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Regras de competência

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Regras de competência
*Isso não cai especificamente na prova, mas é matéria que faltava em TGP e é necessário entendermos como se define as competências-
O cpc regula as regras de competência a partir do artigo 42 do cpc. Nossa lei lança mão de até 5 critérios diferentes para a definição de competência; combina-se vários deles, para que possa fazer o endereçamento correto. 
1º critério: Valor da causa. Em algumas situações, o que vai definir o que vai julgar sua causa é o proveito econômico que o próprio autor quer extrair de sua causa. Ex: JECS (Juizados especiais cíveis- juizados de pequenas causas. Até 40 salários mínimos). Mas a competência é opcional, se pode demandar uma vara civil com menos de 40 salários mínimos, visto que é o jecs é menos “garantístico”.
2º critério: territorial. O legislador, às vezes, leva em conta aspectos geográficos (verificar o domicílio de uma das partes, por exemplo) para definir quem irá julgar a causa. A regra geral da competência territorial está prevista no artigo 46, as ações cíveis acontecem no foro do domicilio do réu. Se naquela localidade tiver mais de um órgão com aquela mesma especificação, faz-se o sorteio. 
Exceções do critério territorial: 1) Ações imobiliárias- local da situação do imóvel (onde está o imóvel), não importando onde as partes vivem. 2)Ações alimentares- a competência do local de domicilio do alimentando (Autor da ação de alimentos- pois presume-se hipossuficiência daquela pessoa). 3)Ações de reparação de dano (ações indenizatórias) - Local onde o dano foi sofrido. Se um contrato foi descumprido, presume-se que o dano foi sofrido no local de assinatura. Se a ação for indenizatória de trânsito (acidente de carro, por exemplo), dizemos que é competência concorrente. O autor pode escolher entre propor a demanda em seu próprio domicílio ou no local do dano.
3º critério: Material. O legislador vai decidir quem irá julgar a causa de acordo com o tema jurídico discutido na causa. Ex: Ação de alimentos vai pra vara de família. Visa-se a especialidade.
4º critério: Funcional. Se define a competência levando em conta a função que o juiz exercerá no processo, ou seja, leva-se em conta as atribuições dos órgãos jurisdicionais. Reparte-se a atividade jurisdicional entre órgãos que devam atuar dentro do mesmo processo. 
5º critério: Quanto a pessoa. Em algumas situações a lei define quem julgará o caso simplesmente levando em conta a pessoa que figura o processo (geralmente, o cargo público-foro privilegiado/prerrogativa de função). Ex: Demanda criminal contra o presidente da república será julgado pelo supremo. Isso acontece somente durante o exercício da função. O foro não era para ser um benefício, tendo em vista que o recurso é feito pelo próprio supremo. Porém, são pessoas demais que tem direito a ele.
	Os dois primeiros critérios têm uma característica em comum, então formam um grupo. Quando a lei lança mão de um critério territorial, o legislador está tentando proteger um interesse privado de uma das partes. Chamamos eles de critério relativo de competência, pois resguardam os critérios relativos de uma das partes.
Já no caso dos três últimos critérios, são considerados os critérios absolutos de competência, pois resguardam maior: O interesse público.
Temos a incompetência quando desrespeitam as normas de determinação de competência. É um vício processual e comporta a gradação. Se ao fazer a demanda, errar o juízo, a incompetência pode ser absoluta ou relativa; caso viole-se os critérios relativos, temos uma incompetência igualmente relativa. O mesmo se vale com os critérios absolutos e a incompetência absoluta.
Não se qualifica a competência. 
Art. 64, parágrafo 1º - Se a incompetência é absoluta, o juiz pode se auto declarar absolutamente incompetente de ofício. Se ele não fizer isso, as partes podem pedir para que ele o faça, sem prazo nenhum, por ser um vício tão grave. A incompetência absoluta é improrrogável (o juiz não pode julgar de jeito nenhum) por ser de interesse público.
Se a incompetência for relativa, o artigo 65 do CPC irá dizer que, por ser uma questão de interesse privado, o juiz não pode se declarar incompetente de ofício. Cabe as partes provocarem o juiz para que ele declare. Mas o vício, por ser mais brando, cria um prazo de 15 dias úteis para que as partes o provoquem p/ se declarar relativamente incompetente. Caso isso não aconteça, diante da inércia das partes, como a incompetência relativa admite prorrogação, o juiz irá julgar o caso, entendendo que como é de interesse privado, as partes não acham que aquilo irá prejudica-las.
Em ambos os casos (incompetência absoluta ou relativa) onde o juiz é declarado incompetente, o processo não é extinguido. Há apenas a remessa dos autos, os enviando para o lugar correto para que seja julgado pelo juízo competente e tenha o juízo de mérito adequado. 
Prorrogação da incompetência relativa: Um juiz que é relativamente incompetente, pode se tornar competente para julgar uma causa. 
Causas para a prorrogação da incompetência relativa: Inércia das partes, eleição de foro (art. 62 e 63 CPC- a lei permite que quando da celebração de um contrato principal as partes podem inserir uma cláusula anexa no contrato onde, por convenção, elas definem qual será o foro territorial que julgará essa demanda. Uma convenção processual só vale se for celebrada por ESCRITO. Mas não se pode escolher o juízo, ou seja, qual vara julgará seu caso) e em dois casos de semelhança entre causas: A conexão entre causas e a continência.
1º - Conexão entre causas- art. 55 do CPC. Causas conexas são aquelas que possuem o mesmo pedido ou a mesma causa de pedir (diz respeito ao mesmo fato ou fundamentos). Ex: A promove uma causa indenizatória em face a B e pede indenização material. Essa petição foi protocolada no dia x e caiu numa vara civil y. E depois, A promove uma nova ação indenizatória em face a B, sobre o mesmo dia e o mesmo incidente, mas pedindo agora os danos morais, que cai em outra vara. Ainda assim, elas são conexas pois diz respeito ao mesmo evento, a mesma causa de pedir, mesmo o pedido sendo diferente.
Para evitar o risco de conflito de decisões, as causas devem ser reunidas para julgamento conjunto, onde a primeira petição foi protocolada (juízo prevento).
Não é obrigatório fazer a conexão entre as causas, é apenas uma forte recomendação. Apesar disso, às vezes, reunir as duas muitas vezes não é ideal pois os processos podem estar em fases muito diferentes e inconciliáveis. Além disso, não tem como o juiz saber de todos os processos que são conexos.
2º- Continência - É uma variação da conexão, pois diz respeito a causas parecidas. Causas continentes são causas que possuam as mesmas partes e também a mesma causa de pedir, sendo que o pedido de uma é amplo o suficiente para abarcar o pedido da outra. No exemplo dado acima, não poderia ser continência pois apesar de serem as mesmas partes e a mesma causa de pedir, não há pedido amplo o suficiente para abarcar o outro.
Exemplo de continência: A pede um processo de anulação integral de contrato e cai na vara civil X. E B, sem ter sido citado ainda e consequentemente, sem saber, também pede a anulação do contrato, porém de forma parcial. Dessa forma, são causas continentes, pois tem a mesma causa de pedir, as mesmas partes e o pedido de uma é amplo o suficiente para abarcar a outra.
Quando se identifica causas continentes, acontece a mesma coisa que as causas conexas? Depende. Caso a ação continente (a ação maior) tiver sido proposta anteriormente, o processo da ação contida (menor) deverá ser extinto sem a resolução de mérito, pois ela se tornou descartável. Porém, se a ação contida começou primeiro, as ações deverão ser reunidas na primeira petição foi protocolada. Ela não é descartável pois já estava em andamento e o juízo competente foi definido a partir dela. 
 
Assinale a alternativa incorreta:
a) a continência entre duas ou mais ações ocorre quando há identidade quanto às partes e à causa de pedir,mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais; 
b) conexão e continência são causas de modificação da competência relativa;
c) nem sempre o juiz é obrigado a reunir causas conexas; 
d) causas conexas, como regra, devem ser reunidas para julgamento conjunto no juízo prevento; 
e) por meio de uma cláusula de eleição de foro as partes podem escolher o juízo no qual tramitará sua causa.
Assinale a alternativa correta:
a) caso, no juízo cível comum, a alegação de incompetência seja acolhida pelo juiz, o processo será extinto sem resolução de mérito.
b) o juiz não pode declarar-se relativamente incompetente de ofício; 
c) nas ações alimentares, é competente o foro do domicílio do réu;
d) os critérios absolutos de competência resguardam interesse privado, sendo passíveis de modificação
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