Cx2 x+ 2x3C2 − x = − 1 2xC . CAPI´TULO 7. GEOMETRIA ANALI´TICA PLANA 103 Ora, para passarmos ro raio do c´ırculo para a tangente basta tomar a reta ortog- onal. E o coeficiente angular ortogonal ao anterior − 1 2xC e´: 2Cx. Logo a reta tangente ao gra´fico em P vem dada por: y − Cx2 x− x = 2Cx ⇔ y = (2Cx) x+ (Cx 2 − 2Cx2). Exemplo 6.2. Considere y = Cx3 e tome P = (x, Cx2), com x > 0. Queremos uma ra´ız dupla de: (Cx3)2 + (x− c)2 − r2 = 0, ou seja queremos encontrar uma fatorac¸a˜o: (Cx3)2 + (x− c)2 − r2 = (x− x)2q(x) onde q(x) agora e´ um polinoˆmio de grau 4. Ou seja queremos encontrar uma fatorac¸a˜o do tipo: (Cx3)2 + (x− c)2 − r2 = (x− x)2 · (a4x4 + a3x3 + a2x2 + a1x+ a0). Expandindo ambos os lados, formam-se dois polinoˆmios de grau 6, a` esquerda e a` direita. Comparando como fizemos antes os coeficientes de cada monoˆmio, fazemos surgir equac¸o˜es, que va˜o sendo resolvidas uma a uma, produzindo nesta ordem: a4 = C 2, a3 = 2xC 2, a2 = 3x 2C2, a1 = 4x 3C2, a0 = 1 + 5x 4C2, c = x+ 3x5C2. Logo o C´ırculo cujo centro e´ o ponto O = (c, 0) = (x+ 3x5C2, 0) e que passa por P = (x, Cx3) tangencia o gra´fico de y = Cx3 nesse ponto P . y 3 -1 4 2 -2 -3 x 765432 0 1 10 Figura: O gra´fico de y = x3 e o c´ırculo tangente em P = (1, 1), de centro (4, 0). 8. EXERCI´CIOS 104 O coeficiente angular da reta ligando O a P e´: − f(x) c− x = − Cx3 x+ 3x5C2 − x = − 1 3x2C , O coeficiente angular da reta ortogonal a esta e´ 3x2C e da´ı se obte´m em seguida a equac¸a˜o toda da reta tangente ao gra´fico. 7. Um problema da Putnam Competition, n. 2, 1939 So´ com o material desenvolvido ate´ este Cap´ıtulo ja´ se pode resolver o seguinte problema: Problema: Seja P ponto da curva y = x3 tal que a reta tangente ao gra´fico em P intersecta de novo o gra´fico num ponto Q 6= P . Mostre que a reta tangente ao gra´fico em Q tem inclinac¸a˜o igual a 4 vezes a inclinac¸a˜o em P . Soluc¸a˜o: Seja P = (a, a3). Enta˜o a 6= 0 pois de P = (0, 0) a reta tangente e´ horizontal e na˜o intersecta o gra´fico noutro ponto Q 6= P . A reta tangente em P tem equac¸a˜o: y = 3a2 · x− 2a2 e Q = (x, x3) verifica a equac¸a˜o: x3 = 3a2 · x− 2a2 ⇔ x3 − 3a2 · x+ 2a2 = 0. Ora, a e´ ra´ız dupla essa equac¸a˜o, ja´ que em P ha´ tangeˆncia, logo: x3 − 3a2 · x+ 2a2 = (x− a)2 · p(x) onde p(x) e´ de grau 1 e facilmente se veˆ, por divisa˜o, que: p(x) = x+ 2a. Ou seja, o ponto Q tem coordenadas Q = (−2a,−8a3). A inclinac¸a˜o da reta tangente por Q e´: 3 · (−2a)2 = 3 · (4a2) = 4 · (3a2), ou seja, 4 vezes a inclinac¸a˜o em P . 8. Exerc´ıcios Exerc´ıcio 8.1. Qual e´ o coeficiente angular da reta y = y(x) determinada pela equac¸a˜o 3y + 4x− 27 = 0 ? CAPI´TULO 7. GEOMETRIA ANALI´TICA PLANA 105 Exerc´ıcio 8.2. i) determine a reta, na forma y = a · x + b, que passa por (1, 2) e (4, 13). ii) determine a reta, na forma y = a · x + b, que passa por (1, 2) com coeficiente angular 5. Exerc´ıcio 8.3. (resolvido) Tentei resolver o sistema de equac¸o˜es: y − 5x− 2 = 0 e 2y − 10x− 1 = 0, e fiz o seguinte: da primeira equac¸a˜o obtive y = 5x+2 e substitui esse y na segunda, obtendo: 2(5x+ 2)− 10x− 1 = 3 = 0, o que e´ um absurdo, pois 3 6= 0. Voceˆ poderia explicar, com os conceitos deste Cap´ıtulo por queˆ chego nesse ab- surdo? Exerc´ıcio 8.4. Agora tentei resolver os sistemas de duas equac¸o˜es: y − ax+ 1 = 0 e y − x+ 2 = 0 (sim sa˜o va´rios sistemas de duas equac¸o˜es pois a ∈ R pode ser mudado). Da primeira obtive: y = ax− 1 e substituindo na segunda obtive: (ax− 1)− x+ 2 = x(a− 1) + 1 = 0. i) Supondo a− 1 6= 0 continue a resoluc¸a˜o dos sistemas. ii) explique geometricamente qual o significado da condic¸a˜o a− 1 6= 0. Exerc´ıcio 8.5. Um outro modo se pensar a questa˜o de como determinar a reta y = a · x + b passando por dois pontos P1 = (x1, y1) e P2 = (x2, y2) e´ resolver o sistema: y1 = a · x1 + b e y2 = a · x2 + b, cujas inco´gnitas sa˜o a, b. i) qual a condic¸a˜o sobre P1 = (x1, y1) e P2 = (x2, y2) para que o sistema tenha soluc¸a˜o u´nica ? O que diz a chamada Regra de Cramer neste caso ? Agora considere o problema de determinar qual a curva da forma y2 = x3 + b · x+ a passa pelos pontos P1 = (−3, 0) e P2 = (4, 0). ii) qual o sistema de equac¸o˜es a ser resolvido ? E´ muito diferente do anterior ? iii) qual a soluc¸a˜o (a, b) ? Exerc´ıcio 8.6. (resolvido) Seja y = ax+ b a equac¸a˜o de uma reta r e seja P = (A,B) 6∈ r. i) Encontre o ponto Q na reta r tal que o segmento PQ e´ ortogonal a r em Q. ii) pode acontecer que a coordenada x de Q seja A ? Exatamente em que situac¸o˜es ? 8. EXERCI´CIOS 106 Exerc´ıcio 8.7. Prove que o circuncentro C = (1 2 , A(A− 1) 2B + B 2 ), equidista dos treˆs ve´rtices (0, 0), (1, 0) e (A,B) do triaˆngulo (B 6= 0). Conclua que ha´ um c´ırculo centrado em C que passa pelos ve´rtices do triaˆngulo. Dica: expanda os quadrados e simplifique. Exerc´ıcio 8.8. (resolvido) Veremos en detalhe no Cap´ıtulo 20 que as equac¸o˜es: x2 + y2 b2 = 1 definem elipses com centro na origem. Determine b2 para que a elipse correspondente seja tangente a` reta y = −x + 5 em algum ponto dessa reta. (Dica: da´ para fazer isso no estilo de Descartes). Exerc´ıcio 8.9. (resolvido) Deˆ a func¸a˜o inversa de f : R \ {0} → R, f(x) = 1 x . Conclua que essa func¸a˜o tem gra´fico sime´trico em relac¸a˜o a` diagonal. CAP´ıTULO 8 A Tangente ao gra´fico, segundo o Ca´lculo No final do Cap´ıtulo anterior vimos que Descartes desenvolveu um engenhoso me´todo alge´brico para definir e calcular retas tangentes a gra´ficos de polinoˆmios. Mas precisamos de um me´todo mais geral. Para isso, estudaremos primeiro as secantes a gra´ficos e depois, via o conceito de limite, definiremos as tangentes a gra´ficos. 1. Retas secantes a um gra´fico Sera´ interessante para no´s pegarmos dois pontos de um mesmo gra´fico e calcular- mos a equac¸a˜o da reta que os liga, chamada secante ao gra´ficos pelos dois pontos. Estaremos interessados pricipalmente em seu coeficiente angular. Por exemplo, (x1, f(x1) e (x2, f(x2) definem uma reta y = ax+ b com coeficiente angular a = f(x2)− f(x1) x2 − x1 , e coeficiente linear b = f(x1)− ( f(x2)− f(x1) x2 − x1 ) · x1. Exemplos: 1)- Tome um x1 > 0 e fixe no gra´fico da func¸a˜o f(x) = |x| o ponto (x1, x1). Note que os x2 pro´ximos de x1 tambe´m sa˜o positivos e portanto as secantes determinadas por (x1, x1) e (x2, x2) sa˜o sempre as mesmas, de fato, sa˜o todas iguais a` diagonal y = x. Analogamente, se x1 < 0 as secantes que envolvem o ponto (x1,−x1) e outro do gra´fico bem pro´ximo coincidem com a antidiagonal y = −x. 2) - Certamente nenhuma secante ao gra´fico de y = x2 coincide com o gra´fico; vemos que aqui as secantes mudam de inclinac¸a˜o. 2. A reta tangente a um gra´fico Olhe agora somente o coeficiente angular da secante ao gra´fico de y = f(x) por dois de seus pontos : f(x2)− f(x1) x2 − x1 . Imagine que (x1, f(x1)) fica parado mas que (x2, f(x2)) esta´ se movendo, no gra´fico de f , indo cada vez mais pro´ximo de (x1, f(x1)). Se f e´ cont´ınua, basta supor que a coordenada x2 fica pro´xima de x1 para necessariamente f(x2) ficar mais pro´xima de f(x1). 107 2. A RETA TANGENTE A UM GRA´FICO 108 Como x2 fica pro´ximo de x1 sua diferenc¸a h := x2 − x1 tem mo´dulo pequeno. Para deixarmos o ponto (x1, f(x1)) em destaque, vamos escr- ever o coeficiente angular acima como: ax1,h := f(x1 + h)− f(x1) h , onde x1 + h = x2. 4 2 -2 3 1 x 1,510,50 -1 0 2 Figura: Duas secantes pelo ponto (1, 1) do gra´fico de y = x2 A grande questa˜o e´: Sera´ que esses coeficientes angulares ax1,h tendem