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Macroeconomia 1 - Slides (completo)

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Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL – MG 
Macroeconomia 1 
 
Aula 1 e 3: Conceitos básicos e revisão de 
Contabilidade Social 
 
 
Prof. André Paiva Ramos 
 
 
 
 Varginha, 18 de Setembro de 2017. 
 
Plano de aula 
 Tema: conceitos básicos de Macroeconomia 
 
Objetivo: Introdução e apresentação dos conceitos básicos de Macroeconomia 
 
Conteúdo: 
- Conceitos básicos: produto, renda, despesa agregada e o fluxo circular da renda; 
- Sistema de contas nacionais 
- Balanço de pagamentos 
- Moeda e Sistema monetário 
 
 
Metodologia: A aula será ministrada com base em uma apresentação em PowerPoint e com a 
leitura de parágrafos selecionados da bibliografia básica. 
 
Bibliografia básica: 
SIMONSEN, M.H. e CYSNE, R. P. Macroeconomia. Editora Atlas. São Paulo, 2009. 
PAULANI, L. M.; BRAGA. M. B. A nova contabilidade Social: uma introdução à Macroeconomia. 
4ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
 
Introdução 
 Segundo Paulani e Braga (2012, p. 4) “É a partir da Teoria Geral de Keynes que ganham 
contornos definitivos os conceitos fundamentais da contabilidade social, bem como a 
existência de identidades no nível macro e a relação entre os diferentes agregados” 
 
Ainda segundo Paulani e Braga (2012, p.4) “ A partir da obra teórica de Keynes, os 
economistas passaram a saber o que medir em agregado e como fazê-lo. A difícil situação 
enfrentada pela economia mundial na década de 1930, depois do colapso de 1929 e da 
recessão e do desemprego dele resultantes, vinha por sua vez demonstrando por que era 
cada vez mais importante medir agregadamente as transações econômicas. Assim, a 
revolução keynesiana, [...] conferiu aos economistas a capacidade de verificar o 
comportamento e a evolução da economia de um país numa dimensão sistêmica, ou seja, 
não só medindo produção, renda e consumo, mas fazendo isso de modo a perceber 
exatamente a relação entre esses agregados e a lógica do sistema econômico como um 
todo.” 
 
Conceitos básicos 
A moeda é a unidade de medida para agregar bens distintos e para 
mensuração de infinidade de diferentes transações. Pode-se obter 
informações como quantidade total, monetariamente avaliada, dos bens e 
serviços produzidos por um país ao longo de um período, da renda monetária 
e assim por diante. Assim, é possível avaliar a evolução da economia. 
 
 
“No sistema econômico em que vivemos, tudo pode ser avaliado 
monetariamente, de modo que toda a imensa gama de diferentes bens e 
serviços que uma economia é capaz de produzir pode ser transformada em 
algo de mesma substância, ou seja, moeda ou dinheiro” (PAULANI; BRAGA, 
2012, p. 7) 
 
 
 
 
 
 
Conceitos básicos 
Renda é a remuneração de fatores de produção – Salários (remuneração pelo 
trabalho), juros (remuneração do capital de empréstimos), lucros 
(remuneração do capital de risco) e os aluguéis (remuneração da propriedade 
física de bens de capital). 
 
Renda agregada = salários + juros + aluguéis + lucros 
 
Valor adicionado: valor adicionado em uma determinada etapa (vendas + 
estoques) da produção em relação aos consumos intermediários. 
 
O produto nacional é a soma dos valores adicionados em todas as unidades 
produtivas do país em um determinado período de tempo. Ou a soma dos 
bens e serviços finais. 
 
Produto = somatória Preço x Quantidade 
 
Consumo pessoal: valor dos bens e serviços adquiridos pelos indivíduos para 
suprir suas necessidades e/ou desejos. 
 
 
Conceitos básicos 
Consumo do Governo: valor dos bens e serviços de uso coletivo colocados à 
disposição dos indivíduos pelo setor público. 
 
Poupança: renda não consumida 
 
Investimento: acréscimo do estoque físico de capital – formação de capital fixo 
mais variação de estoques e reposição por desgaste e/ou obsoletismo devido à 
depreciação. 
Depreciação é a parcela dos bens de capital consumida a cada período produtivo 
 
Investimento + Consumo = valor dos bens e serviços que uma sociedade absorve 
em um determinado período de tempo. 
 
Economia Fechada: Não transaciona com o exterior 
 
Economia Aberta: transaciona com o exterior 
 
Se a economia exporta mais do que importa parte da produção total não é 
absorvida no país de origem e sim no exterior. 
 
 
 
Conceitos básicos 
Produto Interno Bruto (PIB) = medida do produto agregado – mede o valor dos 
bens e serviços finais produzidos em uma economia em um dados período. 
 
Inflação: variação do nível de preços que acarreta perda do poder de compra da 
moeda. 
 
Deflação: queda no nível de preços 
 
Taxa de desemprego 
 
Demanda 
 
Oferta 
 
Real : desconta a inflação 
 
Nominal: não desconta a inflação 
 
 
Conceitos básicos – Identidades básicas 
Venda = compra 
 
Uma pessoa compra um item de alguém que está vendendo. 
 
Essa identidade é importante para a constituição da identidades 
macroeconômicas. 
 
- O gasto de um é a renda de outro! 
- A troca ou as relações de compra e venda, mensuradas monetariamente, 
constituem na organização da vida material da sociedade moderna. 
- Ex. o vendedor troca uma caneta por um valor em dinheiro. E o comprador 
troca dinheiro pela caneta. 
- Quando uma pessoa poupa recursos financeiros e aplica no mercado 
financeiro, ela está trocando a posse do seu dinheiro no presente por uma 
promessa de ganho futuro. 
Conceitos básicos – Identidades básicas 
Não pode haver uma produção sem um dispêndio e geração de renda. 
Poupança implica necessariamente em investimento. E investimento tem a 
contrapartida em poupança. No entanto é apenas uma identidade contábil, não 
implica relação de causa e efeito. 
 
Poupança ≡ Investimento 
 
Produto ≡ despesa ≡ renda que se deriva o fluxo circular a renda 
 
Poupança interna ≡ renda – consumo 
 
Renda ≡ despesa ≡ consumo + investimento + exportações – importações 
 
Poupança externa ≡ importações – exportações 
 
Poupança interna + poupança externa = investimento 
 
 
 
 
 
 
 
Conceitos básicos – Fluxo Circular da Renda 
O Fluxo Circular da Renda (FCR) demonstra a movimentação de fatores de 
produção e de bens e serviços em uma economia simplificada, em que existem 
apenas dois grupos, famílias e empresas. 
 
Destaca-se no FCR: 
 
a) Ausências de poupança (portanto, de investimento) 
b) Ausências de depreciação do capital 
c) Economia fechada 
d) Economia sem governo. 
 
 
 
 
Conceitos básicos – Fluxo Circular da Renda 
Aquisição de bens e serviços 
Fornecimento de bens e serviços 
Fornecimento de fatores de produção 
Remuneração dos fatores de produção 
Firmas Famílias 
Conceitos básicos – Fluxo Circular da Renda 
Débito Crédito 
a) Salários pagos às famílias G) Consumo das famílias 
b) Juros líquidos pagos às famílias 
c) Aluguéis pagos às famílias 
d) Lucros distribuídos às famílias 
Renda ou produto Despesa 
Conta da produção (empresas) 
Débito Crédito 
G) Consumo das famílias a) Salários pagos às famílias 
b) Juros líquidos pagos às famílias 
c) Aluguéis pagos às famílias 
d) Lucros distribuídos às famílias 
Utilização da renda Despesa 
Conta apropriação (famílias) 
Sistema de contas nacionais – economia fechada sem governo 
Débito Crédito 
a) Salários pagos às famílias G) Consumo das famílias 
b) Juros líquidos pagos às famílias H) Formação bruta de capital fixo 
c) Aluguéis pagos às famílias I) Variação de estoques 
d) Lucros distribuídos às famílias 
e) Depreciação 
f) Lucros retidos pelas empresas 
Renda ou produto bruto Despesa bruta 
Conta da produção 
Débito Crédito 
G) Consumo das famílias a) Salários pagos às famílias 
J) Poupança bruta do setor privado b) Juros líquidos pagos às famílias 
c) Aluguéis pagos às famílias 
d) Lucrosdistribuídos às famílias 
e) Depreciação 
f) Lucros retidos pelas empresas 
Utilização da renda bruta Renda Bruta 
Conta apropriação 
Sistema de contas nacionais – economia fechada sem governo 
Débito Crédito 
H) Formação bruta de capital fixo J) Poupança bruta do setor privado 
I) Variação de estoques 
Investimento bruto total Poupança bruta total 
Conta capital 
Sistema de contas nacionais – economia fechada sem governo 
Poupança bruta do setor privado = poupança das famílias somado aos 
lucros retidos pelas empresas (poupança das empresas) e a depreciação; 
 
Produto líquido + depreciação = Produto bruto 
Sistema de contas nacionais – economia aberta sem governo 
Débito Crédito 
a) Salários pagos às famílias G) Consumo das famílias 
b) Juros líquidos pagos às famílias H) Formação bruta de capital fixo 
c) Aluguéis pagos às famílias I) Variação de estoques 
d) Lucros distribuídos às famílias N) Exportações de bens e serviços 
e) Depreciação 
f) Lucros retidos pelas empresas 
k) Importações de bens e serviços 
l) Renda líquida enviada ao exterior 
Oferta total de bens e serviços Demanda total por bens e serviços 
Conta da produção 
Débito Crédito 
G) Consumo das famílias a) Salários pagos às famílias 
J) Poupança bruta do setor privado b) Juros líquidos pagos às famílias 
c) Aluguéis pagos às famílias 
d) Lucros distribuídos às famílias 
e) Depreciação 
f) Lucros retidos pelas empresas 
Utilização da renda nacional bruta Renda nacional Bruta 
Conta apropriação 
Sistema de contas nacionais – economia aberta sem governo 
Débito Crédito 
H) Formação bruta de capital fixo J) Poupança bruta do setor privado 
I) Variação de estoques O) Déficit do BP em transações correntes 
Investimento bruto total Poupança bruta total 
Conta de capital 
Déficit do BP em transações correntes = poupança do setor externo 
Renda líquida enviada ao exterior (RLEE) + Produto Nacional (PN) = Produto Interno (PI) 
Sistema de contas nacionais – economia aberta sem governo 
Débito Crédito 
N) Exportações de bens e serviços K) Importações de bens e serviços 
O) Déficit do BP em transações correntes L) Renda líquida enviada ao exterior 
Total do débito Total do crédito 
Conta do setor externo 
Sistema de contas nacionais – economia aberta com governo 
Débito Crédito 
a) Salários pagos às famílias G) Consumo das famílias 
b) Juros líquidos pagos às famílias H) Formação bruta de capital fixo 
c) Aluguéis pagos às famílias I) Variação de estoques 
d) Lucros distribuídos às famílias N) Exportações de bens e serviços 
e) Depreciação P) Consumo do governo 
f) Lucros retidos pelas empresas 
k) Importações de bens e serviços 
l) Renda líquida enviada ao exterior 
V) Outras receitas correntes do governo 
 
Impostos diretos pagos pelas empresas menos 
transferências recebidas pelas empresas 
Impostos indiretos menos subsídios 
Oferta total de bens e serviços Demanda total por bens e serviços 
Conta da produção 
Débito Crédito 
G) Consumo das famílias a) Salários pagos às famílias 
J) Poupança bruta do setor privado b) Juros líquidos pagos às famílias 
T) Impostos diretos totais c) Aluguéis pagos às famílias 
 Impostos diretos (famílias) d) Lucros distribuídos às famílias 
 Impostos diretos (empresas) e) Depreciação 
V) Outras receitas correntes do governo f) Lucros retidos pelas empresas 
V) Outras receitas correntes do governo 
Impostos diretos pagos pelas empresas menos 
transferências recebidas pelas empresas 
Q) Transferências totais 
Transferências às famílias e às empresas 
L) Renda líquida enviada ao exterior 
Utilização da renda interna bruta mais 
transferências 
Renda interna bruta mais transferências 
Conta apropriação 
Sistema de contas nacionais – economia aberta com governo 
Débito Crédito 
P) Consumo do governo T) Impostos diretos 
Q) Transferências U) Impostos indiretos 
R) Subsídios V) Outras receitas correntes do governo 
S) Saldo do governo em conta corrente 
Utilização da receita corrente Total da receita corrente 
Conta do governo 
Sistema de contas nacionais – economia aberta com governo 
Saldo do governo em conta corrente = poupança do governo 
Produto a preço de mercado = Produto a custo de fatores + impostos indiretos - subsídios 
Débito Crédito 
H) Formação bruta de capital fixo J) Poupança bruta do setor privado 
I) Variação de estoques O) Déficit do BP em transações correntes 
S) Saldo do governo em conta corrente 
Investimento bruto total Poupança bruta total 
Conta de capital 
Sistema de contas nacionais – economia aberta com governo 
Débito Crédito 
N) Exportações de bens e serviços K) Importações de bens e serviços 
O) Déficit do BP em transações correntes L) Renda líquida enviada ao exterior 
Total do débito Total do crédito 
Conta do setor externo 
Balanço de pagamentos 
 - Ver estrutura do Balanço de Pagamentos em Simonsen e Cysne (2009, p. 70-71) 
Moeda e Sistema Monetário 
Cada indivíduo passa a destinar a maior parte de sua produção não para o seu consumo 
próprio, mas às trocas com terceiros que tenham mercadorias do seu interesse. 
 
Evolução das trocas: 
 
 1) trocas diretas: mercadorias por mercadorias; 
 2) trocas indiretas: por intermédio da moeda. 
 
 As trocas diretas só podem promover uma circulação eficiente da produção nas economias 
rudimentares, em que a divisão do trabalho é rara. 
 
Exemplo do Robinson Crusoé em uma ilha deserta com mais um indivíduo. As trocas diretas 
vão bem enquanto divisão de trabalho não se aprofunda. Ou seja, um indivíduo A pode 
desejar consumir mercadorias produzidas pelo indivíduo B. No entanto, o B não quer 
consumir as mercadorias do indivíduo A, e sim de um C. 
 
 Apenas por meio da troca indireta, pela moeda, torna eficiente. 
 
 Alguma mercadoria de aceitação geral é escolhida como intermediário de trocas, e 
todas as transações passam a ser efetuadas dando essa mercadoria (moeda) como 
pagamento dos bens recebidos. 
Moeda e Sistema Monetário 
A introdução da moeda conduz à dissociação de cada troca em duas operações 
distintas: uma compra e uma venda. 
 
Conceito de moeda: qualquer mercadoria que possui as três funções abaixo: 
 
Funções da moeda: 
 
 a) meio de troca 
 b) unidade de conta (unidade comum) 
 c) reserva de valor (presente x futuro) 
 
No entanto, para uma mercadoria ser considerada moeda, também deve-se levar em 
conta os custos de transação, estocagem e outros relacionados a sua função como 
meio de conta. 
 
Historicamente, as primeiras formas de moeda foram as mercadorias de aceitação 
generalizada, como, o trigo, o gado e o sal. Em uma segunda etapa houve a introdução da 
moeda metálica, sobretudo devido a sua característica de durabilidade. Em seguida, para evitar 
a falsificação, surgiu a moeda metálica cunhada e essa foi a base dos sistemas monetários 
durante vários séculos. 
Moeda e Sistema Monetário 
Nos últimos século, ocorreram duas importantes inovações no que se refere à moeda: 
 1) criação do papel moeda; 
 2) moeda escritural 
 
O papel moeda elimina a ideia de moeda representativa. Aqui destaca-se ouro e metais preciosos. 
Por ser intermediária de trocas, a moeda vale pela sua capacidade adquiri outras mercadorias. 
 O papel moeda (notas e moedas metálicas) tem outras características importantes: divisibilidade, 
homogeneidade e facilidade no manuseio e transporte. Ou seja, tem baixo custo de transação. 
 
Emissões desenfreadas podem gerar perda gradual do seu poder compra. 
 
Pode ocorrer dissociação oficial entre meio de conta e meio de troca. Exemplo: no Brasil com a 
implementação do Plano Real em 1994, visando o combate à inflação, os preços dos bens e serviços 
foram denominados emURV (unidade real de valor), cujo valor em cruzeiros reais variava 
diariamente. No entanto, as transações eram saldadas em cruzeiros reais. A cada operação era 
necessário multiplicar o valor em cruzeiros reais do preço pelo URV. Meio de conta – URV ; Meio de 
troca ( cruzeiros reais). Depois foi criado o Real fazendo com que 1 real = 1 URV. Na época, 1 URV 
valia 2.750 cruzeiros reais. 
 
Esses caso, separação entre meio de conta e meio de troca, causam ineficiência para o sistema 
econômico. 
Em alguns casos a sociedade pode abandonar a moeda oficial em suas três funções e adotar outro 
ativo para essas funções. Esse pode ser o caso de processos hiperinflacionários. 
Moeda e Sistema Monetário 
“Segundo Simonsen e Cysne, a desvirtuação do papel-moeda de suas funções básicas não 
decorre de uma falha sua, mas, sim, da gerência de sua oferta.” 
 
A moeda escritural surgiu com o desenvolvimento das instituições financeiras (bancos 
comerciais) autorizadas a receber depósitos à vista. 
 
Instituições financeiras autorizadas a receber depósito à vista: Bancos comerciais = bancos 
com carteira de depósito à vista, Caixa Econômica Federal e cooperativas de crédito (apenas 
dos associados). 
Os depósitos à vista possuem liquidez equivalente à da moeda legal. 
 
 
Bancos comerciais responsáveis pela geração de moeda escritural e, assim, de parte dos 
meios de pagamentos. 
O Banco Central emite o papel-moeda. 
 
A criação de meios de pagamentos só pode ser realizada pelo Banco Central e pelos Bancos 
Comerciais. O conjuntos dessas instituições recebe a denominação de Sistema Monetário, que 
é responsável pela criação de moedas. 
As demais instituições fazem parte do “Sistema Financeiro Não Monetário”, pois não são 
capazes de emitir meios de pagamento. (Ver Quadro 1.1 de Simonsen e Cysne 2007, p. 39) 
 
Moeda e Sistema Monetário 
A moeda escritural gera a multiplicação dos meios de pagamento através dos bancos comerciais: por uma 
questão de probabilidade, era possível emprestar parte dos depósitos à vista recebidos, pois era muito 
improvável que todos os depositantes sacassem seus fundos ao mesmo tempo. Assim, os bancos 
comerciais passaram a manter encaixes inferiores aos depósitos e, assim, os meios de pagamentos 
tornaram-se superiores ao saldo de papel moeda em circulação. Ou seja, parte dos depósitos à vista são 
emprestados sem que o depositante perca o direito de sacar o seu valor. Esse processo se repete 
constantemente. 
 
Agregados monetários: 
 
 PME = Papel moeda emitido pelo Banco Central 
 cBacen = caixa em moeda retido pelo Banco Central 
 PMC = Papel moeda em circulação 
 cmbc= caixa em moeda retido pelos bancos comerciais 
 PMPP = Papel Moeda em Poder do Público 
 
 PMC=PME-cBacen 
 PMPP=PMC-cmbc 
 Meios de Pagamento = MP = PMPP + DV 
 Base Monetária = BM = PMPP + reservas bancárias (mantidas pelos bancos) 
 
DV = depósitos à vista 
Moeda escritural corresponde aos depósitos à vista do público nos bancos comerciais e no BC, exceto os 
depósitos da União no BC. 
 
Moeda e Sistema Monetário 
Grupos de agentes: 
 
 Sistema monetário (ou sistema bancário) = Bacen + Bancos Comerciais 
 Bancos comerciais = instituições financeiras autorizadas a captar Depósitos à Vista 
 Público = Famílias, Empresas e Governo (não inclui o setor bancário) 
 
 
Nos sistemas financeiros modernos tornou-se cada vez mais difícil precisar a distinção entre os ativos 
realmente disponíveis, elevada liquidez, e os indisponíveis a qualquer instante. Exemplo dos depósitos 
bancários a prazo. Não possui o resgate imediato, exceto se houver um amplo mercado de revenda 
destes certificados. O mesmo pode-se atribuir aos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. 
 
Definição do agregado monetário e do seus agentes emissores – (Considerar sempre, como saldo total, 
apenas a parcela de agregados em poder do resto do mundo, exceto do sistema emissor do respectivo agregado . Além 
disso, as qualificações a respeito da liquidez) 
 
M1 = papel moeda em poder do público mais depósitos à vista nos bancos comerciais. 
(sistema gerador do M1 é o Sistema Monetário – BC e bancos comerciais) 
M2= M1 + títulos federais, ambos em poder do resto do mundo, exceto sistema gerador de M2 
(sistema bancário e Tesouro Nacional) 
M3 = M2 + depósitos de poupança, ambos em poder do resto do mundo, exceto sistema gerador de 
M3 (no caso, sistema bancário, Tesouro Nacional e instituições financeiras emissoras de depósito 
de poupança) 
M4 = M3 + depósitos a prazo, ambos em poder do resto do mundo, exceto sistema gerador de M4. 
Moeda e Sistema Monetário 
 
 
 - Ver estrutura dos balancetes dos bancos comerciais e do Banco Central e o balancete 
consolidado do sistema monetário em Simonsen e Cysne (2009, p. 11-16) 
Moeda e Sistema Monetário 
 
 
Criação e destruição de base monetária e de meios de pagamentos 
 
Operação para dar origem a uma variação nos meios de pagamento, deve haver uma transação 
entre o setor monetário e o setor não monetário da economia. Isto elimina as operações 
interbancárias e aquelas levadas a efeito envolvendo apenas elementos do setor não bancário 
como, por exemplo, um aumento das aplicações do público em certificados de depósitos à prazo 
emitidos por bancos múltiplos sem carteira de depósitos à vista. 
 
Haverá criação de meios de pagamentos sempre que o setor bancário adquire algum haver não 
monetário do setor bancário da economia, pagando em moeda manual ou escritura. Ou seja, 
também deve haver troca de um ativo monetário por um ativo não monetário. Assim, os 
bancos comerciais criam meios de pagamento quando descontam títulos públicos, quando 
adquirem do público, pagando em moeda, quando adquirem cambiais dos exportadores... 
 
Os bancos comerciais destroem meios de pagamento quando vendem ao público quaisquer 
haveres não monetários em troca do recebimento de moeda. Ou seja, quando o público deposita 
dinheiro a prazo nos bancos comerciais, quando os bancos comerciais vendem ao público, 
mediante pagamento em moeda, títulos ou cambiais aos exportadores, etc. 
 
 
Ver exemplos em Simonsen e Cysne (2009; p. 20-24) 
 
 
Moeda e Sistema Monetário 
O Multiplicador bancário: 
 
Considera os impactos dinâmicos. 
Uma elevação dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais ao BC, sendo uma operação restrita ao 
sistema bancário não altera inicialmente os meios de pagamento. No entanto, em um momento 
subsequente à elevação do compulsório os bancos comerciais vão emprestar menos ao público. Logo, 
levará a uma diminuição dos meios de pagamento. Isso é captado pelo modelo do multiplicador. 
 
 c = papel moeda em poder do público/meios de pagamentos 
 d1 = depósitos à vista nos bancos comerciais / meios de pagamentos 
 r1= encaixe em moeda corrente dos bancos comerciais / depósitos à nos bancos comerciais 
 r2 = depósitos voluntários dos bancos comerciais no BC / depósitos à vista nos bancos comerciais 
 r3 = depósitos compulsórios dos bancos comerciais no BC / depósitos à vista nos bancos comerciais 
 R = encaixe total dos bancos comerciais/ depósitos à vista nos bancos comerciais 
 
 c + d1 = 1 e r1 + r2 + r3 = R 
Base Monetária = papel moeda em poder do público + reservas totais dos bancos comerciais 
 
 
Multiplicador dos meios de pagamento em relação à base monetária: 
 
 m = 1 ___ 1 
 1 – d1 (1 - R) 
Ex. pág. 29 do Simonsen e Cysne (2009): Se o M = 1,64, indica que 
uma unidade monetária a mais de operações ativas da origem a 
1,64 u.m. a mais de meios de pagamentos. 
Moeda e Sistema Monetário 
 
 A análise do multiplicador bancário mostra como o BC pode controlar a expansão ou 
contração do volume de meios de pagamentos, podendo agir sobre a base monetária e sobre a 
relação encaixe / depósitos nos bancos comerciais. Para expandir o volume dos meios depagamentos, o BC dispõe dos seguintes instrumentos: 
 a) expandir seus empréstimos ao Governo; 
 b) expandir seus empréstimos ao setor privado; 
 c) expandir os redescontos aos bancos comerciais; 
 d) comprar títulos da dívida pública em poder do público (operação de open-market) 
 e) reduzir seu passivo em moeda estrangeira; 
 f) aumentar as reservas cambiais; 
 g) reduzir a relação encaixe / depósitos nos bancos comerciais, diminuindo as exigências 
de recolhimentos compulsórios à sua ordem. 
 
 Estas são as providências para a expansão dos meios de pagamentos. As medidas 
inversas provocam contração dos meios pagamentos. 
Bibliografia básica: 
SIMONSEN, M.H. e CYSNE, R. P. Macroeconomia. Editora Atlas. São Paulo, 2009. 
PAULANI, L. M.; BRAGA. M. B. A nova contabilidade Social: uma introdução à 
Macroeconomia. 4ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
 
 
Bibliografia complementar: 
DORNBUSCH, R.; FISCHER, S. Macroeconomia. Tradução: Maria Heloisa Souza 
Reis. 2ª edição. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982. 
BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 
LOPES, L.M., VASCONCELLOS, M.A.S. (orgs) Manual de Macroeconomia: básico e 
intermediário. São Paulo: Atlas, 2009 
SIMONSEN, M.H. e CYSNE, R. P. Macroeconomia. Editora Atlas. São Paulo, 2009. 
PAULANI, L. M.; BRAGA. M. B. A nova contabilidade Social: uma introdução à 
Macroeconomia. 4ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012. 
CARVALHO, F. J. Cardim et al. Economia monetária e financeira. Rio de Janeiro: 
Ed. Campus, 2000 
Material do curso Pro Anpec – Prof. Sakurai 
 
Bibliografia 
 
Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL – MG 
Macroeconomia 1 
 
Aula 4: Modelo Clássico 
 
 
Prof. André Paiva Ramos 
 
 
 
 Varginha, 26 de Setembro de 2017. 
 
Plano de aula 
 Tema: Modelo Clássico 
 
Objetivo: Apresentação do modelo clássico 
 
Conteúdo: 
- Determinação do emprego, produção e renda; 
- Demanda e oferta por trabalho e desemprego voluntário; 
- Neutralidade da moeda. 
 
 
Metodologia: A aula será ministrada com base em uma apresentação em PowerPoint e com a 
leitura de parágrafos selecionados da bibliografia básica. 
 
Bibliografia básica: 
LOPES, L.M., VASCONCELLOS, M.A.S. (orgs) Manual de Macroeconomia: básico e 
intermediário. São Paulo: Atlas, 2009. cap. 3. 
 
 
Introdução 
 
Período clássico – antes de Keynes 
O modelo clássico considera que: 
 1) as forças de mercado tendem a equilibrar a economia a pleno emprego, isto é, no ponto 
em que se igualam a oferta e a procura de mão-de-obra; corresponde a dizer que há completa 
flexibilidade de preços e salários; 
 2) como o nível de atividade e de emprego está determinado automaticamente pelas 
forças de mercado, a quantidade de moeda afeta apenas o nível geral de preços. Significa dizer que as 
variáveis reais, bem como os preços relativos, não são afetados pela política monetária (hipótese da 
neutralidade da moeda); 
 3) a demanda agregada não é um fator determinante do nível do produto; é válida a 
chamada Lei de Say: “a oferta cria sua própria demanda”. 
 
Partes da aula: 
 1) oferta agregada clássica; 
 2) demanda agregada; 
 3) papel da taxa de juros no equilíbrio da oferta e demanda agregada; 
 4) impactos de diferentes políticas econômicas no modelo. 
Oferta agregada clássica 
 
Definição: a oferta agregada corresponde ao total de produto que as empresas e famílias estão 
dispostas a oferecer em um determinado período de tempo, a um determinado padrão de preços. 
 
Essa oferta é realizada por um grande número de empresas que produzem grande número de 
mercadorias na economia. A partir da Contabilidade Nacional, pode ser reduzido ao produto 
agregado. 
 
A oferta agregada demonstra qual será o produto ofertado, a quantidade de produção que será 
fornecida pelas empresas em conjunto, para cada nível de preços. 
A oferta agregada parte da análise inicial do nível de produção para cada empresa individual para 
depois, via agregação, obter a economia como um todo. 
• Como existem muitas empresas, cada uma delas não tem poder para influir nas condições de 
mercado e, assim, afetar os preços tanto dos produtos como dos fatores de produção. 
• Cada firma individualmente é tomadora de preços. 
 
Função de produção agregada 
 
“Produzir significa adaptar a natureza, por meio da combinação de fatores de produção, às 
necessidades humanas.” 
As empresas utilizam: 
1) Capital – máquinas, equipamentos, edifícios, etc.. 
2) Trabalho (de acordo com uma dada tecnologia) 
 
Função de produção: 
Y = F (K, N, T) 
Onde: 
 Y = produto; 
 K = estoque de capital utilizado 
 N = quantidade de trabalho (horas-trabalho) utilizada; e 
 T = Nível tecnológico 
Todas definidas num dado período de tempo. 
 
Função de produção agregada 
 
A função de produção mostra o máximo de produto que pode ser obtido para uma dada 
combinação de capital e trabalho a uma dada tecnologia. Considera que as empresas são eficientes 
e que não há desperdício. 
 
Considerando que as empresas possuam o mesmo nível tecnológico, esta também será a função de 
produção da economia como um todo. Ou seja, basta somar a quantidade de capital e trabalho das 
empresas como um todo. 
 
Considerações: 
1) o produto aumenta com a utilização de maiores quantidades de qualquer fator de produção 
(capital e trabalho) e com melhoria tecnológica. Ou seja, a produção responde positivamente às 
alterações das variáveis. 
2) Para uma dada tecnologia, a função representa retornos constantes de escala. 
 zY = F (zK, zN) 
Se os fatores de produção forem multiplicados por z, o produto também será. 
Função de produção agregada 
 
3) Se um dos fatores de produção for fixo, esta função apresentará rendimentos marginais 
decrescentes em relação ao fator variável. 
 Ou seja, aumentos marginal em apenas um dos fatores levará a incrementos cada vez 
menores no produto Logo, a produtividade marginal de cada um dos fatores é decrescente. 
 
Produtividade marginal de um fator de produção: é definida como o incremente da produção 
decorrente do aumento de uma unidade do fator, tomando os demais como fixos. 
 
No curto prazo os estoques dos fatores de produção estão dados, assim como o nível tecnológico. O 
trabalho é o único fator variável. (ver figura 3.1 – p. 108) 
 
Nessa figura 31. destaca-se: 1) a produção aumenta com o aumento do trabalho; 2) rendimentos 
marginais decrescentes – incremento de produção menor decorrente do aumento de N. 
A produtividade marginal do trabalho é positiva mas decrescente. 
3) Se ampliar o K ou melhorar o T, há um aumento no produto (desloca a curva para cima) e, assim, a 
produtividade do trabalho será maior. 
 
Demanda de trabalho 
O nível de utilização do fator trabalho é determinado no mercado de trabalho, em que a demanda é 
realizada pelas empresas que o utilizam na produção, e a oferta pelos indivíduos (famílias, 
trabalhadores) que o possuem. 
 
Considera-se um mercado tipo concorrência perfeita : grande número de empresas, que não 
conseguem afetar preços nem o preço dos produtos que vendem, nem os preço dos fatores de 
produção, como o trabalho. As firmas contratam mão de obra de acordo com seu objetivo de 
maximização do lucro. 
 
A demanda por trabalho pode ser deduzida a partir deste comportamento maximizador. 
 
Lucro = Receita Total – Custo Total 
 
 
 
Demanda de trabalho 
Lucro = Receita Total – Custo Total 
 
Lucro = PY – (WN + RK) 
 
Onde: 
W = salário nominal por unidade de trabalho N 
R = custo por unidade de capital K 
P = preço do produtoComo o produto (Y) é função da utilização de trabalho, temos: 
Lucro = PF(N) – WN –RK 
 
A decisão da empresa restringe-se a quanto contratar de mão-de-obra (N) e determinar 
quanto produzir, de modo a obter o lucro máximo. Ou seja, maximizar a função lucro em 
relação a N. 
Demanda de trabalho 
Obs.: em concorrência perfeita a condição máxima de lucro é Rmg = Cmg 
 
Para a maximização de lucro pela empresa, implica que ela contrate trabalhadores até o ponto em 
que a produtividade marginal do trabalho PMgN se iguale o salário real W/P. 
 
 P .PmgN = W 
 
Logo, a produtividade marginal do trabalho representa a própria demanda de trabalho pela empresa. 
 
Como a produtividade marginal do trabalho é decrescente, para que a firma utilize mais trabalho, o 
salário real deve diminuir acompanhando a redução da PMgN. Logo, a quantidade demanda de 
trabalho (Nd) possui uma relação inversa com o salário real. 
 
Ver gráfico 3.2 na pág. 110. 
Demanda de trabalho 
Obs.: em concorrência perfeita a condição máxima de lucro é Rmg = Cmg 
 
Para a maximização de lucro pela empresa, implica que ela contrate trabalhadores até o ponto em 
que a produtividade marginal do trabalho PMgN se iguale o salário real W/P. 
* Para a firma é irrelevante o salário nominal, pois o que interessa é custo da mão de obra em termos do produto. 
 P .PmgN = W 
 
Logo, a produtividade marginal do trabalho representa a própria demanda de trabalho pela empresa. 
 
Como a produtividade marginal do trabalho é decrescente, para que a firma utilize mais trabalho, o 
salário real deve diminuir acompanhando a redução da PMgN. Logo, a quantidade demanda de 
trabalho (Nd) possui uma relação inversa com o salário real. 
 
Ver gráfico 3.2 na pág. 110. 
Demanda de trabalho 
A demanda de trabalho refletindo a PMgN é obtida com base na função de produção. 
Desse modo, as mesmas variáveis que afetam a posição da função de produção 
determinarão a posição da curva de demanda por trabalho. Ou seja, aumentos no 
estoque de capital ou melhorias tecnológicas, por exemplo, deslocarão a demanda de 
trabalho para a direita, significando que as empresas estarão dispostas a contratar as 
mesmas quantidades de trabalho a uma salário real mais elevado. 
 
Ver gráfico apostila. 
Oferta de trabalho 
A oferta de trabalho é realizada pelas famílias. 
 
Aceitando que os agentes não são míopes (não sofrem de ilusão monetária) a decisão de 
quanto trabalhar não será afetada pelo salário nominal, mas pelo poder de compra 
recebido pelo salário ( salário real). 
 
A decisão de quanto trabalhar corresponde à escolha de como alocar as horas do dia entre 
trabalho e lazer. 
 
O trabalho não gera nenhum prazer, apenas gera renda necessária para poder consumir e 
obter a satisfação decorrente do consumo de mercadorias. 
O Lazer gera satisfação por si mesmo. 
 
Cada hora a mais de trabalho é uma hora a menos de lazer. 
 
 
Oferta de trabalho 
A decisão de quanto trabalhar decorre da maximização de uma função utilidade com a cesta 
de bens composta pela renda (consumo de bens) e pelo lazer. 
 
O salário real corresponde ao acréscimo do consumo de bens a cada hora adicional de trabalho, 
ou é o custo de oportunidade do lazer (quanto se sacrifica para obter lazer) 
 
Alterações no salário real possuem dois efeitos nas decisões dos indivíduos: 
 1) efeito substituição 
 2) efeito renda 
 
Se aumenta o W/P, pelo efeito substituição diminui a procura pelo lazer e aumenta a oferta de 
trabalho. Pelo efeito renda, os indivíduos estão mais ricos e, assim, demandarão mais produtos 
e mais lazer. 
A inclinação da oferta de trabalho depende de qual dos dois efeitos é predominante pois, uma 
elevação do W/P tende a ampliar a oferta de trabalho pelo efeito substituição. No entanto, pelo 
efeito renda tende a diminuir. 
Oferta de trabalho 
 
Vamos pressupor que o efeito substituição predomine sobre o efeito renda, de modo que a 
curva de oferta de trabalho seja positivamente inclinada em relação ao W/P. 
 
Ver figuras 3.3 e 3.4. na página 112 
 
Equilíbrio no mercado de trabalho no modelo clássico 
 
 Junção das curvas de oferta e demanda por trabalho, para determinar o nível 
de emprego e o salário real. 
 O mercado de trabalho possui um grande número de ofertantes e um grande 
número de demandantes (nenhuma empresa tem poder de fixar salários) 
 
• Sempre que houver excesso de oferta de trabalho, haverá queda no salário real; 
• Sempre que houver excesso de demanda, haverá aumentos do salário real. 
• Isso leva a um nível de salário real no qual a oferta de mão de obra se iguala à 
demanda. Assim, neste nível de salário, todos que quiserem trabalhar encontrarão 
emprego e as empresas encontrarão oferta de trabalho suficiente para atender sua 
demanda. 
• Sendo o salário nominal flexível, não existe qualquer obstáculo para a obtenção do 
equilíbrio de pleno emprego. 
• Não existe desemprego involuntário na economia – a economia opera a pleno 
emprego. 
 
• Ver figura 3.5 na pág. 113. 
 
 
Equilíbrio no mercado de trabalho no modelo clássico 
 
• Ver figura 3.5 na pág. 113. 
 
• Quando o salário real estiver acima do nível de equilíbrio: 
 1) haverá excesso de oferta de trabalho; 
 2) o número de horas de trabalho oferecidas pelos trabalhadores será maior do que o 
demandado pelas empresas. Logo, há uma situação de desemprego; 
 3) A concorrência entre os trabalhadores pelos empregos levará à queda dos salários; 
 4) Vai ocorrer uma redução da oferta e um aumento da demanda, até as duas curvas se 
igualarem em um nível inferior do salário real. 
 
• Quando o salário real estiver abaixo do equilíbrio: 
1) Haverá excesso de demanda por trabalho (superemprego); 
2) A concorrência entre as firmas para contratar trabalhadores levará a um aumento do 
salário real; 
3) Vai ocorrer um aumento da oferta de trabalho e uma diminuição da demanda até que 
as duas curvas se igualem em um nível superior do salário real. 
 
 
 
Oferta agregada no modelo clássico 
 
• Após definir o nível de emprego mercado de trabalho (Ne) e dada a função de 
produção, há a determinação do produto Ye (produto de pleno emprego). Essa será a 
oferta agregada na economia. 
Ver figura 3.6 na pág. 114 
 
• A oferta agregada clássica depende da tecnologia, estoque de capital e condições 
no mercado de trabalho (determina o nível de salário real) 
Ys = Ys (W/P, K, T) 
 
• Todas as variáveis que afetam a oferta agregada são variáveis reais, independem de 
variáveis nominais. Se tiver uma aumento no preço recebido pelas empresas por seus 
produtos, ampliará a demanda por trabalho e, assim, gerará um excesso de oferta por 
trabalho provocando um aumento do salário nominal, até se recompor o salário real 
de equilíbrio. Portanto a oferta agregada é inelástica ao nível de preços, de forma que 
a curva de oferta é vertical. 
 
• Alterações na oferta só podem ser obtidas por mudanças que afetam variáveis reais 
da economia, afetando o mercado de trabalho. 
 Ver figura 3.7 na pág. 115 
A questão do desemprego 
• No modelo clássico, com o mercado atuando livremente, não haveria desemprego. Ou 
seja, a economia operaria em pleno emprego. 
• A única forma de ter desemprego seria com a presença de imperfeições no mercado, como 
com a fixação de salários acima do nível de equilíbrio no mercado de trabalho. 
• Não é por que o modelo trabalha com pleno emprego que que todos os trabalhadores 
estarão ocupados a todo instante. 
• A taxa de desemprego = relação entre o número de pessoas que são capacitados e 
dispostos a trabalhar e nãoencontram emprego, em relação ao total de pessoas aptas e 
interessadas em trabalhar. Exclui-se da categoria desempregados os indivíduos que, 
mesmo desempregados, não estão procurando emprego. 
• Para efeitos teóricos, considera 3 definições de desemprego: 
• Desemprego friccional: decorrente de reajustes ou movimentos setoriais ou 
regionais da estrutura produtiva e do deslocamento da mão-de-obra. Também refere-
se ao desemprego causado pelo desenvolvimento tecnológico e necessidade de 
qualificações a um determinado trabalho (também chamado como desemprego 
estrutural) 
• Desemprego voluntário: o indivíduo não quer trabalhar ao salário vigente. (no 
modelo clássico, este tipo de desemprego não poderia persistir) 
• Desemprego involuntário: o indivíduo, apesar de aceitar trabalhar ao salário vigente 
e mesmo abaixo deste, não consegue emprego. (o modelo clássico descarta o 
desemprego involuntário) 
Demanda agregada clássica 
 
• Demanda agregada: relação entre a quantidade demandada de bens e serviços e o nível 
geral de preços. A demanda agregada no modelo clássico pode ser derivada com base na 
teoria quantitativa da moeda: 
 
 MV = PY 
 
Onde 
 M = a quantidade de moeda, 
 V = a velocidade renda da moeda (ou nº de giros da moeda criando renda em um dado período) 
 P = nível geral de preços, e 
 Y = a renda ou produto real (PY é o produto nominal) 
 
Pressuposto: moeda tem apenas a função de transação. 
Equação de equilíbrio do mercado monetário, na qual a oferta de moeda é igual à 
demanda por moeda e que a demanda é proporcional à quantidade do produto real Y. 
 
A teoria clássica supõe que a velocidade renda da moeda é constante. Com V constante, e 
dada a oferta de moeda M, temos uma relação inversa entre nível de preços e produto 
real Y. 
 
Ver Figura 3.8 página 116. 
Demanda agregada clássica 
 
• Ou seja, quanto maior o nível de preços, menos o estoque real de moeda (M/P) para 
satisfazer às transações e, consequentemente, menor a quantidade de bens e serviços a 
ser demandada Y. 
 
• Ampliações na oferta de moeda deslocam a curva para direita. Ou seja, para qualquer 
nível de preços, a quantidade demandada se ampliará, caso a oferta de moeda seja maior. 
• Um expansão da oferta de moeda desloca a curva de demanda agregada para a 
direita. 
 
Ver figura 3.9 pág 116. 
 
 A demanda agregada não é um fator determinante do nível de produto da 
economia. São as condições de oferta que determinam o nível de produto. 
 Se o produto real é dado pela oferta, a única variável determinada pela 
demanda é o nível de preços. 
 Como a posição da curva de demanda é determinada pela oferta de 
moeda, concluímos que, no modelo clássico, políticas monetárias 
expansionistas ampliam a demanda e, como a oferta é dada pelas 
condições reais, as únicas variáveis afetadas pela moeda são as nominais 
(preços) 
 
Demanda agregada clássica 
 
 No modelo clássico, a demanda não constitui uma restrição à expansão da 
oferta – Vale a chamada Lei de Say (a oferta cria sua própria procura). 
 
 Toda a renda criada no processo de produção seria gasta para adquirir toda 
a produção. 
 
 Ou seja, não há uma situação de insuficiência generalizada de demanda. 
Ou ainda, o excesso de demanda global na economia seria nulo - lei de 
Walras. Assim, se algum mercado existe excesso de demanda positivo, 
haverá outro mercado (ou outros) nos quais haverá excesso negativo, 
compensando o primeiro. Portanto, a Lei de Walras diz que em uma 
economia em que existam n mercados, se o n-I mercados estiverem em 
equilíbrio, o n-ésimo mercado também estará. 
 
 Para que a Lei de Say seja válida, só há demanda por moeda pelo motivo transação 
de modo que toda renda ganha pelas pessoas é gasta na compra de bens e serviços. 
Logo, não há demanda por moeda para outros motivos, como, por exemplo, 
especulação financeira. 
Demanda agregada clássica 
 
 Resumo: dada a oferta de moeda e o nível de produto definido pela oferta 
agregada, a demanda agregada apenas determina o nível de preços da 
economia. Alterações na demanda agregada, em decorrência de alterações 
na oferta de moeda, apenas mudam o nível de preços da economia, sem 
qualquer impacto sobre o produto real. 
 Logo, a demanda agregada define somente o nível geral de preços, não há 
influência alguma sobre o nível de produção ( neutralidade monetária) 
 Somente variações na oferta agregada (ou seja, variações em K, N ou T – 
variáveis reais) altera, o nível de produção. 
 
Ver gráfico 3.10, p. 117 
 
 
 Uma vez determinado o nível de preços no mercado de produto, 
determina-se o salário nominal compatível com o salário real de equilíbrio 
(W/P)e no mercado de trabalho. 
 
Ver gráfico 3.11, p. 118 
Modelo clássico: neutralidade da moeda 
 
• O modelo clássico tem uma separação entre o lado real e o monetário da 
economia; 
• As variáveis reais (produto, nível de emprego, salário real, preços relativos...) 
não são afetadas pela quantidade de moeda. 
• Ou seja, mostra a neutralidade da moeda. 
• A pol. Monetária somente terá influência sobre variáveis reais se tiver alguma 
imperfeição nos mercados, o que não é considerado neste modelo. 
Poupança, investimento e o papel da taxa de juros no modelo clássico 
 
• No modelo clássico, o consumo, a poupança e o investimento agregado 
dependem fundamentalmente da taxa de juros. 
 
• Oferta de fundos: poupança agregada no modelo clássico 
• Parcela de renda não consumida pelos agentes econômicos é direcionada 
para aquisição de títulos na economia 
• Ou seja, famílias poupam na forma de títulos que rendem juros e não 
na forma de moeda que não rende juros. A poupança é canalizada para 
títulos. 
• A decisão de alocação da renda entre poupar ou consumir é uma escolha 
intertemporal. Assim, é uma decisão entre o consumo presente e o 
consumo futuro. 
• O sacrifício ao consumo presente exige um “prêmio pela espera”. Assim, 
o indivíduo somente poupará hoje se puder consumir mais no futuro do 
que consumiria hoje. 
Poupança, investimento e o papel da taxa de juros no modelo clássico 
 
• Oferta de fundos: poupança agregada no modelo clássico 
• Logo, a poupança depende do tamanho do “prêmio pela espera”. Ou seja, 
depende da taxa de juros que remunerará a poupança do indivíduo. 
• Quanto maior a taxa de juros, mais “caro” será o consumo presente em 
termos de consumo futuro. Portanto, maior será o estímulo à 
poupança. 
 
 S = S (r) 
 C = C (r) 
Onde: 
 S = poupança agregada 
 C = consumo agregado 
 r = taxa real de juros 
Poupança, investimento e o papel da taxa de juros no modelo clássico 
 
• Oferta de fundos: poupança agregada no modelo clássico 
• A poupança varia positivamente em relação à taxa de juros 
• O consumo agregado corrente apresenta relação inversa com a taxa real de 
juros. 
• O volume de poupança corresponde à oferta de fundos no mercado 
financeiro. 
• Quanto maior a taxa de juros, maior será a quantidade ofertada de 
recursos. 
• A função poupança será crescente em relação à taxa de juros. 
Poupança, investimento e o papel da taxa de juros no modelo clássico 
 
• Demanda de fundos: demanda de investimentos no modelo clássico 
• Demanda por fundos é feita pelos agentes econômicos que querem 
investir. As firmas são as demandantes dos recursos emprestáveis. 
• Investimento é o acréscimo do estoque de capital na economia com objetivo de 
ampliar a produção futura. 
• A decisão de investimento, bem como de contratar mais trabalhadores pelas 
empresas, segue a lógica de maximização do lucro. 
• Uma unidade a mais de capital corresponde tem seu retorno correspondente ao 
valor daprodutividade marginal do capital (quanto de produto adicional gerado 
por uma unidade a mais de capital vezes o preço do produto). 
• O custo do investimento é a taxa de juros para obter empréstimo para compra 
do bem de capital. Ou o custo de oportunidade (taxa de juros) em que o 
detentor de recursos incorre por não aplicar sua poupança em títulos e 
imobilizar esses recursos na produção. 
 
Poupança, investimento e o papel da taxa de juros no modelo clássico 
 
• Demanda de fundos: demanda de investimentos no modelo clássico 
• A produtividade marginal do capital também é decrescente. Assim, 
investimentos adicionais trazem um retorno cada vez menores em 
termos do produto. 
• Logo, para que aumente os investimentos, a taxa real de juros tem que 
reduzir. 
• Portanto, a demanda de recursos no mercado financeiro é 
inversamente relacionada com a taxa real de juros. Assim, deve-se 
diferenciar a taxa nominal de juros e a taxa real de juros. 
Função investimento ou demanda por investimentos: 
 I = I (r) 
Sendo: 
I = demanda de investimentos 
r = taxa real de juros Ver gráfico 3.12 p. 121 
 
 
Poupança, investimento e o papel da taxa de juros no modelo clássico 
 
• Demanda de fundos: demanda de investimentos no modelo clássico 
 Ver gráfico 3.12 p. 121 
 
• re , Ie e Se são os valores de equilíbrio da taxa real de juros, dos investimentos e da 
poupança. 
 
• Nesse modelo a taxa de juros é uma variável real determinada pelas 
preferências intertemporais dos indivíduos e pela produtividade marginal 
do capital, ou seja, não é afetada pela política monetária. 
• A política monetária, ao afetar o nível de preços, pode afetar a taxa 
nominal de juros, mas não a real, e como tal não afeta as decisões de 
poupança e investimento na economia. 
 
 
Poupança, investimento e o papel da taxa de juros no modelo clássico 
 
• O mercado financeiro também é do tipo concorrência perfeita, de forma 
que a flexibilidade da taxa de juros garante que parcela da renda que não 
é consumida será investida. Assim, valida a Lei de Say pois não há 
obstáculos do lado da demanda à determinação do produto. 
• Se a taxa de juros estiver acima da taxa de juros de equilíbrio (excesso de 
recursos emprestáveis), a pressão dos poupadores pela aquisição de 
títulos fará com que esta se reduza, ampliando o investimento e 
diminuindo a poupança até que se igualem. 
• Se a taxa de juros estiver abaixo da taxa de equilíbrio, haverá excesso de 
demanda por recursos e falta de recursos emprestáveis ( demanda por 
investimento maior do que a poupança). Assim, os investidores 
pressionam a taxa de juros para cima até o pondo de equilíbrio. 
 
 
Equilíbrio entre oferta agregada e demanda agregada no modelo 
clássico 
 
• O equilíbrio no mercado de bens e serviços é dado por: 
 
 Oferta Agregada = Demanda Agregada 
Ou 
 Y = DA 
Considerando apenas consumo e investimento: 
 
 DA = C + I 
No equilíbrio: 
 
 Y = C + I 
 
 
Equilíbrio entre oferta agregada e demanda agregada no modelo 
clássico 
 
• O consumo e o investimento dependem da taxa real de juros: 
 
 Y = C (r) + I (r) 
 
Pela definição de poupança: 
 
 S = Y – C 
 
No equilíbrio macroeconômico 
 S (r) = I (r) a taxa de juros tem a 
 função de equilibrar o mercado de produto. 
 
Equilíbrio entre oferta agregada e demanda agregada no modelo 
clássico 
 
• Se o consumo for função da renda corrente: 
 
 Y = C (Y) + I (r) 
 
Como o nível de renda é dado a pleno emprego, o nível de consumo também é 
dado e como tal, o nível de poupança S = Y – C (Y). 
 
O equilíbrio continuaria dependendo da taxa de juros, que ajustaria o nível de 
investimento para igualar ao nível dado de poupança. 
 
A taxa de juros tem um papel importante para o equilíbrio macroeconômico no 
modelo clássico. 
 
Ver figura 3.13 na página 123. 
Introduzindo o governo e a política fiscal no modelo clássico 
 
• Ao considerar o governo e a política fiscal: 
• Impostos arrecadados pelo governo subtraem a renda do setor 
privado e como tal diminuem suas despesas; 
• Gastos do governo são elementos adicionais de demanda na 
economia. 
• O governo é considerado como agente exógeno – arrecadação de 
impostos (T) e os gastos públicos (G) são variáveis exógenas (dadas) 
• O equilíbrio passa a ser dado pela seguinte igualdade: 
 
 Y = C + I + G 
Introduzindo o governo e a política fiscal no modelo clássico 
 
• A decisão de consumo também depende da renda disponível após o 
pagamento de impostos (Y – T) e da taxa real de juros: 
 
 C = C ( Y – T; r) 
 
 S = S (Y – T; r) 
 Y – T = renda disponível 
 
 
A arrecadação de impostos é parcela da renda subtraída ao consumo que, para 
manter a igualdade entre demanda e oferta agregada, deve ser gasta pelo 
governo. 
 
Ou seja, a arrecadação de impostos diminui a renda do setor privado e diminui 
a despesa agregada. 
Gasto do governo despende recursos e aumenta a despesa agregada. 
Introduzindo o governo e a política fiscal no modelo clássico 
 
• O equilíbrio no mercado de produto passa a ser dado pela seguinte 
igualdade: 
 
 S (Y – T; r) + T = I (r) + G 
 Y = C + I + G 
 Y-C-T= I+G-T 
 S+ T = I +G 
 
• Os impostos são incluídos na curva de poupança 
Os gastos do governo são adicionados na curva de investimentos. 
 
Por serem valores determinados exogenamente, não afetam as inclinações 
das respectivas curvas, apenas a posição das mesmas. 
• Quanto maior a arrecadação de impostos pelo governo, mais para a 
direita estará a curva de oferta de recursos no mercado financeiro.
 
Introduzindo o governo e a política fiscal no modelo clássico 
 
• Quanto maior o volume de gastos públicos, mais para a 
direita estará a curva de demanda por recursos. 
 
 
Ver Gráficos 3.14 na página 124 e 3.15 na página 125 
 
 Pode-se desmembrar o conceito de poupança em poupança 
pública e poupança privada. 
 Poupança pública: Diferença entre arrecadação de 
impostos e os gastos do governo (T – G) 
 
 
 
Introduzindo o governo e a política fiscal no modelo clássico 
 
 A oferta de recursos no mercado financeiro corresponde à 
chamada poupança nacional – soma da poupança privada 
e da poupança pública. 
S (Y – T; r) + T = I (r) + G 
S (Y – T; r) + T – G = I (r) 
Sp + Sg = I (r) 
 
Sp = poupança do setor privado 
Sg = poupança pública (T-G) 
Poupança nacional ou poupança interna = S = Sp +Sg 
 
 
Introduzindo o governo e a política fiscal no modelo clássico 
 
 Impacto da política fiscal no modelo: 
 Ver gráfico 3.15 na página 125 
 Se aumenta os gastos públicos: 
 
 Há um deslocamento da curva I + G para a direita 
 Aumento dos gastos públicos provoca elevação na 
taxa de juros - gera maior pressão sobre os recursos 
existentes pela ampliação da demanda. 
 O aumento nas taxa de juros provoca redução no 
investimento privado no montante ΔI, pois necessita 
de uma maior produtividade marginal do capital, 
elevação na poupança de ΔS e uma queda no 
consumo na mesma magnitude (consumo mais caro 
em relação ao consumo futuro). 
 
Introduzindo o governo e a política fiscal no modelo clássico 
 
 Impacto da política fiscal no modelo: 
 
 ΔG = - (ΔC + ΔI) 
 
• O aumento do gasto público, apesar de pressionar 
inicialmente a demanda, não leva a um aumento da renda 
(produto), pois não afetou as condições tecnológicas nem a 
dotação de fatores de produção. 
• Assim, apenas provocou uma alteração na composição da 
demanda, elevando a participaçãodos gastos públicos em 
detrimento dos gastos privados (redução do investimento e 
do consumo). Fenômeno conhecido como crowding-out ou 
efeito deslocamento. 
Introduzindo o governo e a política fiscal no modelo clássico 
• Se o governo adotar uma política de redução de impostos, sem ser 
acompanhada de redução de gastos, os impactos são semelhantes. 
• A poupança nacional se reduziria à queda da poupança 
pública, pressionando a taxa de juros para cima e 
reduzindo o nível de investimento. 
• Nesse caso, o consumo se ampliará, pois aumenta a renda 
disponível no setor privado. 
• Caso o consumo não se ampliar e toda a redução de 
impostos se transferir em poupança, a curva oferta de 
recursos não se deslocaria, mantendo a taxa de juros 
inalterada. 
• O aumento da taxa de juros decorre da ampliação do 
consumo possibilitado pela queda dos impostos, sem que 
este seja acompanhado por redução dos gastos públicos. 
Para adequar a demanda à oferta agregada, o 
investimento tem que se reduzir. 
Introduzindo o governo e a política fiscal no modelo clássico 
• A introdução do governo e da política fiscal no modelo clássico 
provoca apenas uma recomposição da demanda agregada, via 
taxa de juros, mas não afeta a produção agregada, que sempre se 
encontra em equilíbrio de pleno emprego. 
Modelo clássico: comentários finais 
• No modelo clássico a demanda possui um papel totalmente 
passivo na determinação do produto. 
• A política monetária afeta apenas o lado monetário, sem qualquer 
impacto sobre as variáveis reais da economia (hipótese da 
neutralidade da moeda). 
• A política fiscal, apenas altera a composição dos gastos, ou seja, a 
composição da demanda, mantendo inalterada a oferta. 
• O governo não afeta o nível de emprego ou de produto da 
economia. 
• A economia sempre se encontra em equilíbrio de pleno emprego. 
• Só pode haver desemprego na economia se ocorrer imperfeições 
de mercado que afetem as condições de equilíbrio do mercado de 
trabalho (hipótese não considerada no modelo) 
• Se o mercado funcionar livremente, sem imperfeições, não existe 
espaço para políticas macroeconômicas do governo. Posição 
fortemente criticada por Keynes. 
Modelo clássico: Exercícios 
1. O aumento da oferta de moeda pode elevar o nível de emprego? 
Essa medida provoca pressões inflacionárias? 
2. Um choque adverso de oferta agregada com oferta monetária 
fixa, provoca queda do nível de emprego e elevação do nível de 
preços? 
3. O desemprego depende da demanda agregada? 
4. Descreva o processo de equilíbrio no mercado de trabalho. 
5. Qual tipo de desemprego o modelo clássico não considera? 
Justifique. 
6. Descreva o processo de equilíbrio no mercado de recursos 
emprestáveis. 
7. Descreva a função de produção agregada. 
8. Quais são os três pressupostos do modelo clássico? 
9. Descreve os efeitos de alterações no salário real nas decisões dos 
indivíduos. 
10. A atuação do governo via política fiscal e monetária afetam o 
nível de emprego ou de produto? Justifique. 
 
 
Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL – MG 
Macroeconomia 1 
 
Aula 8: Teoria Quantitativa da Moeda 
 
 
Prof. André Paiva Ramos 
 
 
 
 Varginha, 16 de Outubro de 2017. 
 
Plano de aula 
 Tema: Teoria Quantitativa da Moeda 
 
Objetivo: Apresentação da TQM 
 
Conteúdo: 
- Teoria Quantitativa da Moeda; 
- A abordagem de Cambridge 
 
 
Metodologia: A aula será ministrada com base em uma apresentação em PowerPoint e com a 
leitura de parágrafos selecionados da bibliografia básica. 
 
Bibliografia básica: 
 
FROYEN, R.T. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 
 
Teoria Quantitativa da Moeda 
Teoria Quantitativa da Moeda (Irving Fisher) 
 
“TQM é a equação de trocas, uma identidade que relaciona o volume de 
transações, avaliadas a preços correntes, com o estoque de moeda multiplicado 
pela taxa de circulação da moeda, que mede o número médio de vezes que cada 
unidade monetária disponível na economia é utilizada em transações durante o 
período, é denominada velocidade da moeda.” (Froyen, p. 65-66) 
 
 M . Vt ≡ Pt . T (é uma identidade) 
 
 Onde: 
 
 M = quantidade de moeda 
 Vt = velocidade transação da moeda 
 Pt = índice de preços dos itens transacionados 
 T = Volume de transações 
 
- T (Volume de transações) inclui tanto as vendas e compras de bens produzidos no período 
como de bens produzidos em momentos anteriores e outros ativos. 
 
Teoria Quantitativa da Moeda 
 
 Outra versão da equação é em termos da renda: 
 
 M . V ≡ P. Y (é uma identidade) 
 
 
 Onde: 
 
 M = quantidade de moeda 
 V = velocidade renda da moeda – número de vezes em que, na média, a 
moeda é utilizada em transações que envolvem a produção corrente (renda) 
 P= índice de preços 
 Y = produto ou nível de produção presente 
 
 
 V ≡ PY 
 M 
Teoria Quantitativa da Moeda 
Algumas características: 
 
- É uma teoria de definição da renda agregada nominal (Y.P) em função do estoque 
de moeda em circulação; 
- A equação de trocas não explica as variáveis que contém – Fischer e outros 
quantitativistas postularam que todos os valores de equilíbrio dos elementos da 
equação de trocas, com exceção do nível de preços, eram determinados por forças 
externas à equação de trocas. 
- Produto agregado nominal P . Y está associado ao estoque de moeda da 
economia através da velocidade de circulação da moeda (número de transações 
que a moeda realiza) 
- O nível real de produto (ou transações) era uma medida real da atividade 
econômica. (os clássicos viam essa variável determinada pela oferta) 
Teoria Quantitativa da Moeda 
Algumas características: 
 
- A quantidade de moeda é controlada exogenamente pelas autoridades 
monetárias. 
 
- V é função de fatores institucionais, hábitos e tecnológicas do mercado monetário 
para realização dos pagamentos na sociedade, que se alterar devagar ao longo do 
tempo. Portanto, V pode ser considerado constante no tempo. 
 
- No CP, V e Y podem ser vistos como constante. 
 
Teoria Quantitativa da Moeda 
 
- Logo: 
 ΔM = ΔP 
 
 
 A equação apresenta a dependência do nível de preços com relação ao 
estoque de moeda. Duplicar M implica duplicar P, ou seja, um aumento em 
10% de M causa um aumento de 10% de P. 
 
Resultado básico da TQM: 
 
 A quantidade de moeda determina o nível de preços. 
Equação de Cambridge 
 
Equação de Cambridge ( Alfred Marshall e Pigou) – A abordagem de Cambridge 
à TQM em homenagem à Universidade de Cambridge 
 
- Também postulou a existência de uma relação proporcional entre a 
quantidade exógena de moeda e o nível agregado de preços. 
 
- Marshall iniciou analisando a decisão sobre a escolha dos montantes ótimos 
de moeda a serem mantidos pelos indivíduos. 
 
- É um tratamento diferente de Fischer pois objetivava estudar os 
determinantes da demanda por moeda. 
 
- Uma certa quantidade de moeda seria mantida em razão da conveniência 
proporcionada nas transações, quando comparadas a outras formas de 
armazenar valor. 
- Assim, a moeda também fornece segurança, diminuindo riscos 
advindos de não conseguir liquidez para cumprir obrigações 
inesperadas. 
- No entanto, a moeda mantida em mãos não gera renda. 
Equação de Cambridge 
- A moeda só será mantida pelos indivíduos se seu retorno, em termos de 
conveniência e segurança, exceder a renda perdida, por deixar de investir em 
atividades produtivas, e a redução na satisfação, por não utilizar a moeda 
para comprar bens de consumo. 
 
- Qual seria o montante ótimo de moeda mantido pelos indivíduos? 
 
- A demanda por moeda corresponderia a uma fração da renda e da riqueza. 
(a distinção de renda e riqueza é negligenciada)Moeda como meio de troca (= Fisher): proporcional à Y 
Moeda como reserva de valor (diferente de Fischer): também é proporcional a Y. 
 
Equação de Cambridge 
Função Md 
 
• Assumindo V constante, a demanda por moeda é função do nível de renda 
agregada, ou seja, dado um Y.P, existiria um Md correspondente para realizar 
transações. 
 
 
Md = f(Y) 
 
Md = k. P.Y 
 
Onde: 
 
 Md = Demanda por moeda 
 K = proporção da renda nominal 
 P = Nível de preços 
 Y = nível da renda real 
 
 
Equação de Cambridge 
Função Md 
 
• Como a principal característica que torna a moeda desejável é a sua utilidade 
nas transações, a demanda por moeda dependerá do nível de transações, 
cuja variação relaciona-se estreitamente com o nível de renda. 
 
• A fração ótima da renda preservada sob a forma de moeda (k) seria 
relativamente estável no CP devido aos hábitos de pagamentos da 
sociedade. 
 
• Em equilíbrio, o estoque exógeno de moeda deve ser igual à quantidade 
demandada de moeda: 
 
 
 M = Md = kPY 
 
• Tratando k como fixo a curto prazo e com a produção real ( Y ) determinada 
pelas condições de oferta, a equação de Cambridge também se reduz a uma 
relação proporcional entre o nível de preços e os estoques de moeda. 
Equação de Cambridge 
 
• Como na abordagem fisheriana, a quantidade de moeda determina o nível 
de preços. 
 
• A equivalência formal da equação de Cambridge com a equação monetária 
de Fisher pode ser percebida como: 
 
 M . 1 = P . Y 
 k 
 
Para V = 1/k, as duas formulações são equivalentes. 
 
No entanto, apesar da equivalência, o enfoque de Cambridge percebia a 
teoria quantitativa como uma teoria da demanda por moeda 
Equação de Cambridge 
 
A relação proporcional entre a quantidade de moeda e o nível de preços era 
resultante dos seguintes fatos: 
 
 1) a fração da renda nominal que os indivíduos queriam manter sob a forma 
de moeda (k) era constante; 
 2) o nível de produto real era fixado pelos determinantes da oferta. 
 
 
Tanto a TQM quanto Cambridge, a demanda por moeda é proporcional à 
renda. No entanto, a TQM deu ênfase a fatores tecnológicos. Já a abordagem 
de Cambridge destaca a escolha individual e não descarta os efeitos da taxa 
de juros. 
 
Diferentemente da TQM, a velocidade de circulação da moeda não 
necessariamente é constante (fator 1/k). Isso pode ser considerado devido à 
variação no retorno de outros ativos. Assim, varia Md e, consequentemente, 
V=1/k. Pode haver influência de i sobre Md. 
 
Equação de Cambridge 
 
1) Se inicialmente a economia está em equilíbrio; 
2) Duplicação da quantidade de moeda; 
3) No início há um excesso de oferta de moeda em relação à demanda; 
4) Os indivíduos tentam reduzir seus estoques de moeda visando a proporção 
ótima entre moeda e renda, através da utilização da moeda em consumo e 
investimentos; 
5) O aumento na demanda por bens e serviços traz uma pressão de elevação 
dos preços (há moeda demais a procura de uma quantidade limitada de 
bens); 
6) Se a produção permanecer inalterada, como no caso do modelo clássico, e k 
for constante, só será atingido um novo equilíbrio após a duplicação do nível 
de preços; 
7) Nesse ponto a renda nominal e a demanda por moeda terão dobrado; 
 
Esse é o vínculo direto entre moeda e preços no modelo clássico, na qual uma 
oferta excessiva de moeda causaria um aumento na demanda por mercadorias e 
levaria a uma pressão de alta sobre o nível de preços. 
 
 
Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL – MG 
 
Aula 9 a 16 : O modelo Keynesiano Simples 
 
 
Prof. André Paiva Ramos 
 
 
 
 
Plano de aula 
 Tema: Modelo Keynesiano Simples 
 
Objetivo: Conhecimento da construção do modelo macroeconômico Keynesiano simples. 
Entendimento sobre os determinantes da renda, do produto, da demanda agregada e do 
multiplicador. 
 Conteúdo: 
- Algumas identidades fundamentais; 
- Produto de equilíbrio; 
- Função consumo e demanda agregada; 
- Multiplicador. 
 
 Metodologia: A aula será ministrada com base em uma apresentação em PowerPoint e com a 
leitura de parágrafos selecionados da bibliografia básica. 
 
 Bibliografia básica: 
FROYEN, R.T. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 
 
 
 
 
Condições para o Produto de Equilíbrio 
Noção fundamental: 
 
Para que o produto esteja em equilíbrio, é necessário que o produto seja 
igual à demanda agregada: 
 
 Y = DA 
Onde: 
 
 Y = produto total 
 DA = demanda agregada 
 
A demanda agregada consiste em 3 componentes: 
Consumo das famílias ( C ), Investimentos desejados pela firmas ( I ) e demanda 
de bens e serviços pelo governo ( G). 
 
 Y = DA = C + I + G 
 
Obs.: economia ainda fechada – sem exportações e importações. 
 Todas as variáveis e alterações em seus valores são em termos reais 
 
Com o produto nacional Y correspondendo à demanda nacional: 
 
 Y ≡ C + S + T (identidade) 
 
A renda nacional é consumida ( C ), poupada ( S ) e paga em impostos ( T ) 
 
 
 
 
 Y ≡ C + Ir + G (identidade) 
 
O produto nacional é igual ao consumo (C ), investimento realizado ( Ir ) mais os gastos do 
governo ( G ) 
 
 
Condições para o Produto de Equilíbrio 
 
Reescrevendo: 
 
 C + S + T ≡ Y = C + I + G (identidade) 
 
 
Onde: 
 
 S + T = I + G 
 
 
3 formas equivalentes de expressar a condição de equilíbrio: 
 
 Y = C + I + G 
 S + T = I + G 
 Ir = I (demanda por investimento = investimento realizado) 
Condições para o Produto de Equilíbrio 
Fluxo Circular da Renda e do Produto 
Famílias Firmas 
Mercados 
financeiros 
Governo 
 Renda nacional (Y) 
(salários, juros, aluguéis, lucros - famílias 
fornecem fatores de produção) 
Consumo (C) 
(consomem produtos) 
Poupança ( S ) 
(parte da renda mantida na 
forma de ativos financeiros) 
Impostos ( T) 
(termos líquidos – pagamentos de impostos 
menos transferências do gov. às famílias) 
Investimento ( I ) 
(firmas comprando bens de 
investimento financiados 
no mercado financeiro) 
Gastos do Governo (G) 
(gastos do governo com produtos das 
firmas) 
 
Obs.: Variáveis de fluxo, medidas em unidades monetárias por um determinado período de tempo. 
 Ir = I (demanda por investimento = investimento realizado) 
 
Na última condição de equilíbrio: 
 
• A contabilidade nacional calcula os investimentos como o volume total 
de dispêndios das firmas com plantas e equipamentos, mais os 
investimentos em estoque (o aumento ou queda dos estoques) 
 
• Destaca-se que as contas nacionais registram todos os bens que são 
produzidos mas não vendidos pelas firmas como investimentos em 
estoques – tenham esses investimentos planejados ou não. 
 
• No ponto de equilíbrio ( I = Ir ) é um nível de produto que, depois de 
todas as vendas terem sido efetuadas, deixa os investimentos em 
estoques exatamente no nível desejado pelas firmas. 
• Nesse nível, o produto = a demanda agregada. 
• Equivalente as outras duas formas de demonstrar a condição de equilíbrio. 
Condições para o Produto de Equilíbrio 
Se o nível do produto (Y ≡ C + Ir + G) é produzido em excesso à demanda agregada (DA 
= C + I + G): 
Y > DA 
C + Ir + G > C + I + G 
Ir > I 
Ir – I = acúmulo não planejado de estoques (produção não vendida que ultrapassa o 
valor dos investimentos em estoques desejados pela firma). 
O produto tende a cair à medida que as firmas vão reduzindo a produção para desovar 
os estoques. 
 
Na situação inversa:DA > Y 
C + I + G > C + Ir + G 
I > Ir 
 
I – Ir é a escassez de estoques não planejado ( a demanda é maior que o produto e as 
firmas vendem mais do que o planejado. Os estoques ficam abaixo do nível desejado) 
O produto tende a aumentar pois as firmas vão evitar maiores quedas nos estoques. 
Condições para o Produto de Equilíbrio 
 
 Se os estoques permanecerem alterando (para + ou -) haverá uma tendência de 
mudar a produção. 
 
 Logo, somente quando a demanda agregada for igual ao produto as firmas ficarão 
satisfeitas com seu nível de produção corrente. 
 
 Não há nem acumulo não planejado de estoques nem insuficiência de 
estoques, e, portanto, nenhuma tendência para mudança no produto. 
 
Esse é o equilíbrio! 
 
Condições para o Produto de Equilíbrio 
 
 Para ver os fatores que determinam o nível de renda, 
deve–se considerar os fatores que afetam os 
componentes da demanda agregada: 
 
 Consumo 
 
 Investimento 
 
 Gastos do Governo 
 
Componentes da demanda agregada 
 
• Consumo desempenha papel central na teoria keynesiana de determinação da 
renda. 
 
• Keynes acreditava que o nível de dispêndios por parte dos consumidores fosse 
uma função estável da renda disponível (fator dominante de determinação do 
consumo). 
 
• No entanto, não negava que outras variáveis além da renda afetassem o 
consumo. 
 
• Renda disponível = YD = renda nacional menos os pagamentos líquidos de 
impostos (YD = Y – T) 
 
• Função consumo: 
 
 C = a + bYD 
 
 
 A > 0 e 0 < b < 1 
Consumo 
a = consumo independente da renda 
 
b = propensão marginal a consumir (PMgC) -inclinação da 
função – o aumento nos dispêndios em consumo por aumento 
da renda disponível 
O consumo aumenta de acordo com o aumento da renda 
disponível(b >0), mas esse aumento será proporcionalmente 
menor que o aumento na renda disponível (b< 1) 
 
• Função consumo: 
 
 C = a + bYD b = Δ C 
 ΔYD 
 
 A > 0 e 0 < b < 1 b é a inclinação 
Consumo 
 C 
𝐶 = 𝑎 + 𝑏𝑌𝑑 
YD 
ΔC 
ΔYD 
a 
Figura 5.3 da página 99 do Froyen. 
 
• Função consumo: 
 
 C = a + bYD b = Δ C 
 ΔYD 
 
 A > 0 e 0 < b < 1 b é a inclinação da função 
 
 
Definição de renda nacional: Y ≡ C + S + T (identidade) 
 
 
Definição de renda disponível: YD ≡ Y – T ≡ C + S 
 
 
 
Relação renda- poupança: 
 
 S = -a + (1-b)YD 
Consumo 
 
Relação renda- poupança: 
 
 S = -a + (1-b)YD 
 
 
Se o consumo para YD for igual a zero: 
 
 S ≡ YD – C = 0 – a 
 = -a 
 
 Δ S = 1 - b 
 ΔYD 
 
 1 – b = propensão marginal a poupar (PMgS) 
 (incremento da poupança por aumento unitário da renda disponível) 
Função Poupança 
 
Relação renda- poupança: 
 
 S = -a + (1-b)YD 
 
• (1 - b) é a inclinação -a é negativo quando a renda disponível é nula. 
 S 
S = −a + (1−b)YD 
YD 
ΔS 
ΔYD 
-a 
Figura 5.3 da página 99 do Froyen. 
Função Poupança 
Investimento 
• O investimento também é uma variável- chave do sistema keynesiano; 
• A mudança nos dispêndios com investimentos desejados era um dos principais 
fatores responsáveis pelas alterações na renda. 
• Os investimentos são o componente autônomo da demanda agregada 
• Componentes autônomos da demanda agregada são determinados, em 
grande medida, independentemente da renda corrente. 
 
 
• O consumo tem uma função estável em relação à renda disponível. 
• Isso não implica que não pode variar no decorrer do tempo 
• O consumo não é uma fonte independente e importante para explicar a 
variabilidade da renda 
• Consumo é um dispêndio induzido, dependente do nível de renda. 
 
 
Investimento 
• O que determina os investimentos? 
• Variáveis fundamentais no curto prazo: 
• Taxa de juros e as expectativas das firmas 
 
• Em relação a taxa de juros: 
• Não diverge da visão clássica 
• O nível de investimentos está inversamente relacionado com o valor da 
taxa de juros. 
• Para taxas de juros mais altas, há menos projetos de investimento com 
taxas esperadas de retorno altas o suficiente para justificar a 
contratação de empréstimos para financiá-los. 
• As expectativas dos administradores das firmas sobre a rentabilidade 
futura dos projetos de investimento têm papel central na análise 
Keynesiana sobre as fontes de instabilidade econômica. 
 
 
 
Investimento 
• O que determina os investimentos? 
• Keynes enfatizou a questão do “conhecimento incerto” sobre o qual precisam 
estar baseadas as expectativas com relação ao futuro. 
• Para determinar a lucratividade de um projeto de investimento produtivo com 
duração de 20 ou 30 anos, o administrador precisaria conhecer o futuro e a 
demanda futura pelo produto, o que exigiria conhecimentos sobre as 
preferências dos consumidores e o estado da demanda agregada no futuro. 
• Também precisaria antecipar os custos futuros, inclusive salários e taxas de 
juros e alíquotas de impostos. 
• Uma previsão bem fundamentada e precisa de todas essas variáveis pra um 
longo prazo é praticamente impossível. 
 
 
 
Investimento 
• O que determina os investimentos? 
Mesmo com tamanha incerteza, decisões de investimento são tomadas. 
Os administradores racionais formavam suas expectativas utilizando as seguintes 
técnicas: 
 
1. Tendências do passado para o futuro, ignorando possíveis mudanças futuras, a 
menos que tivessem informações específicas sobre alguma mudança prevista; 
2. Tomadas de cisões com base no comportamento da maioria ou da média. 
2.1 Decisões baseadas nesse fundamento tão frágil é sujeitar-se a mudanças 
repentinas e violentas. 
3. Keynes achava que essas expectativas mudam com frequência, eventualmente de 
forma drástica, em resposta a novas informações e eventos. Consequentemente, a 
demanda por investimentos seria instável. 
4. Os dispêndios com investimentos são o componente dos dispêndios autônomos que 
Keynes acreditava ser responsável pela instabilidade da renda. 
Gastos do Governo e Impostos 
• Os gastos do governo (G) constituem elemento dos dispêndios autônomos. 
• Supõe-se que os gastos governamentais sejam controlados pelos formuladores de política 
econômica e, portanto, não dependam diretamente do nível de renda. 
• A arrecadação tributária líquida (T) também é uma variável de política econômica 
controlada pelos formuladores de política econômica. 
• Uma suposição mais realista é que o formulador fixe a alíquota de imposto e que receitas 
tributárias variem de acordo com a renda. 
Determinando a renda de Equilíbrio 
• Primeira forma da condição para o equilíbrio de renda é: 
Y = C + I + G 
Y= renda de equilíbrio (variável endógena a ser determinada) 
I e G (e T) = termos dos dispêndios autônomos (são dados). São variáveis exógenas, 
determinadas por fatores externos ao modelo 
C é, em sua maior parte, um dispêndio induzido determinado endogenamente pela 
função consumo: 
 C = a + bYD = a + bY – bT 
 YD = Y - T 
Determinando a renda de Equilíbrio 
Substituindo: 
Y = C + I + G C = a + bYD = a + bY – bT 
Y = a + bY – bT + I + G 
Y - bY = a – bT + I + G 
Y(1-b) = a- bT + I + G 
 
Y = 1 (a- bT +I +G) Y = nível de equilíbrio da renda 
 1 – b 
 
Determinando a renda de Equilíbrio 
C,I, G, S, T 
Y 
45º 
C + I + G = DA 
C = a + bYD 
S + T 
I + G 
Y YL 
Renda (produto) 
D
em
a
n
d
a
 a
g
re
g
a
d
a

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