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Avaliação Escolar Apostila

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CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA
Disciplina: Avaliação da Aprendizagem
 
 
EMENTA
Nesta disciplina, serão abordadas reflexões relativas a avaliação da Educação nos segmentos da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, a saber: análise e reflexão dos determinantes históricos e sociais das políticas educacionais de atendimento a Educação Infantil; objetivos da Educação Infantil; os parâmetros e as diretrizes da Educação Infantil de acordo com a LDB; planos, projetos e propostas que tratam da Educação Infantil e as competências que deverão ser trabalhadas para formação do professor em Educação Infantil. Bem como, princípios orientadores, finalidades e objetivos do Ensino Fundamental nos anos iniciais; planos, projetos e propostas que tratam da Educação Básica nestas áreas de atuação; as diretrizes da LDB e seus avanços para o Ensino Fundamental durante a sua primeira década de promulgação; políticas e formação e valorização do magistério e avaliação crítica das políticas públicas no que se refere à Educação Básica.
 
OBJETIVOS
Fundamentar os professores nos instrumentos de legislação que regem a educação básica em relação à educação infantil e ao ensino fundamental; refletir sobre o desafio de educar crianças e jovens, propiciando-lhes um desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico, de modo que adquiram condições para enfrentar as exigências do mundo contemporâneo; compreender que o professor exerce papel imprescindível e insubstituível no processo de mudança social, contribuindo com seus saberes, seus valores, suas experiências nessa complexa tarefa de melhorar a qualidade social da escolarização; avaliar, propor e se posicionar criticamente em relação ao sistema de ensino em sua relação prática com as práticas organizativas, pedagógicas e curriculares da escola.
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
- Introdução: a Avaliação da Educação Básica
1. O que Diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
2. Conceitos e Premissas Básicas
3. Instrumentos de Avaliação Educacional
4. Atribuições dos Discentes e Docentes Quanto à Avaliação Educacional
- Atividades
- Leitura Complementar
- Referências
 
 
SUMÁRIO
 
	Introdução: A Avaliação da Aprendizagem
	09
	1. O que Diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
	10
	2. Conceitos e Premissas Básicas
	10
	3. Instrumentos de Avaliação Educacional
	14
	4. Atribuições dos Discentes e Docentes Quanto à Avaliação Educacional
	 
17
	Atividades
	18
	Leitura Complementar
	18
	Referências
	24
 
 
 
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
 
Introdução:
            Ao falar em avaliação, logo se remete à educação ou à escola. Além disso, esse termo faz emergir alguns sinônimos como: abalançamento, cálculo, estimativa, ajuizamento, ponderação, valorização, mensuração, medição, dentre outros. Percebe-se também que a avaliação não diz respeito somente ao processo de ensino. Ao se inclinar o olhar de uma forma mais abrangente, verifica-se que a avaliação faz parte da atividade humana de reflexão.
Assim, ela se constitui em um processo intencional, auxiliado por diversas ciências e que se aplica a qualquer prática. Dessa forma, é possível falar na avaliação das diversas atividades profissionais, como de uma empresa, de um programa, de uma política. Quando se reflete também se avalia; e avaliar é também planejar, estabelecer objetivos. Daí que os critérios de avaliação, que condicionam seus resultados, estejam sempre subordinados às finalidades e aos objetivos previamente estabelecidos para qualquer prática, educativa, social, política ou outra (DEMO, 1995).
Essas avaliações diferem dos processos avaliativos que acontecem nas práticas pedagógicas, pois se constituem em análises assistemáticas. Já as avaliações vivenciadas no cotidiano escolar têm um caráter deliberado, sistematizado, apoiado em pressupostos, variando em complexidade e servindo a múltiplos propósitos (VASCONCELLOS, 2009).
A avaliação em nível internacional busca fixar os padrões de desempenho que possam servir de referência para o estabelecimento de diretrizes e metas para os sistemas de ensino de cada país (ex. Programa Internacional de Avaliação de Alunos – Pisa).
Já a avaliação de nível nacional busca verificar a qualidade de ensino de um país, estabelecendo normas e padrões gerais para a educação. No caso do Brasil, temos o Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb; o Exame Nacional do Ensino Médio – Enem; o Exame Nacional de Desempenho do Estudante – Enade, coordenados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep.
Quanto à avaliação institucional, segundo Depresbiteris e Tavares (2009, p. 37), esse nível está voltado para cada instituição de ensino e tem como fim “analisar todos os componentes do processo educacional: currículos, desempenho de professores, materiais didáticos, infraestrutura, recursos econômicos e cursos de formação, entre outros”.
O nível da avaliação curricular “refere-se especificamente ao currículo, entendido como todas as atividades intra e extracurriculares de uma instituição de educação (DEPRESBITERIS, TAVARES, 2009, p. 37).
Quanto ao nível da sala de aula, a avaliação é aquela que mais está próxima do aluno, ou pelo menos deveria estar. Aqui, se incluem as seguintes esferas da avaliação: a avaliação da aprendizagem, a autoavaliação e a meta-avaliação. Essas avaliações baseiam-se na relação professor e aluno, que, por assim se constituir, apresenta um caráter formativo e processual.
 
1. O que Diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
            A lei de diretrizes e bases é quem organiza o processo, obtendo mudanças significativas na LDB 9394/96 aos níveis de ensino. Hoje a educação é pautada em educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Mudanças também na composição dos níveis escolares; a educação básica, que se compõe da educação infantil e o ensino superior. Outra mudança foi o aumento dos dias letivos de 180 para 200 dias letivos de aula. E também se tornou obrigatório o processo de recuperação.
A idade de matricula nos anos iniciais do ensino fundamental passou para seis anos, onde passaram o ensino fundamental de oito para nove anos. Isso ocorreu através de um decreto presidencial em 2005. Outra questão foi à exigência de formação superior para os professores da educação básica (sendo elas educação infantil, educação fundamental aos anos iniciais).
O ponto forte da lei é a qualidade de ensino. Com isso ficam em evidencia alguns pontos da lei. Art.8º “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino”. A etapa chamada de educação básica, e este direito são asseguradas pela constituição nacional. O trecho examinado, visto na prática, significa que os conhecimentos que o educando traz conseguem do meio em que vive das situações sociais que participa devem ser valorizados e colocados lado a lado com os conhecimentos escolares, principalmente no que diz respeito às avaliações do aprendizado.
A educação possui seu sistema de avaliação, possui parâmetros que organiza e também controla sendo elas a Provinha Brasil (é uma avaliação diagnóstica aplicada aos alunos matriculados no segundo ano do ensino fundamental). Enem (provas do Exame Nacional do Ensino Médio) e o Enade (“Exame Nacional de Desempenho de Estudantes avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos em que estão matriculados. O exame é obrigatório para os alunos selecionados e condição indispensável para a emissão do histórico escolar. A primeira aplicação ocorreu em 2004 e a periodicidade máxima com que cada área do conhecimento é avaliada é trienal”). Além disso, cada escola possui o seu processo de avaliação.
 
2. Conceitos e Premissas Básicas
2.1 – Avaliação Educacional
            A avaliação educacional é um recurso pedagógico disponível aos sujeitos envolvidos na educação (discentes, docentes e instituições de ensino), que lhes permite observar, continuamente, a eficácia ou ineficácia de suas práticas eações pedagógicas, além de promover intervenções de correção nos rumos das atividades e dos resultados.
Na perspectiva do Ensino por Competências, a avaliação educacional assume um caráter dinâmico, incorpora perfis de investigação, observação, reflexão e nova ação, evitando que as ações avaliativas se tornem mecânicas. Neste sentido, a avaliação educacional deve ser sempre significativa.
2.2 – Avaliação Significativa
            Os pressupostos para que uma avaliação seja reconhecida como significativa são:
 
· Imprime significado à aprendizagem;
· Diagnostica conhecimentos prévios dos alunos;
· Busca avaliar o esforço dos alunos;
· Enfatiza o papel da metacognição;
· Estimula a resolução de problemas;
· Possui uma dimensão diagnóstica, mediadora, formativa e somativa;
· Evita prejulgamentos;
· Leva em conta a multiplicidade de critérios de julgamentos;
· Tem como referência a abordagem baseada em critérios;
· Incorpora o processo de negociação;
· Diversifica instrumentos e questões.
2.3 – Tipos de Avaliação Educacional do Ponto de Vista de Quem Avalia
· Autoavaliação: realizada pelo próprio discente, com o intuito de favorecer o seu engajamento pessoal, para que corrija seus erros e supere as suas limitações.
· Coavaliação: realizada pelos outros discentes. Neste tipo de avaliação, os discentes devem ser esclarecidos sobre os princípios éticos da coavaliação, pautados pelo respeito mútuo e proatividade.
2.4 – Modalidades da Avaliação Educacional
            Do ponto de vista do momento da realização da avaliação e das suas implicações práticas, existem três modalidades de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa.
A Avaliação Diagnóstica (AD) é a modalidade de avaliação que tem por objetivo determinar o nível de desenvolvimento do discente em relação às capacidades cognitivas, físicas e motoras, e o nível de assimilação dos conteúdos de aprendizagem necessários para iniciar um assunto, disciplina e/ou curso. A AD pode utilizar a heteroavaliação, autoavaliação e coavaliação e deve gerar providência imediata.
Como parte do processo de avaliação, a avaliação diagnóstica também poderá ser executada no início das atividades de sala de aula. Deve ser prevista, obrigatoriamente, nos planos de aula (PA), na fase inicial das aulas como acionamento do conhecimento prévio (para introdução de novo objeto do conhecimento) ou como “feedback” da sessão anterior.
A Avaliação Formativa (AF) é a modalidade de avaliação que realiza o acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, visando a caracterizar como os discentes desenvolvem as capacidades cognitivas, físicas, conteúdos de aprendizagem, atitudes, valores e competências ao longo das sequências didáticas.
A AF pode utilizar a heteroavaliação, autoavaliação e coavaliação, não resultando em ações de certificação, com o intuito de aprovação e promoção dos discentes. É contínua e descreve como está se processando a aprendizagem, propiciando mudanças de rumos para o discente e para o docente quando o resultado esperado não for atingido. Deve ser encarada como um processo que visa ao aperfeiçoamento da aprendizagem do discente. Por isto, deve gerar ações para incrementar as aprendizagens, implicando:
· Em retroalimentação, que é o momento no qual docente e discente dialogam sobre as observações realizadas durante o processo ensino-aprendizagem. Deve ter um caráter construtivo, visando a orientar o docente/discente a atingir os objetivos educacionais propostos em qualquer momento do processo de aprendizagem;
· Na necessidade de propor uma diversidade de atividades que levem o discente à superação de suas dificuldades.
A AF deve, ainda, estimular o discente a prosseguir nos seus esforços, a refletir sobre a sua aprendizagem e a monitorar o seu próprio desenvolvimento.
A AF é materializada pela nota de Avaliações Parciais (AP) que deve ser o somatório de, pelo menos, três tipos diferentes de instrumentos de avaliação.
A Avaliação Somativa (AS) é a modalidade de avaliação que visa a verificar se os discentes desenvolveram as capacidades cognitivas e físicas, conteúdos de aprendizagem e competências ao final de uma sequência ou conjunto de sequências didáticas, estando, assim, em condições de continuar os estudos em disciplinas e anos letivos subsequentes. A AS expressa seu julgamento de valor por meio de um código que pode ser numérico ou conceitual.
2.5 – Patologias da Avaliação Educacional
            Patologias da avaliação educacional são distorções, intencionais ou não, nas apurações do rendimento escolar, as quais mascaram a situação dos discentes. As patologias podem ser:
· Relativização da qualidade: patologia na qual o agente de ensino muda a relação existente entre sua exigência pessoal e a quantificação em graus que registra a resposta do aluno a essa exigência. Tal mudança tende a adequar a exigência à expectativa de resposta, muitas vezes, como proteção ao ego do agente de ensino. Tal processo serve de prova quanto ao caráter não natural do grau atribuído. Valores mais altos (8.0, 9.0 e 10.0), atribuíveis às respostas mais próximas das idealizadas no gabarito, não correspondem a um nível anistórico de desempenho do aluno. Pelo contrário: cada turma de alunos predispõe para o agente de ensino o parâmetro que ele seguirá, ainda que balizado por limites impostos pelas normas vigentes;
· Adequação das estatísticas: patologia na qual a exigência pessoal do agente de ensino é modificada no intuito de aproximar os resultados escolares a uma expectativa de estatística imposta ou de interesse do escalão enquadrante. Neste processo, são acionados vários “mecanismos reguladores” ao longo do ensino-aprendizagem, para aproximar os resultados quantificados a determinados parâmetros previamente esperados;
· Expurgo: patologia na qual ocorre a eliminação por reprovações de um segmento específico do público discente, de modo a ter eliminado este público do Colégio, após um intervalo maior de tempo, ao longo do qual as reprovações desse mesmo segmento se acumulam;
· Efeito “turn-over”: patologia na qual as frequentes transferências dos alunos, principalmente para fora do SCMB, colaboram para o ocultamento de problemas quanto ao rendimento escolar desses discentes;
· Efeito de barreira: patologia na qual um ou mais de um ano letivo torna-se um obstáculo particularmente difícil aos discentes, funcionando, assim, como filtro contra os alunos com dificuldades.
2.6 – Diretrizes Pedagógica da Avaliação Educacional
            São as premissas que orientam qualquer atividade de avaliação, imprimindo nelas uma dimensão ética. Assim, deve-se buscar avaliar:
· De modo holístico e integrador, caracterizando os aspectos intelectuais, sócioafetivos e físicos do discente;
· Selecionando os aspectos principais das aprendizagens, consciente de que não é possível avaliar tudo o que é ensinado;
· Continuamente, detectando dificuldades e limitações dos discentes para reorientar o ensino;
· Motivando os discentes a aperfeiçoar voluntariamente as aprendizagens, ressaltando os aspectos positivos de seu desempenho;
· Reportando ao docente a análise de seus resultados de aprendizagem, por meio de feedback;
· Considerando múltiplos pontos de vista, incluindo o do discente; g. não apenas o que é constatável empiricamente ou que é mensurável, mas, também, aquilo que só pode ser inferido e permita a realização da tarefa que é diretamente observável. Por exemplo, a capacidade de resolver problemas;
· Favorecendo a comparação do discente consigo mesmo e não com outros discentes.
 
3. Instrumentos de Avaliação Educacional
            Os instrumentos de avaliação educacional destinam-se a estabelecer referenciais, a coletar e a organizar dados sobre o processo educacional, com o intuito de subsidiar julgamentos de valor sobre os discentes, os docentes e os estabelecimentos de ensino.
 
3.1 – Requisitos dos Instrumentos de Avaliação Educacional
            Os requisitos são parâmetros técnicos de análise, consistindo em princípios pedagógicos norteadores da elaboração e que garantem a qualidade dosinstrumentos de avaliação educacional. Os requisitos listados a seguir deverão ser utilizados para a avaliação educacional dos discentes. Para a avaliação dos docentes e dos estabelecimentos de ensino, poderão ser estabelecidos outros requisitos:
· Validade: um instrumento apresenta validade quando avalia aquilo que realmente pretende avaliar e quando é adequado aos descritores considerados.
· Relevância: um instrumento tem relevância quando está relacionado a descritores previstos nos Planos de Sequências Didáticas (PSD) para serem avaliados naquele momento.
· Amplitude: consiste em uma estimativa do nível de abrangência das habilidades, objetos de conhecimento e descritores, para constatar em que medida eles foram contemplados nos instrumentos.
· Dosagem: consiste em uma estimativa de relevância das habilidades, objetos de conhecimento e descritores, para constatar qual a importância deles nos instrumentos.
· Exequibilidade: destina-se à adequação do tempo à solução dos itens propostos. A duração de um instrumento deve ser determinada em função do tempo necessário à sua resolução.
· Redação: relaciona-se com a clareza e a adequação da linguagem às características dos alunos. Neste sentido, é preciso checar se os instrumentos apresentam uma linguagem adequada ao nível intelectual do discente, para evitar que este deixe de resolver o item por não o ter entendido. Deve ser verificada, também, a observação da competência discursiva, ou seja, se os textos e os significados específicos de palavras e expressões dentro de determinada disciplina foram trabalhados em aula, antes de serem utilizados na avaliação. Um instrumento deve apresentar itens redigidos com clareza, precisão e correção. Essa prescrição deve ser observada tanto na redação dos itens, como na formulação das instruções específicas dos itens (capa da prova, por exemplo).
· Contextualização: os itens do instrumento devem buscar a reinserção dos objetos de conhecimento no universo maior do qual foram retirados, aproximando-se, com isso, e se possível, de situações reais e relevantes para os discentes. Caso não seja possível contextualizar por meio de situações reais, podem-se prestigiar as formas de contextualização histórica e sócio-cultural.
· Variedade: os itens do instrumento devem ser variados. Devem favorecer a livre expressão de ideias, tanto nas respostas simples quanto nas complexas, e devem evitar a simples memorização.
· Índice de dificuldade: a dificuldade do item é indicada pela percentagem de discentes que conseguem resolvê-lo. Esta informação, antes do emprego do instrumento, é uma estimativa que pode, ou não, confirmar-se após a realização da avaliação. Antes, o índice de avaliação é um parâmetro que baliza a construção do instrumento, quanto à sua dificuldade; após, é um dado de pesquisa para o aperfeiçoamento ou a correção da avaliação.
· Poder discriminante (PD) dos itens: é a capacidade de cada item se relacionar com a posição dos discentes dentro da curva normal. O PD varia de + 1 a - 1. Um item tem PD perfeito (+1), quando todos os discentes que tiveram notas altas responderam corretamente a essa proposição, enquanto nenhum discente de nota baixa o fez. O valor zero indica ausência de discriminação, enquanto que uma tendência para - 1 evidência que o item está discriminando negativamente e que deve ser modificado ou abandonado, pois PD negativo significa que o item teve mais acertos entre os alunos de nota baixa. Ao contrário, um PD próximo de + 1 significa que a proposição está discriminando positivamente.
 
3.2 – Avaliações de Estudo (AE)
São um dos grandes grupos de instrumentos de avaliação educacional. Exigem maior preparo técnico, elaborados sob a supervisão do professor, com caráter somativo. São realizadas individualmente ou em grupo, com ou sem consulta. As AE deverão estar de acordo com as competências, as habilidades e os objetos de conhecimento devem estar conforme foram conduzidos em sala de aula, a partir do Plano de Execução Didática (PED) e dos Planos de Aula. A amplitude e a abrangência do que será avaliado serão indicadas pelos descritores relacionados para cada objeto do conhecimento.
3.3 – Análise de Propostas de Provas Formais
            A análise da proposta de prova é um procedimento que busca assegurar a este instrumento de avaliação educacional a compatibilidade dos preceitos da linha didático-pedagógica que regem a área de conhecimento e a observância dos requisitos técnicos e outras qualidades de montagem desse instrumento.
Os critérios adotados na análise devem ser entendidos como indicadores que permitam aos discentes constatarem se executaram as ações previstas nos descritores ou até onde delas se aproximaram.
A seleção dos descritores a serem avaliados no instrumento é de responsabilidade dos docentes e, em princípio, serão selecionados aqueles julgados mais importantes e que foram mais enfatizados em sala de aula. Não deverão ser cobrados todos os descritores previstos nos PSD, pois vários deles podem ser avaliados em outros instrumentos de avaliação.
 
3.4 – Avaliações Parciais (AP)
            As AP são um dos grandes grupos de instrumentos de avaliação educacional. São avaliações mais simples e frequentes, de diversos formatos, que têm duas características: podem gerar, ou não, graus; e são avaliações formativas. Quando geram graus, estes participam da composição da Nota Periódica (NP). Como avaliações formativas, permitem ao docente acompanhar de forma permanente e contínua a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno. Podem ser realizadas individualmente ou em grupo, com ou sem consulta.
3.5 – Pesquisa Pedagógica de Resultado de Avaliação Educacional (PPRAE)
            A Pesquisa Pedagógica de Resultado de Avaliação Educacional deve ser entendida, nesse contexto, como um diagnóstico formal das etapas que cercaram o processo ensino-aprendizagem e, por algum motivo, não resultaram no planejado e no esperado pelo docente.
            A PPRAE é um instrumento útil aos docentes e à Direção de Ensino, que visa a identificar problemas ocorridos no processo de ensino-aprendizagem relacionados aos resultados de qualquer instrumento de avaliação educacional, a partir de seus resultados quantitativos.
A PPRAE deve ser encarada como uma investigação de cunho pedagógico, a ser realizada por uma equipe pedagógica e pelos docentes, com o intuito de corrigir rumos do processo de ensino-aprendizagem, para isso precisa refazer todo o percurso de elaboração e planejamento do ensino-aprendizagem, para montar o contexto de análise de forma consubstancial para se chegar a uma conclusão dos fatores que levaram ao resultado obtido na avaliação.
A avaliação que será alvo desse processo de pesquisa será a Avaliação de Estudo – AE, devido ao caráter processual de que reveste sua elaboração e aplicação. Para essa análise, os três elementos–base do processo pedagógico deverão ser contemplados: CURRÍCULO - DIDÁTICA – AVALIAÇÃO.
· CURRÍCULO - No que cabe ao currículo, deverão ser considerados se os detalhamentos dos objetos de conhecimento (OC) estão compatíveis com o previsto para o ano escolar e para a relação – tempo/conteúdo previstos pelo professor. Da mesma forma, deverá ser considerada a série histórica de ocorrências de PPRAE ao longo dos últimos anos.
· DIDÁTICA - Neste item devem ser observados aspectos específicos que indicam se o professor atendeu ao previsto para o planejamento: seleção de estratégias de aprendizagem, propostas de exercícios, aulas diversificadas, exploração das competências e habilidades conforme o PSD, prestígio de atividades contextualizadas e interdisciplinares. A análise dos PED, Planos de Aula e de Avaliação Parcial com verificações diversificadas devem apontar para o formato de prova previsto pelo Colégio.
· AVALIAÇÃO - As questões da prova devem estar contextualizadas e prestigiando o desenvolvimento das atividades realizadas em sala de aula. Devem refletir a proposta que é delineada nas relações entre as competências e as habilidades. Não basta estar limitada ao descritor.As avaliações de estudo devem ser o retrato das aulas do professor.
 
4. Atribuições dos Discentes e Docentes Quanto à Avaliação Educacional
4.1 – Atribuições dos Discentes
· Gerenciar sua própria aprendizagem.
· Cumprir todas as tarefas determinadas, fornecendo as informações necessárias para seu acompanhamento escolar.
· Fazer uma análise pessoal em função dos resultados obtidos nas avaliações, buscando novas alternativas de aprendizagem.
· Realizar pesquisas e leituras sistematicamente, visando ao seu contínuo aperfeiçoamento.
· Solicitar orientação do docente, sempre que necessário.
 
4.2 – Atribuições dos Docentes
· Diagnosticar, antes do início de novas sequências didáticas ou assuntos, o nível de conhecimento dos alunos a respeito de novas etapas do aprendizado, de modo a elaborar as estratégias mais adequadas para a sua abordagem.
· Fazer a retroalimentação do ensino, de imediato, se necessário, em face às avaliações parciais com baixo rendimento ou aos resultados insatisfatórios.
· Observar cada discente, localizando e analisando suas dificuldades, auxiliando na busca de respostas mais satisfatórias, devendo regular o prosseguimento dos assuntos a serem ministrados, de acordo com a assimilação pelos alunos dos assuntos já ensinados.
· Acompanhar o desenvolvimento do discente, favorecendo sua aprendizagem contínua, mediante o estímulo à prática do pensamento crítico-reflexivo, do aprender a aprender e do aprender a pensar.
· Criar condições para que o discente perceba o docente como mediador de sua aprendizagem, utilizando-se das novas tecnologias e de seus recursos.
· Promover a retificação da aprendizagem durante a mostra da prova, indicando os critérios utilizados na correção.
· Remeter à Supervisão Escolar as observações para fins de registro.
· Encaminhar ao Apoio Pedagógico o discente que necessite de apoio pedagógico.
· Participar de reuniões pedagógicas previstas pela Divisão de Ensino.
· Participar ativamente dos Conselhos de Classe, de Classe de Recuperação e de Ensino, sempre que convocado.
· Elaborar as Avaliações Parciais, as Avaliações de Recuperação e as Avaliações de Estudo.
· Aplicar as Avaliações de Estudo, corrigi-las e encaminhá-las à Supervisão Escolar.
 
 
Leitura Complementar
A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO BASICA: AMPLIANDO A DISCUSSÁO
Léa Depresbiteris
 
A avaliação de sistemas educacionais
            Os sistemas nacionais de avaliação, criados desde há algum tempo em muitos países, entre os quais o Brasil, têm certamente potencial para esclarecer os diversos setores da sociedade sobre as tendências da educação. Eles foram criados para estimular a assunção de responsabilidades e a visibilidade que devem ter os sistemas educativos na informação dos diversos atores, em nível individual, institucional, governamental e no conjunto da sociedade.
A questão da avaliação, porém, não é simples. Pelo papel que desempenha no julgamento de valor dos programas e sistemas, a avaliação tem grande poder e, por isso, a importância de uma reflexão aprofundada sobre os diferentes aspectos que a permeiam. Não se pode negar que a avaliação tem força para transformar, justificar ou até desacreditar aquilo que avalia.
No caso dos Sistemas educacionais, entre os múltiplos fatores que influenciam a avaliação, dois se destacam: a autonomia da escola de um lado e a responsabilidade do Estado de outro. O Estado não pode restringir a autonomia das escolas, mas é imperioso que ele se responsabilize pela qualidade de seus sistemas educativos, nas esferas pública e privada.
 
A avaliação no contexto do ensino público e privado
            Na esfera pública, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo já possui um sistema de avaliação do rendimento escolar - SARESP - com foco no ensino fundamental e médio. Trata-se de uma iniciativa importante, na perspectiva de uma avaliação sistemática da rede de escolas do Estado.
Por essa iniciativa, esse sistema subsidia desde os gestores das políticas públicas em educação até a sociedade, envolvendo equipes escolares, diretores, coordenadores, professores, alunos e respectivas famílias.
Na esfera privada da educação básica que, no Estado de São Paulo, abrange aproximadamente seiscentas escolas, também se faz necessária essa sistematização. A avaliação deveria tomar públicos os resultados da rede privada de ensino, não somente quanto A responsabilidade de cada escola prestar contas da qualidade da educação que oferece, como também para o enriquecimento da reflexão do sistema educacional em toda sua plenitude.
A ideia é a de que a avaliação pode funcionar como um excelente fio condutor e integrador das esferas pública e privada, abarcando sistematicamente as múltiplas dimensões, desde as de natureza essencialmente pedagógica até as variáveis mais abrangentes de natureza institucional.
O ponto fulcral da avaliação dos sistemas é a qualidade da educação. O problema é que quando se fala em qualidade vislumbra-se um amplo espectro de fatores, alguns mais explícitos em termos de critérios e indicadores, outros mais implícitos e, consequentemente, mais difíceis de serem mensurados. Assim, em primeiro lugar, é preciso fazer acontecer um exercício conceitual sobre a natureza da qualidade e de sua aplicação no campo educacional. Em outra esfera de reflexão, é fundamental verificar quais os elementos mais relevantes, valorizar esses elementos, atribuindo pesos a cada um deles. A estimativa de qualidade é complexa e se encontra carregada de valores, não existindo uma medida unidimensional da mesma.
A reflexão encaminha também para a ideia de que a medida da qualidade em educação não deve ficar limitada análise dos desempenhos dos educandos, refletidos, na maioria das vezes, em dados numéricos ou conceituais e não na descrição das habilidades que estão sendo desenvolvidas. Na verdade, é necessário tecer a trama de variáveis que caracterizam esses resultados e lhes dão significado.
É patente que os resultados alcançados em termos do rendimento dos alunos se constituem num ponto de partida importante para a análise dos desempenhos de uma escola, mas é necessário, também, que a esses resultados sejam agregados outros indicadores descritivos de qualidade.
 
A análise do contexto - dimensões de realidade e temporalidade
            É fundamental que, antes de qualquer decisão sobre a avaliação da qualidade da educação, deva ocorrer uma análise do contexto em que o processo educacional se desenvolve, configurado não só na realidade do momento, mas na sua temporalidade. Essa análise histórica é de fundamental importância para a definição de critérios e indicadores de avaliação.
Agregando complexidade a essa definição, tem-se que pensar que a avaliação da qualidade da educação deve englobar critérios e indicadores numéricos (quantitativos) e descritivos (qualitativos), uma vez que quantidade e qualidade estão estreitamente relacionadas.
A expansão da rede de escolas privadas merece ser considerada pelo sistema e seus usuários. Essas escolas devem ser analisadas pela população que as procuram na busca de maior qualidade de educação para os filhos e pelo próprio sistema educacional em que estão inserida. Assim, apesar da variedade em termos de significados, deve haver uma reflexão sobre uma série de atributos ou elementos descritores no sentido de responder a algumas questões, como por exemplo: O que deve ser considerado como qualidade de educação? O que significa qualidade do ensino privado? Quais os fatores impulsores e restritivos dessa qualidade? Em que medida ela está se efetivando na maioria dos estabelecimentos do sistema? Quais as responsabilidades das varias instâncias de decisão do sistema?
Avaliar um sistema educativo repousa na ideia de que uma escola é muito mais do que uma simples junção de classes. A escola existe em um certo contexto e é fundamental que este seja analisado, uma vez que se constitui em fator determinante para a qualidade de ensino.
 
A avaliação e a escola como realidade complexa
            A avaliação precisa ser capaz de reconhecer as escolas comoorganizações complexas que devem ser focalizadas analiticamente para além dos limites restritos do espaço pedagógico.
Assim, paralelamente à necessidade de se compreender as especificidades dos estabelecimentos de ensino, é preciso situar a análise dos resultados num contexto mais amplo, no qual a educação está se desenvolvendo.
É fundamental a distinção entre avaliar a política educativa e avaliar o que acontece na escola. Embora em diferentes níveis de abrangência, a avaliação da escola e a avaliação do sistema não são estanques, elas apresentam forte inter-relação.
Isso reforça a necessidade da avaliação ser realizada em dois níveis: micro, relacionado a cada estabelecimento de ensino, o que deve ser pautado pela noção de especificidade de cada contexto e macro, ou seja, uma avaliação do sistema, o que imprime a ela um caráter de generalidade.
Outra discussão é sobre as dimensões interna e externa que deveriam caracterizar a avaliação de cada estabelecimento de ensino.
A avaliação interna de cada escola do ensino privado está diretamente relacionada às formas de sua gestão educativa e ao seu projeto pedagógico, harmonizado com as diretrizes da educação. Isso significa que os estabelecimentos escolares não são inteiramente específicos, particulares, únicos, o que obriga ao próprio sistema educativo em que estão inseridos a refletirem sobre critérios mais amplos de qualidade.
Desta maneira, na dimensão interna, a avaliação deve alimentar a reflexão da própria escola, ou seja de sua comunidade, sobre as formas de sua gestão educativa e sobre seus propósitos e resultados, representados no seu projeto pedagógico. Uma das formas de processar essa análise interna poderia ser a da autoavaliação. O pressuposto é o de que antes de criticar, deve-se praticar a autocrítica. Contudo, essa é apenas uma alternativa; a própria escola deveria criar suas metodologias de avaliação, sempre considerando que não existe uma única metodologia capaz de medir e garantir a qualidade de ensino do aprendiz.
O importante é que a escola realize, além de uma avaliação interna, uma avaliação externa para que possa ser considerada de qualidade no conjunto do sistema e não apenas intramuros.
A avaliação de cada escola baseada na dupla perspectiva - interna e externa - pode proporcionar a criação de uma cultura avaliativa e pode propiciar o alcance de alguns objetivos básicos: processo de contínuo aperfeiçoamento de sua missão de educar, instrumento de gestão educativa, elemento importante de informação para políticas públicas, e prestação de conta aos educandos e seus familiares.
O desafio é buscar o equilíbrio entre a avaliação interna representada pela reflexão dos atores sobre suas práticas e a avaliação externa na perspectiva do desejo de transparência das ações e no fomento de um debate sobre o sistema.
Uma avaliação exclusivamente interna pode impedir a escola de situar-se criticamente nos desempenhos do sistema de ensino.
Uma avaliação de caráter apenas externo, por outro lado, pode ressaltar meramente um espírito de competição entre escolas, e tomar-se nefasta ao assumir um enfoque de concorrência. Cumpre ressaltar que a avaliação que exacerba a classificação pode deturpar fins educacionais.
É evidente que sempre haverá uma certa diferenciação entre as escolas; a uniformidade é totalitarismo. Embora diferentes, contudo, é preciso que tenham um eixo norteador que não prejudique a qualidade da formação dos educandos.
 
A avaliação da aprendizagem e os padrões mínimos de qualidade
            A definição de padrões mínimos de qualidade é um desafio para a avaliação. Especificamente quanto à avaliação da aprendizagem dos educandos, os critérios e indicadores devem se relacionar diretamente aos resultados obtidos em termos dos graus de domínio de competências, capacidades ou habilidades, na perspectiva de uma educação vista não exclusivamente como pragmática.
Outro aspecto importante é o da avaliação de acompanhamento dos educandos. É a fase de transição entre o interno da escola e a sociedade. A ideia é a de que a qualidade de uma escola também precisa agregar a seus resultados internos as peculiaridades e variáveis específicas de cada aluno que a deixa, quer seja na evasão ao longo do processo, quer seja ao final da formação.
Isso implica avaliação formativa, mesmo que sejam necessários alguns cortes no processo, de modo a que se possam obter dados para uma análise na amplitude do sistema educacional privado e público. O caráter formativo diz respeito à orientação constante na melhoria das ações em nível institucional, curricular e de cada educando.
Em termos mais específicos do processo de ensino e aprendizagem, apesar de a prática avaliativa ser familiar aos docentes, deve-se estimulá-los para que compreendam os motivos da avaliação em dimensão mais ampla. Essa compreensão levará A melhoria da aprendizagem e da avaliação dos alunos. Isso implica capacitação precedida e acompanhada por sensibilização constante
Reforçando a questão da temporalidade, a escola deverá avaliar suas ações numa perspectiva de presente, passado e futuro. Isso caracteriza o aspecto longitudinal dos estudos, tendo como alvo o resgate dos fatos que configuram a história de vida de cada escola.
 
A integração entre o sistema público e o sistema privado
Operacionalmente, o sistema de avaliação do ensino privado poderia se iniciar com um projeto, pelo qual escolas privadas comporiam uma amostra da sua população. Evidentemente, alguns critérios deveriam nortear a composição dessa amostra. Um desses critérios é o da representatividade, outro o da estratificação. O critério de estratificação deve garantir que a análise dos resultados possa ser feita no contexto regional, com respeito aos aspectos culturais. Antes de propor uma integração entre os sistemas público e privado deve haver uma análise aprofundada da adequação de ambas as partes.
Importante, também, que haja clareza sobre os objetos de avaliação. Para isso, talvez seja necessário definir algumas dimensões, por exemplo, dimensão humana (ou de pessoal), de ensino, aprendizagem e orientação dos educandos (o que exige a análise de alguns componentes essenciais do processo, como: abordagens educativas, objetivos, conteúdos, metodologias, estratégias, abordagens e formas de avaliação) e material (ou física).
Contextualizam essa análise indicadores relacionados à política educacional, às condições de infraestrutura do sistema e das escolas, à gestão e à infraestrutura de cada escola, à qualidade de seu projeto pedagógico, A capacitação dos docentes, ao clima escolar, entre outros.
 
A avaliação por comparação absoluta, mais do que relativa
 
Não se pode desconsiderar que a responsabilidade de qualquer escola é oferecer boa educação. Tanto para a avaliação interna quanto externa é imprescindível a definição de objetivos, critérios e indicadores de avaliação. Há que se ressaltar o desafio dessa empreitada. Toma-se como pressuposto a existência de diferentes níveis de valoração sobre o que cada escola produz, dependendo de quem analisa os resultados.
Para que essa avaliação possa ser bem fundamentada, cada escola deveria se pautar por um quadro referencial de critérios que permita inferências sobre qual a qualidade educacional desejada. A esse quadro específico, devem estar agregados critérios mais amplos de natureza do sistema, não só do sistema privado, foco desse documento, como do sistema educacional na interdependência de seus níveis: infantil, educação básica e educação superior.
            A meta é a de que avaliação das escolas no sistema privado chegue a um acordo sobre os principais aspectos conceituais e, no mínimo, sobre critérios e indicadores mensuráveis (numericamente ou descritivamente) com relação à qualidade. Isso caracteriza a ideia de avaliação por critérios absolutos, cuja lógica é a comparação de cada escola com padrões de qualidade educacional pré-estabelecidos. Desta maneira, os quadros referenciais de análise devem estar explicitados no sistema e na escola.
Há que se ressaltarque a construção desses quadros de referência exige um cenário de fundo de natureza teórica e interpretativa. Serão diferentes os critérios que visem A uma aprendizagem voltada apenas para o domínio de conteúdos escolares, de outra que além desses conteúdos invista no desenvolvimento de uma aprendizagem mais critica. Além disso, é preciso advertir que a presença desses quadros referenciais não exclui a dificuldade da análise e da interpretação dos resultados, uma vez que estes nunca esgotarão a realidade.
Numa visão ainda mais ampla, a avaliação com base em critérios absolutos deve ser estabelecida em consonância com os critérios de outros sistemas de ensino. Para realizar essa articulação, reforça-se novamente que a avaliação deve ser ao mesmo tempo quantitativa e qualitativa sem que essas duas facetas sejam analisadas de forma dicotômica.
Em síntese, três propósitos centrais devem nortear uma avaliação: fornecer resultados para a gestão da educação, subsidiar a melhoria dos projetos pedagógicos das escolas e propiciar informações para a melhoria da própria avaliação, o que se caracteriza como meta-avaliação.
O sistema avaliativo deve ser provocador de ações de melhoria, caso contrário poderá se transformar em mero instrumento de coleta de dados.
Os objetivos da avaliação visariam então:
· Alimentar a reflexão de cada escola sobre os processos e produtos de seu projeto pedagógico e de sua gestão educativa;
· Incentivar uma cultura avaliativa nos sistemas educativos, nas escolas e nos próprios sistemas de avaliação.
· Fomentar a reflexão e revisão das políticas educacionais, pela possibilidade de análise dos desempenhos dos diversos sistemas educativos do país.
 
Algumas considerações gerais de caráter orientador da discussão sobre o tema
            Com a finalidade de subsidiar as reflexões, alguns aspectos devem ser aqui apontados:
· A avaliação do sistema privado deve tornar públicos seus resultados, na busca de maior transparência e de definição de responsabilidades.
· A avaliação do sistema do ensino privado deve estar configurada no contexto dos sistemas educativos.
· Antes de qualquer decisão avaliativa, é fundamental considerar a realidade na qual o processo educacional se desenvolve.
· Além da dimensão de realidade, é importante refletir sobre a temporalidade do processo educativo, para que os critérios possam ser definidos em termos comparativos absolutos, mais do que em termos de comparação relativa (comparação entre escolas).
· A avaliação da qualidade da educação deve englobar critérios e indicadores numéricos (quantitativos) e descritivos (qualitativos), uma vez que quantidade e qualidade estão estreitamente relacionadas.
· A integração entre a avaliação do sistema público e privado deve ser analisado em termos de racionalização de recursos, na busca de parceria real de contrapartida de um sistema e de outro.
· A avaliação deve considerar dois níveis: macro do sistema e micro de cada estabelecimento.
· Em cada estabelecimento de ensino é fundamental aliar a avaliação interna com a avaliação externa. A avaliação interna de cada escola do ensino privado está diretamente relacionada às formas de sua gestão educativa e ao seu projeto pedagógico. A avaliação externa exige uma análise de impactos no sistema educativo e no sistema social mais amplos.
· Antes de ser ampliado, o processo avaliativo deveria ser realizado numa dimensão mais delimitada, com amostras de escolas estratificadamente representativas.
· A avaliação da aprendizagem pode se constituir num ponto de partida da avaliação curricular e institucional, mas nunca o único indicador.
· Para que a avaliação se caracterize como orientadora das ações educativas, é importante que os resultados sejam usados para levantamento de hipóteses sobre possíveis causas de problemas, subsidiando análises mais aprofundadas e nunca como forma de punição dos estabelecimentos e dos elementos humanos que o constituem.
· Ao professor deve ser dada capacitação para que a avaliação da aprendizagem ressalte seu aspecto formativo de melhoria dos desempenhos dos educandos.
· Uma cultura avaliativa sadia depende da saúde de todas as instâncias que realizam a avaliação.
· Depois de realizada a avaliação, é de responsabilidade do sistema o gerenciamento das necessidades de melhoria detectadas.

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