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EDUCAÇÃO ESPECIAL Caderno

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EDUCAÇÃO ESPECIAL
TEMA 01 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM DESAFIO PARA A EFETIVAÇÃO DA IGUALDADE
O atual contexto sócio-histórico e cultural do Brasil e do mundo está focado na garantia dos direitos das pessoas, seja qual for o espaço em que elas estejam inseridas e seu saber correspondente. Destacando a educação para esta discussão, é fato reconhecido por pesquisadores e estudiosos que esta área é um espaço multidisciplinar, em que diversos saberes (como a psicologia, ciências sociais, história, entre outros) se relacionam e se entrecruzam.
Essa característica multidisciplinar da educação transforma seus temas polêmicos (como são chamados no senso comum) em complexos do ponto de vista acadêmico, pois é impossível estabelecer uma única visão como verdadeira e completa. O diálogo é fundamental, pois ele é uma alternativa e uma proposta adequada quando você estiver diante de situações desafiadoras no transcorrer da vida acadêmica e profissional na educação, como aquelas relacionadas à inclusão escolar.
A inclusão escolar é um dos maiores desafios que os profissionais se deparam pelo fato de não haver soluções prontas para reconhecer e valorizar diferenças sem discriminar e segregar alunos, especialmente aqueles com deficiência.
A relação entre inclusão e escolaridade é permeada de pontos polêmicos, fontes de muitas controvérsias que incentivaram inovações nas políticas educacionais. Estes pontos polêmicos se referem especialmente a duas questões: às discussões sobre igualdade e diferença e às discussões sobre o direito à educação das pessoas com deficiência.
Nas discussões acadêmicas sobre igualdade e diferença, é possível compreender que, para conceituar igualdade, é preciso identificar entre quem e entre quê ela deve ser analisada, pois é impossível as pessoas serem iguais entre si e em todos os sentidos. Elas são desiguais. Porém, há desigualdades que são produzidas pela natureza (desigualdades naturais) e aquelas produzidas pelas relações de dominação política, econômica ou espiritual (desigualdades sociais).
A percepção das desigualdades naturais e sociais, por parte de grupos historicamente excluídos e sem cidadania plena, deu origem a movimentos sociais. Tais movimentos reivindicavam igualdade no acesso das pessoas a bens e serviços da sociedade, especialmente, à educação, que passou assim a se articular politicamente e a trazer suas propostas, entre as quais as de inclusão.
A luta pela inclusão no ensino regular passou a explicitar os processos discriminatórios e segregadores presentes na escola, demonstrando que, apesar de o direito à educação ser uma Lei, ela não era de fato cumprida, pois era preciso ir além, ou seja, oferecer um tratamento educacional diferenciado a alunos com necessidades diferenciadas do padrão dominante.
É importante lembrar ainda que, nas discussões sobre igualdade e diferença, é preciso conhecer os parâmetros nos quais as pessoas são definidas socialmente. As características culturais, ideológicas, de orientação sexual, de gênero e etnicorraciais são elementos que constituem suas peculiaridades. É através do (re)conhecimento destas peculiaridades que se torna viável estabelecer critérios justos de definição de pessoas, e não a Universalização, ou seja, uma tentativa de estabelecer um sujeito universal em que suas diferenças não são (re)conhecidas, e sim abstraídas.
Quando o (re)conhecimento das peculiaridades das pessoas é negligenciado na escola, a exclusão se concretiza, dominando um espaço social que deveria ser de inclusão. As consequências disto vão desde a homogeneização de alunos, que consiste em tratá-los igua-litariamente, negando suas diferenças, até o uso dos elementos da desigualdade social, como justificativas para a exclusão.
Apesar da complexidade das noções de igualdade, diferença e da existência de políticas educacionais, atualmente ainda há uma crença de que todos são iguais e livres. No entanto, muitas vezes não se percebe que estes “todos” são padronizados de acordo com um discurso que busca evitar contradições e impor uma ordem racional à vida, às pessoas e ao mundo, de modo a domesticá-los. Isto se chama discurso da Modernidade.
No contexto escolar, o discurso da Modernidade não considera as diferenças; ele se torna ao mesmo tempo uma defesa e um complicador da organização pedagógica escolar. A presença de um aluno diferente expõe conflitos e imprevisibilidades, mas principalmente a existência de desigualdades naturais e sociais.
Através da exposição destas desigualdades, percebe-se que os envolvidos na situação passam também a questionar a justiça, numa tentativa de estabelecer a igualdade e de avaliar se ela está presente ou não nas relações escolares. Há dois autores que são referência para discutir tecnicamente a noção de igualdade: J. Rawls e J. Jacotot.
Rawls afirma que as desigualdades sociais e as desigualdades naturais são arbitrárias moralmente, ou seja, seria simplificar demais a discussão utilizando argumentos do tipo “isto é justo ou isto é injusto” referente às peculiaridades e status social de uma pessoa. O que se deve prestar atenção é sobre o que se faz (os usos e desusos) a respeito disto, principalmente se há algum ganho ou prejuízo quando alguém é avaliado socialmente.
Outro fator fundamental nas afirmações de Rawls está relacionado à noção de mérito, ou seja, a um merecimento/recompensa aos esforços puramente individuais das pessoas rumo á ascensão e ao acesso a bens e serviços sociais. Nesta perspectiva, o mérito é ilusório, pois há pessoas que naturalmente portam e socialmente gozam de privilégios desde o nascimento, independentemente de seus esforços pessoais.
É por esta razão que, na perspectiva da educação inclusiva, é imprescindível (re)conhecer as desigualdades sociais e naturais, pois o “ponto de partida” descrito é variável, devendo ser reparado e compensado para que haja maior igualdade no processo educacional, do ensino fundamental até o ensino superior.
Complementando a visão de Rawls sobre o mérito, você perceberá o quanto é importante, na relação com alunos, tomar como ponto de partida sua igualdade na capacidade de aprender e, como ponto de chegada, as diferenças que eles apresentam nesse processo. Você também perceberá o quanto o modelo educacional é elitista e precisa ser reconstruído.
É nesse sentido que Jacotot formula parte de seus estudos na área educacional. Ele afirma que os seres humanos são seres inteligentes, com ampla capacidade de aprender e de conhecer, ou seja, são seres “cognoscentes”, e isto deve ser considerado como ponto de partida para a aprendizagem.
Em outras palavras, Jacotot afirma que a igualdade não é um ponto de chegada, e sim de partida, ela é um pressuposto que não pode ser ignorado, especialmente na relação professor–aluno. Faz parte do processo de aprendizagem diversas manifestações de inteligência por parte dos alunos, e estas muitas vezes são desconsideradas, pois eles são categorizados conforme suas diferenças, além da capacidade intelectual ser hierarquizada, ou seja, algumas capacidades intelectuais são mais valorizadas que outras.
Assim, alguns alunos são considerados equivocadamente mais ou menos inteligentes que outros. E estas diferenças se transformam em desigualdades, tendo muitas vezes a figura do professor como agente discriminador, quando, ao ocupar um “lugar do saber”, nega ou desqualifica as peculiaridades dos alunos.
As ideias de Jacotot são do final do século XVIII e início do XIX, e eram consideradas extravagantes para época. Atualmente, devido à luta pela educação inclusiva, elas são pertinentes, pois transmitem valores de equidade considerando as diferenças na capacidade intelectual dos alunos. Isto ajuda a desconstruir o argumento muito utilizado, inclusive por profissionais da educação, de que a escola é um espaço puramente democrático e igualitário. A escola é também um espaço de exclusão quando toma como referência um modelo de aluno ideal.
Segundo Mantoan e Prieto (2006), isto é um dever de todos rumo à transformação e ao fim de práticasexcludentes na educação. Que esta esteja cada vez mais próxima do que se entende por inclusiva.
ATIVIDADES
QUESTÃO 1: Na atualidade a diversidade está presente na sociedade, e a escola – especialmente a pública – é um lugar privilegiado para percebê-la. No entanto, ao mesmo tempo em que isto enriquece a convivência e a troca nas relações interpessoais escolares, a diversidade também é uma fonte de conflitos devido ao não (re)conhecimento das diferenças. Sendo assim, estas não são respeitadas, causando exclusão de alguns.
Com base no parágrafo acima, explique algumas estratégias pedagógicas que a escola pode adotar para oferecer uma educação de qualidade levando em conta as peculiaridades que os alunos apresentam, ou seja, refletindo sobre como ela deve lidar com a diversidade.
QUESTÃO 2: A inclusão escolar é um dos temas mais debatidos e complexos da área educacional. Essa complexidade não permite que o assunto tenha respostas prontas de uma única área do saber. Sendo assim, marque a alternativa correta sobre a característica do saber na área educacional. 
Multiprofissional. b) Interdisciplinar. c) Multidisciplinar. d) Intraprofissional. e) Intradisciplinar.
QUESTÃO 3: Marque a alternativa correta: No transcorrer da vida acadêmica e nas práticas profissionais em educação as situações são desafiadoras, pois falar de educação inclusiva é polêmico e complexo. A proposta de ação adequada nessa situação se refere a quê?
a) Inclusão. b) Valorização das diferenças. c) Diálogo. d) Percepção. e) Segregação.
QUESTÃO 4: O pressuposto de igualdade na inclusão educacional está ligado ao conhecimento que se deve ter entre quem e entre quê tal igualdade se refere. Sendo assim, para análise da igualdade é correto afirmar que:
a) As pessoas são desiguais. b) As desigualdades são sociais. c) As desigualdades são produzidas d) As pessoas são iguais. e) As desigualdades são naturais.?
QUESTÃO 5: Com a luta por inclusão no ensino regular, as discriminações e segregações ficaram visíveis, apesar do direito à educação ser uma Lei. Era preciso, além disto, oferecer um tratamento educacional diferenciado a alunos com necessidades diferenciadas do padrão dominante. Sobre a afirmação descrita, é correto afirmar que:
I. As discussões sobre igualdade e diferença e garantia de direitos de pessoas com deficiência norteiam, na educação inclusiva, o entendimento da relação entre inclusão e escolaridade. 
II. Todos são iguais perante a lei, e a escola é um lugar onde isto é presente. 
III. Não há desigualdades naturais, ou seja, as pessoas nascem iguais. 
IV. Há desigualdades sociais, ou seja, as pessoas estão sujeitas à dominação política e econômica. 
V. Grupos historicamente excluídos e sem cidadania plena percebem a existência de desigualdades no seu acesso a bens e serviços. 
Assinale a alternativa correta:
I, II e IV estão corretas. b) I, IV e V estão corretas. c) II, III e IV estão corretas. d) II, IV e V estão corretas. e) I, III e IV estão corretas.
QUESTÃO 6: É fato que existe uma reciprocidade entre os conceitos de inclusão e escolaridade nas políticas educacionais. Esta relação estimula as discussões sobre igualdade e diferença. Explique entre quem ou entre quê você é capaz de observar igualdades e diferenças no ambiente escolar.
QUESTÃO 7: Desigualdade é um conceito muito difundido e está sempre presente nas discussões acadêmicas sobre educação. O tema desigualdade é enriquecido por conhecimentos construídos em outras áreas do saber, como a sociologia, psicologia, o qual a educação toma emprestado para discutir inclusão. Nesta perspectiva, descreva quais os tipos de desigualdades percebidas e vivenciadas pelas pessoas.
QUESTÃO 8: No ambiente escolar percebe-se que há processos discriminatórios e segregadores; tal como ocorriam frequentemente nas décadas de 60, 70 e 80 eleições infanto-juvenis de “miss” e “mister” “caipirinha” nas épocas de festas juninas. Nesta perspectiva, explique utilizando a definição de educação inclusiva de que maneira é possível oferecer um tratamento educacional diferenciado a alunos com necessidades e peculiaridades diferenciadas do padrão dominante.
QUESTÃO 9: Para se refletir sobre educação inclusiva é preciso conhecer os parâmetros nos quais as pessoas são definidas socialmente, pois eles são elementos que constituem suas peculiaridades. Explique quais são esses parâmetros e quais são as consequências quando eles não são reconhecidos.
QUESTÃO 10: No ambiente escolar há uma tentativa de estabelecer a igualdade e de avaliar se ela está presente ou não nas relações. A partir disso é comum as pessoas falarem sobre justiça; porém, há dois autores que são referência para se discutir tecnicamente: J. Rawls e J. Jacotot (MANTOAN & PRIETO, 2006). Explique os conceitos que Rawls e Jacotot usam para explicar a igualdade.
GLOSSÁRIO
Educação Inclusiva: perspectiva educacional em que as peculiaridades dos alunos são (re)conhecidas, sem negação das desigualdades naturais e sociais que eles apresentam. Desigualdade Natural: desigualdades produzidas pela natureza. Desigualdade Social: desigualdades produzidas pelas relações de dominação política e/ou econômica. Sujeito Cognoscente: pessoas dotadas de inteligência, com ampla capacidade de aprender e de conhecer.
GABARITO
Questão 1 Resposta: A escola assim como o atual contexto sócio-histórico e cultural do Brasil deve estar focada na garantia dos direitos das pessoas. Como a educação é um saber multiprofissional fazer frente aos desafios da inclusão escolar torna-se mais fácil; pois não há soluções prontas para isto e deve-se tomar cuidado para reconhecer e valorizar diferenças sem discriminar e segregar alunos, especialmente aqueles com deficiência.
Questão 2 Resposta: Letra C. Segundo a autora a área educacional é espaço multidisciplinar, pois diversos saberes se entrecruzam.
Questão 3 Resposta: Letra C. Segundo a autora a característica multidisciplinar da educação torna seus temas complexos; onde não há consenso nem respostas prontas. O diálogo é fundamental, pois ele é uma alternativa e uma proposta adequada.
Questão 4 Resposta: Letra A. Nas discussões acadêmicas sobre igualdade e diferença, para conceituar igualdade, é preciso identificar entre quem e entre quê ela deve ser analisada, pois é impossível as pessoas serem iguais entre si e em todos os sentidos. Elas são desiguais.
Questão 5 Resposta: Letra B. As afirmações II e III estão incorretas, pois a escola é um lugar de desigualdades e estas desigualdades são naturais e sociais.
Questão 6 Resposta: A autora afirma que, é impossível as pessoas serem iguais entre si e em todos os sentidos. Elas são desiguais. Mesmo existindo um padrão de beleza que se busca as diferenças existem. Diferenças de personalidade, compleição física, cultura, etnia e classe social são observáveis nas escolas, expressas no linguajar, modo de vestir, de se portar, etc.
Questão 7 Resposta: As pessoas são desiguais entre si em todos os sentidos. Porém, existem desigualdades que são produzidas pela natureza (desigualdades naturais) e aquelas produzidas pelas relações de dominação política, econômica ou espiritual (desigualdades sociais); alega a autora.
Questão 8Resposta: Na educação inclusiva as peculiaridades dos alunos devem ser (re)conhecidas; porém quando isto é negligenciado na escola, as consequências vão desde a homogeneização até a exclusão. No espaço escolar existem crianças de alturas, pesos, etnias e aparências físicas muito distintas, inclusive com alguma deficiência. Promover um concurso cujo critério é a aparência física no ambiente escolar pode ser é contraditório; alega a autora.
Questão 9 Resposta: Segundo as autoras (MANTOAN & PRIETO, 2006), é importante lembrar ainda que, nas discussões sobre igualdade e diferença é preciso conhecer os parâmetros nos quais as pessoas são definidas socialmente. As características culturais, ideológicas, de orientação sexual, de gênero e etnicorraciais são elementos que constituem suas peculiaridades. É através do (re)conhecimentodestas peculiaridades que se torna viável estabelecer critérios justos de definição de pessoas e não a Universalização, ou seja, uma tentativa de estabelecer um sujeito universal onde suas diferenças não são (re)conhecidas e sim abstraídas.
Questão 10 Resposta: Rawls afirma que se deve prestar atenção sobre o que se faz a respeito das desigualdades. O autor fala também sobre a noção de mérito, como algo ilusório, pois há pessoas que naturalmente portam e socialmente gozam de privilégios desde o nascimento, independente de seus esforços pessoais. Jacotot afirma que os seres humanos são seres inteligentes, com ampla capacidade de aprender e de conhecer; ou seja, são seres “cognoscentes”, ponto de partida para a aprendizagem; afirma também que a igualdade não é um ponto de chegada e sim de partida, ela é um pressuposto, alegam as autoras (MANTOAN & PRIETO, 2006).
TEMA 02 DISCUSSÕES SOBRE DIREITO À EDUCAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
A reivindicação por uma educação especial propõe mudanças nas escolas e em todos os níveis de ensino. Este é o motivo que torna o assunto complexo, além do fato de o sistema educacional brasileiro ser problemático, sucateado e não acessível a todos. Sem reformulações inclusivas, é inviável que alunos com deficiência tenham seus direitos garantidos.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 é um marco legal brasileiro que aponta garantias de direitos educacionais por meio da reformulação do ensino, em que uma educação de qualidade seria também aquela aberta às diferenças. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 96) e a Resolução do Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Básica número 2, de setembro de 2001 (Res. 2/01), transformaram-se em referências legais de compromisso público com a educação inclusiva.
Estes compromissos públicos e legais com a educação inclusiva, por sua vez, transformaram-se em eixos norteadores da política educacional brasileira, pois são capazes de universalizar o ensino fundamental, considerando que ele é realmente um direito de todos ao acesso e à permanência nas instituições escolares de qualquer natureza.
Todas essas leis anteriormente citadas formam um conjunto de preceitos que estão relacionados ao atendimento das necessidades educacionais para os alunos. Os parâmetros que são estabelecidos dizem respeito a determinados temas, por exemplo, a construção de políticas públicas educacionais para todos; as condições de atendimento escolar; a promoção da inclusão; as relações entre inclusão e integração dos alunos; a formação de profissionais de educação.
No entanto, o direito de todos à educação, que é apregoado pela universalização do ensino fundamental, transformou-se em mais um ponto controverso da educação especial, no sentido de que os alunos com necessidades especiais pudessem desfrutar do acesso e da permanência às escolas comuns e não tivessem como única opção o ingresso às escolas especiais ou em salas de aulas especiais e diferenciadas nas escolas regulares.
Assim, nesta perspectiva, apesar de existir lei (LDB 96), há obstáculos para sua efetivação, por exemplo, as práticas baseadas no paternalismo, na homogeneização, na exclusão e no preconceito escolar às pessoas com deficiência, apesar do contexto multicultural e globalizado do século XXI.
Muitas vezes, algumas instituições escolares demonstram não perceber que seu modo de funcionamento é tradicional e que também não se encontram alinhadas e adequadas para os desafios que a educação inclusiva reclama, entre os quais, o acolhimento às diferenças em seu espaço.
Por escola tradicional se entende um local onde os conhecimentos transmitidos pelos professores, de modo geral, não são suficientemente capazes de promover aprendizagens contextualizadas e necessárias à realidade da vida social e aos inúmeros problemas enfrentados pelos alunos cotidianamente.
O papel da escola tradicional é limitado, no sentido de que esta se torna e tem como principal objetivo ser mera transmissora de conhecimentos, os quais, muitas vezes, são ultrapassados, imutáveis e inquestionáveis. Realidade que é vivenciada, percebida e alvo de reclamações recorrentes inclusive daqueles que não portam deficiência de nenhum tipo.
Nesta perspectiva, o que acaba se tornando fato é que as instituições escolares ficam aprisionadas num papel tradicional. No entanto, essa realidade está gradualmente a cada dia se modificando, devido às reivindicações e lutas por igualdade de vários segmentos sociais compostos por grupos historicamente excluídos.
Isto está ocorrendo desde a década de 1990, em função das leis citadas e de numerosos estudos e pesquisas acadêmicas que têm como principal tema a educação, mais precisamente, a percepção de suas desigualdades.
Tais estudos e pesquisas constataram que é imprescindível a defesa da igualdade de direitos na educação e que esta deve acontecer tanto no plano ético das práticas profissionais quanto no plano político. Porém, ainda assim, o desafio de não saber e ter de enfrentar realidades difíceis no ambiente educacional engendrou mais e maiores debates e contrapontos referentes ao modo como a educação especial pode tornar-se realidade pelas instituições no Brasil.
Pelo fato de as instituições escolares compreenderem as propostas da educação especial de maneira limitada, boa parte delas não consegue cumprir as leis de modo efetivo. A consequência disto é que os profissionais, por falta de qualificação e aperfeiçoamento técnico, passam a exigir e esperar dos alunos condutas, aparências e necessidades padronizadamente ideais, a fim de que eles se enquadrem às exigências impostas explícitas ou implicitamente pelas escolas. E não o oposto.
Outro elemento fundamental para reflexão sobre a garantia dos direitos das pessoas com deficiência através da implantação das políticas públicas educacionais está ligado às discussões sobre a maneira como o atendimento educacional especializado deve ser, ou seja, como deveriam ser os serviços profissionais e a atenção prestada a estes alunos? Tais questionamentos evidenciam a ideia que o profissional de educação tem sobre a educação especial. E que você certamente também terá.
Basicamente, os questionamentos citados se configuram em duas vertentes de propostas: em uma, todos os conhecimentos e experiências acumulados ao longo do tempo e relacionados à educação especial deveriam estar disponíveis para todos os profissionais – sem exceção – das instituições escolares, ou seja, desde o quadro de apoio organizacional, passando pelos funcionários administrativos, professores, coordenação, direção. Em outra proposta, a ideia é que haja a oferta de um conjunto de serviços técnicos e especializados, voltados para alunos com deficiência, cuja situação no ambiente escolar está caracterizada pela falta de atenção e desconhecimento de suas necessidades educacionais. Por este motivo, é possível perceber que estes alunos têm solicitações que não são contempladas pelas escolas regulares e que por isto deveriam ser atendidos de modo diferenciado e/ou em escolas especiais e/ou locais exclusivos. 
Assim, essas duas vertentes de propostas marcam tecnicamente a ideia que se tem de educação especial. Na primeira proposta está presente a noção de “uma ação ou conjunto de ações e serviços dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitem, em contextos normalizados”. Na segunda proposta, há a noção de ”uma educação diferente e dirigida a um grupo de sujeitos específicos”, conforme Arantes (2006, p. 34).
Através destes questionamentos e conceituações técnicas, torna-se possível tanto para um estudante quanto para um profissional da área educacional planejar e implantar políticas educacionais que garantam o direito à educação. Conhecer a teoria e os conceitos é fundamental neste processo, pois é somente por meio deles que o atendimento às solicitações da educação inclusiva e sua clientela podem se tornar reais e comprometidos ética e politicamente.
ATIVIDADES
QUESTÃO 1:A discussão sobre educação especial, que, entre outros elementos,busca garantir o direito ao acesso e à permanência de alunos com deficiência nas redes de ensino, especializou-se muito a partir da década de 1990, devido a estudos e pesquisas acadêmicas. Certamente, em algum momento da vida escolar, as pessoas se deparam com pessoas com alguma deficiência e muitas vezes não percebem as dificuldades delas no ingresso, no acesso às dependências e permanência no meio escolar.
Com base nisso e fundamentado(a) em sua experiência pessoal, de que maneira as pessoas com necessidades especiais enfrentavam as adversidades escolares? Busque explicar em sua resposta como você percebia os fatos.
QUESTÃO 2:
O sistema educacional brasileiro tornou-se, ao longo das décadas, sucateado, problemático e repleto de exclusões, necessitando de mudanças tanto nas escolas quanto em todos os níveis de ensino. Para que isto ocorra, é necessário que tipo de reformulações?
a) Educativas. b) Exclusivas. c) Paliativas. d) Inclusivas.e) Políticas.
QUESTÃO 3: A Constituição Federal de 1988, acrescida da LDB 1996 e da Resolução do Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Básica (Res. 2/01), aponta garantias de direitos educacionais abertas às diferenças. Estas leis são referência de que tipo de compromisso em relação à educação?
a) Compromisso público e ético. b) Compromisso ético e legal. c) Compromisso público e legal. d) Compromisso público e educacional. e) Compromisso ético e educacional.
QUESTÃO 4:
Apesar do contexto multicultural globalizado do século XXI e da existência de leis como a LDB 96, ainda existem obstáculos em sua efetivação. Esses obstáculos possuem quais características fundamentadas em quais tipos de práticas nas escolas em relação às pessoas com deficiência? 
a) Paternalismo, homogeneização, exclusão e preconceito escolar. b) Nacionalismo, homogeneização, inclusão e preconceito escolar. c) Paternalismo, Universalização, exclusão e preconceito escolar. d) Paternalismo, homogeneização, proteção e preconceito escolar. e) Nacionalismo, homogeneização, inclusão e preconceito escolar.
QUESTÃO 5:
Quando se afirma que, muitas vezes, algumas instituições escolares não percebem que suas práticas não estão alinhadas e adequadas para enfrentar os desafios da educação inclusiva, pode-se entender que existe qual tipo de funcionamento no ambiente escolar? 
a) Que o modo de funcionamento escolar é legal. b) Que o modo de funcionamento escolar é tradicional. c) Que o modo de funcionamento escolar é universal. d) Que o modo de funcionamento escolar é formal. e) Que o modo de funcionamento escolar é institucional. 
QUESTÃO 6: As escolas brasileiras no início do século XX aplicavam castigos físicos, como a palmatória como prática comum. Na atualidade recorrentemente aparecem na mídia notícias sobre alunos que agridem professores. Explique de que maneira se configura o papel da escola tradicional.
QUESTÃO 7: No ambiente escolar, é comum os alunos reclamarem dos professores, do conteúdo ministrado nas disciplinas e até mesmo da função da escola em suas vidas. Isto ocorre porque muitas vezes os alunos não conseguem estabelecer uma ligação entre o que é transmitido nas escolas e sua vida real. Explique por que isto acontece, denominando tecnicamente esse tipo de escola.
QUESTÃO 8: A partir da década de 1990, estudos e pesquisas acadêmicas passaram a ter como tema a educação e desigualdades. Foi constatado que era imprescindível a defesa da igualdade de direitos na educação. Explique de que maneira e em quais planos isto deve acontecer.
QUESTÃO 9: No ambiente escolar há necessidade profissional de qualificação e aperfeiçoamento técnico, cuja consequência é a padronização dos alunos dentro de um modelo ideal. Numa situação assim, o que você, enquanto gestor(a), poderia fazer legalmente para minimizar e refletir sobre essa padronização?
QUESTÃO 10: Ainda há muitas dúvidas sobre como deveriam ser os serviços profissionais e a atenção prestada a estes alunos com necessidades especiais. Isto fez surgir basicamente dois tipos de propostas que marcam ideias sobre a educação especial. Explique quais são elas e como são seus conjuntos de ações.
GLOSSÁRIO
Educação especial: perspectiva educacional voltada para inclusão e integração de alunos com deficiência e/ou necessidades especiais. Políticas públicas educacionais: marcos legais comprometidos ética e politicamente com a igualdade e a inclusão no sistema educacional.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação: é a chamada LDB de 1996 uma normatização cujo conteúdo estabelece, entre outras coisas, que, a educação especial, cuja proposta pedagógica garante recursos e serviços institucionalizados e especializados, disponibilize isto para alunos com necessidades especiais do ensino fundamental até o ensino superior. Universalização do ensino: consideração de que a educação é direito de todos, com acesso e permanência nas instituições escolares de qualquer natureza. Escola tradicional: é aquela cujo principal objetivo é ser mera transmissora de conhecimentos ultrapassados, imutáveis e inquestionáveis.
GABARITO
Questão 1 resposta: A reivindicação pela educação especial visa mudanças nas escolas e em todos os níveis de ensino. Por isso, o assunto é complexo, além do fato de o sistema educacional brasileiro ser problemático, sucateado e não acessível a todos. Não há acessibilidade nem professores qualificados que saibam libras, por exemplo. Bibliotecas com livros em braile. Sem reformulações inclusivas, é inviável que alunos com deficiência tenham seus direitos garantidos.
Questão 2 Resposta: Letra D. Segundo as autoras, as reformulações devem ter a perspectiva inclusiva, senão é inviável que alunos com deficiência tenham seus direitos garantidos.
Questão 3 Resposta: Letra C. Segundo as autoras, estes compromissos públicos e legais com a educação inclusiva se transformaram em eixos norteadores da política educacional brasileira que universalizaram o ensino fundamental.
Questão 4 Resposta: Letra A. Segundo a autora, apesar de existir lei (LDB 96), sua efetivação ainda não é plena, devido a certas práticas baseadas no paternalismo, na homogeneização, na exclusão e no preconceito escolar às pessoas com deficiência.
Questão 5 Resposta: Letra B. Na escola tradicional os conhecimentos transmitidos pelos professores, de modo geral não são suficientemente capazes de promover aprendizagens contextualizadas e necessárias à realidade da vida social e aos inúmeros problemas enfrentados pelos alunos cotidianamente.
Questão 6 Resposta: Segundo a autora, o papel da escola tradicional é limitado, no sentido de que esta se torna e tem como principal objetivo ser mera transmissora de conhecimentos que muitas vezes são ultrapassados, imutáveis e inquestionáveis. Realidade na qual é vivenciada, percebida e alvo de reclamações recorrentes inclusive daqueles que não portam deficiência de nenhum tipo.
Questão 7 Resposta: A autora alega que se trata de uma escola tradicional onde os conhecimentos transmitidos pelos professores, de modo geral, não são suficientemente capazes de promover aprendizagens contextualizadas e necessárias à realidade da vida social e aos inúmeros problemas enfrentados pelos alunos cotidianamente.
Questão 8 Resposta: O estabelecimento de marcos legais a partir da década de 1990 acrescido de diversos estudos acadêmicos constataram que é imprescindível a defesa da igualdade de direitos na educação, e que esta deve acontecer tanto no plano ético das práticas profissionais quanto no plano político.
Questão 9 Resposta: Segundo as autoras, pelo fato de as instituições escolares compreenderem as propostas da educação especial de maneira limitada, boa parte delas não consegue cumprir as leis de modo efetivo. Para reflexão e garantia de direitos das pessoas com deficiência, deve-se promover a implantação das políticas públicas educacionais de modo efetivo e cotidiano.
Questão 10 Resposta: A autora alega que, basicamente, há duas vertentes de propostas: em uma todos os conhecimentos e experiências devem estar disponíveis para todosos profissionais da educação. Em outra proposta, a ideia é que haja a oferta de um conjunto de serviços técnicos e especializados, voltados para alunos com deficiência, cuja situação no ambiente escolar está caracterizada pela falta de atenção e desconhecimento de suas necessidades educacionais. Assim, na primeira proposta está presente a noção de “uma ação ou conjunto de ações e serviços dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitem, em contextos normalizados”. Na segunda proposta, há a noção de ”uma educação diferente e dirigida a um grupo de sujeitos específicos”, conforme Arantes (2006, p. 34).
TEMA 03 ATENDIMENTO DE ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Nunca é redundante afirmar que atingir um nível satisfatório na garantia do direito à educação para todos é um desafio que deve ser transposto cotidianamente no ambiente escolar, haja vista que o envolvimento de todos é imprescindível.
Infelizmente, o ambiente escolar é um espaço onde a violação de direitos nesta perspectiva se tornou pública e notória. Recorrentemente, há divulgação pelas mídias e denúncias em órgãos especializados de situações na quais não houve permissão de matrícula de alunos com necessidades especiais em escolas regulares e/ou em classes comuns.
No entanto, quando é veiculada e utilizada pela população leiga a expressão “alunos com necessidades especiais”, não é raro identificar inclusive profissionais da educação que desconhecem
tecnicamente o significado da expressão que verbalizam.
Por alunos com necessidades especiais entende-se aqueles com alguma modalidade de deficiência. Em função da peculiaridade da qual essas pessoas são portadoras, elas necessitam de um atendimento escolar especializado, que, muitas vezes, é diferenciado do que é comum, rotineiro e usual na rede regular de ensino brasileiro.
A somatória entre a peculiaridade desses alunos e o atendimento escolar que usualmente é oferecido, e que entende de maneira limitada a perspectiva inclusiva, engendra a falta de percepção da comunidade escolar como um todo sobre as necessidades e os direitos desses alunos. Isto torna urgente a necessidade de conscientização e sensibilização de todos para a construção do processo inclusivo no ambiente em questão.
A concretização da proposta educacional inclusiva requer ações efetivas que possam ser visualizadas e percebidas no ambiente escolar. Tais ações devem ser capazes de atender efetivamente pessoas com deficiência, ou seja, aquelas pessoas que, de modo geral, são portadoras de alguma limitação de ordem mental, aditiva, visual, física ou, então, múltipla.
Vale lembrar que a construção da expressão “pessoas com deficiência” remete ideologicamente a determinado momento sócio-histórico no qual a palavra deficiente designava alguém que não era eficiente, no sentido de socialmente ser capaz de produzir.
É preciso ficar atento em relação a isto porque, no senso comum e no cotidiano (inclusive o escolar), compreende-se que o termo deficiência está associado à falta, à diminuição, ao déficit. Há indivíduos com hiperdotação e com altas habilidades que também requerem um atendimento educacional especializado, por apresentarem necessidades diferenciadas da maioria dos alunos.
O referencial legal para a garantia de direitos educacionais dessas pessoas com necessidades especiais está inserido e especificado na Política Nacional de Educação Especial (SEESP/MEC, 1994). Este documento é, ao mesmo tempo, um instrumento e um dos marcos legais que afirmam que o direito à educação só pode ser cumprido efetivamente quando existe um atendimento educacional especializado.
A situação descrita é passível de acontecer com a condição de que determinadas garantias sejam contempladas, tais como a acessibilidade arquitetônica, materiais e equipamentos específicos e/ou adaptados, sinalizações e comunicações diferenciadas (tal como LIBRAS – língua brasileira de sinais) e adequações didático-metodológicas, curriculares e administrativas.
Assim, é importante ressaltar que a garantia do direito à educação para todos não se limita exclusivamente à matrícula e à permanência de alunos com necessidades especiais nos ambientes escolares. É fundamental que haja por parte do Governo investimentos na qualidade do ensino de maneira constante. Se os investimentos na educação não ocorrem como da maneira citada, a proposta inclusiva pode ter um efeito indesejável, pois pode haver um aumento de matrículas de pessoas com necessidades especiais em classes comuns e, a partir disto, um recrudescimento da rejeição por parte dos indivíduos: alunos e funcionários e inseridos no ambiente escolar.
Esta rejeição, fruto do preconceito e do estigma pelo qual as pessoas com necessidades especiais são marcadas, é um fenômeno social muito antigo, construído ao longo de um processo sócio-histórico baseado na exclusão. Quando ocorre esse recrudescimento, que em outros termos significa uma exacerbação, um exagero da rejeição, as necessidades, a permanência e a convivência desses alunos com os demais no ambiente escolar sofrem um prejuízo significativo.
Os desdobramentos disto deixam explícitos que, na prática, o que ocorre é o mero atendimento de uma exigência legal por parte das instituições escolares e não necessariamente o (re)conhecimento da igualdade de direito que poderia beneficiar a todos, no sentido de esta situação desafiadora ser capaz de agenciar a construção de novas mentalidades e promover a desconstrução de preconceitos.
Nesta perspectiva, não basta que os ambientes escolares se “constituam em espaços de aprendizagem para todos alunos”, como rege a Constituição Federal de 1988, nem que o Estado garanta atendimento educacional especializado aos alunos com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino, segundo a Res. 2/01. É preciso que mudanças na perspectiva educacional sejam agenciadas e que estejam voltadas para a inclusão das pessoas, situação cuja responsabilidade de atendimento recai no que se denomina educação especial.
De acordo com a Res. 2/01 e do ponto de vista jurídico, na atualidade, educação especial é aquela cuja proposta pedagógica é um processo (no sentido de metodologias construídas) que garante recursos e serviços institucionalizados e especializados, de maneira que estes sejam capazes de complementar, apoiar, suplementar e até substituir serviços educacionais comuns, se for o caso.
A disponibilidade social destes elementos deixa assegurada a promoção do desenvolvimento dos potenciais dos alunos com necessidades especiais em todas as etapas e tipos de educação básica em que eles estiverem inseridos, sendo possível que se concretizem os ideários propostos pela educação especial, especialmente no que se refere à integração escolar.
Portanto, não basta matricular alunos com necessidades especiais nas escolas regulares e em classes comuns. Muitas vezes, esse aluno pode estar com seu direito garantido, mas sem um atendimento adequado às suas necessidades especiais na prática. Em outros termos, um aluno com necessidades especiais pode estar incluído apenas no sentido de estar partilhando do mesmo espaço físico, porém não estar integrado, partilhando das mesmas vivências e experiências dos demais alunos sem necessidade de atenção especializada no mesmo ambiente escolar.
Por integração compreende-se o modelo de ação efetivamente inclusiva que busca minimizar
as distâncias entre os alunos com necessidades especiais dos demais, propiciando com isto a possibilidade de experiências e vivências que são normais e cotidianas daqueles que não têm necessidades especiais. Para além do espaço escolar. Desafio lançado!
ATIVIDADES
Questão 1: Para que seja possível que os direitos das pessoas com necessidades especiais sejam atendidos, a educação é um elemento-chave, importantíssimo. É na escola que se constroem amizades e que as pessoas de modo geral têm a possibilidade de ampliar seus conhecimentos e seu universo para além do ambiente familiar e doméstico. Oferecer visita aos museus, excursões,passeios e viagens faz parte do trabalho didático-pedagógico das escolas, visando o desenvolvimento global dos alunos.
Com base nisso, de que maneira você adotaria no espaço escolar estratégias pedagógicas diferenciadas capazes de permitir o desenvolvimento emocional e cultural de pessoas com necessidades especiais? 
Questão 2: A falta de conhecimento técnico e o sucateamento do sistema educacional brasileiro são fatores que prejudicam as pessoas e violam seu direito à educação de qualidade. Isto ocorre com pessoas comuns no de
correr de sua vida escolar. Com as pessoas com necessidades especiais, as violações são maiores ainda. Em qual momento essas violações se tornam explícitas?
a) No momento das aulas. b) No momento das atividades. c) No momento da matrícula. d) No momento das reuniões. e) No momento do ingresso.
Questão 3: A expressão “alunos com necessidades especiais” tem seu significado técnico desconhecido muitas vezes pelos profissionais da educação. Por que razão isto acontece?
a) Porque eles necessitam de direitos garantidos.b) Porque eles necessitam de um atendimento escolar diferenciado. c) Porque eles necessitam de um atendimento escolar preciso. d) Porque eles necessitam de um atendimento escolar usual. e) Porque eles necessitam de um atendimento escolar especial.
Questão 4: A falta de percepção da comunidade escolar como um todo sobre as necessidades e os direitos de alunos com necessidades especiais prejudica a oferta de serviços especializados. Quais são os elementos que explicam este fato?
a) A peculiaridade destes alunos e a falta de compreensão sobre inclusão. b) A peculiaridade destes alunos e a falta de atendimento escolar. c) A peculiaridade destes alunos e a falta de vagas nas escolas. d) A peculiaridade destes alunos e a falta de profissionais nas escolas. e) A peculiaridade destes alunos e a falta de políticas públicas.
Questão 5: A construção do processo inclusivo no ambiente escolar requer ações efetivas para que se concretizem via atendimento de pessoas com deficiência. Sobre as pessoas com deficiência o que é correto afirmar?
a) São portadoras de alguma limitação de ordem mental. b) São portadoras de alguma limitação múltipla. c) São portadoras de alguma limitação física. d) São portadoras de alguma limitação visual. e) São portadoras de alguma limitação e/ou superdotação e altas habilidades.
Questão 6: O termo deficiência é fruto de uma construção sócio-histórica bem remota, que nos dias atuais ainda permanece com a mesma noção. Este é um dos fatores que fazem da educação especial uma luta árdua. De que maneira se deve compreender o termo deficiência? Aponte as modalidades existentes de modo fundamentado na teoria.
Questão 7: A Política Nacional de Educação Especial (SEESP/MEC, 1994) é um documento que afirma que o direito à educação só pode ser cumprido efetivamente quando existe um atendimento educacional especializado. De quais maneiras isto deve ocorrer no ambiente escolar?
Questão 8: É uma das obrigações do Governo investir na qualidade do ensino de maneira constante. Na educação especial, esta situação é peculiar, pois pode influenciar o andamento da proposta inclusiva no ambiente escolar. Explique descrevendo qual o efeito que isto pode acarretar para o ambiente escolar em relação aos alunos com necessidades especiais.
Questão 9: Mesmo as escolas, cada qual à sua maneira, atendendo legalmente a uma exigência inclusiva como a Constituição Federal de 1988, isto não garante a igualdade de direitos, porque esta é uma situação desafiadora. Em uma situação como esta, o que você poderia fazer tecnicamente, enquanto gestor(a), para beneficiar a todos os envolvidos? 
Questão 10: A proposta pedagógica da educação especial proclama que recursos e serviços institucionalizados e especializados sejam capazes de complementar, apoiar, suplementar e até substituir serviços educacionais comuns, se for o caso. Isto é lei e está na Res. 2/01. Assim, explique o que essa resolução assegura, descrevendo de que modo ela deve ser cumprida.
GLOSSÁRIO
Pessoas com Necessidades Especiais: pessoas com alguma modalidade de deficiência. Política Nacional de Educação Especial: este documento é um instrumento e um dos marcos legais que afirmam que o direito à educação é cumprido quando existe um atendimento educacional especializado. Integração escolar: é um modelo de ação que busca minimizar as distâncias entre os alunos com necessidades especiais dos demais alunos, tornando suas existências normalizadas e cotidianas.
RESPOSTAS
Questão 1 Resposta: A garantia do direito à educação para todos é um desafio que deve ser transposto cotidianamente no ambiente escolar, haja vista que o envolvimento de todos é imprescindível. O ambiente escolar é um espaço onde a violação de direitos se torna pública e notória, desde o momento da matrícula, que, muitas vezes, é negada. Acrescido a isto, há o fato de a expressão “alunos com necessidades especiais” não ter seu significado conhecido inclusive por profissionais da educação. O desenvolvimento pode ser comprometido, no entanto, não é determinante para insucessos futuros ou falta de cultura.
Questão 2 Resposta: Letra C. Em muitas ocasiões não há permissão de matrícula de alunos com necessidades especiais em escolas regulares e/ou em classes comuns.
Questão 3 Resposta: Letra B. Devido à peculiaridade da qual essas pessoas são portadoras, elas necessitam de um atendimento escolar especializado, diferenciado do que é usual na rede regular de ensino brasileiro.
Questão 4 Resposta: Letra A. A somatória entre a peculiaridade desses alunos e o atendimento escolar usualmente oferecido e que entende de maneira limitada a perspectiva inclusiva é que engendra a falta de percepção da comunidade escolar. 
Questão 5 Resposta: Letra E. A autora afirma que há indivíduos com hiperdotação e com altas habilidades que também requerem um atendimento educacional especializado, por apresentarem necessidades diferenciadas da maioria dos alunos.
Questão 6 Resposta: É preciso ficar atento, pois no senso comum e no cotidiano (inclusive o escolar) compreende-se que o termo deficiência está associado à falta, à diminuição, ao déficit. Há indivíduos com hiperdotação e com altas habilidades que também requerem um atendimento educacional especializado, por apresentarem necessidades diferenciadas da maioria dos alunos.
Questão 7 Resposta: Determinadas garantias devem ser contempladas, tais como a acessibilidade arquitetônica, materiais e equipamentos específicos e/ou adaptados, sinalizações e comunicações diferenciadas (tal como a LIBRAS) e adequações didático-metodológicas, curriculares e administrativas.
Questão 8 Resposta: O efeito pode ser indesejável, com um aumento de matrículas de pessoas com necessidades especiais em classes comuns num sistema despreparado e, a partir disto, um recrudescimento da rejeição por parte dos indivíduos, comprometendo a permanência e a convivência destes alunos com os demais no ambiente escolar.
Questão 9 Resposta: Agenciar a construção de novas mentalidades e promover a desconstrução de preconceitos, por meio da garantia de atendimento educacional especializado na rede regular de ensino, segundo a Res. 2/01.
Questão 10 Resposta: Ela assegura a promoção do desenvolvimento dos potenciais dos alunos com necessidades especiais em todas as etapas e tipos de educação básica, deve ser cumprida concretizando os ideários propostos pela educação especial, especialmente o que se refere à integração escolar.
TEMA 04 INTEGRAÇÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
É somente por meio de um conjunto de ações educacionais encadeadas que transformações cada vez mais inclusivas estão se tornando uma realidade nos ambientes escolares brasileiros. Apesar de toda dificuldade e necessidade de transposição de dificuldades na garantia do direito de todos desfrutarem de uma educação de qualidade, avanços significativos acontecem.
A característica desses avanços tem como princípio a educação inclusiva e, como modelo de ação, aintegração escolar. Esta última tem como objetivo minimizar a distância entre os alunos com necessidades especiais dos demais, propiciando com isto a possibilidade de vivências e experiências que são normais e cotidianas daqueles alunos que não têm necessidades especiais.
No entanto, nem sempre os avanços citados faziam parte da realidade. Isto ocorreu como consequência do fortalecimento da proposta educacional inclusiva. Tal proposta ainda se encontra em curso, está voltada ao atendimento de pessoas com necessidades especiais, tendo como modelo a integração escolar, conceito que você lerá mais adiante nesse texto.
A conjuntura reivindicatória das décadas de 1960 e 1970 incluiu os movimentos sociais nacionais e internacionais com a temática das pessoas com deficiências, clamando pelo acesso igualitário aos bens e serviços sociais disponíveis, dos quais eles percebiam sua exclusão. Neste momento sócio-histórico é que foram estruturadas as propostas educacionais de inclusão, fundamentadas na ideia de que no ambiente escolar, se o aluno pudesse ter a oportunidade de estar o mais próximo possível dos demais, seria apropriado e benéfico para todos.
Esta proposta foi denominada integração, tendo como objetivo disponibilizar às pessoas com necessidades especiais “padrões de vida próximos às normas e padrões da sociedade”, segundo conclamou na década de 1970 a Associação Americana de Reabilitação Connseling (ANARC).
Para que a integração não se transformasse em uma mera proposta e pudesse se concretizar no cotidiano dos alunos com necessidades especiais, a garantia dos direitos educacionais aconteceria pelo estabelecimento de um continuum de serviços especializados, ou seja, ofertas de serviços especializados que ocorreriam por meio de dimensões variáveis, garantindo os direitos destes alunos em questão.
Há o continuum cuja dimensão é física, ou seja, neste, a integração tem como objetivo garantir a proximidade na perspectiva física de alunos com necessidades especiais dos demais alunos e da comunidade escolar como um todo. Aqui, a reivindicação é pelo direito de partilhar espaços sociais que, no caso em questão, trata-se da escola.
Há o continuum cuja dimensão é funcional, ou seja, neste, a integração é passível de percepção a partir do momento em que alunos com necessidades especiais podem realmente usufruir de classes comuns, ou seja, aquelas destinadas e abertas a todos os tipos de alunos regularmente matriculados. Podem usufruir também todos recursos que estiverem disponibilizados pelo sistema de ensino.
Há o continuum cuja dimensão é social, ou seja, neste, a integração tem como objetivo o cumprimento dos fatores da dimensão funcional, de modo que por meio disto potencialize nos alunos com necessidades especiais as possibilidades de eles interagirem socialmente.
Vale ressaltar que, no senso comum, os indivíduos interpretam interação social como um fenômeno quase espontâneo e sem entraves no processo. Certamente para alguns isto é fato, mas não para todos, especialmente quando se trata de educação e de escolas, espaço social no qual alguns ficam marginalizados pela impossibilidade de se integrarem socialmente.
Para que haja realmente integração escolar é necessário que nas atividades grupais dos alunos aqueles com necessidades especiais estejam inseridos e participem ativamente, podendo se comunicar com todos, promovendo assim seu senso de pertencimento e sentimento de inclusão pelos serviços que são ofertados numa ocasião assim.
A construção destas noções de continuum de serviços acima expostas possuem três denominações distintas: hierarquia de serviços – modelo de educação especial; sistema de cascata dos serviços de educação especial; e modelo da pirâmide invertida. Essas três denominações são concordantes em basear suas propostas no foco do atendimento das necessidades dos alunos com deficiência.
Para tanto, as orientações no atendimento deste tipo de aluno estabelecem que eles sejam encaminhados para serviços especializados somente quando isto for necessário e que, assim que possível, que eles tenham a oportunidade de ocupar classes comuns; partilhar do convívio e das atividades didático-pedagógicas com os demais alunos em um espaço social caracterizado pelas salas de aulas ofertadas no ensino regular.
Nesta perspectiva, apesar das diferenciações das denominações sobre o continuum de serviços, todas têm algo em comum: a consideração da existência de classes comum, de classes especiais, de escolas especiais, de atendimento educacional em ambiente domiciliar e/ou hospitalar.
A variedade de possibilidades de atendimento de alunos com necessidades especiais, ao mesmo tempo em que é positiva, é fonte de questionamentos para a inclusão escolar, cuja proposta pedagógica é oferecer uma educação de qualidade para todos. Esses questionamentos giram em torno dos critérios estabelecidos no acesso desses alunos ao ambiente escolar. Tais critérios, na prática, tomam a forma de atitudes burocráticas, como condicionar as matrículas de acordo com a deficiência que o aluno apresenta, impondo barreiras àqueles que menos se ajustam aos moldes organizacionais da escola ou, então, por intermédio disto, manter o funcionamento escolar sem transformações, na cômoda condição de expectativa de que os alunos se ajustem a seu tipo de realidade.
Por essas razões é possível perceber o quanto é complexa a discussão sobre o modelo de integração escolar no Brasil. Apesar de sua proposta visando garantias de direitos educacionais, ela não está resguardada de críticas que se referem predominantemente às classes especiais. 
O que foi possível observar na prática e posteriormente foi constatado pelas pesquisas acadêmicas sobre o assunto é que o modelo de integração escolar na realidade se tornou distorcido, ou seja, os alunos com necessidades especiais eram encaminhados para serviços especializados não como uma maneira de garantir seus direitos, não por respeito às suas peculiaridades desses alunos, mas sim como uma forma de, estrategicamente, mascarar o incômodo e a rejeição por parte da comunidade escolar, de sua presença nas classes comuns. 
Foram estas situações que alimentaram as críticas sobre a maneira pela qual, inicialmente, ocorreu a implantação da integração escolar no Brasil e como ela foi até certo ponto distorcida.
As principais consequências desta distorção foi o desrespeito ao chamado princípio da transitoriedade, ou seja, que um aluno com necessidades especiais permanecesse apenas por tempo determinado em ambientes exclusivos de educação especial. Para muitos alunos com estas características, isto significou uma vida escolar inteira.
Felizmente, foi a partir desta constatação da realidade excludente imposta aos alunos com necessidades especiais, cujo modelo de integração escolar não era oferecido de fato, que fez com que a inclusão escolar, com sua proposta pedagógica de igualdade via (re)conhecimento das diferenças e valorização da diversidade, se consolidasse como reivindicação educacional.
ATIVIDADES
Questão 1:Ingressar e permanecer no ambiente escolar é uma tarefa desafiadora para alunos com necessidades especiais. Do momento da matrícula até a conclusão de determinado grau de escolaridade estes alunos vivenciam experiências que podem desmotivá-los emocionalmente ou até impedi-los de realizar determinadas atividades, uma vez que o ensino regular ainda é despreparado no trato com estas questões, e, mesmo não admitindo abertamente suas ações, evidencia o incômodo que esses alunos causam para alguns neste local.
Com base nisso, apresente estratégias de gestão que o profissional preocupado com a educação de alunos com necessidades especiais pode adotar para implantar um modelo de integração escolar.
Questão 2: Para que as transformações inclusivas se tornem uma realidade nos ambientes escolares brasileiros, é necessário que haja transposição de dificuldades que acontecem por meio de uma forma concreta neste ambiente 
a) Através da educação inclusiva. b) Através da educação de qualidade.c) Através de um conjunto de ações educacionais encadeadas. d) Através de um conjunto de ações educacionais legais. e) Através de um conjunto de ações educacionais integrativas.
Questão 3: A garantia do direito à educação de qualidade é fruto de uma longa reivindicação bem-sucedida, cuja consequência foi obter avanços com determinadas características de que tipo?
a) Ter como princípio a educação inclusiva e como modelo de ação a integração escolar. b) Ter como princípio a educação inclusiva e como modelo de ação a educação especial.
c) Ter como princípio a educação especial e como modelo de ação a educação inclusiva.
d) Ter como princípio a integração escolar e como modelo de ação a educação inclusiva.
e) Ter como princípio a educação especial e como modelo de ação integração escolar.
Questão 4: Leia a seguinte afirmação: “tem como objetivo minimizar a distância entre os alunos com necessidades especiais dos demais, propiciando vivências e experiências que são normais e cotidianas daqueles alunos que não têm necessidades especiais”. Essa afirmação diz respeito a qual conceito da área educacional?
a) Educação Especial. b) Educação Inclusiva. c) Inclusão escolar. d) Integração escolar. e) Educação escolar.
Questão 5:
O contexto revolucionário das décadas de 1960 e 1970 também reivindicava igualdade, e as consequências disto sobre o sistema educacional brasileiro foram inegáveis no acesso a bens e serviços sociais de grupos excluídos. A que se pode atribuir a responsabilidade de iniciar essas reivindicações?
a) Aos movimentos políticos nacionais e internacionais. b) Aos movimentos políticos nacionais constitucionais. c) Aos movimentos sociais políticos internacionais. d) Aos movimentos sociais políticos nacionais. e) Aos movimentos sociais nacionais e internacionais.
Questão 6: As propostas educacionais inclusivas buscavam garantir aos alunos com necessidades especiais o acesso a bens e serviços nos quais eram excluídos em função de suas peculiaridades e do preconceito em relação a elas. Explique tecnicamente como era a proposta de integração descrevendo seus objetivos. 
Questão 7: Para que a integração escolar pudesse se tornar algo real e se concretizar no cotidiano dos alunos com necessidades especiais, o estabelecimento de um continuum de serviços especializados se tornou estratégia. Descreva explicando do que se trata e quais são as variações implicadas nesse continuum.
Questão 8: A variedade de possibilidades de atendimento de alunos com necessidades especiais presentes nas dimensões do continuum de oferta de serviços considera a existência de espaços diferentes que tais alunos poderiam estar inseridos, tais como classes comuns, classes especiais, escolas especiais, atendimento educacional em ambiente domiciliar e/ou hospitalar. Explique por que esses espaços diferenciados, mesmo positivos, são fontes questionáveis para a inclusão escolar.
Questão 9: Discutir o tema da integração escolar é complexo, pois, ao mesmo tempo em que ela busca garantir direitos educacionais, ela não está a salvo de críticas devido ao que pode ser constatado por pesquisas acadêmicas referentes ao que acontecia na prática com os alunos com necessidades especiais, ou seja, o modelo de integração escolar se tornou distorcido. Como isto ocorreu?
Questão 10: Foi com a constatação da realidade excludente imposta aos alunos com necessidades especiais, fruto da distorção na implementação da integração escolar, que a luta pela educação inclusiva se fortaleceu. Devido a inúmeras violações de direitos, um princípio foi desrespeitado. Explique esse princípio, descrevendo as consequências disto na vivência destes alunos.
GLOSSÁRIO
Integração escolar: é um modelo de ação que busca minimizar as distâncias entre os alunos com necessidades especiais dos demais alunos, tornando suas existências normalizadas e cotidianas. Continuum de serviços: ofertas de serviços especializados que acontecem por meio de dimensões variáveis, garantindo os direitos de alunos com necessidades especiais. Princípio da transitoriedade: permanência de alunos com necessidades especiais por tempo determinado em ambientes exclusivos de educação especial.
RESPOSTAS
Questão 1 Resposta: Poderia minimizar a distância entre os alunos com necessidades especiais dos demais, propiciando a possibilidade de vivências e experiências que são normais e cotidianas daqueles alunos que não têm necessidades especiais. Permitiria matrículas e poderia promover acessibilidade e cursos de aperfeiçoamento profissional para todos envolvidos na oferta de serviços.
Questão 2 Resposta: Letra C. Segundo as autoras Mantoan & Prieto (2006), somente através de um conjunto de ações educacionais encadeadas que transformações inclusivas estão se tornando uma realidade nos ambientes escolares no Brasil.
Questão 3 Resposta: Letra A. Segundo as autoras Mantoan & Prieto (2006), o direito de todos desfrutarem de uma educação de qualidade teve avanços significativos que tiveram como princípio a educação inclusiva e, como modelo de ação, a integração escolar.
Questão 4 Resposta: Letra D. As autoras Mantoan & Prieto (2006) afirmam que é o modelo de ação na forma de integração escolar que tem como objetivo minimizar a distância entre os alunos com necessidades especiais dos demais.
Questão 5 Resposta: Letra E. O contexto das décadas de 1960 e 1970 incluía os movimentos sociais nacionais e internacionais com a temática das pessoas com deficiências, que clamavam pelo acesso igualitário aos bens e serviços sociais disponíveis, segundo as autoras Mantoan & Prieto (2006).
Questão 6 Resposta: Esta proposta denominada integração tem como objetivo disponibilizar às pessoas com necessidades especiais “padrões de vida próximas as normas e padrões da sociedade”, segundo conclamou na década de 1970 a Associação Americana de Reabilitação Connseling (ANARC). Partilhar do convívio seria benéfico para todos do contexto escolar.
Questão 7 Resposta: A autora alega que continuum de serviços especializados, ou seja, ofertas de serviços especializados através de dimensões variáveis. Há o continuum cuja dimensão é física, em que a integração tem como objetivo garantir a proximidade nesta perspectiva; há o continuum cuja dimensão é funcional, em que a integração é passível de percepção quando alunos com necessidades especiais podem usufruir de classes comuns; há o continuum cuja dimensão é social, em que a integração tem como potencializar nos alunos com necessidades especiais as possibilidades de eles interagirem socialmente.
Questão 8 Resposta: Os questionamentos giram em torno dos critérios estabelecidos no acesso desses alunos ao ambiente escolar. Tais critérios, na prática, são burocracias que condicionam as matrículas de acordo com a deficiência que o aluno apresenta, impondo barreiras àqueles que menos se ajustam aos moldes organizacionais da escola ou, então, por intermédio disto, mantêm o funcionamento escolar sem transformações, na expectativa de que os alunos se ajustem a seu tipo de realidade, alegam as autoras (MANTOAN & PRIETO, 2006).
Questão 9 Resposta: Os fatos eram que os alunos com necessidades especiais eram encaminhados para serviços especializados não como uma maneira de garantir seus direitos e em respeito às suas peculiaridades, mas sim como uma forma de, estrategicamente, mascarar o incômodo e a rejeição por parte da comunidade escolar, de sua presença nas classes comuns.
Questão 10 Resposta: Houve o desrespeito ao chamado princípio da transitoriedade, em que um aluno com necessidades especiais permaneceria apenas por tempo determinado em ambientes exclusivos de educação especial. Para muitos alunos com estas características, isto significou uma vida escolar inteira.
TEMA 05 REFLEXÕES CRÍTICAS SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA
O desenvolvimento sócio-histórico do modelo de integração escolar de alunos com necessidades especiais nas décadas de 1960 e 1970 passou por muitos desafios e críticas, apesar de ter como objetivo a garantia de direitos educacionais.
A implantaçãodeste modelo no ensino regular passou por dificuldades, no sentido de que suas próprias indicações não foram respeitadas e cumpridas inicialmente. Esta situação ocorreu em função de distorções na compreensão da proposta de integração escolar, que, por sua vez, declarava que os alunos com necessidades especiais pudessem compartilhar do convívio e das experiências dos demais alunos inseridos no contexto escolar.
Na atualidade, a execução da educação inclusiva no sistema educacional é que passa a configurar uma luta diária. Acrescido a este fato, é possível constatar também que existe a necessidade de administrar no cotidiano educacional uma herança negativa deixada pela distorção da compreensão do modelo de integração escolar, especialmente quando este passou a ser implantado no Brasil a partir da década de 1960.
Para a administração dessa herança negativa, deve-se considerar que o objetivo da educação inclusiva – que é (re)conhecer as diferenças dos alunos valorizando a diversidade no ambiente escolar – torna-se um elemento fortemente capaz de fazer contraposição e contrabalançar este legado problemático.
Outra maneira de se fazer contraposição à herança deixada pela distorção da compreensão do modelo de integração escolar é identificar as potencialidades dos alunos com necessidades especiais, para que, decorrente disto, seja possível construir alternativas para que eles desenvolvam sua autonomia escolar e social. Isto é o que caracteriza a cidadania e a igualdade de direitos.
Neste sentido, a educação inclusiva é uma perspectiva educacional em que as peculiaridades dos alunos são (re)conhecidas sem negação das desigualdades naturais e sociais que eles apresentam; é considerada pelos estudiosos e pesquisadores como um novo paradigma, ou seja, um novo pressuposto e/ou ponto de partida relacionado ao modo de funcionamento do ambiente escolar e do sistema educacional.
Os profissionais de educação, influenciados pelo olhar desse novo paradigma, passaram a considerar os modos de funcionamento do ambiente escolar e do sistema educacional como executores de práticas tão arcaicas e tradicionais que a proposta inclusiva, na maioria das ocasiões, passou então a ser compreendida como algo revolucionário, instigador de mudanças.
Esta característica instigadora de mudanças atribuídas à perspectiva inclusiva da educação possui algumas características, entre as quais é possível elencar:
• Valorização e apreço pela diversidade, considerada como um elemento que beneficia a escolarização de todos. • Respeito aos ritmos de aprendizagem diferenciados que os alunos podem apresentar. • Consideração por práticas didático-pedagógicas diferenciadas das usuais. • Promoção de práticas didático-pedagógicas diferenciadas como estratégia de agenciamento de rupturas no tradicionalismo do sistema de ensino.
Vale ressaltar que é preciso que os profissionais de educação possuam qualificação técnica suficiente para perceber e identificar possíveis distorções na compreensão até mesmo da proposta pedagógica inclusiva. Desavisadamente, o termo pode ser tomado como sinônimo de uma ideia de ruptura, e isto como algo adequado e benéfico sem maiores questionamentos.
É preciso que um profissional de educação tenha atenção para perceber que no contexto educacional, de modo geral, esta ideia de uma ruptura no sistema educacional se encontra em contraposição a uma ideia de continuidade no sistema educacional.
A ideia de ruptura no sistema educacional é sedutora, por trazer em seu bojo a proposta de algo inovador, capaz de causar deslumbramento capaz de poder aplacar qualquer postura questionadora, uma vez que é praticamente impossível questionar algo que se desconhece justamente por ser novo.
A ideia de continuidade no sistema educacional, por sua vez, está associada à noção daquilo que está velho, que é tradicional e está ultrapassado e que, justamente por essas razões, é justificável que seja substituído.
As controvérsias nestas questões se referem aos questionamentos se aquilo que é considerado inovador necessariamente é adequado e/ou benéfico e se aquilo que é considerado antiquado realmente é inadequado e/ou prejudicial, quando se fala em atendimento de alunos com necessidades especiais.
Neste sentido, a proposta pedagógica inclusiva pode correr riscos de distorções em sua compreensão, cujas consequências podem ser tão indesejáveis quanto as que ocorreram na implementação do modelo de integração escolar.
Tal modelo tinha como objetivo minimizar a distância entre os alunos com necessidades especiais dos demais, propiciando com isto a possibilidade de vivências e experiências que são normais e cotidianas daqueles alunos que não têm necessidades especiais; porém, na prática isto não ocorria de fato, devido à falta de garantias no próprio ambiente escolar que oscilavam desde a negação de matrículas de alunos com deficiência até as barreiras arquitetônicas e o preconceito nas escolas.
Um exemplo cuja consequência pode ser indesejável é quando existe uma distorção na compreensão da proposta inclusiva. Desavisadamente, os profissionais de educação podem tomar sem maiores questionamentos a ideia de ruptura no sistema educacional, correndo-se o risco de não reconhecerem os avanços e benefícios construídos ao longo do contexto sócio-histórico educacional brasileiro e descartá-los como algo pejorativo.
Estes fatos descritos aconteceram com relação à educação especial, que se trata de uma perspectiva educacional voltada para a inclusão e a integração de alunos com deficiência e/ou necessidades especiais, cuja proposta pedagógica garante recursos e serviços institucionalizados e especializados capazes de complementar, suplementar, apoiar e/ou substituir serviços educacionais comuns. 
Contraditoriamente, suas práticas passaram a ser condenadas devido à compreensão limitada da proposta educacional inclusiva por parte dos próprios profissionais de educação.
A educação especial, incompreendida e distorcida pelas críticas tecidas pelos profissionais de educação, passou a ser malvista e até considerada como a grande e única responsável pela marginalização e pelo isolamento social de alunos com necessidades especiais.
Novamente é importante ressaltar que esta visão da educação especial, além de distorcida, é equivocada. As virtudes e conquistas desta modalidade de proposta educacional existem e deveriam ser reconhecidas e inseridas no entendimento do contexto sócio-histórico do período, cujas ofertas de serviços especializados eram quase inexistentes. Seu mérito é inegável, sendo por esta razão merecedora de todo respeito.
Neste equívoco e distorção na análise da conjuntura da oferta de serviços educacionais especializados, os profissionais de educação se esquecem de que as críticas à educação especial e ao modelo de integração escolar retiraram do foco a verdadeira responsabilidade pela falta, precariedade de ofertas de serviços especializados e pela perpetuação de mecanismos de resistência à escolarização de alunos com necessidades especiais: são os governantes que fazem a gestão dos recursos públicos destinados à educação, afirmam as autoras Mantoan & Prieto (2006).
ATIVIDADES
Questão 1: O sistema educacional brasileiro sofre com a falta de investimentos do Estado, e isso recai sobre a qualidade das escolas e do ensino, uma vez que os professores que são os executores das propostas educacionais têm sobrecarga de trabalho em função dos baixos salários. Uma coisa está ligada à outra e nesse “campo minado” há alunos que muitas vezes não têm aula e são aprovados e os alunos com necessidades especiais que não são atendidos adequadamente.
Qual seria sua proposta pedagógica para alunos com necessidades especiais, no caso de você ocupar um cargo estratégico como um ministro ou secretário da educação. 
Questão 2: A década de 1960 e 1970 se constituiu como um marco histórico na evolução da luta inclusiva educacional, fenômeno social novo e desafiador que tinha determinado objetivo. Marque a alternativa correta:
a) Tinha como objetivoa educação especial. b) Tinha como objetivo a educação inclusiva. c) Tinha como objetivo a garantia de direitos educacionais. d) Tinha como objetivo a garantia de acesso à educação. e) Tinha como objetivo a garantia de integração escolar. 
Questão 3: Devido ao fato de o sistema educacional brasileiro ser sucateado, isto tornou precárias as condições de trabalho e os serviços ofertados. No ensino regular, a implantação de determinado modelo foi um exemplo de dificuldades, pois suas indicações não foram respeitadas. De qual modelo se trata a questão?
a) Modelo de interação social. b) Modelo de educação escolar. c) Modelo de supervisão escolar. d) Modelo de integração escolar. e) Modelo de distorção escolar. 
Questão 4: No sistema educacional brasileiro, atualmente ainda permanecem muitas distorções na compreensão de propostas educacionais voltadas aos alunos com necessidades especiais. Isto é uma herança negativa que deve ser administrada por meio da execução de certa proposta educacional. De qual se trata?
a) Da execução da educação inclusiva. b) Da execução da integração escolar. c) Da execução da educação especial. d) Da execução da garantia de direitos. e) Da execução do ensino regular. 
Questão 5: O (re)conhecimento das diferenças dos alunos e a valorização da diversidade no ambiente escolar é uma maneira de contrapor e contrabalançar este legado problemático, fruto das distorções de compreensão de propostas educacionais. Por meio de qual maneira isto poderia acontecer?
a) Identificar as possibilidades de alunos com necessidades especiais. b) Identificar as habilidades dos alunos com necessidades especiais. c) Identificar as peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. d) Identificar as qualidades dos alunos com necessidades especiais. e) Identificar as potencialidades dos alunos com necessidades especiais.
Questão 6: O reconhecimento das peculiaridades dos alunos e das desigualdades naturais e sociais que eles apresentam é algo até certo ponto revolucionário, considerando o desenvolvimento sócio-histórico do sistema educacional brasileiro tradicional e caracteristicamente excludente. Neste sentido, explique como esta situação influenciou estudiosos, pesquisadores e profissionais de educação a terem um novo olhar.
Questão 7: A proposta inclusiva passou então a ser compreendida como algo revolucionário, instigadora de mudanças no sistema educacional. Descreva as principais características que demonstram a inclusão no sistema educacional.
Questão 8: É importante que profissionais de educação possuam qualificação técnica suficiente para perceber e identificar possíveis distorções na compreensão da proposta pedagógica inclusiva. Explique de que maneira isto pode ocorrer, descrevendo as ideias que surgem corriqueiramente.
Questão 9: O atendimento de alunos com necessidades especiais é um tema que gera controvérsias porque há diferentes ideias sobre o que deve ocorrer no sistema educacional. Essas ideias levantam questionamentos em uma tentativa de cuidar para que não haja efeitos indesejáveis na implantação de serviços especializados. Descreva os argumentos usados para este questionamento, explicando a possibilidade de um efeito indesejável.
Questão 10: A educação especial é uma proposta pedagógica que sofreu muitas críticas com o advento da educação inclusiva, algumas justificáveis e outras não. Explique tecnicamente a proposta da educação especial, destacando o modo distorcido pelo qual ela passou a ser vista.
GLOSSÁRIO
Ideia de continuidade no sistema educacional: noção de continuidade no sistema educacional, associada àquilo considerado velho, tradicional, ultrapassado, precisando de substituição. Ideia de ruptura no sistema educacional: noção de algo inovador no sistema educacional, capaz de causar deslumbramento. É empregada em contraposição à noção de continuidade.
RESPOSTAS
Questão 1 Resposta: Teoricamente as ações estão voltadas para que se possa identificar as potencialidades dos alunos com necessidades especiais e que assim seja possível construir alternativas para que eles desenvolvam sua autonomia escolar e social. Isto é o que caracteriza a cidadania e a igualdade de direitos.
Questão 2 Resposta: Letra C. 
Questão 3 Resposta: Letra D.
Questão 4 Resposta: Letra A. 
Questão 5 Resposta: Letra E. 
Questão 6 Resposta: Os estudiosos e pesquisadores consideravam a educação inclusiva um novo paradigma, ou seja, um novo pressuposto e/ou ponto de partida para o modo de funcionamento do ambiente escolar e do sistema educacional. Influenciados pelo olhar desse novo paradigma, passaram a considerar o funcionamento do ambiente escolar e do sistema educacional como executores de práticas tão arcaicas e tradicionais.
Questão 7 Resposta: Segundo as autoras (MANTOAN & PRIETO, 2006), é possível destacar algumas características, tais como: a valorização e apreço pela diversidade, considerada como um elemento que beneficia a escolarização de todos; o respeito aos ritmos de aprendizagem diferenciados que os alunos podem apresentar; a consideração por práticas didático-pedagógicas diferenciadas das usuais; e a promoção de práticas didático-pedagógicas diferenciadas como estratégia de agenciamento de rupturas no tradicionalismo do sistema de ensino.
Questão 8 Resposta: De acordo com as autoras (MANTOAN & PRIETO, 2006), quando a educação inclusiva é entendida de forma distorcida, o termo pode ser tomado como sinônimo de uma ideia de ruptura, e isto como algo adequado e benéfico sem maiores questionamentos. Esta ideia se encontra em contraposição a uma ideia de continuidade no sistema educacional; associada à noção daquilo que está velho, que é tradicional e está ultrapassado e que, justamente por essas razões, é justificável que seja substituído sem maiores questionamentos também.
Questão 9 Resposta: A autora (PRIETO, 2006) afirma que as controvérsias nestas questões se referem aos questionamentos se aquilo que é considerado inovador necessariamente é adequado e/ou benéfico e se aquilo que é considerado antiquado realmente é inadequado e/ou prejudicial, quando se fala em atendimento de alunos com necessidades especiais. O feito indesejável é que as propostas não ocorram de fato devido à falta de garantias no próprio ambiente escolar, que oscilam desde a negação de matrículas de alunos com deficiência até as barreiras arquitetônicas e o preconceito nas escolas.
Questão 10 Resposta: A educação especial é uma perspectiva educacional voltada para a inclusão e integração de alunos com deficiência e/ou necessidades especiais, cuja proposta pedagógica garante recursos e serviços institucionalizados e especializados capazes de complementar, suplementar, apoiar e/ou substituir serviços educacionais comuns. Passou a ser malvista devido à compreensão limitada sobre educação inclusiva e até considerada como a grande e única responsável pela marginalização e isolamento social de alunos com necessidades especiais. Com isto, seus avanços e benefícios construídos ao longo do contexto sócio-histórico educacional brasileiro passaram a ser até certo ponto descartados como algo pejorativo.
TEMA 06 AS ADVERSIDADES E A CONSOLIDAÇÃO DA PROPOSTA INCLUSIVA NO ATENDIMENTO A ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
A falta de apoio e investimentos financeiros e técnicos especializados por parte do governo se traduzem no sistema educacional e no ambiente escolar sob a forma da precariedade dos serviços, ausência de cursos de aperfeiçoamento profissional e na falta de locais especializados para o atendimento de pessoas com necessidades especiais.
O contexto problemático descrito tem a capacidade de colocar grandes obstáculos para a concretização da educação para todos, sendo que este é um dos pressupostos da educação inclusiva.
A educação inclusiva, devido à falta de investimentos e recursos governamentais, na realidade acaba sendo compreendida pelos gestores da educação de uma forma reducionista, por exemplo, a simples oferta de vagas no ensino regular para alunos com necessidades especiais.
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