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Apostila Historia do Design

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HISTÓRIA DO DESIGN 
Universidade Nove de Julho 
1 
 
HISTÓRIA DO DESIGN (APOSTILA) 
 
A NATUREZA DO DESIGN 
Posicionamento do Design na História 
PRÉ-HISTÓRIA, ANTIGUIDADE CLÁSSICA, IDADE MÉDIA, IDADE MODERNA, 
MODERNISMO, PÓS-MODERNIDADE 
Descrição da Arte e do Design antes da Revolução Industrial 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E ARTS & CRAFTS 
Início do Design como profissão e movimento contra industrialização 
ART NOUVEAU E JUGENDSTIL 
Movimento que surgiu com a necessidade da indústria na Europa 
DEUTSCHER WERKBUND, DE STIJL (NEOPLASTICISMO E ABSTRACIONISMO) E 
CONSTRUTIVISMO RUSSO 
Associações que contestaram a posição do Design na época 
BAUHAUS 
Primeira universidade de Design 
INTERNATIONAL STYLE 
Artistas atuantes 
ORGANIC DESIGN/ BIO DESIGN 
Estilos de design 
STREAMLINING, HIGHTECH E MATT BLACK 
Influência da Industrialização no Design 
POP 
Influência da Industrialização no Design 
PÓS-GUERRA E ESCOLA DE ULM 
Incorporação do Design na Indústria 
DESIGN NO BRASIL 
Design chega no Brasil 
DESIGN NO BRASIL ATUAL 
Design já é usado na indústria 
DESIGN RADICAL, ANTIDESIGN, PÓS-MODERNISMO E GRUPO MEMPHIS 
Contestações do Design na Contemporaneidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
Universidade Nove de Julho 
2 
 
TÓPICO 1 
A NATUREZA DO DESIGN 
Posicionamento do Design na História 
Neste texto você aprenderá como o Design, a Arte e a Arquitetura foram formadas nos tempos 
primitivos até a Revolução Industrial. Este recorte de períodos da história mostra a atuação de 
criação do ser humano desde a pré-história até a idade moderna. Nesta fase o homem criava 
seus próprios meios de adequação ao ambiente e com isso desenvolvia sua própria 
comunicação visual, artefatos e moradias. 
 
Este texto se inicia com uma pergunta. Para que precisamos estudar a História do 
Design, se design é uma área ligada a tecnologia e a necessidades atuais? 
O estudo da história como um todo, seja ela história social, política, da arte ou do 
design serve como uma ferramenta ou uma biblioteca para o nosso raciocínio, nossa 
memória, que podemos acessar a qualquer momento e ter a noção do todo. O registro 
da história é feito através da seleção de fatos importantes que tiveram impacto na vid a 
de muitas pessoas e então registrados por muitos historiadores ao mesmo tempo, sem 
que houvesse algum senso comum ou comunicação entre eles. A história é feita do 
passado em que muitas pessoas realizaram ideias, experiências e acontecimentos. Estes 
acontecimentos já impactaram em nosso passado, agora, no presente e também no 
futuro. Nós vivemos hoje, um tempo em que todo esse conhecimento está disponível 
para o nosso uso. O que precisamos, é dar continuidade a este raciocínio com a nossa 
contribuição, seja ela o melhor que puder fazer. 
A História do Design é construída tanto de acontecimentos sociais, realização de 
trabalho de pessoas consagradas como também da formação da cultura material, 
gerados pela necessidade populacional, seja desenvolvido individualmente ou em grupo. 
A profissão de design, assim como a sua história também são recentes. Os 
primeiros ensaios escritos datam da década de 1920, pós surgimento da BAUHAUS, mas 
pode-se dizer que a área só começou a atingir a sua maturidade nos últimos vinte anos 
(CARDOSO, 2010 apud DENIS, 1998). 
O significado da palavra DESIGN foi importada ao nosso vocabulário, da língua 
inglesa, e quer dizer ideia de plano, desígnio, intenção de configuração, arranjo, 
estrutura, e não apenas de produtos ou imagens gráficas, como também da organização 
de uma empresa, ou do planejamento de uma programação de softwares. Porém, a 
HISTÓRIA DO DESIGN 
Universidade Nove de Julho 
3 
 
palavra é originada do Latim, designare, que abrange os sentidos tanto de designar 
quanto de desenhar. No entanto, desde suas origens palavra indica a ambiguidade da 
profissão, entre o aspecto abstrato de conceber, projetar, atribuir, como também o 
aspecto concreto de registrar, configurar e formar, ou seja, atribuir a forma material a 
conceitos intelectuais. 
Ao observar a história dos seres humanos, percebemos que o homem desde seu 
tempo primitivo criou os seus próprios meios de sobrevivência e usou a criatividade para 
transpor situações adversas com a criação da tecnologia, ou seja, o design em seu 
significado mais profundo sempre esteve presente na maneira de agir do ser humano. 
No entanto, o uso real do termo ‘Design’ começou a ser usado na Inglaterra, com 
o surgimento da revolução industrial, do processo de produção segmentado, na segunda 
metade do século XVIII (1780), principalmente, mas não exclusivamente, de 
trabalhadores de padrões ornamentais da indústria têxtil, época influenciada pelo 
movimento “Arts and Crafts”. Como as etapas de trabalho haviam sido dividas, um nome 
deveria ser dado a etapa de concepção e planejamento do produto, e assim foi 
incorporada pelos trabalhadores. 
Para alguns historiadores o início do uso da intitulação só começa com a formação 
em curso superior, seja ela de arquiteto, engenheiro ou mesmo designer. 
O surgimento da revolução industrial e do profissional do campo do design, que 
ocorreu a quase 100 anos, fez com que o mundo mudasse completamente, de uma 
produção artesanal e localizada, para a industrialização bem organizada, envolvendo 
muitas pessoas. A industrialização possibilitou a evolução tecnológica de alimentos, d e 
materiais e etc., como também a globalização. Produtos embalados, com rótulos, com 
característica interculturais, podem ser usados ao mesmo tempo em todo o mundo de 
forma globalizada como também a maneira cultural e popular de comunicação. 
O design tem a tendência de se misturar com profissões semelhantes, 
dependendo do interesse e das especializações do profissional atuante, sendo estas, as 
áreas de arquitetura e engenharia, como também das artes plásticas, artes gráficas e 
artesanato. Todas estas profissões análogas fizeram parte da formação do Design em 
algum momento de sua história, por isso a semelhança, seja durante a industrialização 
ou da necessidade de criação. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
Universidade Nove de Julho 
4 
 
A subdivisão do campo do design em programação visual ou produto é dado pela 
grande quantidade de informações que cada um necessita e também suas técnicas 
específicas, mas a metodologia de desenvolvimento e comunicação deve existir 
igualmente para ambos. 
A definição da profissão até o momento é que todo aquele que desempenha 
atividade especializada de caráter técnico-científico, criativo, artístico para a elaboração 
de projetos de design passíveis de seriação ou industrialização que atendam, tanto no 
aspecto de uso quanto no aspecto de percepção, necessidades materiais e de informação 
visual. 
SAIBA MAIS 
Saiba mais sobre as associações de Design Gráfico e de Produto no Brasil. 
Acesso os sites 
http://www.adg.org.br/ 
http://www.adp.org.br/ 
Referências 
CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. São Paulo: Editora Blücher, 2010. 
 
 
TÓPICO 2 
PRÉ-HISTÓRIA, ANTIGUIDADE CLÁSSICA, IDADE MÉDIA, IDADE MODERNA, 
MODERNISMO, PÓS-MODERNIDADE 
Descrição da Arte e do Design antes da Revolução Industrial 
Ao iniciar a leitura deste texto, você viajará no tempo até a pré-história, caminhando pela 
evolução da inteligência do homem, de seus artefatos e sua arte, formando consecutivamente 
a base de conhecimento para o próximo passo da história. Perceba quanto o homem progrediu 
e como o mundo foi se formando para chegar aonde estamos hoje. A nossa história é 
realmente incrível. Aproveite a sua viagem no tempo! 
 
Design Vernacular – Período antes da Revolução Industrial que indica desenvolvimento de 
Design em culturas locais 
Acriação e o desenvolvimento do design pertencem ao instinto humano desde a 
sua existência, quando inventam meios artificiais de sobrevivência, ou seja, criam 
produtos, utensílios e organizações que permitem a sua evolução. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
Universidade Nove de Julho 
5 
 
O chamado “Design Vernacular” indica este instinto humano de criação, que 
mesmo antes do design ser chamado de design, ele já existia, é o design que não é 
aprendido nas academias, é o design popular. 
O Design Vernacular refere-se ao campo de produção de bens materiais ou 
simbólicos relacionados a vivência cotidiana e social. Trata-se de um campo informal que 
se define pelo design informal, instintivo e não por aquele design institucionalizado e 
erudito. Esta maneira de criação é atemporal se o relacionarmos com a história humana. 
Este instinto nasceu com o homem e continua com o homem, mesmo depois da 
revolução industrial e da maturidade da profissão. Talvez seja esta motivação instintiva 
que fez com que a revolução industrial acontecesse e que o ser humano se 
desenvolvesse. 
O conhecimento humano se desenvolveu, evoluiu, ganhou segmentações e 
nomenclaturas. O indivíduo que nasce, cresce, estuda algum conhecimento já 
estabelecido através da experiência do homem, e ganha assim um título para atuação 
junto à sociedade. Estes títulos são as profissões, que ainda continuam em prima 
evolução. 
Toda esta evolução foi documentada através da vivência do ser humano e neste 
texto vamos dar ênfase a vivência criada através dos produtos, comunicações e 
tecnologias. 
 
Pré-história 
Já na pré-história, quando os homens tinham seu corpo, crâneo e inteligência em 
evolução, desenvolviam modos de sobrevivência, registravam acontecimentos com 
pinturas e se adornavam, assim como um animal em evolução, seguiam seus instintos 
mais primitivos. 
Nesta época ainda não havia escrita, e o que está documentado foi feito através 
de pesquisas de antropólogos sobre objetos encontrados em várias partes do mundo, 
como pinturas em cavernas, esculturas e artefatos. 
Esta época vai desde o Paleolítico inferior (cerca de 500.000 a.C), Paleolítico 
superior (30.000 a.C) e Neolítico (10.000 a.C). Portanto, conclui-se com estes dados, que 
o ser humano já existe a muito tempo na superfície terrestre (PROENÇA, 1999). 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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No Paleolítico, o homem caçava para se alimentar, era nômade. As pinturas em 
cavernas, eram primeiramente feitas com o contorno das mãos e só depois de dominar 
esta técnica é que faziam desenhos de animais mostrando os seus movimentos. 
 
Figura 1 Caverna "Cueva de las Manos" Argentina 
 
Fonte http://www.terraadentro.com/2015/01/31/arte-rupestre-da-cueva-de-las-manos/ 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Figura 2 Pintura rupestre em Lascaux, França. 
 
Fonte https://pt.wikipedia.org/wiki/Lascaux 
 
Além das pinturas, desenvolviam também esculturas apenas femininas, 
demonstrando fertilidade, com seios, ventre e nádegas volumosos. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Figura 3 Vênus de Willendorf, Áustria (24.000 a 22.000 a.C.) 
 
Fonte http://studiow.com.br/blog/a-beleza-ao-longo-dos-seculos-os-primeiros-sinais-de-vaidade/ 
 
No período Neolítico, ocorreram muitas evoluções. Os grupos de pessoas sabiam 
lascar as pedras e fazer ferramentas, iniciaram a agricultura, a domesticação de animais, 
não eram mais nômades, construíram casas de pedra, formavam famílias, sabiam tecer 
panos, fabricar cerâmica e descobriram o fogo, o que permitiu o cozimento das carnes e 
fabricação de objetos com metal. 
Os desenhos evoluíram para cenas coletivas, com homens, danças e momentos 
de plantio e colheita, surgindo aí a pictografia, ou seja, a escrita com símbolos. 
 
Egito 
Os egípcios foram uma das principais civilizações da Antiguidade e viveram entre 
3200 a.C até 715 a.C., quando foram dominados sucessivamente pelos assírios (670 a.C.), 
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persas (525 a.C.), gregos (332 a.C.) e romanos (30 a.C). Era uma civilização grande, 
organizada, com escrita bem estruturada e com religião dominante, além de acreditarem 
na vida após a morte, sendo esta mais importante que a terrestre. 
Toda a arte e construção imprimia seus deuses e crenças, faziam tecidos, joias, 
esculturas, móveis, utensílios e objetos simbolizando o poder destes Deuses. Muitos dos 
objetos eram relacionados a morte e a vida que surgia após ela. A população era formada 
com extrema hierarquia, em que o faraó estava no topo, depois estavam os nobres e 
sacerdotes, soldados, escribas, comerciantes, artesãos, camponeses e então os escravos 
que faziam uma parcela significante desta sociedade. 
 
Figura 4 Pictogramas de hieróglifos egípcios 
 
Fonte http://brasilescola.uol.com.br/historiag/hieroglifos-egipcios.htm 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Figura 5 A necrópole de Gizé, no Egito (foto: pixabay) 
 
Fonte http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2017/11/cientistas-encontram-espaco-vazio-secreto-na-
grande-piramide-de-gize.html 
 
Antiguidade clássica – Grécia e Roma 
Grécia 
Os gregos foram a sociedade que apresentou maior liberdade cultural de criação. 
Eles não se submeteram as imposições de sacerdotes, reis autoritários e religião, 
valorizavam especialmente as ações humanas e a razão, o antropocentrismo. 
Por volta do século X a.C. os povos gregos falavam diversos dialetos e a união 
entre a Grécia continental e as ilhas do Mar Egeu formaram a “pólis”, um conjunto de 
cidades-estados influenciados pela política e por volta do século V a.C. (400 a.C) o 
chamado século de Péricles que as atividades intelectuais, artísticas e políticas 
manifestaram-se de forma única em toda a história helênica. 
Os gregos eram filósofos, matemáticos, cientistas e atingiram altos graus de 
precisão nas artes, tanto nas esculturas do corpo humano em mármore com proporções 
ideais e a arquitetura simétrica com tecnologia de distribuição de peso e acústica. Nas 
obras eram aplicados o conceito da Proporção áurea que eram proporções matemáticas 
de crescimento da natureza (1: 1,618), o que transcrevia as obras, harmonia visual e 
beleza. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Por eles foram criadas as colunas, os frontões, os anfiteatros e as decorações 
próprias que são copiadas até os dias de hoje. 
 
Figura 6 Busto de Homero em mármore 
 
Fonte https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_da_Gr%C3%A9cia_Antiga 
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Figura 7 Definição da proporção áurea 
 
 
Roma 
A fundação da cidade de Roma está envolta a lendas e mitos (Romulo e Remo) e 
dos povos gregos e etruscos, mas a sua fundação aconteceu em 753 a.C. e foi fortemente 
influenciada pela arte etrusca e greco-helenística. 
Os etruscos deixaram a herança dos arcos e abóbadas nas construções e os gregos 
as colunas, que foi absorvido pelos romanos após a dominação da Grécia por curto 
período. 
Os arcos e abóbadas permitiam a criação de vãos livres internos, livres de colunas, 
o que mais tarde foi misturado para arco e coluna. 
Os romanos desenvolveram uma organização interna de moradia que se 
desenvolveu e é o que utilizamos ainda hoje. A sua organização mostra o ambiente divido 
em quartos com sala de jantar, implúvio e átrio (tanque para coletar a água da chuva e 
vão no teto para permitir a entrada de luz e água, respectivamente) e o tablino que era 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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o aposento principal da casa, alémdo peristilo que era um vão livre no fundo das 
residências rodeado por quartos, o quintal ou área de lazer que conhecemos hoje. 
Como a luz elétrica ainda não existia naquela época a entrada de luz em todos os 
edifícios eram feitos com uma abertura no topo. 
Os romanos foram grandes dominadores de terras e formaram um grande império 
que durou por muito anos. O estilo usado por eles era chamado de greco-romano. 
 
Figura 8 Casa Romana: planta baixa e perspectiva 
 
Fonte http://historiadaarte.pbworks.com/w/page/18413936/Villae%20e%20Domus 
 
Idade Média 
A idade média é nomeada pela época em que os bárbaros godos invadem e 
dominam Roma. Foi marcada pelos séculos V a XV d.C., até o surgimento da arte 
moderna. A tecnologia até então desenvolvida é excluída, com a queda do império 
romana, e inicia-se aí uma lacuna artística. O rei dominador era o Carlos Magno e a época 
iniciada agora era a Carolíngia, onde as joias eram os principais produtos a serem 
aplicados técnicas avançadas. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Era uma época feudal, em que famílias viviam em terras de um único proprietário, 
trabalhando para ele com a agricultura, dividindo os seus lucros, entretanto a arte estava 
totalmente ligada a religião e inicia-se um novo período com as construções de edifícios 
de pedra, nesta época inicia-se o estilo Românico, denominado desta forma, porque 
lembravam as construções dos romanos. As paredes eram feitas de blocos de pedra, as 
janelas pequenas, abóbadas e pilares maciços para sustentar o peso, traduzindo 
verdadeiras fortalezas. 
 
Figura 9 Tipos de abóbadas 
 
Fonte https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2013/10/12/forma-estrutural-i/ 
 
O estilo românico utilizado na Itália utilizou os frontões criados pelos gregos, 
porém tinham agora o nome de tímpano. 
Na pintura românica uma técnica nova foi inventada, os afrescos. Seguindo o 
significado do nome, os afrescos eram feitos em gesso fresco, objetivando que os 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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pigmentos das tintas fossem absorvidos pelo gesso e quando secos ficassem com a cor 
mais viva. Eram feitos grandes murais com esta técnica. É possível identificar afrescos ao 
vê-los, devida a sua confecção em faixas verticais, de modo a conservar o gesso fresco 
em cada etapa de confecção. 
Em seguida, com a movimentação dos povos do campo para as pequenas 
metrópoles, as igrejas eram os locais onde tinham vida social, intelectual e artística e foi 
com este objetivo que as igrejas góticas foram pensadas, desenvolver locais atrativos 
para a sociedade. 
Foi então que conseguiram desenvolver grandes edifícios com paredes finas, 
sustentados por colunas e arcos e abóbadas ogivais, arcobotantes, altamente decorados, 
com rosáceas e vitrais em todo o edifício, possibilitando que a luz interna fosse colorida 
e interessante. A intensão era verticalizar os edifícios e estar próximo a deus . O nome 
deste período foi conhecido como Gótico. 
 
Figura 10 Igreja de Notre Dame, Paris, França. Local em que se pode ver os arcos ogivais, arcobotantes, gárgulas e rosáceas. 
 
Fonte http://historiacomgosto.blogspot.com.br/2017/02/igrejas-de-arquitetura-gotica.html 
 
Idade Moderna 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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A idade moderna se inicia com as grandes navegações, com a ida de Vasco da 
Gama as Índias e Cristóvão Colombo nas américas e o seu termino com a Revolução 
Francesa em 1789, foi o momento de mudança do feudalismo para o capitalismo, 
inclusive com o início da Revolução Industrial. Portanto as épocas vão do século XV até 
XVIII. 
Os movimentos marcados foram o Renascimento, o Barroco e o Rococó. 
O Renascimento foi um momento que reviveu as características greco-romanas 
como também uma época de muitas evoluções humanas. O homem neste período 
“renasceu” com o ideal de humanismo que possuíam, valorizando o homem e a natureza, 
a racionalidade, o rigor científico e a perfectibilidade e o progresso, em oposição ao 
divino e sobrenatural, que impregnou a época passada, a idade média. Esta época 
aconteceu entre os anos de 1300 até 1650. 
Os projetos eram extremamente organizados. Utilizavam conhecimentos de 
matemática, geometria, proporção áurea, o uso da perspectiva e sombra e luz. Leonardo 
da Vinci viveu nesta época. 
Teve início na região de Toscana, na Itália, depois passou a Florença e Siena, e 
então para Europa. Na Alemanha, Johannes Gutenberg, desenvolve tipos para impressão 
e dá início as artes gráficas. A sua maior obra foi a impressão da Bíblia. 
O Barroco (início século XVII) foi muito importante para a sociedade ocidental 
porque surgiu em uma época em que ocorreu a revolta protestante na Alemanha o que 
se estendeu por toda a Europa. As cidades se desenvolviam em estados nacionais com 
seus governantes e a igreja não era mais a comandante. Foi assim que a religião católica 
buscou reconquistar as pessoas com a arte e arquitetura em seus templos. Por exemplo 
a obra de Michelangelo “O juízo final” foi feito nesta época (1536 até 1541). 
 
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Figura 11 "A criação do Homem", pintura realizada por Michelangelo no teto da Capela Sistina entre 1508 e 1512. 
 
Fonte https://en.wikipedia.org/wiki/Christian_anthropology 
 
O movimento ficou marcado pelo intensa decoração, ornamentação e formatos 
orgânicos. 
O Rococó procurou o aprimoramento da técnica do Barroco e se tornou ainda 
mais requintada, voltada a aristocracia e monarquia, com ênfase nas cores dourado e 
tons pasteis. Teve início na França, no século XVIII e em seguida difundiu-se por toda a 
Europa. 
O nome originou-se da palavra rocaille em francês, que significa concha, que faz 
alusão aos formatos orgânicos e decorativos que expressa. 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Figura 12 Grand Trianon decorado no estilo Rococó 
 
Fonte http://pariswithnancy.com/2013/05/30/versailles/grand-trianon-red-room/ 
 
Referências: PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 1999. 
SAIBA MAIS 
Veja o Filme - Marie Antoniette (2006). 
 
 
TÓPICO 3 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E ARTS & CRAFTS 
Início do Design como profissão e movimento contra industrialização 
Este texto inicia uma fase revolucionária, em que a profissão de design começou a aparecer e 
a industrialização tornou-se responsável pelo abastecimento da população de novos produtos 
para diversos fins. O processo de realização dos produtos agora era dividido em etapas. 
 
A Revolução Industrial 
A Revolução Industrial teve início na segunda metade do século XVIII (1760-80) e 
foi realmente aparecer em meados de 1820. O nome utilizado “revolução” deu ênfase a 
profunda mudança econômica, tecnológica, política que sofreram as sociedades, mas na 
época não teve efeito de revolta. A mudança ocorreu lentamente. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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O que ocorreu de fato, foi que em meados dos séculos 16 a 17, antes do que foi 
chamada de Revolução Industrial, os estados na Europa se consolidaram através de uma 
política centralizada e mercantilista em colonizar o resto do mundo. 
Os portos de navegação haviam mudado do mar Mediterrâneo para o Atlântico e 
os países europeus concorriam entre si quanto a confecção de navios e viagens 
transatlânticas. Cada estado possuía suas manufaturas reais de modo a produzir artigos 
de luxo com as mercadorias trazidas das viagens. 
O país que desenvolveu um sistema mais completo de produção foi a França, com 
a fábrica de Gobelins, fundada em 1667 por Jean-Baptiste Colbert, que fabricavam vidros, 
móveis, tapeçaria, entre outrosprodutos para a família Real. Lá iniciava o processo que 
poderia se chamar de industrial. Charles le Brun, que fazia o papel de “inventeur” 
(inventor), criava as formas a serem produzidas, gerava um desenho que servia como 
diretrizes para os mestres-artesões confeccionarem (CARDOSO, 2010). Outras formações 
como esta foram se desenvolvendo em vários pontos da Europa até sua concentração 
maior ocorrer na Inglaterra. 
 
“Estas transformações foram tão importantes para a sociedade 
atual que costuma ser conceituada como o acontecimento mais 
importante desde o desenvolvimento da agricultura” (CARDOSO, 
R. 2010) 
 
Muitas vezes se utiliza o termo industrialização, e esta nomenclatura se relaciona 
ao processo de transição do mundo antes e depois da revolução. Hoje, tudo à nossa volta 
passa por algum processo de industrialização. 
As primeiras divisões do trabalho artesanal surgiram, entretanto na Inglaterra. A 
Inglaterra e como um todo a Grã-Bretanha, tinham vantagens claras com o seu domínio 
naval e também pelos bloqueios durante as guerras napoleônicas. Naquela época, os 
ingleses já começavam o comercio exterior, comprando matéria prima de um país p elo 
menor preço e vendendo-as pelo maior. Produtos chineses e indianos eram adquiridos, 
eram trocados por negros escravos na África usados para plantar algodão barato nos EUA 
e no Brasil, e assim o algodão era usado por eles produzirem tecidos e vender para estes 
mesmos locais de volta (CARDOSO, 2010). 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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A Inglaterra possuía reservas de carvão mineral, o principal propulsor de energia 
na época para que as máquinas funcionassem. Além disto, possuíam reservas de Ferro e 
também capital suficiente para desenvolvimento das máquinas, armazenada durante 
todos estes anos de colonização em países terceiros, compra de matéria-prima 
complementar e contratação de empregados. 
O modelo de segmentação das etapas de trabalho iniciou com a teoria clássica do 
economista Adam Smith em 1776. A divisão do trabalho permitiria um maior controle da 
mão-de-obra e o grande número de trabalhadores não precisariam ter capacitação 
técnica. Bastava-se ter um bom Designer, um bom gerente de produção e a grande massa 
de trabalhadores operando as máquinas, no qual poderiam ser demitidos em épocas de 
crise, sem grandes danos a produção. O pensamento de Adam Smith evoluiu com Andrew 
Ure, Charles Babbage e Karl Marx, que comentavam sobre a total mecanização do 
trabalho e a exclusão do erro humano. 
Os produtos produzidos pela indústria da época eram: louças, têxteis, moveis e 
sapatos. 
Os criadores de padronizações em tecidos foram os primeiros a se 
autodenominarem Designers. Isso ocorreu porque a produção mecanizada facilitava a 
pirataria e por isso foi importante possuir projetistas internos. 
Com o grande número de piratarias foram formuladas as leis de patentes e 
“copyrights” na Grã-Bretanha. 
A mecanização se tornava cada vez maior, com o uso de moldes, tornos e das 
fases de planejamento e execução, todos contribuindo para que a produção gerasse 
produtos padronizados, sem modificações personalizadas ou individuais. 
O modo de viver mudou completamente das épocas em que prevalecia o 
Feudalismo. As pessoas eram contratadas pelas empresas, recebiam seus salários e 
tinham poder de compra. Foi então que surgiu o capitalismo, um sistema econômico 
baseado na compra e venda, legitimidade de bens privados e no lucro gerado com a 
industrialização. 
A produção de tecidos e produtos em geral, tinham enorme demanda pela 
sociedade e foi desenvolvida rapidamente. Com o aumento da sociedade e das industrias 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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21 
 
a demanda tenderia a crescer cada vez mais. A sociedade se dividiu em duas classes: a 
dos proprietários e dos operários (proletariados). 
Nesta época a sociedade estava com um número significativo de habitantes, e os 
centros urbanos ficaram superlotados, para que as pessoas tivessem o seu lugar na 
produção. No entanto, ocorreram grandes modificações no modo de vida e na 
demografia da cidade. A mão de obra de funcionários estava crescente naquela época, 
porque todos queriam trabalhar. Devido a esta alta demanda o pagamento se tornava 
cada vez mais barato. 
 
Figura 13 Imagem de uma empresa de produção de metal (Bethlehem Steel Works) em maio de 1881. 
 
Fonte https://fineartamerica.com/featured/bethlehem-steel-works-in-may-1881-everett.html 
 
Outro fator muito importante contribuiu para que a Revolução Industrial 
acontecesse. Através das Revoluções Gloriosas e Puritanas a Monarquia Absolutista se 
transformou em Monarquia Parlamentar, ou seja, a burguesia tinha liberdade de ação e 
a Inglaterra não era mais centralizada apenas as decisões da Família Real. 
As máquinas inventadas foram: máquina a vapor (inventor Thomas Newcomen), 
locomotiva a vapor (inventor George Stephenson), barco a vapor (inventor Robert 
Fulton), máquina de Hargreaves, Teares hidráulico e mecânico. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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22 
 
 
Figura 14 Produção de tecido em teares criados na revolução industrial. 
 
Fonte https://ativandoneuronios.com/2017/09/08/a-revolucao-industrial-e-o-trabalho-infantil/ 
 
A industrialização gerada demanda, ao invés de suprir aquela existe. Com 
produtos de baixo custo e qualidade aceitável, estava acessível para toda a classe de 
compradores. Com o passar do tempo a classe consumidora era numerosa e passou a 
exigir bens de consumo mais sofisticados, surgindo a organização industrial e o mercado 
do luxo. 
Com a expansão da revolução para outros países inicia o que chamamos de 
Segunda Revolução Industrial, que ocorreu a partir de 1850 na Bélgica, França, 
Alemanha, Itália e Rússia e recebeu grande impulso com o rápido desenvolvimento de 
ferrovias e das locomotivas a vapor. 
A revolução também acontecia tardiamente em países mais distantes, como: 
Estados Unidos da América e Japão. Nos EUA ocorreu após a Guerra Civil que ocorreu 
entre 1861 e 1865, em que os estados escravistas do Sul declararam a sua secessão, ou 
seja, criação outra “União”, os Estados Confederados da América. Já no Japão o 
feudalismo foi superado e o país unificado. Os Estados Unidos tiveram vantagens na 
produção de armas de fogo, que teriam peças trocais e isto virou tendência mundial, 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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23 
 
inclusive a Inglaterra e o Brasil, aderiram a produção. Ao longo dos séculos, os EUA 
tornavam-se líderes em produção de equipamentos mecânicos, como cadeados, 
relógios, máquinas agrícolas e de escrever. 
Não existe uma explicação para que os norte-americanos aderissem tão 
rapidamente a industrialização, ultrapassando os europeus neste quesito. O Brasil, 
enfrentando dificuldades geográficas e demográficas ainda dependia da importação 
europeia (CARDOSO, 2010). 
Na Segunda Revolução Industrial novas fontes de energia foram criadas, como o 
uso de Petróleo, energia elétrica, a invenção do motor de combustão interna, novos 
meios de transporte de pessoas, máquinas automáticas, e uso de novos materiais de 
fabricação como: alumínio, magnésio e aço. 
Em 1880 e 1890 foi feita por Frederick W. Taylor a evolução dos pensamentos 
sobre mecanização da produção. Taylor visava atingir a máxima eficiência d e produção 
através do “gerenciamento científico”, ou seja, planejar o tempo dos movimentos em 
cada etapa e estudos de ergonomia, para impedir o cansaço do trabalhador, excluindo 
todos os movimentos supérfluos. 
Nesta época também surgiu o desenvolvimento dos meios de transporte e 
comunicação, como as estradas de ferro, navegação a vapor, telégrafo, fotografia,entre 
outros. A era da Globalização, já estava acontecendo. 
A Terceira Revolução Industrial iniciou nos séculos XX e XXI e se desenvolveu com 
a tecnologia e a criação do computador, internet, engenharia genética, celular e etc. 
 
Revolução Industrial no Brasil 
A revolução industrial ocorria em um Brasil imperialista, em que a influência 
europeia ainda era muito grande. O governo criou a Sociedade Auxiliadora da Industria 
Nacional e também tínhamos o Visconde de Mauá, que atuava bravamente para o seu 
desenvolvimento, mas o Brasil ainda continuava com a situação agrária, a indústria do 
café, e tão pouco fizeram para a sua evolução. 
Mais tarde, a partir do primeiro mandato de Getúlio Vargas, no ano de 1930, 
investiu na indústria de base e energia. Nesta época as plantações de café entraram em 
decadência, houve um forte movimento migratório de nordestinos e trabalhadores da 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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24 
 
roça para o Rio de Janeiro e São Paulo, e a mão-de-obra foi substituída dos imigrantes 
para os naturais do Brasil. 
O design no Brasil, ainda no século 19, seguia tendências de produção europeias, 
como por exemplo os mobiliários feitos de madeira curvada com a técnica de vapor e 
pressão de Michael Tonet, de Viena e também as camas patentes, que foram exemplo 
de padronização em todo o mundo. Tem-se o exemplo da empresa Moreira Carvalho e 
Cia e 1880, que produzia em grande escala no Rio de Janeiro. 
 
Figura 15 Cama Patente. Precursora do design brasileiro 
 
Fonte http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,EMI250820-17699,00-
EXPOSICAO+CAMA+PATENTE+DEMOCRACIA+EM+FORMA+DE+MOVEL+SAIBA+MAIS.html 
 
Arts & Crafts (1850 – 1914) 
Uma grande mudança que transformou o mundo aconteceu na metade do século 
dezoito na Europa, iniciando-se na Inglaterra e depois espalhando pela Europa e outros 
continentes: a Revolução Industrial. Com a industrialização iniciou-se o processo de 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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25 
 
produção de produtos em série e a divisão social do trabalho. A industrialização veio com 
o intuito de substituir o processo artesanal e também inaugurar o capitalismo. 
Nesta aula, vamos falar de um período inicial da Industrialização onde ela era 
ainda muito insipiente, a qualidade dos produtos fabricados ainda era muito baixa e sua 
produção muito precária, com péssimas condições de trabalho dos operários da época. 
Toda grande mudança gera um certo desconforto em algum grupo de pessoas. Há 
sempre aqueles que não concordam com a mudança e levantam questionamentos e 
críticas. O movimento Arts & Crafts surge com severas críticas à industrialização, numa 
tentativa de reforma social e de inovação de estilo. 
Eles eram um grupo de pensadores, artistas e artesãos que lutaram contra a baixa 
qualidade dos produtos industrializados em massa e aos danos ambientais provocados 
pela industrialização da época. Nesse momento ainda não se falava em ecologistas, mas 
o movimento Arts & Crafts já criticava os impactos ambientais provocados por indústrias 
que poluíam o ar e a água. 
Em termos estéticos, o movimento Arts & Crafts rechaçou a decoração 
pretensiosa e superficial dos objetos fabricados na época e buscou a beleza ao alcance 
de todos. Buscou a fidelidade aos materiais utilizados e baseou-se nas formas do mundo 
natural. Muitos desses conceitos foram incorporados posteriormente até mesmo pelos 
designers que desenharam produtos para a indústria, como é o caso da Bauhaus. 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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26 
 
Figura 16 Guarda-louças de Sidney Barnsley. 1920 
 
Fonte http://gimson.leicester.gov.uk/virtual-museum/leicester-museums-ernest-gimson-collection/cabinets-and-
sideboards/walnut-sideboard-by-s-barnsley/ 
 
Nesse exemplo, podemos notar um objeto despojado de ornamentos, onde se 
destaca a qualidade do produto e a fidelidade do seu material, a madeira. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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27 
 
Figura 17 “The Orange Tree”. Papel de parede, projetado por Walter Crane e fabricado pela Jeffrey & Company, 1902 
 
Fonte https://collection.cooperhewitt.org/objects/18615681/ 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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28 
 
Figura 18William De Morgan Antelope Charger em brilho vermelho decorado por John Pearson.jpg 
 
Fonte 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:William_De_Morgan_Antelope_Charger_in_red_lustre_decorated_by_John_Pear
son.jpg 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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29 
 
Figura 19 Aparador compacto em carvalho, criado por Charles Voysey, 1897. 
 
Fonte http://www.artsandcraftsdesign.com/Voysey/VoyseySelectedFurniture.html 
 
No período da revolução industrial, o governo britânico criou a “Society of Arts” 
que eram escolas de desenho que buscavam o aprimoramento da manufatura para se 
tornar compatível a industrialização. 
Porém no berço da industrialização, dois pensadores, John Ruskin e William 
Morris questionavam e se opunham ao movimento industrial e a queda de qualidade dos 
produtos que este sistema produzia. 
Na Inglaterra, em 1861 eles fundaram a empresa Morris, Marchal, Faulker & Co., 
especializada em móveis e decoração em geral (papeis de parede, vidros, pratarias, 
tapeçarias e etc.), para renovar as artes aplicadas. Eles queriam a separação do trabalho 
em etapas cessasse, que o projeto e a produção juntos mostrariam uma renovação nas 
Artes e Ofícios. Por isso o uso do nome “Arts and Crafts”, que em tradução ao português 
quer dizer “Artes e Ofícios”. Eles buscaram definir o posicionamento do trabalho 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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30 
 
artístico. Portanto denominaram a arte de arte pura e arte aplicada, ou belas-artes e 
artesanato. Para os objetos as denominações eram arte decorativa e arte industrial. O 
artesanato criativo seria a alternativa da mecanização forçada a produção em massa. 
Este artesão-artista que pretendia projetar o que iria produzir, seria mais tarde 
conhecido como Designer. 
Apesar deste movimento conter aspectos adequados a preservação da qualidade 
dos produtos e de vida dos criadores, o mundo estava em ascensão e o desejo de 
crescimento dos empreendedores não deteve o avanço tecnológico e a diversidade de 
produção. 
John Ruskin (1819-1900) foi um escritor, poeta e desenhista romântico, sendo 
lembrado até hoje por suas críticas de arte e sociais. Uma de suas frases remonta este 
período: 
 
“Para a saúde da mente e do corpo, os homens deveriam enxergar 
com seus próprios olhos, falar sem megafone, caminhar sobre os 
próprios pés ao invés de andar sobre rodas, trabalhar e lutar com 
seus próprios braços, sem artefatos ou máquinas. (...) A maior 
recompensa pelo nosso trabalho não é o que pagam por ele e sim 
no que ele nos transforma”. (John Ruskin) 
 
William Morris, um pouco mais novo que John Ruskin, e se tornou influenciado 
pelo mesmo na universidade, onde mais tarde tornaram colaboradores por toda a vida. 
Morris era poeta, sociólogo e pintor de tecidos. O seu ideal era produzir objetos de arte 
a baixo custo para que todos tivessem acesso, combinando as teses de Ruskin com as de 
Marx, defendendo uma arte "feita pelo povo e para o povo": o operário artista que 
confere valor estético ao trabalho desqualificado da indústria. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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31 
 
Figura 20 Detalhe do carpete Llittle Flower, William Morris (1834-1896) 
 
Fonte https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Morris_Little_Flower_carpet_design_detail.jpg 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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32 
 
Após alguns anos as ideias de Morris foram esquecidas e ficaram apenas a 
valorizaçãodo trabalho artístico manual. Porém foi uma importante influência para 
Walter Groupius (1883-1969), mais tarde, com o surgimento da Bauhaus, que assim 
como os ingleses, ele acredita que o aprendizado do designer deveria ser feito sobre 
orientação de mestres artistas-artesões, como nas guildas medievais (oficinas originais 
de arte), em que o a assinatura, criatividade e responsabilidade do artesão tem papel 
fundamental. 
 
Figura 21 Linha cronológica do Design 
 
Fonte Design of the 20th Centery, Charlotte&Peter Fiell 
 
O movimento Arts & Crafts foi o início do processo do pensamento do design: se 
por um lado esse movimento foi contra a industrialização defendendo a qualidade dos 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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33 
 
produtos, por outro, ela também gerou a resposta para que a indústria desenvolvesse 
toda uma nova conceituação de design a partir de grupos como Deutcher Werkbund, De 
Stijl e da Escola Bauhaus. 
O movimento Arts & Crafts influenciou também o trabalho de Frank Lloyd Wright 
(1867 – 1959) como uma ponte do Design Orgânico conectando o Movimento Arts & 
Crafts com o Movimento Moderno. 
Nomes de artistas e associações importantes desta época foram: Pimpernel 
(1876), A.H.Mackmurdo (1851-1942), The Cromer Bird (1884), Walter Crane (1845-1915), 
Jones Burne, Charles Robert Ashbee (1863-1942), Charles F. Annesley Voysey (1857-
1941), Richard Lethaby (1857-1931), além das Guildas desenvolvidas por Morris, Guilda 
de S. Jorge, de Trabalhadores de Arte e de Artesanato. 
 
SAIBA MAIS 
Para aprofundar mais nesse assunto recomendamos a leitura de “A brief history of Green 
design” do livro The Eco-Design handbook” do Alastair Fuad-Luke da Thames & Hudson. 
 
Movimento Estético (1870 – 1900) 
Combinava o Gótico com uma releitura do Estilo da Rainha Anna, que tinha 
influências orientais, como a carpintaria japonesa, bem como do Oriente Médio. 
Tornou-se um “estilo de vida” para a classe média emergente através do 
mobiliário das casas e também no vestuário feminino. 
A flor do girassol foi o símbolo do movimento que nasceu na Inglaterra mas que 
também se manifestou nos Estados Unidos da América. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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34 
 
Figura 22 Móveis do Movimento Estético 
 
Fonte https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Desk_and_Bookcase,_1893,_by_Ladislaus_Zdzieblowski,_Chicago,_oak_-
_Art_Institute_of_Chicago_-_DSC09945.JPG 
Fonte https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sideboard,_circa_1868,_designed_by_Thomas_Jeckyll_(1827-
1881)_for_the_Oak_Parlor_at_Heath_Old_Hall.JPG 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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35 
 
O Movimento Estético influenciou duas correntes importantes: o Art Nouveau, 
através do uso de motivos da natureza; e o Movimento Moderno, através das formas 
japonesas abstratas. 
 
Características de design 
Elementos góticos e orientais (japoneses ou oriente médio) 
Tinha certa semelhança com o movimento Arts & Crafts: a utilização de elementos 
naturais 
 
Referências 
 
BÜRDEK, Bernhard. História, teoria e prática do Design de Produtos. São Paulo: Editora 
Blücher, 2006. 
CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. São Paulo: Editora Blücher, 2010. 
276p. 
DE MORAES, Dijon. Limites do Design. São Paulo: Editora Studio Nobel, 1997. 
revolução-industrial.info acessado em 30/06/2015. 
www.sohistoria.com.br acessado em 30/06/2015. 
 
 
TÓPICO 4 
ART NOUVEAU E JUGENDSTIL 
Movimento que surgiu com a necessidade da indústria na Europa 
Com o sucesso da industrialização, as indústrias precisaram de novos estilos de produtos para 
diversificar a produção e novos movimentos artísticos surgiram a partir desta necessidade, 
entre eles Art Nouveau na França e Jugendstil na Alemanha. 
 
Art. Nouveau (1880 – 1910) 
A Arte Nova, com a tradução da denominação “Art Nouveau” em francês, surgiu 
no século 19 (XIX), com a união de diversas tendências europeias surgidas após o 
movimento “Arts and Crafts”. A euforia da sociedade buscava um estilo que traduzisse 
este senso de fervilhamento e modernidade da época. A vontade de mudança e da 
releitura do antigo, trouxe a mistura, o ecletismo de culturas aplicadas em um único 
estilo. Suas influências eram a arte oriental, artes decorativas e iluminuras medievais e 
deveriam se refletir nos produtos da vida diária (PROENÇA, 1999). 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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36 
 
Este movimento teve origem em Glasgow na Escócia, que possuía diversos artistas 
e designers com ânsia de evolução, como o Charles Rennie Mackintosh e Andrey 
Beardsley, depois foi para Bruxelas na Bélgica com Victor Horta e Henry van de Velde e 
seguiu diretamente para Paris, com René Lalique, Emile Gallé, Paul Berthon e Louis 
Majorelle; depois na Áustria com Otto Wagner e Gustav Klimt; Alphonse Murcha na 
República Tcheca; Antoní Gaudí na Espanha; Louis Comfort Tiffany e William Bradley nos 
Estados Unidos (DE MORAES, 1997; CARDOSO, 2010). 
 
Figura 23 Exemplos da Art Nouveau com os artistas, Charles Mackintosh, Alphonse Murcha, René Lalique e Otto Wagner, 
respectivamente. 
 
Fonte Sentido horário: Wikiart.org / Restantes: Wikimedia Commons 
 
Os trabalhos passaram a serem reconhecidos e comprados como Art Nouveau por 
volta de 1900, portanto nesta época o movimento foi afirmado. 
O mesmo movimento incorporado em diferentes países na Europa, ganhavam 
nomes diferentes, como por exemplo Jugendstil, na Alemanha, Modern Style, na 
Inglaterra, Sezessionstil, na Áustria, e Stile Liberty, na Itália (PROENÇA, 1999; BÜRDEK, 
2006) 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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37 
 
A intenção conceitual deste movimento era se tornar a arte acessível à população 
massificada, já que as empresas precisavam de alimentação contínua de trabalhos de 
criação, no entanto muitos artistas foram direcionados a criar com arte e vivacidade na 
indústria. Os produtos eram carregados de beleza estando ao alcance de todos. 
A criação da forma usava elementos de referenciais botânicos, como motivos 
florais, organicidade, curvas assimétricas que impulsionam verticalmente, animais e 
vegetação exóticos. A nova vida ao tudo que já existia brotava da releitura de formas da 
natureza e culturas inatingíveis. Queriam algo que fosse oposto a criação do homem, tão 
vigente durante a industrialização. 
O Japonismo estava em alta na Europa entre as épocas 1880 e 1890, ou poderia 
também ser chamado de Ukiyo-e Woodblock Prints (Retratos do mundo flutuante - 
Impressões em blocos de madeira). Usava cores fortes e perspectiva plana, tinham como 
tema principal a natureza exótica e influenciaram fortemente a composição do Art 
Nouveau. 
Figura 24Exemplos de Japonismo (Ukiyo-e Woodblocks Prints) 
 
Fonte: Wikimedia Commons e Hokusai Hiroshige 
 
Um dos pioneiros a incorporar este estilo foi o arquiteto Henry Van de Velde, 
quem desenvolveu o primeiro prédio da Bauhaus na cidade de Weimar. Ele insistia em 
incorporar os formatos orgânicos da natureza, nos traços do projeto como ornamento. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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38 
 
Figura 25 Henry van de Velde e edifício da Bauhaus em Weimar. 
 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
Muitas vezes causa-se estranheza e confusão com os nomes Art Nouveau e seu 
estilo sucessor, Art Déco. As diferenças é que um utiliza formas orgânicas e as outras 
formas geométricas. Entretanto o Art Déco ainda será comentado nos textos seguintes. 
O Art Nouveau antecedeu a Primeira Guerra Mundial e estava ligado ao luxo e a 
prosperidade, por isso a época foi chamada de Belle Époque (época bela) e o Art Déco 
está ligado ao modernismo dos anos 20 e 30, do pós-guerra. Os materiaisutilizados no 
Art Nouveau eram de fácil fundição e reprodução, como: Ferro, bronze e vidro. 
A indústria gráfica estava em alta naquela época e a Art Nouveau também foi 
incorporada a cartazes feitos por Jules Cherét e Henri de Toulouse-Lautrec. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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39 
 
Figura 26 Moulin Rouge - La Goulue de Toulouse-Lautrec (1981) 
 
Fonte: http://www.pictorem.com/3267/Moulin%20Rouge%20la%20Goulue%20by%20Toulouse-Lautrec.html 
 
Este movimento foi satisfatório tanto para o artista quanto para a sociedade, 
porque permitiu ao artista que o seu trabalho fosse vastamente percebido e elevou o 
nível cultural das pessoas. 
Na arquitetura foram importantes artistas o Victor Horta (1861-1947) e Hector 
Guimard (1867-1942). Veja abaixo algumas de suas obras. 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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40 
 
Figura 27 Exemplos de Art Nouveau em construções, Victor Horta 
 
Fonte: Victor Horta - Wikimedia Commons 
 
 
Já no Brasil, na época da República Velha, em que era um país distante das novas 
tecnologias e com produção industrial limitada, o produto industrializado tornava -se 
objeto de luxo e restrito apenas a elite, portanto os produtos criados para elite e para o 
povo eram diferentes. O estilo Art Nouveau foi incorporado por alguns artistas e era uma 
forma de afirmar que a modernidade havia chegado. Aqui a Belle époque era tropical, 
nós seguíamos a moda. 
No campo gráfica, o Art Nouveau surgiu como renovação estilística. Surgiram 
revistas como a Kosmos, O Malho, A Careta, A Nova Ilustração Brasileira, Para Todos, e 
Tico-Tico (CARDOSO, 2010 apud SODRÉ, 1966). Este momento de grande crescimento 
das artes gráficas coincidiu com os esforços do governo em modernizar o País, 
simbolizados pela reforma urbana do Rio de Janeiro. 
Os artistas de grande repercussão foram: o carioca J. Carlos, ilustrador da “Para 
Todos”, com alto grau de qualidade, trabalhou de 1902 até 1950 sem rupturas e atuou 
também como diretor artístico da revista “O Malho”, também outros importantes 
artistas K. Lixto, Andrés Guevara, Raul, Fritz, Júlio Vaz, J. Wasth Rodrigues. Além das 
revistas A maçã e A Garoa. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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41 
 
Figura 28 Capa da revista “Para Todos” feita por José Carlos de Brito e Cunha na década de 1920. 
 
Fonte: Acervo BN Digital - Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervodigital/ 
 
Figura 29 Revistas "A Maçã", feita por Ivan e Andrés Guevara e "O Malho", feita por J. Carlos, ambas da década de 1920. 
 
Fonte: Fundação Casa Rui Barbosa - Disponível em: http://bit.ly/1PJS6rd / Agência Fiocruz de Notícias - Disponível em: 
http://bit.ly/1KKsOld - Acesso em 29/01/2016 
 
Em São Paulo, a Semana de Arte Moderna de 1922, trouxe à tona importantes 
artistas brasileiras, da pintura, da literatura e música. Os nomes conhecidos até hoje: 
Tarsila do Amaral, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Heitor Villa-Lobos, 
apresentaram neste dia o que tinham de mais novo. 
As histórias de Monteiro Lobato foram pioneiras na área de livros infantis no 
Brasil, sendo nesta época publicada por uma editora que levada seu nome em 1919, no 
qual mudou de nome em 1925 para Editora Nacional e se uniu a outra editora carioca 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Civilização Brasileira, unindo pela primeira vez o campo editorial em RJ e SP. O processo 
de offset foi importado em 1922 para o Brasil especialmente para a companhia de 
cigarros Souza Cruz, além do papel de qualidade que também precisava ser importado, 
este feito por Monteiro Lobato. 
 
Jugendstil (1880 – 1910) 
Jungendstil significa “estilo para a juventude” em alemão e ocorreu de maneira 
semelhante ao Art Nouveau, porém na Alemanha. Inclusive, os movimentos 
aconteceram ao mesmo tempo, em diferentes países da Europa, por volta dos anos de 
1890. Como foi mencionado no texto de Art Nouveau, o movimento surgiu pós-
industrialização com a necessidade de trazer motivos decorativos para o processo de 
produção e torná-la acessível ao público em massa. 
Na Alemanha, o Jugendstil teve maior aplicação nas artes gráficas e recebeu este 
nome por causa de uma revista da época com o nome Jugend: Münchner illustrierte 
Wochenschrift für Kunst und Leben, que significa em português “Juventude, revista 
semanal de Munique ilustrada de arte e vida”. Esta revista foi fundada em 1896, por Otto 
Eckmann e sobreviveu até 1940. 
 
Figura 30 Série de ilustrações da revista Jugendstil 
 
Fonte: Wikimedia Commons - Jugend Magazine 
 
O movimento foi distinguido em dois momentos, sendo o primeiro ocorrido antes 
de 1900, marcado pelas características florais relacionadas ao Japonismo do Art Nouveau 
original, e depois de 1900 evoluiu para um momento abstrato assemelhando-se ao 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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43 
 
trabalho Vienense de Henry van de Velde, que foi residente na Alemanha, durante 
grande parte da sua vida. 
A ilustração da Jugend abrangia desde a forma de comunicação em formas como 
também de tipografia. A revista como um topo era desenhada e elaborada com 
elementos decorativos. 
Outras revistas também utilizaram o mesmo tema para demonstrar as artes 
aplicadas, eram elas: Pan and Die Jugend (1895-1900), Simplicissimus (1896), Dekorative 
Kunst (arte decorativa) e Deutsche Kunst und Dekoration (arte e decoração alemã) 
ambas fundadas em 1897. 
O movimento influenciou não só as artes gráficas, como também toda a indústria 
atual, assim como a arquitetura. 
 
Figura 31 Estação de trem Karlsplatz – Viena / Áustria, projetada por Otto Wagner 
 
Fonte https://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/descobrindo-historia-arquitetura/metro.php 
 
Referências 
BÜRDEK, Bernhard. História, teoria e prática do Design de Produtos. São Paulo: Editora 
Blücher, 2006. 
CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. São Paulo: Editora Blücher, 
2010. 276p. 
DE MORAES, Dijon. Limites do Design. São Paulo: Editora Studio Nobel, 1997. 
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 1999. 
 
 
TÓPICO 5 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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44 
 
DEUTSCHER WERKBUND, DE STIJL (NEOPLASTICISMO E 
ABSTRACIONISMO) E CONSTRUTIVISMO RUSSO 
Associações que contestaram a posição do Design na época 
Nesta época movimentos e associações se formaram para discutir o direcionamento da criação 
de formatos. Pensamentos completamente novos pairaram no ar e direcionaram toda esta 
época até hoje. A Alemanha era o país que o Design era mais discutido. 
 
Deutscher Werkbund (1907 - 1935) 
O período anterior a Primeira Guerra Mundial foi marcada por intensos 
movimentos de emancipação da sociedade na Europa. As classes médias e baixas 
lutavam por direitos, as mulheres exigiam o direito de voto e a indústria e exploração 
ultramarinas estavam indo de vento em popa. Os países concorrentes eram Inglaterra, 
França, Alemanha e Estados Unidos. Abaixo desta esfera de desenvolvimento estavam 
todos os estados da Rússia, América latina, Japão, Ásia e África, ainda com estruturas 
feudais e escravistas, muitas vezes servindo como mão de obra para estas potencias. Os 
países líderes já não eram mais comandados pela monarquia e foi ganhando a força 
crescente de Nação, por isso o patriotismo foi se consolidando nos cidadãos. 
A concorrência capitalista era o enfoque mundial neste momento. Cada nação 
buscava otimizar o seu sistema de produção para que gerasse maior lucro e o país se 
sobressaísse aos outros. Para tanto, cada nação criava associações para que esta 
organização fosse feita. Na Inglaterra era chamada de “Society for the Encouragement 
of Arts”, na França “Union Centrale desArts Décoratifs”, no Brasil “Sociedade Auxiliadora 
da Industria” e na Alemanha “Deutscher Werkbund”. 
O terceiro movimento mais marcante para o design, após industrialização seguido 
do Arts and Crafts e a Art Nouveau foi a criação do Deutscher Werbund, fundada por 
Hermann Muthesius em 1907 (que tem a tradução em português “Confederação Alemã 
do Trabalho”) 
Juntamente com Friedrich Naumann político liberal-progressista, Muthesius, que 
era funcionário do Ministério do Comércio alemão e professor da Universidade 
Comercial de Berlim, lutou para criar um estilo nacional baseado na produção 
industrial. O design era a alavanca do sucesso e exportação do nacionalismo alemão. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
Universidade Nove de Julho 
45 
 
Muthesius propunha uma reforma de vida (Lebensreform) em que a 
industrialização traria benefícios a vida e deveria ser aceita e explorada. Seguindo o 
conceito de transformação social de William Morris, Muthesius fundou em 1907, em 
Berlim, na Alemanha, um movimento que era favorável ao dualismo entre a arte pura e 
a arte aplicada, mas achava que a arte deveria fazer parte da industrialização crescente, 
ao contrário à segunda contestação de William Morris. Para Muthesius, o mundo não 
poderia ir contra a evolução natural do ser humano, e a mesma poderia trazer um mundo 
melhor. 
Segundo o seu conceito, os artistas deveriam trabalhar junto as empresas, no 
desenvolvimento de produtos e também no aprimoramento das condições de trabalho 
e que viessem a interferir no processo de produção, ou seja, o artista trabalharia não só 
como desenhista, mas atuaria na melhoria dos processos, assim como um gestor, no seu 
planejamento. Assim, o trabalho entre o artista e o artesão seriam combinados e 
reorganizados, o artista era quem fazia a forma e o artesão que a executava. 
Por isso, pensavam em padronizar a produção, tipificar os produtos e evoluir o 
trabalho do artista, para a criação através de planejamento e individualidade artística. 
A Werkbund funcionava como um fórum de empresários, políticos, artistas, 
arquitetos, designers que se encontravam periodicamente para estimular uma política 
setorial de aplicação do design padronizado a indústria. A padronização estética e 
técnica traria melhorias para a indústria como também para a funcionalidade do 
produto. 
Os primeiros formadores da associação, além de Hermann Muthesius, formam: 
Peter Behrens (designer da AEG, empresa de eletricidade), Theodor Fischer, Bruno Paul, 
Richard Riemerschmid, Henry van de Velde, entre outros. 
Outras associações foram criadas na Áustria, na Suíça, na Suécia e também na 
Inglaterra, e tinham como foco principal a formação de gosto, tanto no produtor como 
do consumidor. 
As reuniões do Werkbund foram marcadas por intensas discussões. Enquanto 
Muthesius era a favor da padronização estilística e da subordinação da arte aos 
interesses industriais, Henry van de Velde neste momento diretor da escola de artes e 
ofícios de Weimar (anterior da Bauhaus), que seguia o movimento Art Nouveau até 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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46 
 
então, lutava a favor da liberdade criativa e da autonomia da arte como meio de 
expressão dos valores humanos, independente de questões comerciais. 
Além de que outro momento importante do movimento aconteceu em uma 
exposição de arquitetura realizada após a Primeira Guerra Mundial, em 1927, em 
Stuttgart em um bairro chamado de “Weissenhofsiedlung”, que hoje funciona como 
museu de arquitetura. O evento foi dirigido por Mies van der Rohe e serviu para 
discutirem novos conceitos para a realização de projetos. Entre os arquitetos convidados 
estavam: Le Corbusier, Hans Scharoun, Walter Groupius, Max Taut, Jacobus Johannes 
Pieter Oud, Hans Poelzig, Peter Behrens e Mart Stam. 
Foram desenvolvidos nos conceitos de habitação e também de materiais. A ideia 
era conceber desde a casa, até a xícara de café. O arquiteto estava apto a realizar todo 
o projeto e a sua forma deveria ser reduzida apenas as funções elementares e ao 
utilitarismo. 
 
Figura 32 Weissenhofsiedlung - Conjunto de edifícios criado por Mies van der Rohe em 1927 
 
Fonte: https://no.wikipedia.org/wiki/Weissenhofsiedlung 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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47 
 
Com o início da Primeira Guerra todos estes ânimos foram postergados e seria 
retomada apenas após a finalização da guerra. A primeira formação da Werkbund durou 
até 1934, quando foi formado um Partido Nacional Socialista, mas foi retomada em 1947 
e existe até hoje (CARDOSO, 2010). 
 
De Stijl (Neoplasticismo, Abstracionismo) (1917-1931) 
O Termo utilizado “De Stijl”, quer dizer “O estilo” em holandês (neerlandês) e foi 
iniciado com a publicação de uma revista em 1917 por Theo van Doesburg (1883-1931). 
Junto com a publicação e os outros pensadores Piet Mondrian (1872-1944) e Gerrit 
Rietveld (1888-1964), surgiu um conceito de estética-social e produção orientada para o 
futuro. Eles defendiam o uso das máquinas e negavam a manufatura. Desenvolveram um 
padrão estético que se assemelhava as máquinas e a mecânica. Esta estética levou o 
nome de “Estética mecânica” e era análoga ao conceito do Construtivismo Russo. 
 
Figura 33 Capa da Revista DE STJIL - novembro de 1921. 
 
Fonte: http://destijlthac.blogspot.com.br/ 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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48 
 
As estéticas dos produtos criados pós-industrialização estavam muito ligadas a 
praticidade de produção e, portanto, a simplicidade da forma. Seguindo este mesmo 
raciocínio, o grupo De Stijl defendeu a estética de redução, ou seja, o uso das formas e 
cores simplificadas: circulo, quadrado e triangulo (campo bidimensional), esfera, cubo e 
pirâmide (campo tridimensional) e as cores primárias. O uso destas cores e formas 
combinadas já haviam sido utilizadas por artistas como essenciais durante o s 
movimentos Renascentistas, Neoclássico e etc., porém foi a partir deste movimento que 
se criaram categorias de formas válidas até hoje. 
Algumas instituições sucessoras ao De Stijl, como a Bauhaus, Hochschule für 
Gestaltung de Ulm e New Bauhaus de Chicago, seguiram a mesma tradição. 
O termo “menos design é mais design” (Weniger, aber besser) desenvolvido por 
Dieter Rams, importante designer industrial do século XX, pode ter seguido este mesmo 
conceito de redução estética. 
Este movimento desencadeou o surgimento de outros estilos, como o 
Neoplasticismo e o Abstracionismo que foi capitaneado por Piet Mondrian. 
O Neoplasticismo (nome dado por Piet Mondrian) tornou a pintura totalmente 
limpa, excluindo-a do campo da representação. As formas e cores utilizados agora eram 
os essenciais e puros, buscando características próprias. Fizeram com que usassem as 
cores primarias em seu estado máximo de saturação, juntamente com preto e branco, 
sendo o preto representação da ausência total da luz e o branco a presença tota l da luz). 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Figura 34 Imagem representando o Neoplasticismo, semelhante ao que Piet Mondrian criou. 
 
Fonte https://www.todamateria.com.br/neoplasticismo/ 
 
O Abstracionismo refere-se à configuração da forma através das relações entre as 
cores, linhas e superfícies, sem que represente objetos reais. Foram notadas duas 
vertentes na incorporação deste estilo. O primeiro é inclinado a representação da 
emoção ao ritmo da cor e a expressão de impulsos individuais, tendo como principal 
representante o artista Wassily Kandinsky, que mais tarde foi professor na Bauhaus. O 
segundo foi mais afinado aos fundamentos racionalistas das composições cubistas, o 
rigor matemático e a depuração da forma, chamado deabstracionismo geométrico. 
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Figura 35 Wassily Kandinsky (Russian, 1866–1944) Blau, 1922.Abstracionismo. 
 
Fonte: http://www.artnet.com/artists/wassily-kandinsky/blau-fHxuSamx8UqKxtI6xhvckQ2 
 
A formação do campo de design veio amadurecendo e tomando corpo, após 
diversos movimentos que discutiam qual seria o presente o futuro do papel do artista na 
indústria. Com a influência da Bauhaus o Neoplasticismo e o De Stijl ficaram 
popularizados e largamente utilizados pela indústria, que avaliavam este estilo como o 
futuro. 
As criações de Rietveld, que era arquiteto, foram grandes exemplos do 
movimento e que expressam uma estética futurista. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Obras de Rietveld - Poltrona Rietveld e Casa Schroeder - Anton Havelaar / Shutterstock.com 
(localizada em Utrecht ¿ Holanda) 
 
O auge do movimento ocorreu entre 1921 e 1925 quando Doersburg internalizou 
o conceito. Através de suas palestras levou o conceito a outros países. Theo van 
Doesburg se estabeleceu em Weimar (local da primeira Bauhaus) e lá foi professor de 
1921 até 1922. 
Paralelamente a revista De Stijl, Doesburg lança outra revista com o nome 
MECANO, que também foi um bom exemplo de diagramação Neoplástica. 
Em 1925, já mostrava alguns sinais de desgaste, quando Piet Mondrian deixa o 
movimento por descordar o uso de linhas e leitura diagonal por Doesburg, o que iria 
contra a filosofia inicial do Neoplasticismo. Em seguida Mondrian atuou em Nova York, 
no qual influenciou muitos artistas. 
A última publicação da revista ocorreu em 1928 e o movimento foi levado 
bravamente por Doesburg até a sua morte em 1931. 
 
Construtivismo Russo (1917-1935) 
Na Rússia, um grupo de construtivistas se formou em 1917, após a Revolução de 
Outubro e baseados em um artigo do crítico N. Punin, (que mencionava os relevos 
tridimensionais de Tatlin) em que também defendiam as teorias estético-sociais, ou seja, 
a arte para o povo. Era um movimento de renovação artística e arquitetônica, 
fortemente vinculado a ideais políticos socialistas. A produção artística deveria ser 
funcional e informativa. Os integrantes do grupo eram: El Lissitzky, Kasimir Malevitch e 
Wladimir Tatlin. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Para eles, as necessidades básicas da população deveriam ser preenchidas através 
da industrialização e os princípios básicas eram voltados para definição da técnica e da 
tecnologia de materiais. 
O raciocínio voltado para o desenvolvimento da técnica ainda determina o design 
nos países de terceiro mundo, devido ao déficit de abastecimento de produtos básicos. 
Outro importante designer desta época foi Alexander Mikhailovich Rodchenko 
(1891-1956), que acreditava fortemente que a arte deveria ter uma função social e 
cumprir um papel prático na vida das pessoas, fez pintura, fotografia e também 
escultura. A arte realmente mudou com o seu trabalho. Trabalhou como Designer na 
Dobrolet (Russian Airline), produzindo embalagens, cartazes e etc., e também design 
gráfico para teatro e ilustrações particulares. 
 
 
Obra realizada por Rodchenko durante o Construtivismo Russo. 
Fonte: Revista Fórum - Disponível em http://bit.ly/1Y4eEmY - Acesso em 26/01/2016 
 
Em 1934, o Construtivismo foi proibido na Rússia pelo Congresso dos Escritores. 
Alguns artistas foram expulsos e exilados. Com o poder de Stalin, o realismo socialista 
volta à tona. 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
Universidade Nove de Julho 
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Referências 
BÜRDEK, Bernhard. História, teoria e prática do Design de Produtos . São Paulo: Editora 
Blücher, 2006. 
CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. São Paulo: Editora Blücher, 2010. 
276p. 
DE MORAES, Dijon. Limites do Design. São Paulo: Editora Studio Nobel, 1997. 
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 1999. 
 
 
TÓPICO 6 
BAUHAUS 
Primeira universidade de Design 
Nesta época um curso foi aberto por Walter Groupius em uma Universidade para o Design ser 
tratado como profissão. Essa Universidade, chamada por Bauhaus, tornou-se ícone em todo o 
mundo. 
 
Walter Groupius, um dos arquitetos frequentavam as reuniões do Deutscher 
Werkbund, fundava em 1919 um curso, apoiado pelo governo na “Staatliche Bauhaus 
Weimar”, que unia as funções do artista com o artesanato, e fazendo com que aquele 
novo aprendiz soubesse aplicar o que se imagina, ou seja, a arte e a técnica está fundida. 
O prédio da escola em Weimar, foi construído através do projeto em Art Nouveau de 
Henry van de Velde, e lá funcionava uma escola de artes aplicadas. 
Desde sua fundação, a Bauhaus teve como premissa detectar algo nas origens da 
arte, que seria eterno e que regeneraria a vida das pessoas. Como um manifesto, um 
cartaz foi criado invocando o momento histórico deste início de era. O cartaz 
representava em uma xilogravura uma catedral gótica, demonstrando a unidade, 
completude e harmonia que estavam iniciando. 
 
“A técnica não necessita da arte, mas a arte necessita muito da 
técnica” (BÜRDEK, 2010 / pag.28) 
 
O intuito de Groupius era formar uma nova era de profissionais, que fossem 
modernos e inteligentes, voltados a produção de produtos e ambientes para pessoas do 
século XX, com ambientes claros e arejados, ou seja, uma nova forma de viver após 
industrialização. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Como corpo docente foram escolhidos por Groupius, artistas abstratos ou 
cubistas, dentre eles: Wassily Kandinsky, Paul Klee, Lyonel Feiniger, Oskar Schlemmer, 
Johannes Itten, Georg Muche e László-Moholy-Nagy. 
O curso diluía barreiras entre a capacitação técnica e artística, como os cursos 
tradicionais possuíam. O curso básico, ou Vorkurs, era uma introdução geral a 
composição de cores, materiais e formas tridimensionais, uma maneira de familiarizar o 
aluno a técnicas e conceitos formais que pudesse ser aplicada a qualquer campo de 
design, tornando-se o alicerce para fundamentação da teórica e prática para qualquer 
empreendimento artístico. Desta forma as cores primárias e formas essenciais usadas no 
De Stijl era usado como ponto de partida para a expressão visual. 
O conceito do curso básico era baseado nas reformas educacionais progressivas 
de Friedrich Froebel (1782-1852) que valorizava o aprendizado como uma forma de 
cultivo de faculdades inerentes, ou seja, o ser humano aplicava as características de 
todas as áreas de forma lúdica. 
Johannes Itten, que ali lecionou nos primeiros anos, usava métodos de ensino não 
convencionais, como iniciar a aula com meditação, de forma que os alunos 
“desaprendessem” o que sabiam para voltar ao estado de inocência inicial (MILLER, 
2008) 
HISTÓRIA DO DESIGN 
Universidade Nove de Julho 
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Catedral gótica representando o início da Bauhaus de Lyonel Feiniger (1919). 
Fonte: Bauhaus.de - Acesso em 11/11/2015 
 
 
Estrutura do curso da Bauhaus (alemão - esquerda / português - direita) 
Fonte: Adaptado de Bauhaus.de - Acesso em 11/11/2015" 
 
SAIBA MAIS 
Livro: “Ponto e linha sobre plano” - Wassily Kandinsky. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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56 
 
 
As três fases da Bauhaus 
A fase da fundação (1919 – 1923) 
Nesta fase a atenção principal estava em experimentar e consolidar a proposta 
pedagógica do curso básico e depois as disciplinas optativas por especialidade. 
Após o curso básico de 1 ano e meio, os alunos escolheriam pela especialidade 
desejada e em cada oficina havia um mestre artesão e um mestre da forma (artista), mas 
no final das contas o mestre artesão prevalecia, e surgiram diversas maneiras de revertereste sistema (BÜRDEK, 2010). 
 
A fase de consolidação (1923 – 1928) 
Nesta fase a Bauhaus já era bem conhecida como uma universidade e a geradora 
de novos protótipos industriais. Os estudantes eram orientados para confeccionar 
produtos seguindo a realidade de produção e também serem dirigidos a atender grande 
demanda da população. As oficinas mais influentes da Bauhaus eram a de metal e a de 
madeira e o foco estava no desenvolvimento da forma. 
Marcel Breuer, foi aluno da Bauhaus em 1920 e em 1925 se tornava mestre de 
oficina de metal e durante a sua estava da Bauhaus desenvolveu uma linha de mobiliários 
utilizando o tubo de metal como forma estrutural. Provavelmente ele se inspirou no 
guidão de sua bicicleta, desenvolvendo assim mobiliários muito bem estruturados. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
Universidade Nove de Julho 
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Cadeira Wassily ( em homenagem ao seu professor) de Marcel Breuer. 
Fonte: Zoltan Katona / Shutterstock.com 
 
Outro fator importante desta fase foi dar importante a funcionalidade dos 
produtos. A função dos produtos significava a ligação entre duas vertentes: combinar as 
etapas de produção industrial e também atender as necessidades da população 
condizendo com o planejamento social. 
A Bauhaus nesta fase se transforma em “Hochschule für Gestaltung”, ou seja, a 
escola entrava no enquadramento técnico entre os graus escolares. 
 
A fase de Desintegração (1928-1933) 
Nesta fase, Walter Groupius deixa a direção da escola para Hannes Meyer, que 
incluiu disciplinas como: fotografia, plásticas e psicologia na grade curricular. O conceito 
de Meyer era que todo Designer ou Arquiteto deve salvar a população ou fazer a sua 
contribuição, ou seja, as necessidades do povo deveriam ser atendidas. 
A mudança de diretor ocorreu novamente em 1932, para Mies van de Rohe, que 
foi perseguido pelos nacionalistas e então a Bauhaus fechava as portas. Em 20 de Julho 
de 1933, Adolf Hitler, seguia para o fechamento da Bauhaus. 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Weimar 
Com o final da primeira guerra mundial e a Alemanha se sentindo fracassada após 
a perda, e o povo em busca de um idealismo germânico. O governo estava 
completamente instável sem haver um líder governante. Socialistas brigavam com seus 
pares e comunistas recusavam acordos. Dizia-se que “judeus e comunistas” haviam 
minado a vitória das forças alemãs (Lupton et al, 2008) 
Walter Groupius propôs-se a dirigir a escola de artes e criar uma nova ordem em 
que poderia ser criado uma nova arte. A intenção de Groupius era atender as 
necessidades da indústria e ligar o artesanato, arquitetura e artes com o mundo atual. 
Sendo assim, na Staatliches-Bauhaus (Literalmente Casa de Construção Estadual) 
que já existia foi implantado um curso de artes aplicadas. 
Weimar é o nome do estado em que foi implantado a primeiro curso que 
influenciaria do design atual. 
 
 
Universidade Bauhaus de Weimar 
Fonte: Arquivo pessoal - Ângela Vido Nadur 
 
Dessau 
HISTÓRIA DO DESIGN 
Universidade Nove de Julho 
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Em 1925, por causa de pressões políticas o curso de artes aplicadas foi mudado 
para Dessau, uma cidade industrializada as margens de Berlim. Era uma nova 
oportunidade para Groupius. 
Foi então que ele projetou um novo edifício seguindo todos os conceitos de 
funcionalidade germânicos e agora a escola ganhava o nome de Höchschule für 
Gestaltung. 
O governo alemão, nesta época havia divido os cursos superiores entre técnicos 
e teóricos, portanto os técnicos são chamados de Höchschule e os teóricos de 
Universität. Como o curso de artes aplicadas é voltado para a prática física de artefatos, 
o curso foi considerado técnico. Tanto os cursos técnicos como os teóricos têm o mesmo 
grau de importância. 
 
 
Edifício da Bauhaus em Dessau 
Fonte: Shutterstock 
 
Berlim 
Em 1932 a Bauhaus é mudada para Berlim devido a uma perseguição nazista e em 
1933 é fechada e hoje funciona como museu. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Bauhaus em Berlim 
Fonte: vvoe / Shutterstock.com 
 
Professores que se destacaram 
Walter Groupius (1883-1969) 
Era arquiteto e foi o fundador da Bauhaus e diretor do curso de arquitetura de 
Harvard. Ele iniciou sua carreira na Alemanha, mas devidos as perseguições nazistas em 
1930 se mudou para os Estados Unidos e lá desenvolveu grande parte da sua obra. 
 
 
Imagem de Walter Groupius e Edifício de sua autoria em Dessau 
 
Johanes Itten (1888-1967) 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Ele lecionou na Bauhaus nos seus primeiros anos de existência, e tinha uma forma 
de ensino não convencional. O seu ideal era que os alunos “desaprendessem” ou 
voltassem a inocência mental a ponto de iniciar um novo aprendizado sem 
preconcepções. Ele tinha o costume de iniciar as aulas com meditações e alongamentos. 
Este formato de ensino também foi usado por Wassily Kandinsky, que dizia que 
toda obra é concebida a partir de elementos básicos e sem elas qualquer obra não 
existiria. 
Estas concepções faziam parte do ideal da Bauhaus, em buscar na origem do 
pensamento algo que seria a chave do sucesso. Eles queriam trazer a arte deixada de 
lado pela sociedade industrial e traze-la para o dia a dia das pessoas. 
Portanto este curso inicial ministrado chamado de Vorkurs, curso básico, daria 
uma capacitação técnica com introdução a composição, cor materiais, formas 
tridimensionais, fundamentais para toda expressão visual. Desta forma, as concepções 
de formas e cores básicas, que foram princípios do De Stijl agora era o embasamento 
para todo o curso. 
 
Wassily Kandinsky (1866-1944) 
De nacionalidade russa, morou grande parte da sua vida na Alemanha e também 
França. Era formado em Direito, mas não seguiu a profissão. Lecionou na Bauhaus desde 
a sua fundação até 1933, quando foi levada a Berlim. Se mudou para a França e foi um 
dos principais artistas da Abstração. Além de artista também foi poeta. A música clássica 
e a Teosofia foram grandes direcionadores de suas obras. 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Wassily Kandinsky e sua obra Composição VIII (1923) 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
Paul Klee (1879-1940) 
Foi pintor e poeta suíço naturalizado na Alemanha. Ele foi expressionista, cubista 
e surrealista. Foi professor da Bauhaus e artista. Suas obras refletem o seu humor seco 
e as vezes a perspectiva infantil. 
 
 
Paul Klee em 1911 e sua obra Senecio (1922) 
Fonte: Wikimedia Commons 
 
Referências 
BÜRDEK, Bernhard. História, teoria e prática do Design de Produtos . São Paulo: Editora 
Blücher, 2006. 
HISTÓRIA DO DESIGN 
Universidade Nove de Julho 
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LUPTON, Ellen; MILLER, J. Abbott. ABC da Bauhaus: a Bauhaus e a teoria do design. 
Tradução André Stolarski. São Paulo: Cosac Naify, 2008. 
 
 
TÓPICO 7 
INTERNATIONAL STYLE 
Artistas atuantes 
Você alguma vez já viu esta poltrona? É muito provável que sim. É um clássico do design: 
a poltrona ou cadeira Barcelona, desenhada Ludwig Mies van der Rohe em 1929. Mies 
van der Rohe foi professor da Bauhaus no período em que a escola estava sediada em 
Berlim. Mas, se ele foi da Bauhaus, porquê agora ele aparece no tópico do Estilo 
Internacional? 
Vamos explicar isso compreendendo o que é o Estilo Internacional. 
 
 
Poltrona Barcelona, Ludwig Mies van der Rohe, 1929 
Fonte: Knoll International. Disponível em: http://bit.ly/1dqO2Tj - Acesso em 18/11/2015 
 
HISTÓRIA DO DESIGN 
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Em 1931, o diretor do MoMa (Museu de Arte Moderna de Nova Iorque) Albert 
Barr Jr. utilizou pela primeira vez

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