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RISCOS E AGRAVOS CIRÚRGICOS À SAÚDE DO RECÉM- NASCIDO Profª Meyssa Quezado O RN COM ATRESIA DE ESÔFAGO Atresia congênita do esôfago (AE) e a fístula traqueoesofágica (FTE) são malformações raras que apresentam a capacidade do esôfago de se desenvolver com uma passagem contínua Essas anomalias podem ocorrer separadamente ou em combinação São rapidamente fatais sem diagnósticos e tratamentos precoces Whaley e Wong, 2011 O RN COM ATRESIA DE ESÔFAGO • AE é a malformação congênita mais comum do esôfago • Avança dramático com sobrevida superior a 90% • É fatal se não tratada e diagnosticada precocemente • Mais de 50% deles tem outras anomalias congênitas associadas: cardíacas, anormalidades urinárias e do trato gastrointestinal Whaley e Wong, 2011 O RN COM ATRESIA DE ESÔFAGO • ETIOLOGIA Desconhece-se a causa da atresia esofágica e da FTE A incidência estimada é de 1:3000 a 3500 nascidos vivos Parece haver incidência igual entre os sexos, mas o peso da maioria dos lactentes afetados ao nascer é significativamente menor do que a média Incidência inusitadamente elevada nos bebês prematuros Whaley e Wong, 2011 O RN COM ATRESIA DE ESÔFAGO ANATOMIA E CLASSIFICAÇÃO AE com FTE distal (86%): É a mais comum das anomalias O esôfago proximal termina em fundo cego ao nível da 3ª vértebra torácica A fístula pode raramente conectar-se ao brônquio Um espaço entre o coto proximal e a fístula sempre existe O tamanho do coto proximal, o posicionamento mais baixo da fístula e o espaço entre eles são fatores que influenciam a simplicidade ou a dificuldade da correção cirúrgica O segmento proximal permite ainda a técnica de alongamento (LIVADITIS) que facilita a anastomose Whaley e Wong, 2011 AE isolada (8%): é comumente associada com grande distância entre os cotos. O coto proximal geralmente é semelhante a todas as anomalias. O coto distal dessa anomalia é muito pequeno (1 a 2 cm) devido ausência de fístula. A impossibilidade de trânsito do líquido amniótico pode fazer com que o estômago seja pequeno FTE isolada (3%): Fístula em H, usualmente tem 2 a 4 mm de diâmetro e seu trajeto é orientado no sentido diagonal, inserindo-se o mais na parte membranosa da traquéia. Ela geralmente ocorre acima da carina mas usualmente pode estar em local mais alto (região cervical baixa) ou mais baixa (região torácica alta). O esôfago está intacto O RN COM ATRESIA DE ESÔFAGO • MANIFESTAÇÕES QUÍMICAS Secreção salivar espumosa, arejada, saindo pela boca e narinas, que corresponde à eliminação da secreção salivar acumulada no fundo cego esofágico Aspiração para as vias aéreas com tosse, cianose, dispnéia e sufocação Abdome distendido (pela fístula) ou escavado (sem fístula) Predomina o quadro respiratório com concomitante aparecimento de pneumonias aspirativas e atelectasias e pneumonias químicas Apnéia Aumento da angústia respiratória após alimentação O RN COM ATRESIA DE ESÔFAGO Avaliação Diagnóstica: Baseada nas manifestações clínicas Exame radiográfico Conduta terapêutica: Prevenção da pneumonia Reparo cirúrgico da anomalia CUIDADOS COM O RN COM ATRESIA DE ESÔFAGO Na admissão: Colocar o RN em incubadora ou berço de calor radiante Administrar oxigênio para avaliar o desconforto respiratório, evitar CPAP para não aumentar a pressão de ar no estômago Posicionar o RN em decúbito dorsal com a cabeça elevada em 30 graus, prevenindo o refluxo das secreções gástricas para a traquéia e os brônquios Aspirar vias aéreas superior mantendo-as livres de secreção Passar sonda nasogástrica de calibre 10 a 12 para testar a permeabilidade das coanas e do esôfago diante da suspeita de atresia de esôfago Manter a sonda aberta no coto esofágico para remoção das secreções prevenindo a aspiração para a traquéia e brônquios Monitorizar as condições clínicas e vitais do RN Não administrar nenhuma alimentação oral CUIDADOS COM O RN COM ATRESIA DE ESÔFAGO CUIDADOS COM O RN COM ATRESIA DE ESÔFAGO No pós operatório Manter o recém-nascido em ambiente termo neutro Abrir sondas orogástricas, GTM, drenos e catéteres Monitorizar sinais vitais e saturação de oxigênio continuamente Observar a fixação das sondas e TOT, pois não pode ser repassada em caso de retirada acidental Manter o recém-nascidos em posição supina cabeceira em 30 graus Manter em dieta zero até segunda ordem Realizar balanço hídrico rigoroso O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK É o defeito diafragmático mais grave, pode causar distúrbio respiratório no RN e levar a morte Ocorre em 1:2000-5000 nascidos vivos Mortes associadas com uma anomalia congênita fatal a hipoplasia pulmonar Origem genética associada nas Trissomias: 13, 18 e 21 Algumas drogas são associadas com aumento da incidência: fenometrasine, talidomida, quinino, nitrofeno e também inseticidas e a carência da vitamina A O desenvolvimento do diafragma inicia-se na 4ª SG com a formação do septo transverso Septo transverso – separa cavidades toraco-abdominal do celoma embrionário 28 a 31% dos portadores apresentam anomalias associadas: Encefalocele Hidrocefalia Mielomeningocele Anomalias dos septos ventriculares Atresia de esôfago Onfalocele Fenda palatina O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK Anomalias cardiovasculares são especialmente comuns Ocorre à esquerda em 80% dos pacientes Quando não ocorre o fechamento do canal pleuperitoneal até a 10ª SG, as vísceras abdominais adentram na cavidade torácica ipsilateral Os intestinos ficam em posição anormal O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK A compressão a longo prazo durante o desenvolvimento do pulmão fetal pela herniação do conteúdo abdominal para a cavidade torácica resulta em mau desenvolvimento pulmonar e hipoplasia, levando a hipertensão pulmonar ao nascimento Quanto mais cedo ocorrer a herniação para o tórax ou quanto maior o volume herniado, mais intensa a hipoplasia pulmonar O status hemodinâmico tende a deteriorar com sobrecarga devido a falência do coração O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK Através do forame de Bochdalek: protusão de parte dos órgãos abdominais através de uma abertura no diafragma Pode ser detectado ainda no pré-natal pela ultrasonografia Causa é incerta O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK Protusão de parte dos órgãos abdominais através de uma abertura no diafragma HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK Quadro clínico Pacientes sintomáticos nas primeiras 24 horas: insuficiência respiratória com dispnéia, cianose e tiragem, acidose grave Ruídos respiratórios ausentes na área afetada, pode haver ruídos intestinais: vômitos, dor abdominal Abdome escavado devido a migração das vísceras abdominais para o tórax que pode estar assimétrico, apresentando aumento do diâmetro ântero-posterior Raramente é assíntomática CONDUTA: Terapêutica: Suporte ventilatório Correção da acidose ATB profilático Redução cirúrgica da hérnia e reparo da anomalia O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK Cuidados de enfermagem no pré-operatório: Manter o recém-nascido aquecido no ambiente termo neutro Providenciar oxigenoterapia adequada (FIO2 de 100%) Posicioná-lo em semi-flower Puncionar acesso venoso para infusão de líquidos intravenosos e correção de distúrbios ácido básico e metabólicos Passar sonda orogástrica calibrosa deixando-a em aspiração Auxiliar na intubação Preparar e instalar ventilação mecânica O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK Cuidadosde enfermagem no pós-operatório: Manter suporte ventilatório até estabilização do paciente Monitorizar sinais vitais e saturação de O2 Providenciar medidas de conforto como sedação e analgésico Manter em posição supina Manter acesso venoso pérvio para infusão de medicação de suporte com o vasodilatador pulmonar (tolazolina, óxido nítrico) O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK Protusão do conteúdo intra-abdominal através de um defeito na parede abdominal lateral ao anel umbilical As vísceras não são protegidas pelo saco peritoneal, ficando em contato direto com o líquido amniótico O RN COM GASTROSQUISE 40% dos RN com esta afecção são prematuros e PIG O objetivo do tratamento cirúrgico é restabelecer a integridade da parede abdominal anterior As vísceras herniadas são introduzidas para a cavidade abdominal O fechamento primário da parede abdominal não é viável quando o tamanho da cavidade abdominal é insuficiente para acomodar todas as vísceras No primeiro tempo cirúrgico utiliza-se uma prótese para contenção das vísceras extra-abdominais, permitindo o fechamento da parede abdominal O RN COM GASTROSQUISE Protusão das vísceras intra- abdominais na base do cordão umbilical, o saco é recoberto de peritôneo sem pele Caracteriza-se por ausência dos músculos abdominais, fáscia e pele. É coberto por uma membrana avascular, forma uma hérnia O saco herniado é formado por camada interna (peritôneo) e uma externa (membrana amniótica) O RN COM ONFALOCELE Anomalia na parede abdominal, na inserção do cordão umbilical, com herniação os órgão abdominais Sua embriogênese ainda não é definida Onfaloceles Extensas - O defeito pode resultar da interrupção no desenvolvimento dos folhetos laterais e falha no fechamento da parede, por volta da 3ª ou 4ª SG (fígado e alças intestinais) Onfaloceles Pequenas – o defeito é resultante de falha nos estágios finais de fechamento dos folhetos laterais, secundário a exposição de teratogênicos ou alterações genéticas (alças intestinais) O RN COM ONFALOCELE Algumas síndromes genéticas podem apresentar Onfalocele: Defeitos do esterno Defeitos do diafragma anterior Gigantismo Afecções cardíacas Fetos com Onfalocele apresentam alta mortalidade, variando de acordo com a presença de malformações ou cromossopatias associadas Quando isoladas, o prognóstico é bom, com uma taxa de sobrevida de até 94% O RN COM ONFALOCELE Terapêutica Reparo cirúrgico da anomalia PRÉ-OPERATÓRIO: Lesões grandes: redução gradual do conteúdo abdominal Administração profilática dos antibióticos Oxigenoterapia Passar SOG e mantê-la aberta para esvaziamento do conteúdo gástrico Manter em dieta zero CUIDADOS COM RN COM GASTROSQUISE E ONFALOCELE Manter o RN em ambiente termo neutro Vigiar sinais vitais até estabilização Puncionar AVP Oxigenoterapia adequada Passar SOG E mantê-la aberta Fazer estímulo retal para promover a eliminação de mecônio Lavar as vísceras com SF 0,9% morno Envolver o conteúdo exteriorizado com atadura para mantê-la aquecida CUIDADOS COM RN COM GASTROSQUISE E ONFALOCELE Manter o RN em DLD Monitorizar as perdas de fluidos Observar as extremidades através do enchimento capilar e coloração da pele Balanço hídrico rigoroso Adotar medidas de controle de infecção Observar coloração e perfusão dos órgãos que estão na gastrosquise ou onfalocele CUIDADOS COM RN COM GASTROSQUISE E ONFALOCELE PÓS-OPERATÓRIO Manter o RN aquecido em incubadora Manter hidratação venosa e BH rigoroso Manter Sonda Gástrica em aspiração intermitente Oxigenoterapia e ventilação eficiente Observar o abdômen atentando para sinais de aumento de pressão intra-abdominal Monitorizar a perfusão das extremidades inferiores, observando a presença de sinais de alterações da função cardíaca (cianose e edema) Observar a presença de peristaltismo para reiniciar a alimentação Manter cuidados de rotina CUIDADOS COM RN COM GASTROSQUISE E ONFALOCELE Não se distancie da essência como Deus o fez. Entenda a importância da sua unicidade, reconheça seus dons, Identifique o seu chamado, Construa sua agenda pautada nele. Augusto Cury Riscos e agravos cirúrgicoS à saúde do rEcÉm-nascido O RN com atresia de esôfago O RN com atresia de esôfago O RN com atresia de esôfago O RN com atresia de esôfago Número do slide 6 O RN com atresia de esôfago O RN com atresia de esôfago Cuidados com o RN com Atresia de Esôfago Cuidados com o RN com Atresia de Esôfago Cuidados com o RN com Atresia de Esôfago O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK Hérnia diafragmática de BOCHDALEK O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK O RN PORTADOR DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA DE BOCHDALEK O rn COM gastrosquise O rn COM gastrosquise O rn COM ONFALOCELE O rn COM ONFALOCELE O rn COM ONFALOCELE Número do slide 28 Cuidados com rn com gastrosquise e onfalocele Cuidados com rn com gastrosquise e onfalocele Cuidados com rn com gastrosquise e onfalocele Cuidados com rn com gastrosquise e onfalocele Número do slide 33
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