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Resumo sobre Falência - Direito Empresarial

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RESUMO DE EMPRESARIAL
1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES: FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL:
1.1. RECUPERAÇÃO JUDICIAL:
É a oportunidade de recuperação de uma empresa insolvente. O conceito de
recuperação judicial de acordo com "Sergio Campinho" é o somatório de providências de
ordem econômico/financeiras e econômico/produtivas, organizacionais e jurídicas por meio
das quais a capacidade produtivas de uma empresa possa, da melhor forma, ser
reestruturada, permitida a manutenção de fontes produtoras do emprego e a composição
dos interesses dos credores.
A finalidade da RJ encontra-se no art. 47 da LRF:permitir a recuperação dos
empresários individuais e sociedades empresárias em crise, em reconhecimento à função
social da empresa em homenagem ao princípio da preservação da empresa.
A RJ só deve ser facultada aos devedores que realmente se mostrarem em condições
de se recuperar, ou seja, antes da crise do empresário chegar em uma situação irreversível,
no geral, antes do pedido de falência. 
OBS: é possível o pedido de RJ após o pedido de falência, se feito dentro do prazo de
contestação ao requerimento de falência (arts. 95 e 96, II da LRF).
1.1.1. REQUISITOS:
Estão delineados no art. 48 da LRF:
Caput - o devedor deve estar exercendo regularmente suas atividades há mais de
dois anos no momento do pedido:
OBS: É feita por meio de juntada de certidão da Junta Comercial competente que
ateste o exercício regular da atividade empresária por tempo superior ao exigido na lei
falimentar.
I - Não ser falido, mas se já o foi, que estejam declaradas extintas as devidas
responsabilidades por sentença transitada e julgada;
II - Não ter obtido concessão de RJ há menos de 5 anos;
III - Não ter obtido concessão de RJ com base no plano especial da seção V do
mesmo capítulo (Plano de Recuperação Judicial Para Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte), há menos de oito anos;
IV - Não ter sido condenado por crime falimentar ou não ter como administrador ou
sócio que já foi;
1.2. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL:
Surge no art. 161 da LRF:
“o devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta lei poderá propor e negociar
com credores plano de recuperação extrajudicial.”
Verifica-se que para fazer jus a este instituto o devedor em crise deverá preencher os
mesmo requisitos exigíveis para a RJ, permitindo a ele apresentar plano de recuperação
aos seus credores e posteriormente submeter à homologação judicial.
É importante frisar que o art. 161 não impede a mera negociação devedor/credor,
portanto, se o devedor deseja negociar uma saída para sua crise sem nenhuma intervenção
judiciária, não será necessário o preenchimento destes requisitos.
1.3. FALÊNCIA:
É a inviabilidade de empresa, arrecadação dos bens de uma empresa, a fim de ser
liquidado para, posteriormente, pagar os credores. A falência encerra uma empresa. O
conceito seria a medida juridicamente razoável para resolver a situação jurídica do devedor
insolvente
1.4. LEGITIMIDADE PASSIVA:
Por legitimidade passiva, entende-se que seja aquele a quem vai recair a ação,
aqueles que sofrerá os efeitos do processo. As normas da LRF só se aplicam àqueles que
exercem atividade empresária, não se referindo a devedores civis. Portanto, somente
empresários (individuais e sociedades empresárias) podem requerer a RJ.
1.5. LEGITIMIDADE ATIVA:
➔ Nas ações de falência, os legitimados ativos estão elencados no artigo 97. Assim,
são legitimados ativos para o pedido de falência:
I - O próprio devedor: é o que se chama de autofalência. O pedido de
autofalência, apesar de estar previsto em lei é hipótese raríssima na prática. Veja-se
que a lei impõe ao devedor o dever de requerer sua própria falência, determinando
em seu artigo 105 que o devedor em crise econômico-financeira que julgue não
atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao
juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da
atividade empresarial. Porém, não obstante a lei imponha ao devedor este dever,
não prevê nenhuma sanção para a hipótese de descumprimento, o que desestimula
ao devedor a seguir o comando legal.
II - O cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o
inventariante: esta regra é aplicável apenas ao empresário individual, não sendo
possível à sociedade empresária. Se o empresário individual falecer, seus
sucessores podem ter interess em dar continuidade à sua atividade ou não. Caso
não tenham interesse, em princípio cabe ea eles promover o encerramento normal
das atividades, com a devida baixa na Junta Comercial. Mas, caso se note que o
empresário individual faleceu em estado de insolvência, caberá e eles, nesse caso,
pedir a sua falência, com base no dispositivo legal em comento.
III - O cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato
constitutivo da sociedade: nas sociedades empresárias, pode o acionista pedir a
falência da empresa. Essa prática é pouco utilizada nos dias atuais sendo que, caso
os outros acionistas não concordem com o pedido, retirarão o sócio dissidente e
continuarão com a empresa.
IV - Qualquer credor: é o que acontece com a ampla maioria dos casos. A
ação falimentar pode ser ajuizada por qualquer um de seus credores. Nem sempre o
credor, com o ajuizamento da ação, pretende a quebra definitiva da empresa
devedora e sim pressionar para que esta pague o que deve. Com relação ao credor
ser empresário, deve-se atentar as seguintes ressalvas legais:
- Artigo 97, §1º: o credor empresário apresentará certidão do Registro Público de
Empresas que comprove a regularidade de suas atividades.
- Artigo 97, §2º: O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução
relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
Esta indenização é devida em alguns casos de denegação de falência.
➔ Na recuperação judicial (art. 48/LRF): somente os empresários (empresários
individuais e sociedades empresárias) podem requerer recuperação judicial, sendo
estes os mesmo legitimados da falência. Assim, os legitimados são:
- O próprio autor.
- Cônjuge, herdeiro ou inventariante;
- Cotista ou acionista;
- Qualquer credo.
1.6. A QUEM NÃO SE APLICA A LEI 11.101/05
O art. 2º delimita a quem NÃO se aplica a lei:
I - empresa pública e sociedade de economia mista;
II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade
de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde,
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidade legalmente
equiparadas às anteriores;
Uma vez que possuem leis próprias para tal. Instituição financeira pública ou privada,
cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade
operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores: pelo mesmo motivo.
Porém, aplica-se a Lei 11101/05 de forma subsidiária, no que couber.
1.7. FORO COMPETENTE:
De acordo com o art. 3º o foro serpa no principal estabelecimento do devedor, o qual
não corresponde exatamente à sede administrativa da empresa, mas ao local onde se
concentra o maior volume de negócios dela.
2. DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À
FALÊNCIA:
Encontram-se no Capítulo II da LRF:
2.1. TÍTULOS NÃO EXIGÍVEIS:
“Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:
I - as obrigações a título gratuito;
II - as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou
na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.”
A inadmissão dasobrigações gratuitas tem o sentido de economizar os poucos
recursos disponíveis para o atendimento dos credores que titulam crédito derivado de
negócio oneroso ou de natureza pública.
Por seu turno, a inadmissão das despesas para fazer parte do processo de falência ou
de recuperação judicial representa uma exceção à regra geral da distribuição dos ônus da
sucumbência.
2.2. SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO:
É encontrada no art. 6º primeira parte que determina que a decretação de falência ou
deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição. 
É suspensão, não interrupção de prazo, de modo que, cessada a eficácia suspensiva,
o prazo recomeça a fluir do momento em que foi suspenso. No caso da falência, a
suspensão da prescrição se encerra no trânsito em julgado da sentença de encerramento; já
na recuperação judicial, após transcorrido o prazo de suspensão de 180 dias previsto no §4º
deste artigo, a prescrição retoma seu curso.
2.3. SUSPENSÃO DAS AÇÕES E EXECUÇÕES:
Também suspende o curso de todas as ações e execuções. A ideia é a de que todos
os credores participem do processo de recuperação judicial e falência. No entanto, há
exceções, podendo algumas ações prosseguir normalmente, são elas:
- Ações na qual se demanda quantia líquida (§ 1º);
- Reclamações trabalhistas (§ 2º);
- Ações fiscais (§ 7º);
- Relativas a créditos executados;
A suspensão das execuções, na maioria das vezes, será definitiva, o que corresponde
à extinção do processo. As execuções individuais apenas retornarão seu curso regular caso
a decretação da falência seja reformada no julgamento de recurso. Sendo única exceção à
regra são as execuções fiscais. Além dela, há duas situações na qual o juiz poderá
considerar exceção:
- Execução individual com hasta já designada;
- Execução individual com hasta já realizada;
Portanto, estas poderão continuar tramitando simultaneamente à falência. 
2.4. SUSPENSÃO DAS EXECUÇÕES NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL:
Os motivos para haver suspensão das execuções individuais na RJ resumem-se em
possibilitar ao empresário ou sociedade empresária o fôlego necessário para atingir o
objetivo pretendido na reorganização da empresa, pois se as execuções continuassem, o
devedor poderia não conseguir atingir seus objetivos e recuperação judicial.
Por isso, a lei fixa prazo de 180 dias (§ 4º, art. 6º/LRF) para a suspensão. Se, durante
o prazo, alcançar um plano de RJ, abrem-se duas alternativas: o crédito em execução
individual tem suas condições de exigibilidade alteradas ou mantidas. Nesse último caso a
execução individual prossegue.
2.5. CRISES DA EMPRESA:
Para ensejar recuperação ou falência. Existem os seguintes tipos de crise empresarial
que ensejam recuperação ou falência, são os seguintes:
- Patrimonial: é a espécie de crise empresarial mais comum. Ocorre quando o
passivo da empresa supera o ativo. Ou seja, quando as dívidas são maiores do que
os meios de pagá-las.
- Econômica: é a retração nos negócio. Ocorre quando uma empresa atua em um
setor que caiu em desuso ou que não se modernizou a tempo. O melhor exemplo de
crise empresarial econômica é o da Kodak, que não quis investir em uma
modernização das máquinas fotográficas a filme, o que causou um sério abalo em
sua econômica.
- Financeira: a crise financeira é parecida com a patrimonial. É a falta de liquidez,
falta de bens realizáveis para saldar o passivo em um determinado momento.
3. EFEITOS DA FALÊNCIA:
3.1. EM RELAÇÃO À PESSOA DO DEVEDOR:
- Dissolução da sociedade;
- Falência dos sócios de responsabilidade ilimitada (art. 81/LRF);
- Apuração de eventual responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade
limitada, ação prescreve 2 anos (art. 82, § 1º/LRF);
- Inabilitação empresarial (art. 102/LRF);
- Perda do direito de administração dos seus bens e da disponibilidade sobre eles,
onde ocorre a formação da massa falida objetiva (art. 103/LRF);
- Não pode ausentar-se do lugar da falência sem autorização do juiz;
- Suspensão do direito ao sigilo à correspondência e ao livre exercício da profissão;
- Dever de colaboração com a administração da falência (art. 104/LRF);
3.2. EM RELAÇÃO AOS BENS DO DEVEDOR:
- Formação da massa falida objetiva (arrecadação de todos os bens do devedor,
exceto os absolutamente impenhoráveis);
3.3. EM RELAÇÃO ÀS OBRIGAÇÕES DO DEVEDOR (art. 115/LRF):
- Suspensão do exercício do direito de retenção (sobre os bens sujeitos à
arrecadação), de retirada ou recebimento do valor de quotas ou ação por parte dos sócios
da sociedade falida (art. 116, I/LRF);
- Vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e
solidariamente responsáveis, com abatimento proporcional dos juros e conversão de todos
os créditos em moeda estrangeira e moeda do País (art. 77/LRF);
- Limitação à compensação de dívidas do devedor até o dia da decretação da
falência;
- Inexigibilidade de juros vencidos, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado
não bastar para o pagamento dos credores subordinados (art. 124/LRF);
- Continuidade dos contratos que puderem ser compridos e que possam reduzir ou
evitar o aumento do passivo (art. 117/LRF);
3.4. EM RELAÇÃO AOS CREDORES DO FALIDO:
- Formação da massa falida subjetiva (procedimento de verificação e habilitação dos
créditos);
3.5. EM RELAÇÃO AOS ATOS DO FALIDO:
- Fixação do termo legal da falência (ineficácia dos atos);
4. EFEITOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL:
- Implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os 
credores a ele sujeitos (art. 59/LRF);
- A decisão que concede a RJ é recorrível e contra ela cabe agravo de instrumento 
(art. 59, § 2º);
- A princípio, o devedor não perde a administração da empresa. Isso só se dará se 
ocorrer alguma das situações previstas no art. 64, incisos/LRF;
5. HABILITAÇÃO E VERIFICAÇÃO DE CRÉDITOS:
5.1. VERIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS 
A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos
livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe
forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou
empresas especializadas.
5.2. HABILITAÇÃO DOS CRÉDITOS E EDITAL
Publicado o edital após a determinação pelo juiz, os credores terão o prazo de 15
(quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas
divergências quanto aos créditos relacionados.
O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos que foram
apresentados pelos credores, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo
de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo de 15 (quinze) dias para
apresentação pelos credores de suas habilitações, ou suas divergências quanto aos
créditos relacionados.
No edital deverão constar o local, o horário e o prazo comum em que qualquer credor,
o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público terão acesso aos documentos que
fundamentaram a elaboração dessa relação.
5.3 IMPUGNAÇÃO À RELAÇÃO DE CREDORES 
No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação dos credores habilitados,
o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem
apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de
qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de
crédito relacionado. 
A impugnação que for autuada em separado será processada nos seguintes termos: 
a) A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída com os
documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias. 
b) Caso não hajaimpugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de credores, a
relação dos credores constante do edital do administrador judicial, dispensada a publicação
de que trata o art. 18 da Lei 11.101/2005. 
c) Cada impugnação será autuada em separado, com os documentos a ela relativos,
mas terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito. 
Transcorridos o prazo de 5 (cinco) dias, os autos de impugnação serão conclusos ao
juiz, que: 
i) determinará a inclusão no quadro-geral de credores das habilitações de créditos
não impugnadas, no valor constante da relação de credores; 
ii) julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas alegações
e provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor e a
classificação; 
iii) fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos controvertidos e
decidirá as questões processuais pendentes; 
iv) determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e
julgamento, se necessário. 
O juiz determinará, para fins de rateio, a reserva de valor para satisfação do crédito
impugnado. 
5.3.1. CONTESTAÇÃO À IMPUGNAÇÃO:
Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a
impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando
outras provas que reputem necessárias. 
5.3.2. RÉPLICA PELO DEVEDOR À CONTESTAÇÃO DO CREDOR:
Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, o devedor e o Comitê, se houver, serão
intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias. 
5.3.3. INTIMAÇÃO PARA PARECER DO ADMINISTRADOR 
JUDICIAL:
Findo o prazo, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no
prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo
profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos
livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da
relação de credores, objeto da impugnação. 
5.3.4. COMPETÊNCIA PARA APRESENTAÇÃO DA IMPUGNAÇÃO:
A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída com os documentos
que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias. 
Cada impugnação será autuada em separado, com os documentos a ela relativos,
mas terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito. 
Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de credores, a
relação dos credores constante do edital. 
Após a manifestação do credor e devedor em relação a impugnação os autos serão
conclusos ao juiz que: 
a) determinará a inclusão no quadro-geral de credores das habilitações de créditos
não impugnadas, no valor constante da relação de credores; 
b) julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas
alegações e provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor e a
classificação; 
c) fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos controvertidos e
decidirá as questões processuais pendentes; 
d) determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e
julgamento, se necessário. 
O juiz determinará, para fins de rateio, a reserva de valor para satisfação do crédito
impugnado. 
Sendo parcial, a impugnação não impedirá o pagamento da parte incontroversa. 
5.4. DECISÃO JUDICIAL – INTERPOSIÇÃO:
Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo. 
Recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito suspensivo à decisão que
reconhece o crédito ou determinar a inscrição ou modificação do seu valor ou classificação
no quadro-geral de credores, para fins de exercício de direito de voto em assembleia geral. 
5.5. REQUISITOS PARA HABILITAÇÃO DO CRÉDITO 
A habilitação de crédito realizada pelo credor deverá conter: 
a) o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de
qualquer ato do processo; 
b) o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de
recuperação judicial, sua origem e classificação; 
c) os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem
produzidas; 
d) a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo
instrumento; 
e) a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor. 
Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou
por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo. 
5.6. CRÉDITOS RETARDATÁRIOS 
Não observado o prazo de 15(quinze) dias, as habilitações de crédito serão recebidas
como retardatárias. 
Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares
de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da
assembleia geral de credores. 
No processo de falência os titulares de créditos retardatários não terão direito a voto
nas deliberações da assembleia geral de credores, salvo se, na data da realização da
assembleia geral, já houver sido homologado o quadro-geral de credores contendo o crédito
retardatário. 
Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente
realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios
compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. 
No caso de créditos retardatários na falência, o credor poderá requerer a reserva de
valor para satisfação de seu crédito. 
As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do
quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e processadas na forma dos
arts. 13 a 15 da Lei 11.101/2005. 
Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu
crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de
Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do
quadro-geral para inclusão do respectivo crédito. 
5.7. RESPONSABILIDADE DO ADMINISTRADOR JUDICIAL 
O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro-geral de
credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores e nas decisões
proferidas nas impugnações oferecidas. 
5.8. HOMOLOGAÇÃO DO QUADRO GERAL DE CREDORES 
O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo administrador judicial, mencionará a
importância e a classificação de cada crédito na data do requerimento da recuperação
judicial ou da decretação da falência, será juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no
prazo de 5 (cinco) dias, contado da data da sentença que houver julgado as impugnações. 
O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério
Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no
que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a
exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta
de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na
época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores. 
A ação será proposta exclusivamente perante o juízo da recuperação judicial ou da
falência ou, no caso das ações ação que demandar quantia ilíquida bem como nas ações
trabalhista e nas impugnações, perante o juízo que tenha originariamente reconhecido o
crédito. 
Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao titular do crédito por ela
atingido somente poderá ser realizado mediante a prestação de caução no mesmo valor do
crédito questionado. 
As habilitações dos credores particulares do sócio ilimitadamente responsávelprocessar-se-ão de acordo com os procedimentos definidos para verificação e habilitação
dos créditos, observando as disposições comuns quanto à recuperação judicial e a falência. 
6. ÓRGÃO ATUANTES NA FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
JUDICIAL:
6.1. ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO:
6.1.1. INICIATIVA:
O Ministério Público poderá tomar iniciativa de alguns procedimentos dos processos
falimentares e recuperacionais, são os seguintes:
➔ Impugnação da petição de credores: de acordo com o artigo 8º da Lei 11.101/05,
no prazo de 10 dias, contado da publicação da relação referida no art. 7o, § 2o,
desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério
Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores,
apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade,
importância ou classificação de crédito relacionado.
➔ Substituição do Administrador judicial ou dos membros do Comitê de
credores: o Ministério Público também poderá requerer a substituição do
Administrador Judicial, nos termos do artigo 30, §2º, que diz que o devedor, qualquer
credor ou o Ministério Público poderá requerer ao juiz a substituição do
administrador judicial ou dos membros do Comitê nomeados em desobediência aos
preceitos desta Lei.
➔ Recurso no processo de recuperação judicial: dispõe o artigo 59, §2º que contra
a decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo, que poderá ser
interposto por qualquer credor e pelo Ministério Público.
➔ Recurso no processo falimentar: o recurso que o Ministério Público poderá
interpor no caso de processo falimentar está no artigo 499 do CPC (usado de forma
subsidiária neste caso), que dispõe que o Ministério Público tem legitimidade para
recorrer assim no processo em que é parte, como naqueles em que oficiou como
fiscal da lei.
6.1.2. INTERVENÇÃO COMO CUSTUS LEGIS:
O Ministério Público pode intervir como custus legis no processo falimentar ou
recuperacional. Na forma do artigo 82, III, do CPC, que diz que compete ao Ministério
Público intervir: (...) III - nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e
nas demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou
qualidade da parte.
6.2. ADMINISTRADOR JUDICIAL 
O administrador judicial é o principal auxiliar do juiz na condução do processo
falimentar. Trata-se de pessoa na qual o ordenamento jurídico-falimentar incumbiu tarefas
relevantes, razão pela qual ele é considerado funcionário público, para fins penais. Possui
as seguintes características:
A) Auxiliar da justiça: Art. 21/LRF
(advogado, economista, contador, administrador De empresas)
 O administrador atuará no processo como um auxiliar de justiça, na qual cuidará da
administração dos bens remanescentes da empresa e do pagamento dos credores, sempre
que possível ou de acordo com o plano recuperacional.
B) Interesse público: 
Para assegurar o bom andamento do processo, a partir do interesse público. O
administrador é nomeado a fim de que se dê um bom andamento do processo, sendo este
um interesse público.
C) Nomeado pelo juiz: art. 52, I e art. 99, IX
O administrador é nomeado pelo juiz, nas formas da Lei 11101/05, que dispõe:
Artigo 52, I (Recuperação judicial): Estando em termos a documentação exigida no art.
51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: I -
nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei.
Artigo 99, IX (Falência): A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras
determinações: IX - nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na
forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do
inciso II do caput do art. 35 desta Lei.
OBS: Quem pode ser administrador judicial: o artigo 21 dispõe que o administrador
judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de
empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. Note que o artigo diz
"preferencialmente", o que mostra que este rol não é taxativo.
D) Atuará em caso de afastamento do gestor: 
Primeira providência para recuperação da empresa. O administrador judicial somente
atuará em substituição do gestor da empresa. Porém, é o que quase sempre ocorre pois,
geralmente, é o gestor que causou a crise da empresa.
E) Remuneração: Art. 24, Caput e § 1º:
Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador
judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do
trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades
semelhantes.
§ 1o Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5%
(cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do
valor de venda dos bens na falência.
F) Impedimentos: Art. 30 caput e § 1º:
Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial
quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de
membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de
prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada.
§ 1o Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de
administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3o (terceiro) grau
com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for
amigo, inimigo ou dependente.
6.2.1 DEVERES E ATRIBUIÇÕES:
Existem vários deveres e atribuições do administrador judicial. Deve-se, então,
observar os dispostos a cada um dos tipos de processo.
I - Na recuperação judicial e na falência:
a) Enviar correspondência aos credores constantes na relação de que trata o
inciso III do caput do art. 51, o inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput
do art. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou
da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada ao crédito;
b) Fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores
interessados;
c) Dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de
servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos;
d) Exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer
informações;
e) Elaborar a relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei;
f) Consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei;
g) Requerer ao juiz convocação da assembleia geral de credores nos casos
previstos nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de
decisões;
h) Contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas
especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções;
i) Manifestar-se nos casos previstos nesta Lei;
II - Na recuperação judicial:
a) Fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação
judicial;
b) Requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no
plano de recuperação;
c) Apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do
devedor;
d) Apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que
trata o inciso III do caput do art. 63 desta Lei;
III - Na falência:
a) Avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores
terão à sua disposição os livros e documentos do falido;
b) Examinar a escrituração do devedor;
c) Relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida;
d) Receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o
que nãofor assunto de interesse da massa;
e) Apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo
de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e
circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a
responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186
desta Lei;
f) Arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de
arrecadação, nos termos dos artigos. 108 e 110 desta Lei;
g) Avaliar os bens arrecadados;
h) Contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial,
para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a
tarefa;
i) Praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos
credores;
j) Requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis ou
sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou
dispendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei;
l) Praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a
cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação;
m) Remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens
apenhados, penhorados ou legalmente retidos;
n) Representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado,
cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de
Credores;
o) Requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o
cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração;
p) Apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10º dia do mês seguinte ao
vencido, conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a
receita e a despesa;
q) Entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu
poder, sob pena de responsabilidade;
r) Prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou
renunciar ao cargo.
6.2.2. DESTITUIÇÃO:
O administrador judicial será destituído de suas funções se:
- Desobedecer à Lei: fazer o que não for permitido em lei ou deixar de fazê-lo se tiver
tido chance.
- Descumprimento de deveres: se o administrador deixar de cumprir qualquer um de
seus deveres (os elencados no artigo 22), o juiz poderá destituí-lo.
- Cometer atividade lesiva à empresa ou a terceiro.
6.2.3. AUXILIARES DO ADMINISTRADOR JUDICIAL: 
Em muitos casos o administrador judicial não conseguira desincumbir-se de suas
tarefas sem ajuda de algumas pessoas, razão pela qual a lei permite contratar, mediante
autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas no exercício de suas funções.
Remuneração do auxiliar: será retirada de dentro da remuneração do administrador.
6.3. ASSEMBLEIA DE CREDORES:
Chamado por alguns autores simplesmente de assembleia de credores. Um conceito
para a AGC seria um colegiado representativo das classes de credores participantes
diretamente na recuperação judicial ou na falência, com atuação ativa dentro dos processos,
podendo deliberar sobre aceites, rejeitar ou apresentar alterações no transcurso do
conclave (na recuperação e na falência). Importante dizer que as decisões da AGC, quando
versarem sobre as matérias de sua competência, são soberanas. Só se admitindo atuação
do Poder Judiciário nas deliberações da AGC para simples controle de legalidade formal da
reunião e para controle da legalidade material ou substancial.
Vale destacar que o presidente da AGC é o Administrador Judicial, que presidirá as
reuniões, mas delas não poderá tomar parte ou interferir de alguma forma. O Administrador
só poderá fazer o que a AGC deliberar.
6.3.1. DISPOSIÇÕES COMUNS:
As seguintes disposições acerca da AGC são tanto para os processos de recuperação
quanto para os de falência.
1) Convocação: a convocação da AGC está previsto no artigo 36, da seguinte forma:
A assembleia-geral de credores será convocada pelo juiz por edital publicado no órgão
oficial e em jornais de grande circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência
mínima de 15 (quinze) dias, o qual conterá:
I. Local, data e hora da assembleia em 1ª e em 2ª convocação, não podendo
esta ser realizada menos de cinco dias depois da 1ª;
II. A ordem do dia;
III. Local onde os credores poderão se for o caso, obter cópia do plano de
recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembleia.
2) Convocação pelo administrador judicial: o administrador judicial pode requerer
ao juiz do processo a convocação da AGC nos casos previsto na Lei 11.101 ou quando
entender necessária sua ouvida para tomada de decisões (artigo 22, I, g).
3) Instalação: a convocação da AGC poderá ser feita duas vezes, respeitando o
seguinte quórum para a sua instalação:
- 1ª convocação: na primeira convocação, para que se instale a AGC deve-se ter,
entre os presentes, representados mais da metade do total dos créditos. Exemplo:
suponhamos que uma empresa tenha uma dívida de R$1.000.000,00. Na primeira
convocação, os credores presentes precisam somar mais de R$ 500.000, em
créditos para que esta seja instalada. Se não for o caso, deve-se fazer uma segunda
convocação.
- 2ª convocação: nesse caso, a soma pode ser de qualquer quantia para que a AGC
se instale.
4) Valor proporcional ao crédito: quanto maior o crédito, maior o peso do voto do
credor. Exemplo: um credor que possui um crédito de R$ 1.000.000,00 tem um peso de voto
maior que um credor que tem um crédito de R$ 1.000,00.
5) Atividade da AGC: a AGC só será ativa quando convocada. Ou seja, sua atividade
não é fixa dentro do processo. A AGC só entrará em atividade quando for chamada para as
reuniões e posteriores deliberações.
6.3.2. ATRIBUIÇÕES DA AGC NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL:
Quanto à participação da AGC na recuperação, temos as seguintes atribuições
dispostas no artigo 35, I:
a) Aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado
pelo devedor;
b) A constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua
substituição;
c) Este inciso foi vetado;
d) O pedido de desistência do devedor, nos termos do §4º do art. 52 desta Lei;
e) O nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;
f) Qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores;
6.3.3. ATRIBUIÇÕES DA AGC NA FALÊNCIA:
As atribuições da AGC na falência estão no inciso II do mesmo artigo:
a) Vetado;
b) A constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua
substituição;
c) A adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do artigo 145;
d) Qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
6.4. COMITÊ DE CREDORES:
O Comitê é um órgão facultativo, criado pela AGC, que atuará como fiscalizadora no
dia a dia do processo, protegendo seus interesses. De tal conceito, podemos retirar alguns
pontos:
a) O comitê é um órgão facultativo: como o próprio conceito diz, a AGC não precisa
nomear um comitê, fazendo-o apenas se achar que existe necessidade pata tal. Apesar de
ser um órgão facultativo, uma vez nomeado o comitê, este será fixo, só sendo extinto no
final do processo.
b) O comitê é um órgão fiscalizador: como o comitê agirá em defesa dos interesses
dos credores, a sua principal função será o de fiscalizar o administrador judicial ou os
trâmites processuais.
c) Constituição do comitê: a constituição do comitê está previsto no artigo 26, que
dispõe que o Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes
de credores na assembleia geral e terá a seguinte composição:
- 1 representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 suplentes;
- 1 representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou
privilégios especiais, com 2 suplentes;
- 1 representanteindicado pela classe de credores quirografários e com privilégios
gerais, com 2 suplentes.
Atribuições do comitê de credores estão elencados no artigo 27/LRF
I - na recuperação judicial e na falência:
a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial;
b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;
c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos
interesses dos credores;
d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados;
e) requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral de credores;
f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;
II - na recuperação judicial:
a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando, a cada
30 (trinta) dias, relatório de sua situação;
b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial;
c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor
nas hipóteses previstas nesta Lei, a alienação de bens do ativo permanente, a
constituição de ônus reais e outras garantias, bem como atos de endividamento
necessários à continuação da atividade empresarial durante o período que antecede
a aprovação do plano de recuperação judicial.
§ 1º As decisões do Comitê, tomadas por maioria, serão consignadas
em livro de atas, rubricado pelo juízo, que ficará à disposição do
administrador judicial, dos credores e do devedor.
§ 2º Caso não seja possível a obtenção de maioria em deliberação do
Comitê, o impasse será resolvido pelo administrador judicial ou, na
incompatibilidade deste, pelo juiz.
7. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL:
7.1. REQUISITOS:
O devedor, ao requerer o pedido de recuperação judicial ou extrajudicial, deverá estar
exercendo regularmente as suas atividades há mais de 2 (dois) anos, atender aos seguintes
requisitos, cumulativamente:
a) não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em
julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
b) não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
c) não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com
base no plano especial que é a Falência;
d) não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador,
pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na lei falimentar.
7.2. CRÉDITOS NÃO CONTEMPLADOS:
Não se aplica a recuperação extrajudicial aos titulares de créditos de natureza tributária,
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, assim como os
créditos em relação aos titulares da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou
imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel, e
provenientes de restituição.
O plano de recuperação extrajudicial não poderá contemplar o pagamento antecipado de
dívidas nem tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos.
7.3. PENDÊNCIA DE PEDIDO DE RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL:
O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver pendente
pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou homologação de
outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos.
7.4. DA ABRANGÊNCIA EM RELAÇÃO AOS CRÉDITOS:
O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano de recuperação extrajudicial
que obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde que assinado por credores que
representem mais de 3/5 (três quintos) de todos os créditos de cada espécie por ele
abrangidos.
O plano poderá abranger a totalidade de uma ou mais espécies de créditos previstos no art.
83, incisos II, IV, V, VI e VIII da Lei Falimentar - 11.101/2005, ou grupo de credores de
mesma natureza e sujeito a semelhantes condições de pagamento, e, uma vez
homologado, obriga a todos os credores das espécies por ele abrangidas, exclusivamente
em relação aos créditos constituídos até a data do pedido de homologação.
Não serão considerados para fins de apuração do percentual de 3/5 os créditos não
incluídos no plano de recuperação extrajudicial, os quais não poderão ter seu valor ou
condições originais de pagamento alteradas.
Para fins exclusivos de apuração do percentual considera-se: a) o crédito em moeda
estrangeira será convertido para moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de
assinatura do plano; e b) não serão computados os créditos detidos pelas pessoas
relacionadas no art. 43 da Lei 11.101/2005 (créditos de sócios, sociedades coligadas
controladas, controladoras e interligadas).
Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua substituição
somente serão admitidas mediante a aprovação expressa do credor titular da respectiva
garantia.
Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial só poderá ser afastada se o credor
titular do respectivo crédito aprovar expressamente previsão diversa no plano de
recuperação extrajudicial.
7.5. HOMOLOGAÇÃO DO PLANO EXTRAJUDICIAL:
Para a homologação do plano extrajudicial, é fundamental que o devedor apresente a sua
justificativa e o documento que contenha seus termos e condições, com as assinaturas dos
credores que a ele aderiram, bem como deverá juntar:
a) exposição da situação patrimonial do devedor; 
b) as demonstrações contábeis relativas ao último exercício social e as levantadas
especialmente para instruir o pedido confeccionadas com estrita observância da legislação
societária aplicável e compostas obrigatoriamente do balanço patrimonial, demonstração de
resultados acumulados, demonstração do resultado desde o último exercício social; relatório
gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; 
c) os documentos que comprovem os poderes dos subscritores para novar ou
transigir, relação nominal completa dos credores, com a indicação do endereço de cada um,
a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o
regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada
transação pendente.
7.6. TRÂMITES:
O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará suspensão
de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido de decretação de
falência pelos credores não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial.
Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não poderão desistir da adesão
ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários.
A sentença de homologação do plano de recuperação extrajudicial constituirá título
executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III do Código de Processo Civil.
O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano de recuperação extrajudicial,
juntando sua justificativa e o documento que contenha seus termos e condições, com as
assinaturas dos credores que a ele aderiram.
Recebido o pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial previsto, o juiz
ordenará a publicação de edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional
ou das localidades da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores do
devedor para apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação extrajudicial,
tratadas no artigo 164 § 3º da Lei 11.101/2005.
No prazo do edital, deverá o devedor comprovar o envio de carta a todos os credores
sujeitos ao plano, domiciliados ou sediados no país, informando a distribuição do pedido, as
condições do plano e prazo para impugnação.
Os credores terão prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do edital, para
impugnarem o plano, juntando a prova de seu crédito.
Para opor-se, em sua manifestação, à homologação do plano, os credores somente
poderão alegar:
I – não preenchimentodo percentual mínimo previsto de adesão dos credores: 3/5
(três quintos);
II – prática de qualquer dos atos previstos no caso de Falência definidos no art. 94
inciso III e art. 130 ou descumprimento de requisito previsto na Lei Falimentar;
III – descumprimento de qualquer outra exigência legal.
7.7. DA IMPUGNAÇÃO:
Sendo apresentada impugnação, será aberto prazo de 5 (cinco) dias para que o devedor
sobre ela se manifeste.
Decorrido o prazo de 5 (cinco) dias, os autos serão conclusos imediatamente ao juiz para
apreciação de eventuais impugnações e decidirá, no prazo de 5 (cinco) dias, acerca do
plano de recuperação extrajudicial, homologando-o por sentença se entender que não
implica prática de atos previstos no art. 130 da Lei Falimentar e que não há outras
irregularidades que recomendem sua rejeição.
Havendo prova de simulação de créditos ou vício de representação dos credores que
subscreverem o plano, a sua homologação será indeferida.
Da sentença cabe apelação sem efeito suspensivo, o que o prazo para a sua propositura é
de 15 (quinze) dias, conforme está estipulado pelo Código de Processo Civil em relação aos
procedimentos para a interposição de recurso.
Na hipótese de não homologação do plano o devedor poderá, cumpridas as formalidades,
apresentar novo pedido de homologação de plano de recuperação extrajudicial.
7.8. EFICÁCIA:
O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos após sua homologação judicial.
É lícito, contudo, que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação,
desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento
dos credores signatários.
Nesta hipótese, caso o plano seja posteriormente rejeitado pelo juiz, devolve-se aos
credores signatários o direito de exigir seus créditos nas condições originais, deduzidos os
valores efetivamente pagos.
7.9. ALIENAÇÃO DE FILIAIS OU UNIDADES PRODUTIVAS:
Se o plano de recuperação extrajudicial homologado envolver alienação judicial de filiais ou
de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, observado,
no que couber, o disposto no artigo 142 da Lei Falimentar, em que após ouvido o
administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver, ordenará que se
proceda à alienação do ativo em uma das seguintes modalidades: 
a) leilão, por lances orais; 
b) propostas fechadas; e 
c) pregão.
7.10. ACORDO PRIVADO:
Observe-se que a elaboração de plano de recuperação extrajudicial não implica
impossibilidade de realização de outras modalidades de acordo privado entre o devedor e
seus credores.
8. RECUPERAÇÃO JUDICIAL:
A Recuperação Judicial é uma Ação Judicial que serve para reorganizar a empresa e tentar
superar a crise dela. A ideia é manter a fonte produtora, os empregos, a arrecadação
tributária e os interesses dos credores. Visa, assim, promover a preservação da empresa,
sua função social e o estímulo à atividade econômica. Mas como é feito o pedido de
Recuperação Judicial?
8.1. REQUISITOS:
- Exercício regular de atividades há mais de 02 anos;
- Não ser falido ou já ter declaradas extintas suas responsabilidades;
- Não ter obtido Recuperação Judicial em 05 anos;
- Não ter obtido Recuperação Judicial nos últimos 08 anos com base em plano
especial para ME e EPP;
- Não ter condenação por crime falimentar;
O plano não poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem tratamento
desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos;
Não pode abranger os créditos constituídos após a data do pedido de homologação.
8.2. FASES DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL:
● Postulatória:
- Inicia: Petição inicial;
- Termina: despacho para processar o pedido;
● Deliberativa:
- Inicia: verificação dos créditos;
- Continua: discussão e aprovação do plano;
- Termina: decisão concessiva do benefício;
● Executória: 
- Inicia: execução do plano;
- Termina: sentença que põe fim à recuperação;
8.3. O QUE DEVE CONTER NA PETIÇÃO INICIAL:
A petição inicial OBRIGATORIAMENTE (art. 51) deve conter:
1) a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das
razões da crise econômico-financeira;
2) as demonstrações contábeis dos 03 últimos exercícios e as levantadas
especialmente para instruir o pedido:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
3) a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de
fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o
valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos
vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente;
4) a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções,
salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de
competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento;
5) certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato
constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
6) a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores
do devedor;
7) os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais
aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em
bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
8) certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do
devedor e naquelas onde possui filial;
9) a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure
como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores
demandados.
8.3. O QUE DEVE ESTAR JUNTO AO PEDIDO:
O que deve estar junto ao pedido
Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no
suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e,
mediante autorização judicial, de qualquer interessado.
Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e
empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados
nos termos da legislação específica.
O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os §§ 1o
e 2º deste artigo ou de cópia destes.
Créditos sujeitos à recuperação judicial
8.4. CRÉDITOS SUJEITOS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL:
Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda
que não vencidos.
Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios
contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso.
As obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente
contratadas ou definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de
modo diverso ficar estabelecido no plano de recuperação judicial.
Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou
imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos
respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive
em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de
domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão
os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação
respectiva
Nesta hipótese, não se admite, durante o prazo de suspensão prescricional relativa à
decretação da falência ou o deferimento doprocessamento da recuperação judicial, a venda
ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade
empresarial.
Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância entregue ao devedor, em
moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para
exportação, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não
exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente.
Tratando-se de crédito garantido por penhor sobre títulos de crédito, direitos creditórios,
aplicações financeiras ou valores mobiliários, poderão ser substituídas ou renovadas as
garantias liquidadas ou vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas
ou substituídas, o valor eventualmente recebido em pagamento das garantias permanecerá
em conta vinculada durante o período de suspensão do prazo prescricional em relação a
decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial.
8.5. CRÉDITOS CONTRAÍDOS DURANTE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL:
Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação
judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e
contratos de mútuo, serão considerados extra concursais, em caso de decretação de
falência.
8.5.1. CRÉDITOS QUIROGRAFÁRIOS:
Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de
bens ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido de recuperação
judicial terão privilégio geral de recebimento em caso de decretação de falência, no limite do
valor dos bens ou serviços fornecidos durante o período da recuperação.
8.5.2. PARCELAMENTO DOS CRÉDITOS:
As Fazendas Públicas e o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS poderão deferir, nos
termos da legislação específica, parcelamento de seus créditos, em sede de recuperação
judicial, de acordo com os parâmetros estabelecidos na Lei 5.172, de 25 de outubro de
1966 - Código Tributário Nacional.
8.5.3. NOVAÇÃO DE CRÉDITOS:
O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga
o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado que na
alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua substituição
somente serão admitidas mediante aprovação expressa do credor titular da respectiva
garantia.

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