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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE CARATINGA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA PRÓ-REITORIA DE ENSINO CAMPUS DE CARATINGA CONTABILIDADE ATUARIAL PROF. LILIAN APARECIDA FERREIRA EXERCÍCIOS 1. Conceitue “Ciências Atuariais”. As ciências atuariais ou atuária caracterizam a área do conhecimento que analisa os riscos e expectativas financeiras e econômicas, principalmente na administração de seguros e pensões. Suas metodologias mais tradicionais são baseadas em teorias econômicas, envolvendo suas análises numa forte manipulação de dados, num contexto empresarial. Portanto, atuária é uma área de conhecimento multidisciplinar, onde o domínio de conceitos em economia, administração, contabilidade, matemática, finanças e estatística são fundamentais para o entendimento dos modelos atuariais mais elementares. (outros conceitos podem ser utilizados) 2. O que faz o profissional de atuária? O atuário é o profissional preparado para mensurar e administrar riscos. Seu trabalho se desenvolve em projetos, pesquisas e planos de fundos de investimento, na política de gestão desses fundos, na medição e administração de riscos, no cálculo de probabilidades e na fiscalização da previdência pública, privada e de seguros. 3. Cite três áreas de atuação da atuária? Seguros: trabalha com a fiscalização do trabalho técnico na área de seguros, ficando responsável pelos cálculos de prêmios e indenizações, além dos cálculos de probabilidades. Previdência: pode trabalhar tanto com a Previdência Social como com a privada, gerenciando os cálculos de fundos a serem criados para a cobertura de compromissos futuros, além de produzir relatórios de avaliação e mensuração do alcance da previdência e de possíveis riscos. Capitalização e investimentos: trabalha com a pesquisa de fundos de investimento, a elaboração de planos e políticas de investimento, com a gestão desses fundos, com aconselhamento e consultoria no mercado financeiro e a medição dos possíveis riscos. 4. O primeiro contrato de seguro marítimo, com emissão de apólice, foi escrito em: a) Gênova, em 1347. b) Londres, em 1868. c) Brasil, em 1819. d) Fenícia, em 1248. 5. A primeira seguradora do Brasil, a Companhia de Seguros Boa Fé, com sede na Bahia, foi fundada em: a) 1818 b) 1619 c) 1808 d) 1932 6. O IRB (Instituto de Resseguros do Brasil,) foi criado em ....., passando a deter o monopólio do resseguro, dos mecanismos de cosseguro e da retrocessão: a) 1993 b) 1948 c) 1939 d) 1850 7. O ....................., criado após a independência do Brasil, em 1850, pela Lei n. o 556, passou a disciplinar o seguro marítimo, resultando no surgimento de novas seguradoras. a) Código Comercial Brasileiro. b) Código Civil Brasileiro. c) Código de Defesa do Consumidor. d) Código Naval. 8. A regulamentação dos seguros no Brasil, ocorrida em 1917, deu-se com a entrada em vigor do: a) Código Comercial Brasileiro. b) Código Civil Brasileiro. c) Código de Defesa do Consumidor. d) Código Naval. 9. De acordo com o Decreto-lei n. o 73, de 21 de novembro de 1966, compõem o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP): a) CNSP, SUSEP, IRB, as sociedades seguradoras autorizadas e os corretores habilitados. b) Ministério da Fazenda, CNSP, SUSEP, IRB, as entidades abertas de previdência privada, as seguradoras, os segurados e os corretores habilitados. c) CNSP, SUSEP, IRB, as entidades abertas de previdência privada, as seguradoras, os segurados e o Conselho Monetário Nacional. d) BACEN, Ministério da Fazenda, CNSP, SUSEP, IRB, as entidades abertas de previdência privada, as seguradoras, os segurados e os corretores habilitados. 10. Entende-se por mutualismo: a) Proteção as pessoas e a seus bens. b) Operação que toma forma jurídica por meio de um contrato entre segurador e segurado. c) Formação de uma reserva econômica, por pessoas com interesses comuns, para dividir o risco de um acontecimento não previsto. d) Corresponde ao que o segurado paga ao segurador para ter direito à indenização. e) Envolve dois momentos: se o evento segurado irá ocorrer e quando. 11. Qual foi o ato que consolidou a legislação de seguros e criou o Sistema Nacional de Seguros Privados? a) Portaria nº 1.940, de 06 de janeiro de 2000. b) Lei nº 4.594, de 29 de dezembro de 1964. c) Lei nº 5.143, de 20 de outubro de 1966. d) Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. 12. Fale sobre a origem do Seguro. Envolvidos com o comércio, os babilônios, em suas viagens, comumente em caravanas de camelos, corriam alto risco de perda dos animais, seja por desaparecimento ou pela própria morte. Diante disso, faziam acordos prevendo que aquele que perdesse um camelo durante a viagem, receberia outro, pago inteiramente pelos demais criadores. A vida em grupo fez parte da evolução natural do homem. Essa forma de sociedade não buscava apenas fixar-se em locais que lhe dessem segurança e sobrevivência, mas era comum a divisão de tarefas. Com o passar do tempo, surge o mutualismo. Segundo Souza (2007, p. 4), podemos assim definir o mutualismo: “...como a formação de um grupo de pessoas com interesses em comum constituindo uma reserva econômica para dividir o risco de um acontecimento não previsto.” O mutualismo se repetiu com os hebreus e fenícios e com gregos e romanos. Desses últimos, ocorria que a doação dos fiéis, durante os cultos religiosos, seria para assistência médica e auxílio funeral dos membros da comunidade. Mais tarde, a Igreja proibia o mutualismo, visto como sacrilégio. A afirmação era de que a responsabilidade por suavizar as desgraças do homem era de Deus. A Igreja também proibiu os seguros náuticos que obedeciam a um contrato, onde o banqueiro emprestava um valor aos navegadores. Se não houvesse a perda da embarcação e da carga, os navegadores devolviam o dinheiro do empréstimo acrescido de juros e atualizações. Já se houvesse perda do navio ou da carga, os navegadores ficavam de posse do empréstimo. A época das descobertas trouxe um volume muito grande de viagens marítimas. Para não contrariar a Igreja, os navegadores firmavam com os banqueiros um contrato diferenciado. Os banqueiros compravam as embarcações e cargas. Se ocorresse o sinistro, o banqueiro ficava com prejuízo e os navegadores com o dinheiro da venda. Caso contrário, se a embarcação e a carga retornassem sem danos, os navegadores rescindiam o contrato e efetuavam o pagamento ao banqueiro de uma multa, equivalente aos juros da modalidade proibida pela Igreja. Pode-se dizer que o seguro marítimo foi a forma mais antiga de seguro e base para muitos outros. A cidade de Londres sofre um grave incêndio em 1667, causando grande devastação. Naquela cidade, nascia em 1684 uma companhia que administrava seguros contra incêndio. Também na Inglaterra surgiram as primeiras administradoras de seguros de vida. Surge o Código Uniforme de Seguros, proporcionando, em 1789, a universalização dos seguros. 13. Fale sobre a origem da Atuária. Nos primórdios da civilização já se podia observar a ideia de uma garantia mútua, coletiva e social de indivíduos. Nos anos de 4500 AC o papiro "Les Tailleurs de Pierre de la Basse - Egipte" registrou uma "caixa" com o objetivo de socorrer vítimas de certos infortúnios, como entre os operários que construíram o primeiro grande templo dos judeus em Jerusalém na Idade Média e, ainda, o monopólio da caridade assumido pela Igreja com os soldados pós-guerra. No período de 753 a 510 AC, ou seja, no Império Romano, já se notava a preocupação em registrar os nascimentos e as mortes ocorridos entre os habitantes de algumas regiões, e foi Domitius Ulpiames, prefeito de Roma, que deu os primeiros passos parao desenvolvimento do "seguro de vida", pois, considerado o maior economista de sua época, interessou-se pelo assunto e estudou documentos sobre "nascimentos" e "mortes", sendo que suas observações concorreram para o progresso da atuária, daí o título de "o primeiro atuário da História". No século XVII, na Inglaterra e Holanda, instituições mercantis se comprometiam, mediante recebimento de uma quantia única, em dinheiro, a pagar a determinadas pessoas, pensões vitalícias, em cumprimento das disposições testamentárias ou de natureza semelhante, das quais desejavam se livrar os constantes devedores. As quantias únicas, consideradas equivalentes aos compromissos assumidos pela instituição mercantil, eram determinadas por meio empírico, sem nenhum fundamento científico, insuficientes à responsabilidade a que se destinavam, pois a operação não raramente resultava na bancarrota do respectivo "segurador", com prejuízos irrecuperáveis para os beneficiários das pensões contratadas, na maioria por viúvas e órfãos. Ao mesmo tempo, os próprios governos realizaram operações desta espécie, onde empenhavam-se em vender aos seus súditos títulos públicos que asseguravam ao tomador a percepção de uma renda vitalícia. Logo, a correta determinação da importância em dinheiro a ser cobrada em contraprestação dessa obrigação a prazo incerto, naturalmente lhes interessava de perto, e acabaram encarregando seus melhores matemáticos de estudar o problema e encontrara a solução. A base matemática necessária havia sido estabelecida no mesmo século por Pascal e Fermat, na França, idealizadores do cálculo da probabilidade. De Witt, na Holanda, Graunt e Halley, na Inglaterra, estudaram o problema levando em conta as leis da probabilidade e a longevidade humana, deduzida esta dos registros de nascimentos e óbitos. Havendo De Witt recomendado uma elevação substancial no preço de venda dos referidos títulos públicos, o que não agradou ao governo da Holanda - este suprimiu seu relatório durante dois séculos. Por outro lado, o relatório completo de Halley, matemático e astrônomo, descobridor do cometa que leva seu nome, publicado em 1693, recebeu ampla publicidade e tornou-se a pedra angular da nova ciência, posteriormente chamada de "matemática atuarial". A partir de então, a matemática atuarial se desenvolveu, principalmente à medida que matemáticos, economistas e filósofos se interessaram pelo assunto. Entre 1700 e 1900, tivemos a construção de várias tábuas de mortalidade, como também o desenvolvimento das comutações, ferramenta fundamental utilizada no cálculo atuarial. Foi ainda nesse período que as empresas seguradoras passaram a oferecer programas de seguro de vida e que também aconteceu o 1º Congresso Internacional de Atuária em Bruxelas - 1895. Fonte: IBA – Instituto Brasileiro de Atuária.
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