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é que calçados com solados mais macios proporcionam aos usuários uma "sensação" melhor. Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma imagem cuja legenda é: FIGURA 10-28. Uma representação tridimensional do padrão de distribuição de pressão em um pé normal durante o andar. (Cavanagh, P.R. The biomechanics of running and running shoe problems. In B. Segesser & W. Pforringer (eds.). The Shoe in Sport, pp. 3-15. London, Wolfe Publishing, Ltd., 1989.) Trabalho O termo trabalho é geralmente usado para designar uma variedade de coisas. Esse termo é geralmente usado para definir algo que cause algum esforço mental ou físico durante atividades cotidianas. Na mecânica, contudo, o termo trabalho tem um significado mais específico e menos abrangente. O trabalho mecânico é igual ao produto da magnitude de uma forca aplicada contra um objeto, e a distância que o objeto se move na direção da força enquanto a força está sendo aplicada ao objeto. Por exemplo, ao mover um objeto no solo, um indivíduo empurra o objeto com uma força paralela ao solo. Se a força necessária para mover o objeto era 100N e o objeto foi movido 1,0m, o trabalho feito pode ter sido 100N-m. O caso citado, contudo, é muito específico. Mais geralmente, trabalho é: Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma imagem com a seguinte fórmula: W = F * cos θ teta * s onde F é a força aplicada, s é o deslocamento, e θ teta é o ângulo entre o vetor de força e a linha de deslocamento. [417] A unidade de trabalho mecânico é derivada do produto de uma força em newtons e um deslocamento em metros. As unidades usadas mais comumente são newton-metros (N-m) e joule (J). Essas são unidades equivalentes, de modo que: 1N-m = 1J Na FIGURA 10-29A, a força é aplicada a um bloco paralelo à linha de deslocamento ou a um ângulo de 0° como deslocamento. Como cos 0o = 1, o trabalho feito é simplesmente o produto da força e da distância que o bloco é deslocado. Assim, se a força aplicada era 50N e o bloco foi deslocado 0,1m, o trabalho mecânico feito pode ser: Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma imagem com a seguinte fórmula: W = 50N * cos 0° * 0,1m = 50N * 1 * 0,1m = 5N-m Se as mesmas forças fossem aplicadas com um ângulo de 30° sobre a mesma distância, d (FIGURA 10-29B), o trabalho feito seria: Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma imagem com a seguinte fórmula: W = 50N * cos 30° * 0,1m W = 50N * 0,866 * 0,1m W = 4,33N-m Assim, mais trabalho é realizado se a força é aplicada paralelamente à direção do movimento que se a força é aplicada em ângulo. Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma imagem cuja legenda é: FIGURA 10-29. Ilustração do trabalho mecânico feito sobre um bloco quando: (A) a força é aplicada paralela à superfície (θ teta = 0o e então cos θ teta = 1); e (B) uma força é aplicada em ângulo na direção do movimento (θ teta = 30° e cos θ teta = 0,866). Como está implicado na discussão acima, o trabalho é realizado somente quando o objeto está se movendo e seu movimento é influenciado pela força aplicada. Se a força age sobre um objeto e não faz com que ele se mova. então não está sendo feito trabalho mecânico porque a distância movida é zero. Durante uma contração isométrica, por exemplo, não é feito trabalho já que não há movimento. Se um levantador de peso segura uma barra de 892N (92kg) acima da cabeça, ele não está fazendo trabalho mecânico. Se ele levantar a barra 1,85m, o trabalho feito será: Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma imagem com a seguinte fórmula: W = 892N * 1,85m = 1650,2J assumindo que ele ergueu a barra em linha reta. Energia Como o termo trabalho, a definição do termo mecânico energia é geralmente mal empregada. Falando de modo simples, energia é a capacidade de fazer trabalho. Existem muitos tipos de energia, como a energia da luz, calor, nuclear, elétrica e mecânica. Em biomecânica, contudo, o maior interesse é na energia mecânica. A unidade de energia mecânica no sistema métrico é o joule (J). A energia mecânica tem duas formas - energia cinética e energia potencial. Energia cinética (EC) refere-se à energia que resulta do movimento. Um objeto possui energia cinética quando está em movimento, ou seja, quando tem alguma velocidade. A energia cinética linear é expressa algebricamente como: Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma imagem com a seguinte fórmula: EC = 1 sobre 2 mv2 onde m é a massa do objeto e v é a velocidade. Como essa expressão inclui o quadrado da velocidade, qualquer mudança na velocidade aumenta grandemente a quantidade de energia no objeto. Se a velocidade é zero. então o objeto não tem energia cinética. Um valor aproximado para energia cinética de um corredor de 625N seria 3600J enquanto um nadador de peso corporal comparável poderia ter um valor de 125J. Um corpo em movimento precisa ter alguma energia porque uma força precisa ser exercida para fazer com que ele pare. Para fazer com que um objeto comece a se mover é preciso aplicar uma força sobre uma distância. A energia cinética, desse modo, é a capacidade de um objeto em movimento fazer trabalho resultante de seu movimento. Energia potencial (EP) é a capacidade de fazer trabalho devido à posição ou forma. Um objeto pode conter energia armazenada, por exemplo, simplesmente devido à sua altura ou deformação. No primeiro caso, se uma barra de 30kg é erguida acima da cabeça a uma altura de 2,2m, são feitos 647,5J de trabalho para erguer a barra. Ou seja: [418] Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma imagem com a seguinte fórmula: W = F * s = (30kg * 9,81 m/s2) * 2,2m = 647,5J Enquanto a barra é mantida acima da cabeça, ela tem energia potencial de 647,5J. O trabalho feito para erguê-la acima da cabeça é também a energia potencial. Deve-se observar, contudo, que a energia potencial aumenta gradualmente na medida em que a barra é levantada. Se a barra é abaixada, a energia potencial diminui. A energia potencial é definida algebricamente como: EP = m g h onde m é a massa do objeto, g é a aceleração devido à gravidade, e h é a altura. Assim, quanto mais trabalho é feito para vencer a gravidade, maior é a energia potencial. Um objeto que é deformado também pode armazenar energia potencial. Esse tipo de energia potencial é aquela associada com forças elásticas. Quando um objeto é deformado, a resistência à deformação aumenta na medida em que o objeto é alongado. Assim, a força que deforma o objeto é armazenada e pode ser liberada como energia elástica. Esse tipo de energia é chamada de energia de distensão (ED) e é definida por: Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma imagem com a seguinte fórmula: ED = 1 sobre 2 k * Δ delta x onde k é uma constante de proporcionalidade e Δ delta x é a distância sobre a qual o objeto foi deformado. A constante de proporcionalidade depende do material deformado e é geralmente chamada de constante de rigidez porque representa a capacidade do objeto para armazenar energia. Já foi discutido como certos tecidos, como músculos e tendões, e como certos dispositivos, como trampolins, podem armazenar essa energia de distensão e liberá-la para ajudar no movimento humano. Em atletismo existem numerosas partes de equipamentos para esse fim. Exemplos são trampolins, o arco no arco e flecha, e a vara no salto com vara. Talvez o uso mais sofisticado de armazenamento de energia elástica seja o desenho da pista de corrida "sintonizada" na Universidade de Harvard. McMahon e Greene (41) analisaram a mecânica da corrida e as interações de energia entre o corredor e a pista para desenvolver um modelo ideal para a superfície da pista. Na primeira temporada sobre essa nova pista, foi observado um aumento médio de velocidade perto de 3%. Além disso, determinou-se que havia