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Língua Portuguesa Instrumental Conceitos básicos: 1 – Classificação dos pronomes: Classificação Definição Exemplos Pronome pessoal Refere-se às pessoas do discurso eu, tu, ele, nós, vós, eles me, te, se, nos, vos o, a, os, as, lhe, lhes mim, ti, si, comigo, contigo, conosco, convosco Pronome possessivo Indica relação de posse meu, teu, seu, nosso, vosso, dele, dela Pronome demonstrativo Indica posicionamento de algo no espaço este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Pronome interrogativo Serve para formular perguntas que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas Pronome relativo Retoma um substantivo previamente mencionado que, quem, onde, o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas; Pronome indefinido Se referem de modo indeterminado a qualquer pessoa desconhecida ou não especificada no discurso alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada, algo, algum, algumas, nenhuns, nenhuma, todo, todos, outra, outras, muito, muita, pouco, poucos, certo, certa, vários, várias, tanto, tantos, quanta, quantas, qualquer, quaisquer, bastante, bastantes. 2 – Classificação dos encontros vocálicos Classificação Definição Exemplos Ditongo Encontro de dois sons vocálicos na mesma sílaba: um forte (vogal) e outro fraco (semivogal) série, mau, meu, cuidado Tritongo Encontro de três sons vocálicos na mesma sílaba: semivogal, vogal e semivogal, sempre nessa ordem Paraguai, saguão, quão, Hiato É a sequência de duas vogais (fortes) separadas em sílabas diferentes saída (sa-í-da), poesia (po-e-si-a) Obs.: os ditongos podem ser crescentes, quando seguem a sequência semivogal-vogal, ou decrescentes, quando seguem a sequência vogal-semivogal. Exemplos de ditongos crescentes: igual (i-gual), aguardo (a-guar-do) Exemplos de ditongos decrescentes: cuidado (cui-da-do), mau (mau) Obs.: Os ditongos também podem ser orais ou nasais. Se forem orais, são pronunciados com a vogal plena. Ex.: mau. Se forem nasais, são pronunciados com o som saído pelo nariz (fanho). Exemplo: mão, andaram. 3 – Classificação das sílabas tônicas numa frase Classificação Definição Exemplos Oxítona A sílaba tônica (mais forte) é a última café, jabuti, urubu, também Paroxítona A sílaba tônica é a penúltima sílaba quadro, lápis, cabelo, bola Proparoxítona A sílaba tônica é a antepenúltima gramática, rápido, árvore Falsa proparoxítona Palavras terminadas em ditongo que se assemelham tanto às proparoxítonas quanto às paroxítonas por ser difícil depreender a sílaba tônica, as duas últimas sílabas podem ser consideradas tanto hiato quanto ditongo. sério, água, remédio, Austrália 4 – Termos essenciais e acessórios da oração Classificação Definição Exemplos Sujeito Quem pratica a ação João cortou o bolo com uma faca. Ele contou isso ao João ano passado. Verbo A ação João cortou o bolo com uma faca. Ele contou isso ao João ano passado. Objeto Quem sofre a ação João cortou o bolo com uma faca. Ele contou isso ao João ano passado. Advérbio ou Locução Adverbial (termo acessório) Circunstância a respeito da ação (tempo, lugar, modo, causa etc.) João cortou o bolo com uma faca. Ele contou isso ao João ano passado. 5 – Classificação dos verbos e objetos Classificação Definição Exemplos Verbo transitivo direto Pede um objeto direto (sem preposição) Adoramos bolo. Verbo transitivo indireto Pede um objeto indireto (com preposição) Gostamos de bolo. Verbo transitivo direto e indireto Pede um objeto direto e um indireto Ele contou isso(OD) ao João(OI). Verbo intransitivo Não pede nenhum complemento O bolo murchou. 6 – Classificação básica das orações Classificação Definição Exemplos Orações coordenadas Uma é independente da outra, podendo ou não ser conectadas por uma conjunção. As duas podem ser separadas sem perda de sentido. Cheguei em casa e preparei o jantar. [= Cheguei em casa. + Preparei o jantar.] Orações subordinadas Não são independentes, portanto são inseparáveis. Uma é principal e outra é subordinada. Só a principal tem autonomia. Fiz o jantar quando cheguei em casa. [Apenas "fiz o jantar" tem autonomia, portanto é a oração principal. "Quando cheguei em casa" não tem sentido por si só, portanto é subordinada.] Conteúdo da disciplina: 1 – Acentuação gráfica: Toda proparoxítona é acentuada! E isso inclui toda falsa proparoxítona (que pode também ser considerada paroxítona terminada em ditongo decrescente). Ex.: gramática, rápida, Austrália. Obs.: as falsas proparoxítonas (paroxítonas terminadas em ditongo crescente) podem terminar em: ea(s) várzea oa(s) mágoa eo(s) óleo ua(s) régua ia(s) férias ue(s) tênue ie(s) cárie uo(s) ingênuo io(s) início Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: l fácil n pólen r cadáver ps bíceps x tórax us vírus i, is júri, lápis om, ons iândom, íons um, uns álbum, álbuns ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis Obs.: paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), mas as que terminam em "ens" não são (hifens, jovens). Acentuam-se as oxítonas terminadas em: a(s): sofá, sofás e(s): jacaré, vocês o(s): paletó, avós em, ens: ninguém, armazéns Acentos diferenciais (precisam ser decorados): Palavra acentuada Palavra não acentuada Têm (verbo ter – plural: Eles têm, vocês têm) Tem (verbo ter – singular: Ele tem, você tem) Vêm (verbo vir – plural: Eles vêm, vocês vêm) Vem (verbo vir – singular: Ele vem, você vem) Pôde (verbo poder - passado: Você pôde dormir ontem) Pode (verbo poder - presente: Você pode dormir agora) Fôrma (de bolo) Forma 2 - Concordância nominal. Núcleos compostos - Regras gerais: Casos de concordância Como prosseguir Exemplos Substantivos de mesmo gênero O adjetivo pode tanto ir para o plural do gênero em questão como concordar com o elemento mais próximo (mas muda-se o sentido, qualificando apenas o mais próximo). Rosa e margarida lindas. ambas as flores são lindas Rosa e margarida linda. apenas a margarida é linda Substantivos de gêneros diferentes O adjetivo irá para o masculino plural ou concordará com o mais próximo, qualificando apenas o mais próximo. Cravo e rosa bonitos. ambas as flores são bonitas Cravo e rosa bonita. apenas a rosa é bonita Adjetivo vier ANTES dos substantivos O adjetivo só poderá concordar com o MAIS PRÓXIMO: Escolheste boa hora e local. Escolheste bom local e hora. Escolheste bons local e hora. 3 – Concordância verbal: Verbos impessoais: não se flexionam em número. A oração não tem sujeito. Haver: no sentido de existir e no sentido de tempo transcorrido. Ex.: Havia muitas pessoas no hotel. Há trinta anos, encontraram petróleo no Golfo Árabe. Faz: no sentido de tempo transcorrido. Faz dez anos que encontraram petróleo no Golfo Árabe. Ser: no sentido de data. Hoje é vinte e um de agosto. Obs.: Mas NUNCA no sentido de horas. O correto é "são duas da tarde" . Voz passiva sintética: Em caso de objeto direto: EXISTE concordância. Ex.: Vendem-se casas. (Isso acontece, pois "vendem-se casas" é uma oração equivalente à voz passiva analítica "casas são vendidas". A palavra "se" é partícula apassivadora.) Em caso de objeto indireto: NÃO EXISTE concordância. Ex.: Precisa-se de empregados. (Isso acontece porque verbos transitivos indiretos não possuem voz passiva [empregados são precisados]. A oração acima não é uma voz passiva sintética, apenas uma oração de sujeito indefinido que atua como tal. A palavra "se" é, portanto, um índice de indeterminação do sujeito)Casos complexos de concordância. Às vezes a língua corrente difere da linguagem formal na hora de fazer as concordâncias. Vejamos alguns casos discrepantes: - Já é meio-dia e meia. - Já são meio-dia e meia. - Já é meio-dia e meio. Obs.: Meio-dia é um meio de um todo, portanto é menor do que um, então deve ser usada a forma verbal no singular (é). Além disso, o correto é "meio-dia e meia", pois "meia" substitui elipticamente "meia hora", então deve ficar no feminino. Elas estavam bastante confusas. Eu a encontrei bastantes vezes por aqui. Quando "bastante" for adjetivo, podendo ser substituído por "vários" ou "várias", flexiona-se no plural. Quando for advérbio, não há flexão, pois nenhum advérbio é flexionado. Exceção: o advérbio "todos": As casas estavam muito pintadas. As casas estavam todas pintadas. . 4 – Crase A crase é um fenômeno linguístico em que dois sons idênticos, quando juntos, se fundem em um só. Exemplo.: "Como um gay." Na fala corrente, o segundo "o" de "como" se funde ao primeiro "u" de "um", pois são sons idênticos, e a pessoa pronuncia a frase de forma idêntica à palavra "comunguei". O acento grave é o acento utilizado para os casos de crase em que a preposição "a" se funde ao artigo feminino "a", fazendo oposição à palavra "ao"; ou aos pronomes demonstrativos "aquele, aquela, aqueles, aquelas", em analogia às construções "a esse", "a essa", "a esses", "a essas". Embora não pronunciado no Brasil, o acento grave é importante na escrita para evitar ambiguidades, como em: Ele gosta de comer a francesa. ( faz sexo com uma mulher da França) Ele gosta de comer à francesa. ( come à moda francesa) Observei a distância. ( aferi o distanciamento) Observei à distância. ( vi ao longe) Regras.: A crase ocorre SOMENTE diante de palavras femininas, e NUNCA diante de palavras masculinas ou verbos no infinitivo! Para saber se ocorre ou não a crase, substitua a palavra seguinte do "a" por uma palavra masculina e veja se ocorre a palavra "ao". Se positivo, haverá crase! Ex.: Eu disse à menina que viria. Substituindo "a menina" por "o menino", temos "eu disse ao menino que viria". Logo, ocorre a crase no feminino. Eu disse a ela que viria. Substituindo "ela" por "ele", temos "eu disse a ele que viria" (e não "ao ele"). Logo, não ocorre a crase no feminino. Obs.: a única exceção a essa regra é quando há uma palavra feminina omitida na frase, entre a preposição e a palavra masculina. Prefiro a minha casa à dele. ( prefiro a minha casa a (a casa) dele) Ele canta à Caetano. ( ele canta a (a moda) Caetano) Em regra, locuções adverbiais no feminino costumam levar crase: Às vezes Paulo cozinha. Fique à vontade. Veio à tarde. Algumas locuções adverbiais que indicam circunstância têm crase facultativa no português do Brasil, mas costuma-se usá-las mesmo assim para evitar ambiguidade. Ele pinta à mão. Foi morta à bala. Cuidado: apenas as locuções com palavras femininas levam a crase! Sempre veja se a palavra seguinte é feminina para não fazer confusão! Abaixo há exemplos de locuções que, por serem masculinas, não levam crase, mas causam muita confusão. Andei a pé. Ela estava a caminho. Pintamos a lápis. Cozinha-se a vapor. Em geral, a crase é facultativa antes de nomes de pessoas, pois o próprio uso do artigo é opcional (no Nordeste é comum as pessoas não usarem o artigo): Maria é inteligente. A Maria é inteligente. Entreguei o telefone a Maria. Entreguei o telefone à Maria. Atenção: alguns nomes, especialmente de pessoas famosas, históricas ou religiosas, não admitem o artigo e, portanto, não levam crase. Maria de Nazaré foi mãe de Jesus. A Maria de Nazaré foi mãe de Jesus. O Espírito Santo dirigiu-se a Maria. O Espírito Santo dirigiu-se à Maria. Pelo mesmo princípio, a crase é facultativa antes de pronomes possessivos: Sua amiga é engraçada. A sua amiga é engraçada. Entreguei a correspondência à sua amiga. Entreguei a correspondência a sua amiga. A única exceção é quando o pronome possessivo não vier seguido do substantivo e estiver sozinho, "pendurado" na frase. Nesse caso, a crase é obrigatória. Prefiro meu carro ao seu. Prefiro meu carro a seu. Prefiro minha Ferrari à sua. Prefiro minha Ferrari a sua. 5 – Os quatro "porquês": Palavra Regra Exemplos Por que 1. Utilizado em perguntas, ainda que sejam perguntas feitas no discurso indireto, sem ponto de interrogação. (SEMPRE equivale ao "why" do inglês) 2. Sinônimo de "pelo qual". Por que você fez isso? Ninguém me disse por que ele fez isso. Esse é o motivo por que adoro isso. =Esse é o motivo pelo qual adoro isso. Por quê Idêntico ao de cima, porém usado em final de frase, com pontuação logo em seguida. Você fez isso por quê? Porque Usado em uma resposta. (SEMPRE equivale ao "because" do inglês). Costuma vir precedido de vírgula antes de explicações. Ele fez isso porque quis. Entre logo, porque está frio. Porquê Em geral, usado com artigo definido "o". É um substantivo sinônimo de "motivo" ou "razão". Admite plural . Ninguém me disse o porquê de ele ter feito isso. São tantos porquês! Dica: Na dúvida, para saber se um "porquê" é acentuado ou não, pronuncie em voz alta e veja se é possível a pronúncia "purqui" em vez de "purque". Se for possível, é porque não é acentuado, visto que o "e" final é átono. 6 – Homônimos e parônimos: Parônimos: são palavras que têm escrita e pronúncia parecidas. Exemplo: emergir (vir à tona) e imergir (mergulhar). Ratificar (confirmar) e retificar (corrigir) Homônimos; são palavras que podem ser idênticas, quer na grafia, quer na pronúncia ou até em ambas. Eles podem ser: Tipo de homônimo Definição Exemplos Homônimos homógrafos grafias iguais e pronúncias diferentes gosto (vogal fechada, substantivo) e gosto (vogal aberta, verbo) Besta (vogal fechada, sinônimo de "fera") e besta (vogal aberta, um tipo de arma ") Homônimos homófonos pronúncias iguais e grafias diferentes seção (parte de um todo), cessão (do verbo "ceder") e sessão (reunião ou intervalo de tempo) Homônimos perfeitos pronúncias e grafias iguais. manga (fruta) e manga (parte da roupa) 7 - Regência verbal: Pronomes da 3ª pessoa Definição Exemplos o, a, os, as Substituem o objeto direto, ou seja, só são usados para verbos transitivos DIRETOS. Eu a adoro. João o encontrou. ("adorar" e "encontrar" não são regidos por preposição) lhe, lhes Substituem o objeto indireto. Ou seja, são usados para verbos transitivos INDIRETOS. Podem ser frequentemente substituídos por "a ele(s)", "a ela(s)". Ela lhe contou a situação. (o verbo "contar" rege preposição, a frase equivale à abaixo:) =Ela contou a situação a ele. Obs.: os pronomes "me", "te", "se", "nos", "vos" podem ser usados tanto para objeto direto como para indireto. Ex.: Ela te adora. Eles te contaram. Verbos problemáticos: Às vezes um mesmo verbo pode ter diferentes regências dependendo de seu significado. Exemplos: Verbo Transitivo direto Transitivo Indireto Aspirar = "sorver", "cheirar" Ex.: Aspirei o perfume das flores. = "desejar", "almejar" Ex.: Aspiro a um cargo melhor Assistir = "assistir", "socorrer" Ex.: O médico assistiu o paciente. = "ver" Ex.: Assistiu à novela ontem. "Residir", "morar" Ex.: Assisto em Niterói. Visar = "mirar", "observar" Ex.: Visamos as pessoas na rua. = "dar visto" Ex.: Visaram meu passaporte. = "almejar" Ex.: Eles visam a um cargo melhor. Atenção: Nem sempre a regência da língua corrente condiz com a regência da norma culta. Exemplos: Adequado Inadequado Obedecer a alguém Obedecer alguém Chegar a algum lugar Chegar em algum lugar Ir a algum lugar Ir para algum lugar (exceto quando indicar permanência. Exemplo: Ele foi para a Holanda) Responder a um chamado Responder um chamado Atender a um chamado Atenderum chamado Voltar a algum lugar Voltar para algum lugar Preferir isso àquilo Preferir isso do que aquilo. Atenção: alguns verbos mudam de regência quando são usados na forma pronominal. Exemplos: Lembrou-se de quando era criança. Lembrou quando era criança. Lembrou de quando era criança. Esqueceram-se do trabalho. Esqueceram o trabalho. Esqueceram do trabalho. Eu me encontrei com todos. Eu encontrei todos. Eu encontrei com todos. 8 – Regência Nominal: A regência nominal é sempre preposicionada! O fumo é prejudicial à saúde. Pedro agiu contrariamente às leis. Seu projeto é passível de reformas. Esteja atento a tudo o que acontece por aqui. Suas ideias são compatíveis com as minhas. Financiamentos imobiliários tornaram-se acessíveis à população. Algumas vezes, o complemento nominal pode adquirir a regência do verbo. Eu obedeço a você. Eu sou obediente a você. 9 – Vírgula: O uso da vírgula está frequentemente ligado à ordem natural das orações em português, que é SVO(A) Sujeito – Verbo – Objeto – (Advérbio). A inversão dessa ordem geralmente acarreta o uso da vírgula. Mas vejamos todos os casos em que a vírgula deve ser usada. Elencar coisas em uma lista. Ex.: "Nas escolas, nas ruas, campos e construções..." (Não se usa vírgula antes do "e" que separa o último elemento dos demais) Vocativos (quando se chama ou invoca alguém). Ex.: "Carlinhos, vem aqui!" Simone, já fez a janta? (Diferente de "Simone já fez a janta?") Circunstâncias (orações adverbiais e locuções adverbiais): a posição natural dos advérbios é no final da frase, então, quando houver circunstâncias não essenciais antepostas ou interpostas na oração, faz-se o uso da vírgula. Anteposta (LEVA VÍRGULA): Na manhã de quinta-feira, a família ainda não esperava a chegada da Julia. Se quiser, você pode chamá-lo para o seu aniversário. Às vezes, a gente fica sem saber o que fazer. Interposta (LEVA VÍRGULA): A família, na manhã de quinta-feira, ainda não esperava a chegada da Julia. Você pode, se quiser, chamá-lo para o seu aniversário. A gente, às vezes, fica sem saber o que fazer. Posposta (posição normal na oração – SEM VÍRGULA!): A família ainda não esperava a chegada da Julia na manhã de quinta-feira. Você pode chamá-lo para o seu aniversário se quiser. A gente fica sem saber o que fazer às vezes. Obs.: Nos casos em que haja uma circunstância anteposta ou interposta à oração, mas ela seja curta (com duas palavras no máximo), é possível a omissão da vírgula, que se torna, portanto, facultativa: Às vezes a gente fica sem saber o que fazer. A gente às vezes fica sem saber o que fazer. Orações Subordinadas Substantivas Apositivas: Fernanda tinha um grande sonho, a chegada do dia de seu casamento. Obs 1.: As orações apositivas são as únicas orações subordinadas substantivas que podem levar vírgula. Em geral, preferem-se os dois pontos Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu casamento. Orações Subordinadas Adjetivas Explicativas – acoplam-se à frase explicando algo. Ex.: "Essa é minha irmã, que é muito batalhadora." (a pessoa só tem uma irmã, e essa irmã é muito batalhadora) Atenção: a frase acima é diferente de: "Essa é minha irmã que é muito batalhadora." (Aqui, a pessoa tem mais de uma irmã, mas só essa é batalhadora. É uma oração subordinada Adjetiva Restritiva, pois restringe o significado da frase) Obs.: A mesma regra se estende aos adjetivos comuns.: Ex.: "Minha irmã, batalhadora, não desistiu." (Há só uma irmã) "Minha irmã batalhadora não desistiu." (Há mais de uma irmã, mas só uma não desistiu) Orações coordenadas: Podem ser sindéticas (ligadas por conjunção) e assindéticas (ligadas sem conjunção) As orações coordenadas assindéticas são SEMPRE separadas por vírgula. Ex.: Chegou, viu tudo, foi embora. As orações coordenadas sindéticas serão separadas por vírgula em alguns casos: Aditivas: APENAS quando ligarem SUJEITOS DIFERENTES Ex.: Ele cozinhou o frango, e eu preparei a lasanha. Obs1.: Esse é um dos raros casos em que se usa vírgula antes da conjunção "e". Obs2.: Não teria vírgula se fosse o mesmo sujeito: Ele cozinhou o frango e preparou a lasanha. Adversativas (introduzem ideias contrárias à anterior): SEMPRE levam vírgula antes da conjunção adversativa: Ex: Ela tinha razão, mas não concordei. Não me disseram nada, porém não liguei. Só sabe falar, embora não saiba escutar. Alternativas (introduzem alternância ou escolha): SEMPRE levam vírgula, EXCETO antes da conjunção "ou". Nesse caso, a vírgula segue a mesma regra do "e" (para sujeitos diferentes, usa-se vírgula). Diga agora ou cale-se para sempre. Façam mais gols, ou perderemos o jogo. Farei isso, quer você queira, quer não. Conclusivas: SEMPRE levam vírgula. Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar. João não foi trabalhar, então foi mandado embora. Explicativas: SEMPRE levam vírgula. O bebê devia estar doente, porque chorava muito. Alegre-se, pois hoje é seu aniversário. Então, como regra geral, usa-se vírgula antes das coordenadas sindéticas e assindéticas, exceto antes das conjunções "e" e "ou". Nesses dois casos, é preciso observar o sujeito das duas orações. Se for o mesmo sujeito, não há vírgula. Omissão de verbos: Eu comprei duas camisas; e ele, três. (=Eu comprei duas camisas, e ele comprou três.) Em casos assim, em que haja duas vírgulas próximas uma da outra, indicando funções diferentes, convenciona-se usar ponto e vírgula para a pausa maior. No caso acima, haveria uma vírgula antes de "e", separando o sujeito diferente da oração seguinte, e outra antes de "três", sinalizando a omissão do verbo. Portanto, a primeira vírgula tornou-se ponto e vírgula, indicando uma pausa maior. 10 – fatores de textualidade: Fator Definição Exemplo Informatividade Interesse do leitor pelo texto e pelo montante de informações de que ele dispõe sobre o tema do texto. "O homem depende do ambiente para viver." "Quem morre perde a vida." Os textos acima não são informativos. São observações bem óbvias. Situcionalidade Adequação do texto ao contexto em que se insere. Na foto acima, houve uma gafe na situcionalidade, pois a moça em questão tirou uma selfie em um velório. Algo incoerente na situação. Intertextualidade Faz-se por intermédio do conhecimento advindo de outro texto. É a referência que um texto faz à outro, do qual o leitor também precisa conhecer para compreender a mensagem: A tirinha acima representa a intertextualidade, pois só pode ser compreendida a partir do conhecimento externo do leitor que já sabe que as tirinhas do Calvin e da Mafalda são frequentes em provas de português. Intencionalidade Ação do emissor em passar ao receptor um texto de acordo com a sua intenção e objetivos Aceitabilidade Ação do receptor em associar ao que está sendo lindas alguma coerência e interpretá-lo da forma que achar adequada. 11- Coerência e coesão: Conceito Definição Exemplo Coesão É o sentido no plano gramatical. Sustentado pelos conectivos, uso de referências anafóricas, catafóricas etc. Oi, coração Não dá pra falar muito não Espera passar o avião Assim que o inverno passar Eu acho que vou te buscar Aqui tá fazendo calor Deu pane no ventilador O texto acima tem coerência e não tem coesão, pois não tem conectivos nem elementos de referência. Coerência É o sentido no plano ideológico, das ideias, do raciocínio. "Saí do supermercado, mas como não havia dinossauros, entrei em minúcias e parti-me novamente basílico por haver cogitado. Portanto, sim!" O texto acima tem coesão, mas nenhuma coerência. A coesão pode ser Lexical, Referencial e Sequencial: Coesão referencial: é a retomada/antecipação de um termo por meio de outro, que pode ser um sinônimo ou um pronome. Tipo de coesão referencial Definição Exemplos Anafórica Retoma um elemento já mencionado Não toque nos livros. Já te disseisso! Catafórica Remete a um elemento que será mencionado mais adiante no texto Só vou te dizer isto: não toque nos livros! Coesão lexical: é a relação entre palavras e expressões que remetem a um mesmo referente no texto. Tipo de coesão lexical Definição Exemplos Hiperônimo É uma palavra mais geral em relação a outra ("híper" significa "grande", como em "hipertensão") Adoro cães. Eles são animais muito lindos. A palavra "animais" é um hiperônimo de "cães", pois é mais geral. Hipônimo É uma palavra mais específica em relação a outra. ("hipo" é "pequeno", como em "hipotermia" [temperatura corporal reduzida] Adoro cães. Principalmente pit bulls. A palavra "Pit bulls" está retomando "cães" de maneira mais específica. Metonímia Parte pelo todo. A palavra está sendo usada fora de seu contexto normal. Comi dois pratos no almoço. Ninguém come um prato literalmente. Aqui, "prato" está sendo usado com o sentido não literal de "refeição". Antonomásia Substituição de um nome de pessoa por um apelido, alcunha ou codinome pelo qual ficou conhecido. Esse ano terá o show do roberto carlos. Todo fim de ano, o rei canta para milhões de espectadores. Perífrase Parecido com a Antonomásia, mas não para pessoas e sim para lugares e conceitos. Paris é linda. A Cidade Luz atrai milhões de turistas o ano todo. Elipse É a supressão de um termo Meus livros não estão aqui. Sumiram! Elipse de "eles sumiram". Coesão Sequencial: cria nos textos as condições para sua progressão. As diversas flexões de tempo e de modo dos verbos, bem como as conjunções, são, de modo geral, os responsáveis pelo estabelecimento e manutenção da coesão sequencial nos textos. As palavras usadas são as seguintes: 12 – Tipologia textual: Tipo de texto Definição Características Exemplo Narrativo Os fatos são vividos por personagens, em determinado tempo e lugar. Apresenta um narrador que pode assumir dois pontos de vista: o de narrador-personagem (narrativa em 1ª pessoa) ou o de narrador-observador (narrativa em 3ª pessoa). Toda narração transmite uma história. . Fatos em sequência. . Em geral apresenta formas verbais no passado ou no presente histórico . Há uma relação de causa-consequência que se desenvolve na história . Responde às perguntas. O quê? Quem? Onde? Como? Por quê? Quando? "Na manhã de quinta-feira, Marcela saiu de sua casa, na Rua dos Limoeiros e se dirigiu à floricultura para comprar flores para seu novo jardim..." Descritivo Descrição por meio da representação verbal de uma pessoa, objeto ou ambiente, indicando seus traços característicos. Podem ser objetivas (descrições físicas, concretas) ou subjetivas (descrições que dependem do ponto de vista de quem escreve) . Ausência de temporalidade. . Retrato verbal . Predomínio de verbos de ligação (ser, estar) .Predomínio de substantivos, adjetivos ou locuções adjetivas "Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro era um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, e enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras..." Injuntivo Conduz o leitor a agir de determinada maneira, como modo de alcançar um resultado específico: instalar ou configurar um aparelho, preparar uma refeição. Muito usado em manuais de instrução, bulas de remédio ou em pedidos feitos ao juiz. .Tempos verbais no modo imperativo, dialogando diretamente com o leitor. "1° passo: Veja se a tomada onde o produto será instalado tem o novo padrão plugue, segundo o INMETRO. 2° passo: Verifique se a tensão da rede elétrica no local de instalação é a mesma indicada na etiqueta do plugue da sua lavadora. 3° passo: Nunca altere ou use o cabo de força de maneira diferente da recomendada. Se o cabo de força estiver danificado, chame a Rede de Serviços Brastemp para substituí-lo." Dissertativo-Expositivo (ou apenas Expositivo) É a exposição de fatos de maneira objetiva acerca de determinado assunto, sem transparecer a opinião do autor. É muito usada em trabalhos acadêmicos, jornalísticos, técnicos ou relatórios. . Fatos expostos de maneira objetiva . O autor do texto não deixa transparecer sua opinião. . Ideias, fatos, exemplos, comparações, citações, argumentos são elementos do texto expositivo. "Servo-do-pantanal (nome científico: Blastocerus dichotomus), também chamado suaçuetê, suaçupu, suaçuapara, guaçupuçu ou simplesmente cervo, é um mamífero ruminante da família dos cervídeos e único representante do gênero Blastocerus." Dissertativo-Argumentativo (ou apenas argumentativo) Visa a persuadir o leitor ou o ouvinte. Além da análise cuidadosa e detalhada de um tema, na argumentação espera-se que o texto também apresente os argumentos do escritor para a defesa do ponto de vista. . Possui uma tese (uma ideia a ser defendida) . Formulação de argumentos do autor para a defesa da tese de forma a persuadir o leitor . Na conclusão, verifica-se a confirmação da tese "A televisão difunde programas educativos edificantes, tais como o ZigZag, os documentários sobre Historia, Ciências, informação sobre aactualidade, divulgação de novos produtos…Todavia, a televisão exerce também uma influência negativa, ao exibirmodelos, cujas características são inatingíveis pelas crianças e jovens emgeral. As suas qualidades físicas são amplificadas, os defeitos esbatidos,criando-se a imagem do herói / heroína perfeitos. Esta construção produzsentimentos de insatisfação do eu consigo mesmo e de menosprezo pelo outro." Tipos de argumentos: Tipos de argumentos Definição Exemplo Argumento de autoridade Sustenta-se na credibilidade da palavra de uma autoridade no tema (filósofo, cientista, juiz ou alguém relevante). "O Ministro das Finanças considera que a redução do déficit é impossível sem a reforma do Estado." Argumento por evidência o articulista sustenta sua tese com base em dados que evidenciam que sua tese é verdadeira. "No negócio jurídico, a ré falsificou a assinatura da autora, comprovando a conduta dolosa e, portanto, sua legitimidade no polo passivo." Argumento por comparação A argumentação se dá pelo confronto de duas realidades comparáveis. "Enquanto países como o Canadá têm leis que protegem as crianças da exposição à violência na televisão, no Brasil não há nenhum controle sobre a programação." Argumento pelo absurdo O argumento leva o interlocutor a uma conclusão absurda para convencê-lo a admitir uma tese. "Como poderia a mulher ter alvejado o marido se o laudo médico atesta que ela morreu minutos antes do esposo?" Argumento por exemplificação O argumentador baseia a tese ou conclusão em exemplos representativos, os quais, por si sós, já são suficientes para justificá-la. "Há tempos, estuda-se a possibilidade de outros tipos de inteligência além da humana. Por exemplo, acredita-se que os golfinhos tenham até linguagem própria." Argumento por causa e consequência A tese, ou conclusão, é aceita justamente por ser uma causa ou uma consequência dos dados: "O critério para ganhar o disco de ouro são 100.000 cópias vendidas. Nada mais justo, então, que Selena Gomez ganhe o disco de ouro." Argumento pragmático Fundamenta-se na relação de dois acontecimentos sucessivos por meio de um vínculo causal. "Se não sensibilizarmos as pessoas para as boas práticas de cidadania a vida tornar-se-á um caos." Argumento com provas concretas Apresentação de dados estatísticos, de resultados de enquetes, dentre outros similares. "É o que acaba de fazer com o dinheiro da Central de Medicamentos, Antônio Carlos dos Santos, presidente dessa estatal apanhado em flagrante de compras irregulares com custo bilionário." Alusão histórica Retomada de acontecimentosdo passado para explicar fatos presentes. “Há exatos 122 anos, era declarada ilegal a propriedade de um ser humano sobre outro no Brasil. Contudo, a Lei Áurea não previu nenhuma forma de inserir milhões de recém-libertos como cidadãos do país, muito menos alguma compensação pelos anos de cárcere para que pudessem começar uma vida independente." Argumentos consensuais ou de senso comum São aqueles em que certas “verdades” aceitas por todos são utilizadas. Não dependem de comprovação. "Sabe-se que a água conduz eletricidade, portanto não proibir a entrada na piscina durante uma tempestade com relâmpagos é de imensa irresponsabilidade do estabelecimento." Argumento por ilustração O argumento por ilustração difere do de exemplo em razão do estatuto da regra em que um e outro se apoiam. Enquanto o exemplo fundamenta a regra, a ilustração reforça a adesão a uma regra conhecida e aceita. "Quanto mais ansiedade, pior o desempenho. Lembra-se daquela vez que te deu branco no teste?" Argumento por modelo O Ocorre quando se considera uma determinada conduta admirável e se sugere a sua imitação. "Nelson Mandela, que até esteve na prisão durante largos anos, nunca desistiu de lutar e conseguiu grandes feitos quanto à abolição da discriminação." Argumento de retorsão O autor utiliza os próprios argumentos do interlocutor para destruí-los. Esse tipo de argumento é, pois, bastante eficiente para tentar invalidar o argumento do outro por meio da demonstração das suas incoerências. "O réu afirma que não tinha mais nenhuma relação com a vítima. Como isso é possível, sendo que testemunhas afirmam que ele a visitava todos os fins de semana?" Argumento ad hominem Estratégia de se desviar da discussão em pauta para criticar de alguma maneira o próprio adversário – em vez de criticar, refutar ou combater suas ideias. "Como é possível acreditar em Karl Marx, um homem que sequer trabalhava, mas escrevia aos operários como se conhecesse a realidade deles? "
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