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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/242465873 A fisioterapia na osteoartrose: uma revisão da literatura Physical therapy in osteoarthritis: a review Article CITATIONS 3 READS 5,897 2 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Development of a mobile application to promote self-care in patients with fibromyalgia View project Rede Brasileira de Pesquisa do Comportamento de Gêmeos (RBPCG) View project Amélia Pasqual Marques University of São Paulo 160 PUBLICATIONS 1,749 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Amélia Pasqual Marques on 10 July 2014. The user has requested enhancement of the downloaded file. ARTIGO DE REVISÃO / REVIEW ARTICLE A fisioterapianaosteoartrose:umarevisãodaliteratura Physicaltherapyin osteoarthritis:a review AméliaPasqualMarquesI eAkemiKondo2 RESUMO Objetivo:Este trabalho propôs-sea realizar uma revisãoda literatura a fim de identificar o papel da fisioterapiajunto aos pacientescom osteoartrose.Método: O levantamentobiblio- gráfico refere-seàs publicaçõesdos últimos dez anos. Foram selecionadosartigos e analisados,cuidadosamente,atravésde leitura crítica, visandodiscutir os efeitosda fisioterapiana os- teoartrose.Resultados: Os autores afirmam que os pacientes com osteoartrosetêm importante diminuição da força muscu- lar, que acarreta limitação na função desta, interferindo nas atividadesda vida diária. Fazemreferênciafavorávelaosexer- CÍciosterapêuticos,porém não há consensoquanto ao uso dos demaisrecursos fisioterápicos,principalmentecalor e gelo.O papel da fisioterapia, no pós-operatóriode pacientessubmeti- dos à artroplastia total de joelho, é citado como importante para apressara recuperação.Os limites socioeconômicosque essespacientesenfrentame a necessidadede reciclar profissio- nais da saúdeque lidam com a osteoartrosetalllbém são cita- dos pelos autores. Conclusão: A fisioterapia tem importante papel na reabilitaçãodessespacientes,auxiliando-os,tanto no alívio dossintomas,quantona execuçãodas atividadesda vida diária, melhorandoa funcionalidade,contribuindo para man- ter a qualidadede vida. Palavras-chaves:osteoartrose,fisioterapia,reabilitação ABSTRACT Objective:Theaim of this work was to reviewtheliteraturein order to identi.fytherole of physicaltherapyin osteoarthritispa- tients.Methods: The bibliographicalreviewrefersto thepublica- tionsof thelasttenyearsandarticlesselectedwerecarefullyana- Recebidoem7/8/97.Aprovado,apósrevisão,em23/3/98. I. ProfessoraDoutorado CursodeGraduaçãoemFisioterapiadaFMUSP. 2. Acadêmicado CursodeFisioterapiadaFMUSP. Endereçopara correspondência: Amélia PasqualMarques RuaCipotânia,151- CidadeUniversitáriu:::__Butantã 05360-000- São Paulo,SP - Rev Bras Reumatal- VaI. 38- N' 2- Mar/Abr, 1998 lyzedthrougha critical reading.Results: The authorsstatethat osteoarthritispatients have an important deereasein muscle strengtheausinglimitations in function, whieh interfer in daily life. Theyafterfavorably to therapeutiealexercises;yet, thereis no eonsensusregardingtheuseof otherphysiealtherapyresoure- es,speciallyheatandeo/d.Theroleof physiealtherapyinpostop- erativeproeeduresof patientssubmittedto totalkneearthroplasty is mentionedby theauthorsas beingimportantin order to aeeel- eratethe reeovery.The soeial-economiclimitationsof thesepa- tientsand theneedto reeyclehealthprofessionalsthatdeal with osteoarthritisarealsomentionedbytheauthors.Conclusion:Phys- ieal therapyhas an importantrole in the rehabilitationof these patients,helpingthemwith the improvementof thesymptomsin daily aetivities,and improvingtheirfunetionality,thereforeeon- tributingto their qualityof life, Key words:osteoarthritis,physicaltherapy,rehabilita- tion INTRODUÇÃO A osteoartrose(OA) é umadoençareumáticadegenerati- va queatingeas articulaçõessinoviaise caracterizá-sepor apresentaralteraçõesna cartilagemarticular,dandoorigem a zonasde fibrilaçãoe fissuração,Tambémsãoobservadas microfraturas,cistoseesclerosenoossosubcondrale forma- çãodeosteófitosnasbordasarticularesCl-3). A OA estáassociadacomdore rigidezarticular,deformi- dadeeprogressivaperdadafunção,afetandoo indivíduoem múltiplasdimensões:do nívelorgânicoatéo socia]C3-51. Sua incidênciaé muitoelevadaem nossomeio,sendoa OA responsávelpelaincapacidadelaborativadecercade15% dapopulaçãoadultado mundo.No Brasil, ocupao terceiro lugarnalistadosseguradosdaPrevidênciaSocialquerece- bemauxílio-doença,ou seja,65%dascausasdeincapacida- de, estandoatrássomentedas doençascardiovascularese mentais.Ocorre,predominantemente,nosexofeminino,du- rantea idadeadulta:entrea quartae quintadécadas,nope- ríododamenopausa(2). 83 ----- ------------------------------------------------------ ------------------ nl I I A etiologia da OA não é bem conhecida, mas estárelacio- nada com cargas excessivas e microtraumas repetitivos as- sociados a tarefas ocupacionais(4),além de fatores hereditá- rios, metabólicos e endócrinos que sugerem a participação do estrógenona desordem(6). O tratamentoatual detém-se,basicamente,em combatera sintomatologia. A fisioterapia tem papel importante no que diz respeitoà melhora dos sintomas e restauraçãoda função. Com interesse em identificar o papel da fisioterapia junto aospacientescom OA, estetrabalhopropôs-sea realizar uma revisão da literatura, no sentido de identificar as informa- ções mais objetivas e acuradasa esse respeito. PROCEDIMENTO DE COLETA O levantamento bibliográfico, realizado através do siste- ma MEDLINE, refere-se às publicações dos últimos dez anos, utilizando-se daspalavras-chavesosteoarthritis,physicalthe- rapye rehabilitation.Foram selecionados apenasos artigos que tinham interessepara o objetivo proposto, ou seja, dis- cutir o papel da fisioterapia, os quais foram lidos cuidadosa e criticamente, sendo identificadas cinco categorias, descri- tas a seguir. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após análise criteriosa das referências bibliográficas, fo- ram identificadas cinco categorias: I) Diminuição da força muscular e limites nas atividades de vida diária; 2) O papel dos exercícios e outros recursos fisioterápicos; 3) A fisiote- rapia nas artroplastias totais de joelho; 4) Aspectos educa- cionais e reciclagem dos profissionais que lidam com a os- teoartrose;e 5) Aspectos socioeconômicos. Diminuiçãoda força musculare limitesnasatividadesde vida diária A clor é o principal sintoma da OA e esta piora com o movimento e ao final do dia; porém, no estágiomais avança- do da doença, pode desenvolver-se ao repouso e durante a noitel7l. Vários autoresIX-15)referem-se à diminuição da força em todos os grupos musculares que envolvem a articulação os- teoartrítica como tendo grande importância, pois causa pro- gressiva perdade função, podendo levar o pacientea incapa- cidade grave. Isso ocorre, principalmente, se as articulações acometidasforem as que suportamo peso do corpo, podendo resultarem maior progressão da doença, pois são os múscu- los os importantes absorvedores de choques que ajudam a estabilizar a articulaçãol161. Fisher etai.IX.9)verificaram que seus pacientescom OA de joelho de graus II e III (segundo a escala de Kellgren e Law- rence) tinham força, elldurallcee velocidade de contração muscular diminuídas em 30a 50%,secomparadoscom indi- 84 víduos saudáveisdentro da mesma faixa etária. Também ti- nham diminuição da capacidadeaeróbicallll),proveniente da falta de atividade física decorrente da dor e da dificuldade de realizar as atividadesde vida diária, além de maior susce- tibilidade à fadiga muscular(17). Pai et ai.(13)e Tan et ai.(15)referem-se às alterações que ocorrem na dinâmica articular e no torque. O primeiro refe- re-se, especificamente,aalteraçõesque ocorrem em uma ati- vidade funcional: levantar-se de uma cadeira. Nela, os pa- cientes com OA de joelho tendema reduzir a força dos ex- tensoresde joelho, quando passam da sedestaçãopara a bi- pedestação, realizando esta tarefa mais lentamente e com mecanismos adaptativos como, na postura inicial sentada, joelhos mais estendidose flexão plantar de tornozelos. As- sim, os pacientesreduzem o grande estressemecânico sobre a articulação dplorosa, transferindo-o para articulações nor- mais ou meno~afetadas.Entretanto, esse mecanismo adap- tativo acabasobrecarregandooutras articulações e, em espe- cial, o quadril. Considera-se ainda que, oriundas da redução do torque no joelho e na atividade muscular, as atividades funcionais causam, ao longo do tempo, fraqueza e atrofia dos músculos do joelho, aumentando a instabilidade, cau- sando maiores destruições na articulação. Tan etal.(15)em seu estudo, privilegiaram, não só os ex- tensores,mas tambémos flexores e a relação entre o torque destesdois gruposmusculares.Concluíram queo torque,tanto isométrico, quanto isocinético, estavadiminuído em pacien- tes com OA, porém a relação das forças isométricas e isoci- néticas,entreisquiotibiais e quadríceps,não foi diferente nos pacientescom OA e o grupo-controle. A diminuição da força muscular e a ocorrência da dor são as principais características dos doentes com osteoartrose, perpetuando,segundoGuccione(4),um círculo vicioso no qual a limitação funcional conduz à incapacidade e, por sua vez, estas levam a limites nas atividades de vida diária e, por sua vez, à piora da qualidade de vida. A fisioterapia com seus recursos e técnicaspode auxiliar na quebra dessecírculo vi- cioso, contribuindo dessa forma para a melhora do quadro clínico e funcional. Papel dosexercíciose outrosrecursosfisioterápicos Bunning e Materson(1X)afirmam que muitos trabalhos an- teriores a 1980apresentamos exercícios como inapropria- dos para os pacientescom artrites inflamatórias, pois pode- riam causar estressee esforço indevido na articulação lesada e, assim, piorar a inflamação. Porém, vários estudos(X-III.12) encontraram diminuição da força e endurancemuscular e, conseqüentemente,perdada capacidadefuncional dessespa- cientes com OA, além de diminuição da capacidade aeró- bica. Bunning e MatersonllX)citam ainda que vários estudos fa- zem referência favorável aos exercícios, acreditando que es- Rev Bras Reumatol- Vol. 38- N' 2 - Mar/Abr, 1998 tes melhoram e mantêma força muscular, a mobilidade arti- cular. a endllrance,a funcionalidade e, mais, aumentam a densidade ósseae diminuem a dor, pois melhoram a biome- cânica. Existem vários tipos de exercícios terapêuticasusadospela fisioterapia: mobilização passivae ativa, alongamentos,exer- cícios isométricos, isotônicos e outros. Diversos estudosdemonstrama eficácia dos exercícios te- rapêuticoslH-IO.19-2IJ.Segundo Fisher et al.(9.191, os exercícios isométricos e isotônicos progressivos para a musculaturasão mais eficazes para o fortalecimento muscular e melhora da funcionalidade do que os exercícios globais de fisioterapia que incluem treinos funcionais (subir escadas,levantar-seda cadeira, treino de marcha e outros). Segundo Bunning e MatersonllHJ,mantera mobilidade ar- ticular é muito importanteparaos pacientescom artrose,pois a perda de amplitude de movimento causa encurtamento, contraturaem músculos e estruturascapsulares,podendodi- ficultar a funcionalidade. A força do alongamento deve ser controlada em casos de inflamação, pois estadiminui a força tênsil do músculo em 50%lIX.22J. Os exercícios de fortalecimento muscular têm sua impor- tância, pois a fraqueza dos músculos que envolvem a articu- lação osteoartrítica contribui para a incapacidadedo pacien- te. Os exercícios isométricos são recomendadosinicialmen- te, por ser bem tolerados pelos pacientese por ser mínima a probabilidadede causareminflamação,principalmenteserea- lizados em ângulos articulares que causam menos dor.Além disso, a elevaçãoda pressãointra-articular, atravésdessetipo de exercício, é pequena e a destruição do QSsosubcondral também é mínima em relação a outros tipos~deexercícioslx. IX.21 I No estudo de Marksl2lJ, um único sujeito com OA de grau II de joelho realizou exercícios isométricos em apenasum ângulo de joelho; foi escolhido o de 60° de flexão, para evi- tar a posição mais estendida, eliminar o desconforto provo- cado pela dor e por esse ser o ângulo no qual o paciente apresentavao menor torque. Após seis semanasde exercí- cios verificou-se melhora de 70% no torque de quadrícepse, após 16 semanas, 126% no ângulo de joelho exercitado. A melhora no torque, apesarde ser menor, foi observadatam- bém no espaço entre 30° acima e abaixo do ângulo exercita- do, No entanto, o autor relata que a melhora pode ter sido influenciada pelo uso adequado dos membros inferiores (MMII), durante as atividades da vida diária, no decorrer do tratamento;indicando, portanto, que a percentagemdescrita não pode ser atribuída, totalmente, aos exercícios isométri- cos, mas que estes tiveram grande participação. Segundo Fisher et al.lI9), o músculo deve ser exercitado em vários comprimentos(em vários ângulosarticulares),prin- cipalmente nos mais longos, pois estes têm importância por Rev Bras Reumalal- Vai. 38- N' 2 - Mar/Abr, 1998 afetar a postura, o levantar da cadeira, o subir escadas e, eventualmente,a marcha. Afirmam que, se o músculo não for suficientementeforte e resistente nesses comprimentos, poderá ocorrer déficit na capacidade funcional, Os exercícios isotônicos podem ser utilizados em seguida, quando a dor e a inflamação forem controladas, pois estes são superiores aos exercícios isométricos em relação ao ga- nho de força, endllrance,capacidade aeróbica e habilidade funciona!(22). Os exercícios terapêuticasem si sós, além de melhorar a função muscular, melhoram também a capacidade aeróbica em pacientes com OA. Segundo Fisher e Pendergast(lIll,a diminuição da capacidade aeróbica nesses pacientes é se- cundária à diminuição da função muscular e, portanto, se melhorar a função do músculo, acabarápor intensificar a ca- pacidadeaeróbica.Os exercícios aeróbicos como andar,cor- rer e nadarpodem ser acrescidos,quando houver aumentona força e endurancemuscular, para obter melhoras cardiovas- culares adicionais. Os exercícios recreacionais serão bem tolerados,à medida que o paciente mostrar progresso na ca- pacidade aeróbical221.Fisher e Pendergast"O)lembram que o uso somentede exercícios aeróbicos não melhora a função muscular e nem a peiformancefuncional e que, portanto, estesdevem ser feitos somentecomo exercícios adicionais. Tanto o paciente quanto o terapeutadevem estar atentos aos sinais e sintomasde exercício excessivo para não causar maiores danos à articulação. Geralmente, incluem como in- dicador de excesso de exercício o aumento de edema, dor após exercício que dura mais de duas horas e aumento da fadiga(22).No entanto, Bunning e MatersonllH) relatam que não há suporte preciso para essesdados, ou seja, que a dor após exercícios por mais de duas horas seja realmente indi- cação de excesso de exercício, Na realidade, faltam estudos que forneçam resultadosmais objetivos relatandoquais exer- cícios são realmente seguros e que intensidade pode estar provocando maior dano na articulação, Enquanto essa incer- tezapermanece,os terapeutasdevem estaratentosaos sinais e sintomas, controlando os exercícios para obter os resulta- dos desejados. Alguns preconceitos acabamprejudicando a pesquisa e o tratamentodos pacientes com OA. Um deles é o desejo de curar.Muitos estudosque consideram os exercícios terapêu- ticos tendema excluir os pacientes com artrite "incontrolá- vel". No entanto,os exercícios não são a cura, Para reconhe- cer a necessidadeda reabilitação,é preciso aceitar a incapa- cidade da cura. Existe, ainda, o preconceito em relação ao próprio exercício, pois alguns médicos preferem, como me- dida inicial, o repouso exagerado;àlém disso, as indústrias farmacêuticas,as grandes financiadoras de pesquisa e mar- keting,favorecem as drogaslIH). Além da terapia medicamentosae de exercícios terapêuti- cos, vários outros recursos também podem ser utilizados de 85 formaassociadanotratamentodepacientescomOA. Os re- cursosdecalor,frio e eletroterapiasãoamplamenteutiliza- dos(l),masexistempoucosestudosa respeitodesuaeficiên- cia naosteoartrose. O frio temsido indicadoem casosde dor, inflamaçãoe espasmosmusculares.O frio é umgrandeagenteanalgésico, poratuardiretamentenasterminaçõesnervosas,diminuindo a velocidadedeconduçãonervosaeporestimulaçãocompe- titivanasfibrasamielínicas,agindonosmecanismosdecom- portadeMelzacke Wa]](23).Nos processosinflamatórios,o frio reduzahiperemiaeo edemaporsuaaçãovasoconstrito- ra. No músculo,o frio reduza velocidadede disparodas fibras IA do fuso muscular,diminuindoo espasmomuscu- Im·II). O calortambémaliviaador,aumentaaextensibilidadedo tecidocolágenoe diminuia rigidezarticularll).Nos proces- sos inflamatórios,existemcontrovérsiasemrelaçãoà indi- caçãoe contra-indicação.Sabe-sequeo calorexacerbaa in- flamaçãoaguda;no entanto,Castore Yaron,apud Greve(24), referemquealgunssistemasenzimáticospodemserinativa- dospordosesterapêuticasdecalorlocal (41a 42°C). SegundoOosterveldeRasker(25),porestudosin vitro,rela- tamqueas atividadesdasenzimasdegradadorasda cartila- gem,quesãoproduzidas emarticulaçõesinflamadas,aumen- tamcomaelevaçãodatemperaturaesãodesprezíveisa30°C ou menos.Os autoresrelatamtambémque,como aumento datemperatura,hámaiordestruiçãodacartilagempelacola- genase.Em cartilagemdecoelho,emtemperaturaacimade 38°Cdiminuema metacromasiae a síntesede proteoglica- nose aumentaa degradaçãodasmacromoléculasdamatriz. Em cães,os ligamentosdejoelhostornaram-semaisfrouxos coma elevaçãodatemperaturade2 a 37°C,chegandoa da- nosirreversíveisa42°C(25).Mais estudossãonecessáriospara obterrespostasmaisprecisasa respeitodo calore do frio. Os recursosdaeletroterapia(comoo ultra-som,ondascur- tas,microondase a correntegalvânica)sãotambémampla- menteutilizadoscomoformade analgesia',porémexistem poucosestudosemrelaçãoa suautilizaçãonaOA. Svarcova et a!.12i\)fizeramum estudocomparativoentreo ultra-som, correntegalvânicae diatermiapor ondascurtas,a fim de verificar.qualseriao maiseficazcomoanalgésiconaOA. O ultra-somfoi aplicadoem áreade 6.4cm2, durante5 minu- tos, na faceanteriordo joelho, 5 minutosna facepóstero- mediale 5 minutosnapóstero-Iateraldaarticulaçãodojoe- lho. Os autoresnãocitarama intensidadeutilizada.A cor- rentegalvânicafoi aplicadaatravésde eletrodosposiciona- dos durante20 minutosem densidadede cercade O, ImAl cm2.Os pacientesquereceberamdiatermiaporondascurtas (Diapuls US ou Curapuls NL) foramtratadosemfreqüência de pulsaçãode 46MHz, durante2 minutos,com 700W de pico máximode intensidade.O efeitoanalgésicofoi verifi- cadoa partirdaquintasessãodeterapia.Não houvediferen- 86 çasignificativaentreos tiposdeterapia,nementreo usode recursosisoladose o associadoa ummedicamento(ibupro- fen).Após a Io-ª sessãode terapia,a dor haviamelhorado, porémnãohouvediferençasignificativaentreos trêsgru- pos.Verificou-se,ainda,queo efeitoterapêuticoelevou-se coma adiçãodo medicamentotantoparao grupoqueutili- zouo ultra-somcomoparao queusouondascurtas.No en- tanto,nãoseverificouo mesmoresultadono grupoqueuti- lizou a correntegalvânica. A eletroestimulaçãopulsadade baixafreqüênciaé outro recursoemestudoparaserutilizadoempacientescomOA. Tem-seobservadoalívio nador e melhorana função,exis- tindo,ainda,a hipótesede queesserecursopossaagir na reparaçãoda cartilagem.Os camposeletromagnéticospul- sadostêmsidoamplamenteutilizadosem váriospaísesem fraturasnãoconsolidadas,com índice de sucessode 70 a 80%(27).Essafo~a deterapiasurgiubaseando-senaobser- vaçãodoaparecimentodecorrenteselétricasminúsculas(po- tenciaispiezelétricos),causadaspeloestressefísico noosso, sendoestesosestímulosquepromovema formaçãoóssea(27- 29).Os autoressugeremquea geraçãodecamposeletromag- néticospulsadossimulariaessespotenciaispiezelétricos,pro- movendoareparaçãodacartilagematravésdeaçãonoscon- drócitos e osteoblastos. Vários estudos(27.29)têmsidodesenvolvidosparaexplicar a açãodoscamposeletromagnéticospulsadosno tecido.Os estudosemanimaissugeremquepodemestimularos glico- saminoglicanosea síntesedeDNA, alémdeaumentarasín- tesedecolágeno.No entanto,aindanãoestádefinidoo real mecanismodeaçãodessetipodetratamento.Os parâmetros ideaisparafreqüênciae potênciaquecausariamtaisefeitos tambémnãosãoconhecidos,existindodiversidadeentreos estudos.O efeitodaeletroestimulaçãopulsadanacartilagem humanaserádeterminadoempesquisasfuturas. O enfaixamentodapatelafoi propostoporCushnaghanet' a!.(30)comoum novotratamentoparaalívio da dor em pa- cientescomOA patelofemoral.Ainda nãose sabea causa, massupõe-sequeo mecanismode alívio da dorpeloenfai- xamentoédevidoaoalíviodepressãonafacelaterallesada daarticulaçãopatelofemoral,alémdofatodeposicionarcor- retamentea patela,melhorandoseutrajetoe funçãodurante a contraçãodo quadríceps.Os autorespropõem,também, exercíciosdefortalecimentodaporçãomedialdoquadríceps parapromovero alinhamentoda patelae, assim,mantero alíviodador.Essetrabalhofoi realizadoemperíodocurtoe, portanto,nãosesabeseo enfaixamentoé seguroou eficien- tea longoprazo,necessitandodemaioresinvestigações. A utilizaçãodeumsistemade biofeedbackparatreinode marchatambémpodeser útil paraaprimoraro padrãode marchadepacientescomOA dejoelhose,dessaforma,evi- tarmecânicaalteradaquepossaprovocarmaioresdanosà articulação(31).A reduçãodepesoempacientesobesosé um Rev Bras Reumatal- VaI. 38- N' 2 - Mar/Abr, 1998 fator importante no tratamentode OA de articulações, pois estassuportamo peso do corpo. Pode-se fazer uso da eletro- acupunturapara auxiliar nessaperda de pesoiJel. Os exercícios terapêuticosconstituem o principal recurso utilizado pela fisioterapia para recuperara força muscular.A grande variedade de exercícios possibilita manter a mobili- dade articular, alongamento, melhorar contraturase, quando utilizados em conjunto com outros recursos fisioterápicos (ondas curtas, ultra-som, laser, gelo, etc.), podem também promover grande alívio na dor.Alguns recursos menosutili- zados, entreeles a eletroterapia,tambémsão objeto de estu- do de vários autores e todos são unânimes em salientar a importância da fisioterapia na recuperaçãodos pacientescom osteoartrose. A fisioterapianas artroplastiastotaisdejoelhos As artroplastias totais, tanto de joelho quanto de quadril, vêm melhorando a qualidade de vida de pacientesreumáti- cos e podem oferecer grande benefício aos com OA grave, quando outros métodos conservadores (como a terapia me- dicamentosae a fisioterapia) não foram capazesde reduzir a dor e há progressiva limitação funcional nas atividades da vida diária. A fisioterapia vai atuarna reabilitação pós-operatóriades- ses pacientes submetidos à artroplastia, visando o retorno precoce da função que está associada com a amplitude de movimento da articulação. Johnson e Eastwoodl33)e Ryu etaI. iJ41 citam que, paramar- cha normal, é necessária amplitude de tlexão de joelho de 60°a 70°;para subir escada,de 80°a 90°; paradescerescada, de 90° a 100°;para sentarem cadeira, 93°; e para levantarde cadeira baixa ou para amarrarsapatos, 10sa.,,\s artroplastias totais de joelho podem oferecer, em alguns casos, até mais que 130°de flexão, mas a média atingida é em torno de 85 a 107°. Vários fatores podem estar intluenciando na amplitude de movimento após artroplastia total de joelho. Um deles é a amplitude de movimento pré-operatória, ou seja, os pacien- tes com esta muito limitada, no pré-operatório,tambémte- rão resultadospouco satisfatórios após a artroplastiatotal de joelho(34). Outro fator é a técnica cirúrgica utilizada, caracterizada pela altura da linha articular e a espessura da patela pós- operatória. A linha articular é obtida medindo a distância entre o ponto superior da inserção do ligamento patelar na tíbia e a margem anterior da articulação do joelho. Uma li- nha articular elevada abaixa a posição da patela em relação ao côndilo, aumentandoa tensãodo ligamento cruzado pos- terior que, por sua vez, limita a tlexão. Quando a espessura da patela é muito grossa, ou quando a ressecçãodestaé pe- quena, após a colocação da prótese, vai haver seu desloca- mento anterior, que prejudicará a função do quadríceps,au- Rev Bras Reumatal- VaI. 38- N' 2 - Mar/Abr, 1998 mentando a pressão intra-articular da articulação patelofe- moral. Tudo isso acabará por restringir a tlexão de joelho. Além disso, o designda prótese, a qualidade da reabilitação pós-operatóriae a presençaou não de dor no pós-operatório tambémpodem intluenciar na amplitude de movimento, após artroplastia total de joelho(34). A reabilitação tradicional, no pós-operatório de artroplas- tia total de joelho, consistia em imobilização destepor certo período, acreditando-se que o repouso era necessário para boa cicatrização pós-cirúrgica; os exercícios realizados, na amplitude máxima de movimento, eram, às vezes, iniciados no 14ºdia pós-operatório, No entanto, a imobilização resul- ta em contraturamuscular e capsular, proliferação de tecido conectivo intracapsular e formação de aderências intra-arti- culares, além de degeneraçãoda cartilagem, sendo esta uma das causasda limitação de movimentoI33). Johnson e Eastwood(33)comprovaram a eficácia do movi- mentopassivo contínuo na restauraçãoda amplitude de mo- vimento. Eles compararam os resultados de um grupo de pacientes que realizou o movimento passivo contínuo nos primeiros setedias do pós-operatório, com um grupo em que os pacientes foram imobilizados no joelho por sete dias do pós-operatório. Verificaram que a amplitude de movimento alcançadapelo primeiro grupo foi maior que a do grupo imo- bilizado, tanto no pós-operatório quanto no tardio, A ampli- tudede movimento apóso 12ºmêspós-operatório foi de cer- ca de 105° para o grupo do movimento passivo contínuo, contra 93° para o grupo imobilizado. Segundo os autores, além da melhora na amplitude de movimento, os pacientes que receberam movimento passivo contínuo também tive- ram alta mais precoce (15dias de internaçãopara o grupo de movimentopassivo contínuo contra20 dias parao grupo imo- bilizado) e melhor drenagemde sangue na articulação, McInnes etai.(35)compararam o uso de movimento passi- vo contínuo associado a programa de reabilitação básica e tambémverificaram melhor amplitude de movimento no gru- po de movimento passivo contínuo, no sétimo dia pós-ope- ratório, e melhora no edema, além de assim evitar o uso de manipulação cirúrgica (nenhum paciente que realizou movi- mento passivo contínuo necessitou de manipulação, ao pas- so que oito que não o realizaram se submeterama manipula- ção). No entanto, não houve diferença na amplitude de mo- vimento entreos grupos na sextasemanapós-operatória, nem no tempo de internaçãoe nem na força de quadríceps. McIn- nes et aI. concluíram, portanto, que não há diferença signifi- canteentreo uso de movimento passivo contínuo e o de um programa de reabilitação básica, exceto na aquisiçã{)._deam- plitude de movimento mais precoce e para evitar manipula- ção cirúrgica. O movimento passivo contínuo deve ser usado, de manei- ra controlada, para que não haja efeitos adversos na cicatri- zação. No estudo de Johnson e Eastwood(33),o movimento 87 " passivo contínuo foi iniciado com 4()O de flexão de joelho, aumentando-seprogressivamentea cada dia, e não foi veri- ficada nenhumacomplicação em relação à cicatrização. O uso defllllctiolla! e!ectrica! stilllll!miolls tambémé cita- do como sendo Útil, no pós-operatório. para atenuar a fra- queza e a atrofia muscular que ocorrem após a cirurgialY,) Apesar da grande melhora na funcionalidade em pacien- tes com OA, após artroplastia total de joelho. tem sido veri- ficado que, em procedimento unilateral, os pacientes ainda mantêmpadrão anormal de marcha. ao passo que, em artro- plastia bilateral, tendema usar os membros inferiores de for- ma mais simétrica, apresentando padrão de marcha quase normall.'7) As artroplastias vieram para melhorar a funcionalidade e a dor dos pacientesreumáticos, promovendo melhora impor- tanteem sua qualidade de vida. A fisioterapia tem um papel decisivo tanto no pré quanto no pós-operatório. apressandoa recuperação e ensinando os pacientes a utilizarem adequa- damentea melhora da função que a anroplastia promove. Aspectoseducacionaise recicIagemdosprofissionaisque lidam coma osteoartrose Os pacientescom OA muitasvezesnãorecebemtratamento adequadopara seus problemas. Pouco se sabe a respeito da etiologia e isso dificulta proposta de tratamento realmente eficaz. Assim, é impossível combater a causa, pois não se conhece sua origem. O tratamentoatual restringe-se apenas a corrigir a sintomatologia. No entanto,os mitos, os precon- ceitos e a falta de informação de médicos e fisioterapeutas acabam limitando muito o potencial de melhora dos pacien- tes. Como já foi citado, alguns médicos ainda optam pelo re- pouso paracontrolar a sinovite sem preocupar-secom a fun- cionalidade do paciente. Segundo Bunning e Materson(lXI, nos EUA isso se deve ao currículo dos reumatologistas,que dá maior ênfaseao tratamentofarmacológico, havendogrande carência na fisiologia dos exercícios. O pouco conhecimento das doenças reumáticas pelos fi- sioterapeutasé outra causa que limita a recuperaçãodos pa- cientes com OA e isso se deve ao currículo atual dos cursos de fisioterapia. Segundo Stross eta!YXI, nos EUA, cerca de 25% dos fisioterapeutas que participaram de uma pesquisa relataramter menos de dez horas de conteúdo reumatológico em seus currículos; cerca da metade,de 11 a 25 horas e so- mente 17% relatam mais de 25 horas. Todos esses fatores contribuem para um tratamento não muito eficaz para os pacientes que sofrem de OA. Um pro- grama educacional tanto para os médicos quanto para os fi- sioterapeutaspoderia ser útil e assim melhorar a abordagem dos pacientes. Stross eta!.OS) propuseram um estudo com fisioterapeutas para verificar se, uma vez estando estes bem preparados, 88 poderiam atuar junto aos médicos e, assim. influenciar na conduta e no manejo de pacientescom doenças reumáticas. Inicialmente. foi desenvolvido um programaeducacionalcom conhecimentosde reumatologiade que os fisioterapeutasne- cessitam.paratratarde forma adequadaseuspacientes.Após um período de tempo de tratamento,já com os conhecimen- tos adquiridos, houve redução na hospitalização de pacien- tes que se submeterama artroplastias e maior utilização de exercícios fisioterápicos. Através de entrevistacom os fisio- terapeutas,foi confirmado que houve "disseminação" das in- formações. Os fisioterapeutas não realizaram nenhum pro- grama educacional para os médicos, mas conversaram de forma informal, discutindo possível mudança na conduta te- rapêutica e, assim, tornou-se rotina a triagem dos pacientes para a fisioterapia. Os médicos notaramgrande interessedos pacientese com~çarama incentivá-Ios ainda mais a partici- paremdos exercfcios fisioterápicos. Os dadosconfirmam que os fisioterapeutaspodem ter um papel importante na divul- gaçãode suas possibilidades terapêuticasjunto aos médicos, no que diz respeitoao manejo de pacientescom doençasreu- máticas. Aspectossocioeconômicos É necessárioressaltarque,alémdosproblemasfísicos como a dor, rigidez, incapacidade para realizar as atividades da vida diária,os pacientes com OA têm também problemas econômicos, sociais e emocionais. Segundo Brown et a!.(39), 78%dos pacientes com OA en- trevistados apresentarama dor como um grande problema. Outros problemas comuns apontadosforam a rigidez (59%) e a inabilidade nas atividades da vida diária (37%);40%do grupo entrevistado (incluindo os pacientes com artrite reu- matóide, gota, espondilite anquilosante e OA) estavam de- sempregadosdevido à doença; 15% dos pacientes com OA expressaram como problema a solidão e o aborrecimento. Os autoresrelatamainda que os problemas familiares foram pequenosao lado de outros grandescomo a dor. No entanto, pela experiência clínica, verifica-se que há grande número de problemas familiares e sociais. A dor e a rigidez levam a falta de mobilidade, com resultanteperda da independência, e acabamcausando frustração e raiva ao paciente; esse fato influencia na relação familiar e profissional. As desordens mÚsculo-esqueléticascausam efeitos adversos no potencial de trabalho e o desempregoaumenta o estressegeral tanto do pacientequantoda família. Desse modo, a OA, por afetar o indivíduo em mÚltiplos aspectos,deve ser abordadade for- ma multidisciplinar. Muncie(401demonstraem seu estudo a eficácia de um tra- tamento multidisciplinar com a participação do médico, fi- sioterapeuta,terapeutaocupacional, nutricionista, sociólogo e psicólogo. O papel do fisioterapeuta visa especialmentea melhora da função através do manejo da dor, melhora na Rev Bras Reumatol- Vol. 38- N' 2 - Mar/Abr,__1998 força e amplitude articular(4Il. Muncie relataque, apesarde o custo ser relativamentealto, pode ser considerado mais van- tajoso a longo prazo, pois acarreta ganho no bem-estardo paciente, que é de extrema importância. Os problemas socioeconômicos surgem marcadamentena vida dos doentescom osteoartrose,sendo hoje um dos prin- cipais grupos que constam da lista de segurados da Previ- dência Social. É de esperarque os problemas sociais e fami- liares estejampresentese cabe à equipe multidisciplinar tra- çar metaspara auxiliar essespacientesa adquirirem o bem- estarnecessárioparaenfrentaros limites impostospela doen- ça. CONCLUSÃO Cuidados médicos apropriados e a atuaçãoda fisioterapia no tempo oportuno podem evitar que o impacto da osteoar- trose cause danos e que estes levem a limitação funcional, provocando incapacidade.A prevenção primária, secundária ou terciária é um componente crítico de toda intervenção terapêuticaem cada etapa. O papel e a importância da fisioterapia junto às doenças reumáticas são hoje objeto de inúmeros estudos, como foi visto nestarevisão da literatura. Porém, pouco se fala sobre sua atuação preventiva, havendo ênfase na fase curativa. Durante muitos anos a fisioterapia teve sua atuaçãovoltada quaseexclusivamentepara o aspecto reabilitador, no qual a principal preocupação era melhorar ao máximo a capacida- de funcional e propor a reintegraçãosocial do paciente.Hoje, temosprofissionais atuando,mesmoque timidamente, no ou- tro extremo, a prevenção, que tem como objetivo agir sobre fatores etiológicos de uma enfermidade a fim de evitar que estavenha a ocorrer. Atualmente, o papel do fisioterapeuta,juntamente com ou- tros profissionais da saúde e em especial o reumatologista, baseia-sena proposta de estabelecero diagnóstico precoce a fim depropor tratamentofisioterápico adequado,visando pre- venir danos e deformidades e, em última análise, a perda da capacidade funcional. Um programa de exercícios bem estabelecido pode evitar perdada força muscular e, com isso, evitar limites nas ativi- dadesde vida diária; o uso de recursos terapêuticos adequa- dospossibilita controledo processodoloroso e previne aperda da amplitude articular; orientação de ações que evitem o es- tabelecimentode deformidades é hoje a principal meta dos profissionais que atuam com esses pacientes. Assim, um trabalho de fisioterapia corretamenteproposto pode vir a auxiliar os pacientescom OA a aliviar a dor, au- mentar a capacidade funcional das articulações acometidas e a independêncianas atividades da vida diária e, em última análise, a melhorar sua qualidade de vida. REFERÊNCIAS I. GreveJMD, PlaplerPG, SeguchiHH. PastorEH, BaptistellaLR: Trata- mentofisiátricodadornaosteoal1rose.RevHospClín FacMedS Paulo 47: 185-189,1992. , 2. 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