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Trechos livro Práticas Avaliativas e aprend signific Janssen F da Silva

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Práticas Avaliativas e Aprendizagens Significativas
Cap. 1 – Avaliação do ensino e da aprendizagem numa perspectiva formativa-reguladora
Perspectivas teóricas e políticas se embatem no intuito de ressignificar a educação e o papel sociopedagógico nas unidades educativas.
Essa crise acentuou-se porque a escola do ensino padronizado e excludente contribuiu e contribui eficientemente para a marginalização socioeconômica e cultural de grande parcela da população brasileira, principalmente a pertencente às classes mais carentes. Esse fato pode ser notado nos altos índices de evasão e de repetência escolar que marcaram a educação pública brasileira durante várias décadas. VERIFICAR CENSO-ANOTAÇÕES 
Neste contexto (em relação à um sistema de ensino que priorize a técnica e consequentemente o mercado), a escola é o lugar privilegiado de treinar os clientes para o mercado e de selecionar os mais competentes. Esse processo está alicerçado nos princípios da eficiência e competitividade. 
Se couber à escola a função de treinar e selecionar, o processo avaliativo assume o papel de localizar os indivíduos nas hierarquias de excelência (PERRENOUD, 1999), reproduzindo, então, a estratificação social vigente da sociedade neoliberal do mercado globalizado. Caso fizermos a escolha por um projeto societário emancipador, que busca a humanização dos sujeitos e da própria sociedade, a escola irá se tornar um lócus de formação de cidadãos que se inserem não somente no mercado, mas na complexidade da teia sociopolítica, econômica e cultura. Mas, sobretudo, iremos formar indivíduos históricos que se percebem comprometidos com a construção de um mundo mais justo, solidário e ético.
A escola, assim, deve ser um lugar político-pedagógico que contribui para a interseção da diversidade cultural que a circunda e a constitui, sendo espaço de significar, de dar sentido, de produzir conhecimento, de desenvolver valores e competências fundamentais para a formação humana dos que ensinam e dos que aprendem.
Neste sentido, o papel da avaliação é acompanhar a relação ensino e aprendizagem para prover as informações necessárias para manter o diálogo entre os docentes e os educandos.
A opção por um ou outro modelo pedagógico representa fazermos uma adesão política por um projeto societário, por isso é fundamental sabermos que ideologias estão subjacentes às práticas pedagógicas, em especial, as avaliativas para termos a consciência da dimensão política do trabalho docente.
O espaço educativo transforma-se em ambiente de desafios pedagógicos que dinamizam e significam a aprendizagem, compreendida como construção de conhecimento e desenvolvimento de competências em vista da formação do cidadão. ESSE PARADIGMA EXIGE UMA NOVA COMPREENSÃO DA AVALIAÇÃO.
Reconhecer as diferentes trajetórias de vida dos educandos implica flexibilizar os objetivos, os conteúdos, as formas de ensinar e de avaliar, em outras palavras, contextualizar e recriar o currículo.
Como obter as informações sobre as aprendizagens dos aprendentes para diversificar a prática docente com consistência pedagógica? ... “No paradigma educacional centrado nas aprendizagens significativas”, a avaliação é concebida como processo/instrumento de coleta de informações, sistematização e interpretação das informações, julgamento de valor do objeto avaliado por meio das informação tratadas e decifradas, e, por fim, tomada de decisão (como intervir para promover o desenvolvimento das aprendizagens).
Nessa medida a avaliação é espaço de mediação, de aproximação, e de diálogo entre os professores e os alunos.
A avaliação possui as seguinte características: é democrática, constante, diversificada e contínua, sistemática (metódica) e intencional.
A avaliação materializa-se numa variedade de instrumentos, por isso a necessidade de ser contínua, o que significa garantir uma relação lógica entre os diversos instrumentos utilizados no processo avaliativo.
A diversidade e a coerência dos instrumentos e do processo avaliativo também visam atingir as várias dimensões de aprendizagem dos sujeitos e objetos avaliados.
Restringir a avaliação ao produto ou à aplicação é desperdiçar uma diversidade, no mínimo, de informações do processo que são úteis ao entendimento do fenômeno educativo e à tomada de decisão para as mudanças necessárias.
A diversidade e a coerência dos instrumentos e do processo avaliativo também visam atingis as várias dimensões de aprendizagem dos sujeitos e objetos avaliados.
Instrumentos avaliativos precisam estar inseridos em uma prática sistemática, atendendo a uma metodologia própria da avaliação educacional, adequados à natureza do objeto avaliado, ao currículo, ao curso, ao programa, à instituição, etc. 18
Cada momento específico de avaliar requer uma diversidade de instrumentos correspondentes, inseridos numa sistemática, numa metodologia.
O direcionamento do processo ou dos instrumentos avaliativos dá-se pelos objetivos e critérios que se pretende atingir e pela abordagem pedagógico e avaliativa que se adote. Tais intenções (objetivos e critérios) precisam ser coerentes ao projeto político-pedagógico (PPP) da unidade de ensino e de aprendizagem para que, de fato, orientem o planejamento, a metodologia de ensino e a prática avaliativa desenvolvidos pelos docentes. 19
Desenvolver uma nova postura avaliativa requer desconstruir e reconstruir a concepção e a prática da avaliação e romper com a cultura de memorização, classificação, seleção e exclusão tão presente no sistema de ensino.
Como dia Hoffmann (1993, p. 74), “o cotidiano da escola desmente um discurso inovador de considerar a criança e o jovem a partir de suas possibilidades reais. A avaliação assume a função comparativa e classificatória”. Perrenoud também tem a mesma opinião quando escreve que a teoria avaliativa já avançou muito, mas o fazer avaliativo no cotidiano da escola ainda traz resquícios de uma avaliação mensuradora e coercitiva. 21

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