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Teoria Geral do Processo.pdf

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Teoria Geral do 
Processo 
 
 
Aulas digitadas – Teoria Geral do Processo 
 
2013 
P.H.M.Jr. 
 
 
 
Teoria Geral do Processo 
 
 
Conteúdo digitado foi baseado nas aulas do Me. Prof. Moacyr Pereira 
Mendes 
Obs.: Apesar das anotações serem feitas das aulas dada pelo Professor, todo 
o conteúdo é de total responsabilidade minha, ou seja, se houver algum 
equívoco, algo desatualizado, alguma falha, foi engano e erro da minha parte. 
Peço que entrem em contato comigo para ser consertado/atualizado o erro. 
Obrigado e bom estudo!! 
 
 
Tudo que há de princípios dentro de um processo iremos aprender nesta 
matéria, as regras básicas. Ex: Princípios relacionados aos recursos 
Conteúdo Programático 
Tudo que envolva os métodos processuais. 
Bibliografia 
Teoria Geral do Processo, editora Malheiros, 29ª edição/2013, Ada Pellegrini 
Grinover, Candido Rangel Dinamarco, Antonio Carlos de Araujo Cintra. 
Curso de Processo Civil, vol. 1, Teoria Geral do Processo, editora RT, Luiz 
Guilherme Marinoni. 
Teoria Geral do Processo, editora Atlas, José de Albuquerque Rocha. 
 
3 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
MATÉRIA INICIAL DO CURSO 
 
TEORIA: é um corpo de conceitos sistematizados que nos permite 
conhecer determinado domínio da realidade. A teoria não nos da um 
conhecimento direito e imediato de uma realidade concreta, mas nos 
proporciona os meios (os conceitos) que nos permitem conhecê-la. 
CONCEITOS: são os meios ou instrumentos que nos permitem conhecer 
determinado domínio da realidade, os quais, sistematizados, formam a teoria. 
O conceito é a representação das propriedades essenciais e comuns a um 
grupo de objetos, nos dando o que é peculiar a um grupo de objetos (ex. fruta). 
SISTEMATIZAR: significa imprimir uma ordem na exposição de um conjunto 
de conhecimentos, de forma a torná-lo coerente. 
DUAS ESPÉCIES DE CONCEITO: 
a) O mero conceito: já definido antes: Representação das qualidades 
essenciais e comuns a um grupo de objetos; 
b) Conceito – definição: serve pré definir outro conceito, ou seja, para 
explicar esse conceito. 
COMO SÃO OBTIDOS ESSES CONCEITOS: são três correntes a respeito: 
a) Empirismo – Teoria empírica – É a que se baseia na experiência 
jurídica (direito positivo); seus conceitos são elaborados a partir da 
observação dos diferentes direitos processuais; observa a realidade, ou 
seja, entende alcançar o conhecimento da realidade pela observação da 
própria realidade, que seria, por isso, seu fundamento (Relação Sujeito 
X Objeto). 
b) Racionalismo: o fundamento do conhecimento não é a experiência, 
mas o pensamento. Desta forma, a fonte do conhecimento é a razão a 
qual independe dos fatos (Relação Sujeito x Objeto). 
c) Paradigma Linguístico – Pragmático – Poe em evidencia o fato de que 
o conhecimento da realidade é linguisticamente mediado, já que a 
linguagem é o único canal de acesso do diálogo chegamos à verdade; 
(Relação Sujeito X Objeto através do diálogo). – Filósofo Alemão 
Habermas – 
CONCLUSÃO: Teoria Geral do Processo é o resultado de um dialogo entre 
a comunidade jurídica sobre realidades processuais empíricas (normas, 
valores, práticas judiciais, doutrinas, contexto social, economia e política). 
 
 
4 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
ANOTAÇÕES 
Teoria é o conjunto de vários conceitos sistematizados no qual irá explicar o 
processo. 
Conceito significa encontrar aquilo que é básico 
Sistematizado é colocar o conjunto de determinado conhecimento em uma 
ordem lógica 
Paradigma Linguístico vem de língua, fala, observa e fala 
Racionalismo vem de raciocínio, através do pensamento 
Empirismo vem de observação 
As normas de Processo propriamente ditas regulam o Polo ativo (o autor 
da ação); o Polo passivo (o réu da ação) e o Juiz 
Um Processo tem vários princípios, esses princípios servem para: 
 Ter uma função fundamentadora - Constitui uma raiz, algo básico, 
fundamental 
 Orientadora da interpretação – Ao interpretar a Lei, não pode ferir os 
princípios 
 Fonte subsidiaria – Existem algumas regras, sem bases, que pode 
chegar no resultado final através de leis, costumes, em geral, as fontes 
do Direito; sendo assim quando não há lei, costumes, aplica-se os 
Princípios. 
CONTINUAÇÃO DA MATÉRIA INICIAL 
Teoria Geral do Processo – Abrange pela nova doutrina: 
a) Direito Processual Jurisdicional 
b) Direito Processual Legislativo 
c) Direito Processual Administrativo 
d) Direito Processual Negocial 
Divisão Do Direito Processual: 
a) Normas de organização – estrutura organizacional do Poder Judiciário. 
b) Normas de Competência – Divisão do Trabalho. 
c) Normas de Processo propriamente ditas: disciplinam as situações jurídi-
cas dos sujeitos do processo. 
 
5 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
Funções Dos Princípios 
a) Função fundamentadora – constituem a raiz de onde deriva a validez 
intrínseca do conteúdo das normas jurídicas. 
b) Função orientadora da interpretação – as leis devem ser interpretadas 
de acordo com os princípios, pois são eles que dão sentido às normas, 
servindo de guia e orientação na busca do sentido e alcance das normas. 
c) Função de fonte subsidiária – nos casos de lacunas da lei os princípios 
atuam como elemento integrador do direito, servindo como critério para o 
juiz formular a norma do caso concreto. 
Princípios Constitucionais – Têm ainda a função de revogar as normas 
anteriores e invalidar as posteriores que lhes sejam irredutivelmente 
incompatíveis. 
Princípio – Designa fundamento, base ou ponto de partida de um raciocínio, 
argumento ou proposição. 
Geral – Relaciona-se com o caráter unilateral e abstrato do princípio. 
Direito Processual – Delimita seu âmbito de validade material. 
Princípios Gerais do Direito Processual – São as proposições fundamentais 
e gerais desse ramo jurídico que desempenham funções em relação à 
realidade a que se referem e, por consequência, às normas. 
 
PRIMEIRO QUESTIONÁRIO 
 
1) O que se entende por teoria? 
r. Teoria é um conjunto de conceitos sistematizados que nos da um 
prévio conhecimento da realidade 
2) O que são conceitos? 
r. São propriedades fundamentais e comuns a um grupo de objetos, 
nos dando o que peculiar. É encontrar aquilo que é básico 
3) O que se entende por sistematizar? 
r. É uma organização de um conjunto de conhecimentos, colocando 
em uma ordem lógica 
4) Quais são as duas espécies de conceito? Fale sobre elas. 
r. Dividido em mero conceito, no qual define as propriedades 
fundamentais e comuns a um grupo de objetos; e definição, que 
serve para pré definir outro conceito, explicando-o. 
 
6 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
5) O que se entende pelo empirismo? 
r. Entende-se por uma experiência jurídica que busca a realidade 
através da observação 
6) O que se entende pelo racionalismo? 
r. Entende-se por um raciocínio jurídico no qual independe dos fatos 
7) O que se entende pelo paradigma linguístico? 
r. Entende-se que o conhecimento da realidade é através do 
diálogo 
8) O que se entende por Teoria Geral do Processo? 
9) Qual a abrangência da Teoria Geral do Processo? 
10) Qual a divisão do Direito Processual? 
11) Quais as funções dos Princípios? Fale sobre elas. 
 
SEGUNDO QUESTIONÁRIO 
 
1. O que se entende por controle social, tomando-se por base o aspecto 
sociológico do direito? 
R: Controle social é entendido como o conjunto de instrumentos de que a 
sociedade dispõe na sua tendência à imposição dos modelos culturais,dos 
ideais coletivos e dos valores que persegue, para a superação das antinomias, 
das tensões e dos conflitos que lhe são próprios. 
2. Como se caracterizam os conflitos e insatisfações da sociedade em 
relação à tutela jurídica? 
R: Caracterizam-se por situações em que uma pessoa, pretendendo para si 
determinado bem, não pode obtê-lo – seja porque (a) aquele que poderia 
satisfazer a sua pretensão não a satisfaz, seja porque (b) o próprio direito 
proíbe a satisfação voluntária da pretensão (p. ex., a pretensão punitiva do 
Estado não pode ser satisfeita mediante um ato de submissão do indigitado 
criminoso). 
3. Em relação à jurisdição, o que se entende por autotutela? 
R: Trata-se da autodefesa, ou seja, da obtenção de uma pretensão pela própria 
força e na medida dela tratar de conseguir, para si mesmo, a satisfação de sua 
pretensão. Criminalmente pode-se constatar através da vingança privada, a 
qual é vetada pelo nosso sistema legal, uma vez que o Estado chamou para si, 
através da jurisdição, a defesa dos interesses lesados, evitando-se, com isso, a 
vitória do mais forte e garantindo, com isso, a aplicação da justiça. Todavia, 
nosso ordenamento jurídico permite, em determinadas situações, a aplicação 
7 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
da autodefesa, como, por exemplo, na hipótese de esbulho possessório, 
conforme previsão contida no artigo 1210 do Código Civil. 
4. Em relação à jurisdição, o que se entende por autocomposição 
(AUTONOMIA)? Como pode ocorrer? Explique. 
R.: Autocomposição é a solução dos conflitos por uma das partes, ou por 
ambas, abrindo mão do interesse ou de parte dele. Pode ocorrer em três 
formas: a) desistência (renúncia à pretensão); b) submissão (renúncia à 
resistência oferecida à pretensão); c) transação (concessões recíprocas). 
Todas essas soluções têm em comum a circunstância de serem parciais, no 
sentido de que dependem da vontade e da atividade de uma ou de ambas as 
partes envolvidas. Diferentemente, na HETERONOMIA a decisão é produto de 
um terceiro, como na arbitragem. 
5. O que é processo? 
R.: Processo é o instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam 
para pacificar as pessoas conflitantes, eliminando os conflitos e fazendo 
cumprir o preceito jurídico pertinente a cada caso que lhes é apresentado em 
busca de solução, o qual se dá em três formas: Processo civil, penal ou 
trabalhista. O processo é, portanto, um instrumento a serviço da paz social. 
6. O que é direito processual? 
R.: É o complexo de normas e princípios que regem o método do trabalho do 
processo, ou seja, o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-juiz, da 
ação pelo demandante e da defesa pelo demandado. 
7. O que é direito material ou substancial? 
R.: É o corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a 
bens e utilidades da vida (direito civil, penal, administrativo, empresarial, 
tributário, trabalhista, etc.). 
8. Como se distingue fundamentalmente o direito material do direito 
processual? 
R.: O Direito processual cuida das relações dos sujeitos processuais, da 
posição de cada um deles no processo, da forma de se proceder aos atos 
deste, ao passo que o direito material refere-se ao bem da vida que é o objeto 
do interesse primário das pessoas (o que entra na órbita do direito substancial). 
9. O que se entende pelo princípio da imparcialidade do juiz? 
R.: É o princípio pelo qual o juiz coloca-se entre as partes e acima delas, sendo 
a primeira condição para que possa exercer sua função dentro do processo, 
tornando-se, com isso, pressuposto para que a relação processual se instaure 
8 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
validamente. Assim, a imparcialidade do juiz é uma garantia de justiça para as 
partes, sabedoras de que não haverá nenhuma tendência ou preferência para 
qualquer dos litigantes, mas, ao contrário, plena isenção. 
10. O que se entende pelo princípio do contraditório e da ampla defesa? 
R.: É a obrigatoriedade de sempre estar dando oportunidade para que a parte 
adversa possa expressar seus pontos de vista. O juiz, por força de seu dever 
de imparcialidade, coloca-se entre as partes, mas equidistante delas: ouvindo 
uma, não pode deixar de ouvir a outra; somente assim se dará a ambas a 
possibilidade de expor suas razões, de apresentar suas provas, de influir sobre 
o convencimento do juiz. Somente pela soma da parcialidade das partes (uma 
representando a tese e a outra, a antítese) o juiz pode corporificar a síntese, 
em um processo dialético. Desta forma, as partes, em relação ao juiz, não têm 
papel de antagonistas, mas sim de “colaboradores necessários”: cada um dos 
contendores age no processo tendo em vista o próprio interesse, mas a ação 
combinada dos dois serve à justiça na eliminação do conflito ou controvérsia 
que os envolve. 
 
COMENTÁRIOS DO SEGUNDO QUESTIONÁRIO 
O nosso Poder é Uno e Tripartido – Executivo, Legislativo e Judiciário. 
O Poder Legislativo está inserido na sociedade para que regule as 
necessidades da Sociedade. 
Toda Sociedade tem regras, leis, disciplina. 
Controle Social pelo aspecto sociológico nada mais é a resolução dos 
conflitos através do Poder Judiciário em decorrência das regras de 
comportamento da sociedade, trazendo a paz social. 
Tutela é uma pretensão/proteção; Jurídica é judicial, dado pelo Poder 
Judiciário 
Existem duas obrigações básicas que obrigam o individuo a querer a tutela 
jurídica: Resistência a uma pretensão e o interesse público, a lei obriga a fazer. 
Autotutela é fazer justiça com as próprias mãos, regra geral isso não é 
permitido. Ex: 1210 do CC, trata de ação possessória, no qual o possuidor 
poderá manter ou restituir por sua própria força, defendendo na mesma 
proporção, isso é uma exceção de justiça com as próprias mãos. 
Autocomposição é a solução dos conflitos por uma das partes ou por ambas. 
Ela pode se dar de três maneiras: 
9 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
1) Desistência ou Renúncia – É um ato unilateral, uma das partes abre mão 
do direito 
2) Submissão – É um ato unilateral na qual a parte se submete a resistência, a 
vontade 
3) Transação – É um ato bilateral. Cada um abre mão de alguma coisa para 
chegar em um denominador comum, cada um perde um pouco. 
 
Direito Processual e Direito Material 
Direito Material é conhecido como Direito Subjetivo ou Substancial, nós 
vivemos em sociedade, e viver em sociedade significa viver em baixo de 
regras, estas regras servem para disciplinar o comportamento das pessoas, 
desta forma estas regras que disciplinam é o Direito Material, que regula o 
nosso comportamento na sociedade. Torna-se Direito Subjetivo quando a 
pessoa usa a lei para si. 
Direito Processuais são regras que regulam o comportamento das pessoas 
envolvidas dentro de um processo. 
A diferença entre eles é que Direito Material regula o comportamento dentro da 
sociedade e o Direito Processual regula o comportamento dentro do processo 
 
Princípio da Imparcialidade do Juiz 
O Juiz não pode pender para o lado de alguma das partes, não pode ter 
interesse, ele deve ser imparcial. Desta forma, conforme o art. 134 do CPC, é 
proibido ao Juiz julgar alguns casos específicos. Não deve confundir 
posicionamento doutrinário do Juiz com imparcialidade. 
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa 
O Juiz não pode julgar uma causa baseada exclusivamente na versão de uma 
pessoa, no caso na versão do autor, o réu deve ser citado e concedido à 
oportunidade para sua defesa (Ampla Defesa). Após a defesa do réu é 
concedido à oportunidade dedefesa para o autor, réplica (Contraditório). 
 
10 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
TERCEIRO QUESTIONÁRIO 
 
 
11. O que se entende pelo princípio da ação ou princípio da demanda? 
R.: Ele indica a atribuição à parte da iniciativa de provocar o exercício da 
função jurisdicional. Denomina-se ação o direito (ou poder) de ativar os órgãos 
jurisdicionais, visando à satisfação de uma pretensão. A jurisdição é inerte e, 
para sua movimentação, exige a provocação do interessado. É a isto que se 
denomina princípio da ação. Desta forma, o princípio da ação manifesta-se, em 
primeiro lugar, através da iniciativa de provocar a movimentação do aparelho 
jurisdicional, confiada à parte. 
12. O que se entende pelo princípio da disponibilidade e da 
indisponibilidade? 
R.: Chama-se poder dispositivos a liberdade que as pessoas têm de exercer ou 
não seus direitos. Em direito processual tal poder é configurado pela 
possibilidade de apresentar ou não sua pretensão em juízo, bem como de 
apresentá-la de Maneira que melhor lhes aprouver e renunciar a ela (desistir 
“da ação”) ou a certas situações processuais. 
Esse poder dispositivo é quase absoluto no processo civil, mercê da natureza 
do direito material que se visa a atuar. Sofre limitações quando o próprio direito 
material é de natureza indisponível, por prevalecer o interesse público sobre o 
privado. 
Pela razão inversa, prevalece no processo criminal o princípio da 
indisponibilidade (ou da obrigatoriedade). O crime é uma lesão irreparável ao 
interesse coletivo e a pena é realmente reclamada, para a restauração da 
ordem jurídica violada. O Estado, portanto, não tem apenas o direito, mas, 
sobretudo, o dever de punir. 
 
13. O que se entende pelo princípio dispositivo e princípio da livre 
investigação das provas? 
R.: O princípio dispositivo consiste na regra de que o juiz depende, na instrução 
da causa, da iniciativa das partes quanto às provas e às alegações em que se 
fundamentará a decisão. 
No campo do processo civil, embora o juiz hoje não mais se limite a assistir 
inerte à produção das provas, pois em princípio pode e deve assumir a 
iniciativa destas (CPC, arts. 130, 342, etc.), na maioria dos casos (direitos 
11 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
disponíveis) pode satisfazer-se com a verdade formal, limitando-se a acolher o 
que as partes levam ao processo e eventualmente rejeitando a demanda ou a 
defesa por falta de elementos probatórios. 
No processo penal, porém, o fenômeno é inverso: só excepcionalmente o juiz 
penal se satisfaz com a verdade formal, quando não disponha de meios para 
assegurar a verdade real (CPP, art. 386, inciso VI). 
Verdade formal, portanto, resulta da verdade em face das provas carreadas 
nos autos, deixando o juiz de buscá-la. Já a verdade real, o juiz busca, a todo 
custo, descobrir o que realmente aconteceu, para que possa proferir uma 
decisão dentro da realidade dos acontecimentos, não se contentando, desta 
forma, com as provas produzidas. 
14. O que se entende pelo princípio do impulso oficial? 
R.: É o princípio pelo qual compete ao juiz, uma vez instaurada a relação 
processual, mover o procedimento de fase em fase, até exaurir a função 
jurisdicional. 
15. O que se entende pelo princípio da oralidade? 
R.: Os atos processuais são eminentemente orais, tais como depoimento 
pessoal das partes, oitiva de testemunhas, alegações finais, etc. A presença do 
juiz, quando da instrução, tem também por finalidade a oralidade, pois através 
dela pode-se, muitas vezes, constatar a veracidade ou não das afirmações. 
Atualmente a maioria dos atos são transcritos, mas esse princípio ainda 
prevalece em nosso ordenamento jurídico. 
16. O que se entende pelo princípio da persuasão racional do juiz? 
R.: Tal princípio regula a apreciação e a avaliação das provas existentes nos 
autos, indicando que o juiz deve formar livremente sua convicção. Desta forma, 
o juiz atribui aos elementos probatórios valores de acordo com sua convicção, 
devendo, todavia, ser sempre motivado, nunca podendo desprezar regras 
legais porventura existentes (artigo 131, CPC). 
17. O que se entende pelo princípio da motivação das decisões judiciais? 
R.: Trata-se da necessidade de, toda decisão, ter uma motivação, visando 
aferir-se em concreto a imparcialidade do juiz e a legalidade e justiça das 
decisões, tendo, desta forma, como destinatário, não apenas as partes e o juiz 
competente para julgar o recurso, mas toda a sociedade. 
 
12 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
18: O que se entende pelo princípio da publicidade? 
R.: Esse princípio constitui uma preciosa garantia do indivíduo no tocante ao 
exercício da jurisdição. A presença do público nas audiências e a possibilidade 
do exame dos autos por qualquer pessoa representam o mais seguro 
instrumento de fiscalização popular sobre a obra dos magistrados, promotores 
públicos e advogados. Em última análise, o povo é o juiz dos juízes. E a 
responsabilidade das decisões assume outra dimensão, quando tais decisões 
hão de ser tomadas em audiência pública, na presença do povo (art. 155, 
CPC). 
Existe, todavia, exceções a essa regra geral, como nos casos das ações que 
se processam em segredo de justiça, como nos casos envolvendo menores e 
direito de família. 
19. O que se entende pelo princípio da lealdade processual? 
R.: Sendo o processo, por sua índole, eminentemente dialético, é reprovável 
que as partes se sirvam dele faltando ao dever de verdade, agindo 
deslealmente e empregando artifícios fraudulentos. Desta forma, as partes 
envolvidas no processo (partes, juízes e auxiliares da justiça; advogados e 
membros do Ministério Público), têm que atuar dentro dos preceitos éticos e 
morais, sob pena das sanções legais (art. 14, inciso II, CPC). 
20. O que se entende pelo princípio da economia e da instrumentalidade 
das formas? 
R.: Este princípio preconiza o máximo resultado na atuação do direito com o 
mínimo emprego possível de atividades processuais. Típica aplicação desse 
princípio encontra-se em institutos como a reunião de processos em casos de 
conexidade ou continência (CPC, art. 105), a própria reconvenção, ação 
declaratória incidente, litisconsórcio, etc. 
No processo penal não se anulam atos imperfeitos quando não prejudicarem a 
acusação ou a defesa e quando não influírem na apuração da verdade 
substancial ou na decisão da causa (CPP, arts. 566 e 567). 
 
COMENTÁRIOS DO TERCEIRO QUESTIONÁRIO 
Princípio da ação ou da demanda 
A iniciativa para entrar com uma ação é do autor, somente a parte 
legitima pode entrar com uma ação (partes legitimas estão previstas no 
Código). O Juiz é inerte, não tem legitimidade para propor ação para as 
outras pessoas. 
13 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
Princípio da Disponibilidade e da Indisponibilidade 
A pessoa tem a liberdade de exercer ou não seus direitos. 
Princípio Dispositivo e da Livre Investigação das Provas 
Quem alega tem que provar. O juiz no cível, em regra geral, ele está 
atrás da verdade formal, naquilo que está dentro do processo, tendo 
como exceção a verdade real. No processo penal, o juiz está atrás da 
verdade real. 
Princípio do Impulso Oficial 
O processo visa uma sentença a partir de sua distribuição, o impulso 
que fará o processo andar será exercida pelo Juiz, através de 
despachos de mero expediente, decisões interlocutórias e sentença. 
Princípio da Oralidade 
Esse princípio prevalece até hoje dentro do nosso direito, é lógico que 
hoje, com a modernidade,os atos são transcritos. O local aonde é 
aplicado hoje esse princípio, é na audiência de instrução e julgamento. 
Instruir é provar, as partes devem levar para dentro do processo, cada 
qual, a sua versão dos fatos. 
Princípio da persuasão racional do Juiz 
O Juiz ao decidir deve fundamentar a sua decisão, art. 131 do CPC “ O 
juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias 
constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá 
indicar, na sentença, os motivos que formaram o convencimento. 
Princípio da Motivação Decisões Judiciais 
 O Juiz deve fundamentar a decisão tomada. 
Princípio da Publicidade 
Os atos processuais são públicos, regra geral, a finalidade é fazer com 
que exista uma lisura na pratica desses atos. Art. 155. Os atos 
processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os 
processos: I - em que o exigir o interesse público; Il - que dizem respeito a 
casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em 
divórcio, alimentos e guarda de menores. 
 
14 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
Princípio da Lealdade Processual 
Parte-se do pressuposto que as partes têm que agir dentro das regras, 
da lealdade. 
Princípio da economia e da instrumentalidade das formas 
 Visa chegar a um resultado mais rápido, mais célere 
 
QUARTO QUESTIONÁRIO 
 
21. O que se entende pelo princípio do duplo grau de jurisdição? 
R.: Esse princípio indica a possibilidade de revisão, por via de recurso, das 
causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau (ou primeira instância), que 
corresponde à denominada jurisdição inferior. Garante, assim, um novo 
julgamento, por parte dos órgãos da “jurisdição superior”, ou de segundo grau 
(também denominada de segunda instância). 
22. O que se entende pelas garantias do devido processo legal? 
R.: Entende-se com essa fórmula, o conjunto de garantias constitucionais que, 
de um lado, asseguram às partes o exercício de suas faculdades e poderes 
processuais e, de outro lado, são indispensáveis ao correto exercício da 
jurisdição. Garantias que não servem apenas aos interesses das partes, como 
direitos públicos subjetivos (ou poderes e faculdades processuais) destas, mas 
que configuram, antes de mais nada, a salvaguarda do próprio processo, 
objetivamente considerado, como fator legitimamente do exercício da 
jurisdição. 
Pela primeira vez na Constituição brasileira, o texto de 1988 adota 
expressamente a fórmula do direito anglo-saxão, garantindo que “ninguém será 
privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal” (art. 5º, inc. 
LIV, CF). 
Desta forma, por direito ao processo não se pode entender a simples 
ordenação de atos, através de um procedimento qualquer. O procedimento há 
de realizar-se em contraditório, cercando-se de todas as garantias necessárias 
para que as partes possam sustentar suas razões, produzir provas, influir sobre 
a formação do convencimento do juiz. E mais: para que esse procedimento, 
garantido pelo devido processo legal, legitime o exercício da função 
jurisdicional. 
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Desta forma, o contraditório e a ampla defesa vêm assegurados em todos os 
processos, inclusive administrativos, desde que neles haja litigantes ou 
acusado (art. 5º, inc. LV, CF). 
23. O que se entende por norma material e norma instrumental? 
R.: Segundo o seu objeto imediato, geralmente se distinguem as normas 
jurídicas em normas materiais e instrumentais. 
São normas jurídicas materiais (ou substanciais) as que disciplinam 
imediatamente a cooperação entre pessoas e os conflitos de interesses 
ocorrentes na sociedade, escolhendo qual dos interesses conflitantes, e em 
que medida, deve prevalecer e qual deve ser sacrificado. 
As normas instrumentais apenas de forma indireta contribuem para a resolução 
dos conflitos interindividuais, mediante a disciplina da criação e atuação das 
regras jurídicas gerais ou individuais destinadas a regulá-los diretamente. 
24. No tocante à norma processual, quais as fontes de direito em geral? 
Fale sobre elas. 
R.: Chamam-se fontes formais do direito os meios de produção ou expressão 
da norma jurídica. Tais meios são a lei (em sentido amplo, abrangendo a 
Constituição), os usos-e-costumes e o negócio jurídico. 
Quanto à inclusão da jurisprudência entre as fontes de direito, há muita 
controvérsia. De um lado encontram-se aqueles que, partindo da idéia de que 
os juízes e tribunais apenas devem julgar de acordo com o direito já expresso 
por outras fontes, dele não se podem afastar; de outro lado, os que entendem 
que os próprios juízes e tribunais, através de suas decisões, dão expressão às 
normas jurídicas até então não declaradas por qualquer das outras fontes. 
25. Fale sobre a eficácia da norma processual no espaço. 
R.: O princípio que regula a eficácia espacial das normas de processo é o da 
territorialidade, que impõe sempre a aplicação da lex fori. No tocante às leis 
processuais a aplicação desse princípio justifica-se por uma razão de ordem 
política e por uma de ordem prática. 
Em primeiro lugar, a norma processual tem por objeto precisamente a disciplina 
da atividade jurisdicional que se desenvolve através do processo. Ora, a 
atividade jurisdicional é manifestação do poder soberano do Estado e por isso, 
obviamente, não poderia ser regulada por leis estrangeiras sem inconvenientes 
para a boa convivência internacional. 
Em segundo lugar, observem-se as dificuldades práticas quase insuperáveis 
que surgiriam com a movimentação da máquina judiciária de um Estado 
16 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
soberano mediante atividades regidas por normas e institutos do direito 
estrangeiro. Basta imaginar, por exemplo, o transplante para o Brasil de uma 
ação de indenização proposta de acordo com as leis americanas, com a 
instituição do júri civil. 
A territorialidade da aplicação da lei processual é expressa pelo art. 1º do 
Código de Processo Civil (“a jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é 
exercida pelos juízes em todo o território nacional, conforme as disposições 
que este Código estabelece”) e pelo art. 1º do Código de Processo Penal. 
26. Fale sobre a eficácia da norma processual no tempo. 
R.: Estando as normas processuais limitadas também no tempo como as 
normas jurídicas em geral, são como a seguir as regras que compõem o direito 
processual intertemporal: 
a) as leis processuais brasileiras estão sujeitas às normas relativas à eficácia 
temporal das leis, constantes da Lei de Introdução ao Código Civil. Assim, 
salvo disposição contrária, a lei processual começa a vigoras, em todo o país, 
quarenta e cinco dias depois de publicada se, antes de entrar a lei em vigor, 
ocorrer nova publicação de seu texto, o prazo começará a correr da nova 
publicação (artigo 1º da LICC). 
Desta forma, a lei processual em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados 
o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada (LICC, art. 6º). A 
própria Constituição Federal assegura a estabilidade dessas situações 
consumadas em face da lei nova (art. 5º, inc. XXXVI, CF). 
b) dada a sucessão de leis no tempo, incidindo sobre situações 
(conceitualmente) idênticas, surge o problema de estabelecer qual das leis – se 
a anterior ou a posterior – deve regular uma determinada situação concreta. 
Como o processo se constitui por uma série de atos que se desenvolvem e se 
praticam sucessivamente no tempo (atos processuais, integrantes de uma 
cadeia unitária, que é o procedimento), torna-se particularmente difícil e 
delicada asolução do conflito temporal de leis processuais. 
Desta forma, temos três entendimentos, onde o primeiro deles considera a 
unidade processual, ou seja, apesar de se desdobrar em uma série de atos 
diversos, o processo apresenta tal unidade que somente poderia ser regulado 
por uma única lei, a nova ou a velha, de modo que a velha teria de se impor 
para não ocorrer a retroação da nova, com prejuízos dos atos já praticados até 
a sua vigência; o segundo entendimento é o das fases processuais, para o qual 
distinguir-se-iam fases processuais autônomas (postulatória, ordinatória, 
instrutória, decisória e recursal), cada uma suscetível de ser disciplinada por 
uma lei diferente; finalmente, temos o terceiro entendimento, do isolamento dos 
atos processuais, no qual a lei nova não atinge os atos processuais já 
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praticados, nem seus efeitos, mas se aplica aos atos processuais a praticar, 
sem limitações relativas às chamadas fases processuais. 
27. Fale sobre a interpretação da lei processual quanto aos seus métodos. 
R.: Interpretar a lei consiste em determinar o seu significado e fixar o seu 
alcance. Desta forma, quanto aos seus métodos, existem quatro situações: 
a) Método gramatical ou filológico – Como as leis se expressam por meio de 
palavras, o intérprete deve analisá-las, tanto individualmente como na sua 
sintaxe. 
b) Método lógico-sistemático – De outro lado, os dispositivos legais não têm 
existência isolada, mas inserem-se organicamente em um sistema, que é o 
ordenamento jurídico, em recíproca dependência com as demais regras de 
direito que o integram. Desse modo, para serem entendidos devem ser 
examinados em suas relações com as demais normas que compõem o 
ordenamento e à luz dos princípios gerais que o informam. 
c) Método histórico – Além disso, considerando que o direito é um fenômeno 
histórico-cultural, é claro que a norma jurídica somente se revela por inteiro 
quando colocada a lei na sua perspectiva histórica, com o estudo das 
vicissitudes sociais de que resultou e das aspirações a que correspondeu. 
d) Método comparativo – Nem se pode olvidar que os ordenamentos jurídicos, 
além de enfrentarem problemas idênticos ou análogos, avizinham-se e se 
influenciam mutuamente, partindo-se, portanto, para o método comparativo. 
28. Fale sobre a interpretação da lei processual quanto aos seus 
resultados. 
R.: Conforme o resultado dessa atividade, a interpretação será declarativa, 
extensiva, restritiva ou ab-rogante. 
É declarativa a interpretação que atribui à lei o exato sentido proveniente do 
significado das palavras que a expressam. 
É extensiva a interpretação quando se considera a lei aplicável a casos que 
não estão abrangidos pelo seu teor literal. 
Restritiva é a interpretação que limita o âmbito de aplicação da lei a um círculo 
mais estrito de casos do que o indicado pelas suas palavras. 
Finalmente, diz ab-rogante a interpretação que, diante de uma 
incompatibilidade absoluta e irredutível entre dois preceitos legais ou entre um 
dispositivo de lei e um princípio geral do ordenamento jurídico, conclui pela 
inaplicabilidade da lei interpretada. 
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29. No tocante a interpretação da lei processual, o que se entende por 
integração? 
R.: Integração é a atividade através da qual se preenchem as lacunas 
verificadas na lei, mediante a pesquisa e formulação da regra jurídica 
pertinente à situação concreta não prevista pelo legislados. Nesse sentido, o 
juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade 
da lei, conforme, aliás, preceitua o artigo 126 do CPC. 
O preenchimento das lacunas da lei faz-se através da analogia e dos princípios 
gerais de direito (art. 4º, LICC) 
Consiste analogia em resolver um caso não previsto em lei, mediante a 
utilização de regra jurídica relativa a hipótese semelhante. Fundamenta0se o 
método analógico na idéia de que, num ordenamento jurídico, a coerência leva 
à formulação de regras idênticas onde se verifica a identidade da razão 
jurídica. 
Quando ainda a analogia não permite a solução do problema, deve-se recorrer 
aos princípios gerais do direito, que compreendem não apenas os princípios 
decorrentes do próprio ordenamento jurídico, como ainda aqueles que 
informam e lhe são anteriores e transcendentes. Na utilização dos princípios 
gerais do direito é de ser percorrido o caminho do crescente grau de abstração, 
partindo dos princípios gerais atinentes ao ramo do direito em foco. 
 
COMENTÁRIOS DO QUARTO QUESTIONÁRIO 
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição 
O Juiz pratica três atos no processo: Despacho de mero expediente, 
Decisão Interlocutória e Sentença. Contra o despacho de mero 
expediente, regra geral, não cabe nenhum recurso. Contra a decisão 
interlocutória é cabível o recurso de agravo. Contra a sentença cabe o 
recurso de apelação. Em regra o recurso é feito por órgão superior ou 
órgão colegiado. Desta forma o duplo grau de jurisdição garante a 
possibilidade da revisão de uma decisão/sentença. 
Garantias do Devido Processo Legal 
É uma garantia constitucional que todo cidadão tem, a partir do 
momento que ajuíza uma ação no poder judiciário, uma série de coisas 
garantidas previstas em lei. Tudo deve ser estabelecidos em regras. 
 
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Norma Material e Norma Instrumental 
Norma material é a norma que regula o comportamento das pessoas na 
sociedade, são as leis, os códigos. Norma instrumental que regula o 
comportamento das pessoas no processo. 
Fonte em Geral 
Leis, Usos e Costumes e Negócio Jurídico são fontes do direito 
processual. 
Eficácia da norma processual no espaço 
Estamos falando do território que a norma processual irá valer. 
Eficácia da norma processual no tempo 
Há três caminhos para aplicar a lei processual no tempo: a) Unidade 
Processual; b) Fase Processual; c) Atos Processuais. Para a unidade 
processual o processo é um todo, uma coisa só, indivisível, nenhuma 
outra lei irá entrar durante o processo, irá aplicar apenas as leis que 
eram válidas na vigente da distribuição do processo. Para a fase 
processual o processo é dividido em fases, entretanto a lei só irá valer 
se a mudança decorrente da nova lei for para uma fase posterior, nunca 
para fase em que está presente ou que já passou. Para a fase dos atos 
processuais o processo é dividido em fases e essas fases em atos, 
desta forma a lei irá valer para atos presente e futuros, mas nunca para 
atos passados. 
Interpretação quanto aos Métodos da Lei Processual 
Métodos para interpretação: a) Método gramatical ou filológico – Como 
as leis se expressam por meio das palavras; b) Método lógico-
sistemático – tem uma visão como todo, analisa o sistema inteiro; c) 
Método histórico – A necessidade da sociedade naquele momento; d) 
Método comparativo – Comparar as leis com a finalidade de chegar a 
um resultado diferente. 
Interpretação quanto aos Resultados da Lei Processual 
Há quatro interpretações para chegar ao resultado final: a) forma 
declarativa – Chegar na mesma conclusão do legislador; b) extensivo – 
Chega em um resultado maior do que a do legislador; c) restritiva – o 
resultado final é menor que o legislador disse; d) ab-rogante – a norma 
vai contra os princípios, a norma deve ser retirada do ordenamento 
jurídico. 
 
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Integração da interpretação da Lei Processual 
Acabar com as lacunas existentes no ordenamento jurídico,aplicando a 
analogia, costumes e princípios gerais do Direito. 
 
QUINTO QUESTIONÁRIO 
 
30. Qual o conceito de jurisdição? 
R.: É uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos 
titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação 
do conflito que os envolve, com justiça. Essa pacificação é feita mediante a 
atuação da vontade do direito objetivo que rege o caso apresentado em 
concreto para ser solucionado; e o Estado desempenha essa função sempre 
mediante o processo, seja expressando imperativamente o preceito (através de 
uma sentença de mérito), seja realizando no mundo das coisas o que o 
preceito estabelece (através da execução forçada). 
A jurisdição é, portanto, ao mesmo tempo, poder, função e atividade. Como 
poder, é manifestação do poder estatal, conceituado como capacidade de 
decidir imperativamente e impor decisões. Como função, expressa o encargo 
que têm os órgãos estatais de promover a pacificação de conflitos 
interindividuais, mediante a realização do direito justo e através do processo. E 
como atividade ela é o complexo de atos do juiz no processo, exercendo o 
poder e cumprindo a função que a lei lhe comete. O poder, a função e a 
atividade somente transparecem legitimamente através do processo 
devidamente estruturado (devido processo legal). 
31. O que se entende pelo caráter substitutivo da jurisdição? 
R.: Exercendo a jurisdição, o Estado substitui, com uma atividade sua, as 
atividades daqueles que estão envolvidos no conflito trazido à apreciação. Não 
cumpre a nenhuma das partes interessadas dizer definitivamente se a razão 
está com ela própria ou com a outra; nem pode, senão excepcionalmente, 
quem tem uma pretensão invadir a esfera jurídica alheia para satisfazer-se. A 
única atividade admitida pela lei quando surge o conflito é a do Estado que 
substitui a das partes. 
Essa proposição, que no processo civil encontra algumas exceções (casos 
raros de autotutela, casos de auto composição), é de validade absoluta no 
penal: nunca pode o direito de punir ser exercido independentemente do 
processo e não pode o acusado submeter-se voluntariamente à aplicação da 
pena, exceção feita à conciliação em matéria penal, pelo Juizado Especial. 
21 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
32. Dentre as características da jurisdição, temos a lide, a inércia e a 
definitividade. Fale sobre elas. 
R.: A existência da lide é uma característica constante na atividade 
jurisdicional, quando se trata de pretensões insatisfeitas que poderiam ter sido 
satisfeitas pelo obrigado. Afinal, é a existência do conflito de interesses que 
leva o interessado a dirigir-se ao juiz e a pedir-lhe uma solução; e é 
precisamente a contraposição dos interesses em conflito que exige a 
substituição dos sujeitos em conflito pelo Estado. 
No tocante à inércia, temos que o exercício espontâneo da atividade 
jurisdicional acabaria sendo contraproducente, pois a finalidade que informa 
toda a atividade jurídica do Estado é a pacificação social e isso viria em muitos 
casos a fomentar conflitos e discórdias, lançando desavenças onde elas não 
existiam antes. Desta forma, é melhor deixar que o Estado só intervenha, 
mediante o exercício da jurisdição, quando provocado pelas partes envolvidas, 
conforme, aliás, preceituam os artigos 2º do CPC e 24 do CPP. 
Temos, todavia, raros casos e específicos, em que a própria lei institui certas 
exceções à regra da inércia dos órgãos jurisdicionais, como, por exemplo, o 
contido no art. 878, da CLT, art. 654, § 2º, do CPP, e artigo 989 do CPC. 
Finalmente, no tocante à definitividade, temos que somente os atos 
jurisdicionais são suscetíveis de se tornar imutáveis, não podendo ser revistos 
ou modificados, conforme, aliás, previsão contida no art. 5º, inc. XXXVI, da CF. 
33. Dentre os princípios inerentes à jurisdição, fale sobre a investidura. 
R.: O princípio da investidura corresponde à ideia de que a jurisdição só será 
exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade de juiz. A 
jurisdição é um monopólio do Estado e este, que é uma pessoa jurídica, 
precisa exercê-la através de pessoas físicas que sejam seus órgãos ou 
agentes: essas pessoas físicas são os juízes. É claro, pois, que, sem ter sido 
regularmente investida, não será uma pessoa a encarnação do Estado no 
exercício de uma de suas funções primordiais. 
34. Dentre os princípios inerentes à jurisdição, fale sobre a aderência ao 
território. 
R.: No princípio da aderência ao território manifesta-se, em primeiro lugar, a 
limitação da própria soberania nacional ao território do país: assim como os 
órgãos do Poder Executivo ou do Legislativo, também os magistrados só têm 
autoridade nos limites territoriais do Estado. Além disso, como os juízes são 
muitos no mesmo país, distribuídos em comarcas (Justiças Estaduais) ou 
seções judiciárias (Justiça Federal), também se infere daí que cada juiz só 
exerce a sua autoridade nos limites do território sujeito por lei à sua jurisdição. 
22 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
O princípio de que tratamos é, pois, aquele que estabelece limitações 
territoriais à autoridade dos juízes. 
35. Dentre os princípios inerentes à jurisdição, fale sobre a 
indelegabilidade. 
R.: O princípio da indelegabilidade é, em primeiro lugar, expresso através do 
princípio constitucional segundo o qual é vedado a qualquer dos Poderes 
delegar atribuições. A Constituição fixa o conteúdo das atribuições do Poder 
Judiciário e não pode a lei, nem pode muito menos alguma deliberação dos 
próprios membros deste, alterar a distribuição feita naquele nível jurídico-
positivo superior. Além disso, no âmbito do próprio Poder Judiciário não pode 
juiz algum, segundo seu próprio critério e talvez atendendo à sua própria 
conveniência, delegar funções a outro órgão. É que cada magistrado, 
exercendo função jurisdicional, não o faz em nome próprio e muito menos por 
um direito próprio: ele é, aí, um agente do Estado (age em nome deste). O 
Estado o investiu, mediante determinado critério de escolha, para exercer uma 
função pública que o Estado lhe cometeu, segundo seu próprio critério de 
divisão de trabalho, a função jurisdicional referente a determinadas causas. E 
agora não irá o juiz, invertendo os critérios da Constituição e da lei, transferir a 
outro a competência para conhecer dos processos que elas lhe atribuíram. 
36. Dentre os princípios inerentes à jurisdição, fale sobre a 
inevitabilidade. 
R.: O princípio da inevitabilidade significa que a autoridade dos órgãos 
jurisdicionais, sendo uma emanação do próprio poder estatal soberano, impõe-
se por si mesma, independentemente da vontade das partes ou de eventual 
pacto para aceitarem os resultados do processo; a situação de ambas as 
partes perante o Estado-juiz (e particularmente a do réu) é de sujeição, que 
independe de sua vontade e consiste na impossibilidade de evitar que sobre 
elas e sobre sua esfera de direitos se exerça a autoridade estatal. 
37. Dentre os princípios inerentes à jurisdição, fale sobre a 
inafastabilidade. 
R.: O princípio da inafastabilidade (ou princípio do controle jurisdicional), 
expresso na Constituição (art. 5º, inc. XXXV), garante a todos o acesso ao 
Poder Judiciário, o qual não pode deixar de atender a quem venha a juízo 
deduzir uma pretensão fundada no direito e pedir solução para ela. Não pode a 
lei “excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça a 
direito”, nem pode o juiz, a pretexto de lacuna ou obscuridade da lei, escusar-
se de proferir decisão (CPC, art. 126). 
 
23 | P á g i n aT E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
38. Dentre os princípios inerentes à jurisdição, fale sobre o juiz natural. 
R.: O princípio do juiz natural assegura que ninguém pode ser privado do 
julgamento por juiz independente e imparcial, indicado pelas normas 
constitucionais e legais. A Constituição proíbe os chamados tribunais de 
exceção, instituídos para o julgamento de determinadas pessoas ou de crimes 
de determinada natureza, sem previsão constitucional (art. 5º, inc. XXXVII, CF). 
Não se pode confundir, todavia, tribunais de exceção com justiças especiais, 
como a Militar, a Eleitoral e a Trabalhista, as quais são instituídas pela 
Constituição. 
39. Quais são os poderes inerentes à jurisdição? Fale sobre eles. 
R.: O juiz dispõe, no exercício de suas funções, do poder jurisdicional e do 
poder de polícia; este último lhe é conferido, em última análise, para que possa 
exercer com autoridade e eficiência o primeiro (por exemplo, tem o juiz o poder 
de “polícia das audiências”, que o autoriza a manter a ordem e o ambiente de 
respeito (CPP, art. 794 e art. 445, CPC). 
 
COMENTÁRIOS DO QUINTO QUESTIONÁRIO 
Jurisdição 
Decide a questão aplicando a Lei, não pode fugir da aplicação da Lei e 
julgar aquilo que ele acha. Entretanto o Juiz pode ter a sua própria 
interpretação da Lei. 
Características da jurisdição 
Lide, inércia e definitividade. Regra geral quando se procura o Poder 
Judiciário é porque existe uma lide, um conflito, uma pretensão resistida. 
A inércia é em relação ao Juiz, pois ele não pode entrar com uma ação 
para as outras pessoas, a iniciativa deve ser das partes. A partir de a 
decisão transitar em julgado as partes devem aceitar a decisão, pode 
exercer o direito do segundo grau de jurisdição, entretanto deve ser 
acatada a sentença. 
Art. 2º do CPC: Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão 
quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. 
Algumas exceções são: 
Art. 989 CPC. O juiz determinará, de ofício, que se inicie o inventário, se 
nenhuma das pessoas mencionadas nos artigos antecedentes o 
requerer no prazo legal. 
24 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
§2 do art. 654 do CPP. Os juízes e os tribunais têm competência para 
expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo 
verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação 
ilegal. 
Art. 878 da CLT - A execução poderá ser promovida por qualquer 
interessado, ou ex oficio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal 
competente, nos termos do artigo anterior. 
Coisa julgada que não cabe mais recurso quer dizer que transitou em 
julgado (decorreu o prazo para recurso), então está decisão fez coisa 
julgada, art. 5, XXXVI da CF, isto é a imperatividade, o poder, regra geral 
esta decisão se torna imutável. 
Coisa julgada material, diz respeito ao mérito, aquilo que levou a 
pretensão resistida 
Coisa julgada formal, resolve o mérito porem pode discutir novamente, 
ex: revisional de alimentos, guarda 
Investidura 
Investidura é a transferência do Poder do Estado para as pessoas que 
irão ocupar os cargos Legislativo, Judiciário e Executivo. O Estado 
“investe” na pessoa. 
Princípio da Aderência no Território 
Temos que pensar de duas formas, macro e micro. Macro é o território 
nacional, todo o Brasil, irá investir para atuar em todo o território 
nacional. Entretanto deve ser dividida a Justiça, foram criadas Justiças 
especializadas (micros), ex: Justiça do Trabalho, Militar, Eleitoral, 
Comum. 
Princípio da Indelegabilidade 
 O Poder investido pelo Estado não pode ser transferido para outra 
pessoa 
Princípio da Inevitabilidade 
 Tem a ver com a forma que tem o Poder Estatal 
Princípio da Inafastabilidade 
Nada pode impedir de ir até o Poder Judiciário e também na ausência de 
Lei o Poder Judiciário não pode deixar de aplicar a justiça, deve procurar 
a integração (costumes, princípios gerais, equidade e analogia). 
25 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
Poderes Inerentes a Jurisdição 
Além do poder de Decidir que o Juiz tem, ele tem o Poder de Polícia, de 
colocar as coisas em ordem, de mandar na sala de audiência. O Juiz 
pode dar voz de prisão, entretanto o advogado também pode, porem 
apenas em flagrante delito. 
 
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA UMA AÇÃO 
 
 
CONDIÇÕES DA AÇÃO 
As condições da ação são no direito processual, os requisitos necessários que 
desde o momento inicial são exigidos que uma Ação possua para que 
o judiciário possa proferir uma decisão de mérito 
Há três teorias tradicionais que explicam as condições da ação: 
a) teoria concretista 
b) teoria abstrativista 
c) teoria eclética ou mista 
Concretista, o direito de ação se fundamenta no direito material. Em outras 
palavras, os precursores desta teoria confundiam procedência do pedido com 
condições da ação. O direito de ação era considerado como o direito a um 
julgamento favorável. 
Abstrativista, por sua vez, preconiza que o direito de ação existe 
independente do direito material. Para ela, o direito de ação é o direito a um 
provimento judicial, qualquer decisão. 
Eclética, o direito de ação é o direito a um julgamento de mérito (favorável ou 
desfavorável); entende esta corrente que as condições da ação são condições 
para o exame do mérito. 
Daí a razão de uma outra teoria ter sido desenvolvida no Brasil, a teoria da 
asserção. Para a teoria da asserção, as condições da ação devem ser 
analisadas com base apenas nas afirmações das partes; para esta teoria, não 
há que se falar em produção de provas para análise das condições da ação. 
Desta forma, se com o que foi alegado pelo autor, as condições estiverem 
presentes, posterior análise sobre sua veracidade será considerada decisão de 
mérito. 
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São 3 as condições da ação: 
 Possibilidade jurídica do pedido; 
 Interesse de agir; 
 Legitimidade das partes. 
A falta de qualquer uma dessas condições importará no final do processo em 
que o juiz emite uma sentença em que não será analisado o mérito, declarando 
o autor carente de ação. 
A possibilidade jurídica do pedido é a aptidão de um pedido, em tese, ser 
acolhido. Se, em tese, o pedido é possível, está preenchida esta primeira 
condição da ação. 
O interesse de agir é verificado pela reunião de duas premissas: a utilidade e 
a necessidade do processo. A utilidade está em se demonstrar que o processo 
pode propiciar benefícios; a necessidade do processo se constata quando o 
proveito de que se precisa só é possível alcançar por meio do Judiciário. 
Com relação à legitimidade “ad causam” (ou legitimidade para agir), ela pode 
ser conceituada como o poder jurídico de conduzir validamente um processo 
em que se discute um determinado conflito. A legitimidade pode ser exclusiva 
(atribuída a um único sujeito), concorrente (atribuída a mais de um sujeito), 
ordinária (o legitimado discute direito próprio) e extraordinária (o legitimado, em 
nome próprio, discute direito alheio). 
ELEMENTOS DA AÇÃO 
Cada ação proposta, considerada em particular, tem certos elementos próprios 
que a identificam, servindo para isolá-la e distingui-la das demais. 
São elementos da ação: 
1 – Partes – sujeitos da lide; 
2 – Causas de pedir, as razões que suscitam a pretensão e a providência, 
sendo que poderá ser próxima ou remota, devendo o advogado expor os 
Fatos e Fundamentos; 
3 – Pedido, a providência jurisdicional solicitada quanto a um bem. 
 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
Os pressupostosprocessuais são de existência ou de validade. São os 
documentos mínimos que o processo deve ter. 
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Os pressupostos de existência subdividem-se em subjetivos e em objetivos. 
Os primeiros são compostos de: um órgão jurisdicional e da capacidade de ser 
parte (aptidão de ser sujeito processual). O pressuposto processual de 
existência objetivo é a própria demanda (ato que instaura um processo, ato de 
provocação). 
Presentes os pressupostos processuais de existência, passa-se à análise 
dos pressupostos processuais de validade, que também se subdividem em 
subjetivos e objetivos. 
Os pressupostos processuais de validade subjetivos dizem respeito ao juiz (sua 
competência e imparcialidade) e às partes (que devem ter capacidade 
processual e capacidade postulatória). Já os pressupostos processuais de 
validade objetivos podem ser intrínsecos ou extrínsecos. Os intrínsecos são os 
pressupostos que devem ser vistos dentro do processo, como o adequado 
desenrolar dos atos processuais. Os extrínsecos, também chamados de 
negativos, são pressupostos que não devem estar presentes. Em outras 
palavras, para que o processo seja válido, não podem existir, como a coisa 
julgada, por exemplo. 
Diante da superficial análise das condições da ação e dos pressupostos 
processuais, nota-se que são todos requisitos de admissibilidade para o 
conhecimento de um conflito perante o Poder Judiciário, através do qual será 
possível que se forneça ou não aos litigantes o bem da vida que se busca. 
 Objetivos – São aqueles que dizem respeito ao processo 
 Subjetivos – São aqueles que dizem respeito às partes 
 Genéricos – São aqueles que dizem respeito a todos os processos 
 Específicos – São aqueles que dizem respeito a critérios 
específicos 
Código de Processo Civil 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do processo; 
VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a 
possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; 
 
28 | P á g i n a T E O R I A G E R A L D O P R O C E S S O 
 
 
TIPOS DE AÇÕES E PROCEDIMENTOS 
 
AÇÕES CÍVEIS 
 Conhecimento/Cognição – Busca uma pretensão, sendo que o Poder 
Judiciário irá dizer se a pessoa terá ou não o direito, ex. Conhecimento 
de Dissolução e União Estável, conhecimento de paternidade, ação de 
alimentos, divórcio, inventário, etc. 
 Execução – Diferente da ação de conhecimento, a ação de execução já 
está na fase de executar e exigir o direito adquirido na ação de 
conhecimento, visa cumprir a obrigação, ex. Execução de obrigação de 
fazer, de não fazer, dar coisa certa, dar coisa incerta, de alimentos, etc. 
 Cautelar – Quando a ação de conhecimento ou a ação de execução 
estiver em “perigo” entra com a ação cautelar para garantir a proteção 
PROCEDIMENTOS CÍVEIS 
Procedimento é o caminho em que a ação segue, através de determinados 
ritos. 
 Comum 
o Ordinário – Procedimento mais lento 
o Sumário – Tem menos fases e menos atos, através de audiência 
de conciliação 
 Especial – É diferente, pois tem liminar, prazo pra contestação é 
diferente, etc. 
 Sumaríssimo – Aplicado no JEC 
 
AÇÕES TRABALHISTAS 
 Conhecimento/Cognição 
 Execução 
 Cautelar 
 
PROCEDIMENTOS TRABALHISTAS 
 Sumário – Até 2 salários mínimos 
 Sumaríssimo – Até 40 salário mínimos 
 Ordinário – Mais de 40 salários mínimos 
 Especiais – Quando for ação cautelar é usado o procedimento especial 
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AÇÕES PENAIS 
 Pública Incondicionada – Não tem uma condição, não há como desistir 
da ação 
 Pública Condicionada – Tem uma condição, necessita da 
manifestação da vítima através do MP, sendo que poderá desistir da 
ação 
 Privada – O MP não tem uma relação com a ação penal, a vítima 
contrato um advogado particular 
 Subsidiária da Pública – O Advogado particular assume a titularidade 
do MP em caso do MP ficar inerte 
 
PROCEDIMENTOS OU RITOS PENAIS 
 Ordinário – Pena de Reclusão 
 Sumário – Pena de Detenção 
 Sumaríssimo - JECRIM 
 Especial – Tóxicos, Júri, Falência, etc.

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