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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD AVALIAÇÃO PRESENCIAL 1 – 2018.1 GABARITO Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental Coordenadora: Profa. Helena Feres Hawad INSTRUÇÕES Esta prova é composta por um caderno de questões e por uma folha de respostas. Antes de iniciar, confira o material que você recebeu. O caderno de questões contém um texto e nove questões, no total de quatro páginas (incluindo esta página com cabeçalho e instruções). Verifique se o seu está completo. A prova deve ser feita com caneta azul ou preta. Todas as respostas devem ser apresentadas na folha de respostas. Não serão aceitas respostas escritas no caderno de questões, nem em folhas adicionais, fora do especificado no item anterior. Ao término do trabalho, entregue ao fiscal apenas a folha de respostas, após certificar-se de ter preenchido corretamente o cabeçalho. Leve com você o caderno de questões. Rasuras, com ou sem corretor do tipo liquid paper, poderão ser toleradas, desde que não prejudiquem a legibilidade. A prova é individual, e não é permitido qualquer tipo de consulta, a pessoas ou a materiais de estudo. Releia toda a prova antes de entregar. BOM TRABALHO! O texto a seguir serve de base para as questões da 1 à 7. Esqueça a maconha, o problema é a bebida Daniel Becker A medicina conseguiu provar pela primeira vez, de forma inquestionável, que a bebedeira compromete o desenvolvimento cerebral dos jovens. Confirmando indicações de estudos anteriores, pesquisadores de cinco universidades americanas analisaram o cérebro de 483 voluntários, entre 12 e 21 anos, em dois momentos: quando ainda não consumiam bebida alcóolica e até dois anos depois. Concluíram que os “grandes bebedores” – aqueles que bebem até se embriagar – tiveram redução no ritmo de crescimento cerebral e perderam massa cinzenta no córtex pré-frontal. Última região do cérebro a se formar, até os 25 anos, o córtex é associado à tomada de decisões, ao autocontrole e ao comportamento social. Ainda não é possível afirmar, com certeza, que essa perda faz alguma falta. Mas é um claro sinal de alerta: quem exagera na bebida durante a adolescência pode perder habilidades fundamentais para uma vida madura e saudável. A sociedade debate os riscos da liberação da maconha, que já aconteceu no mundo todo, mas pouco fala sobre bebidas alcóolicas. O álcool mata e fere mais que a soma de todas as outras drogas. Num estudo do Ministério da Saúde, 20% dos acidentados no trânsito apresentaram sinais de embriaguez ou relataram consumo de álcool. Entre vítimas de agressão, o percentual sobe para 49%. Apesar de seus males, a bebida não é coibida. Ao contrário. É incentivada. O Brasil promoveu uma das mais eficientes campanhas de combate ao cigarro no mundo. Em 30 anos, o consumo caiu à metade. Os maços ganharam advertências sobre os males do fumo e a propaganda foi proibida. O fumante passou a ser visto como um fraco, um viciado que polui o ar alheio. Tal reprovação social não se estendeu aos bebedores compulsivos. A representação social da embriaguez é muito positiva. O governo proibiu apenas a propaganda de bebidas com maior teor alcoólico. As cervejas continuam a aparecer em eventos esportivos, no Carnaval, em intervalos da televisão, atingindo crianças e adolescentes. O publicitário brasileiro foi inteligente a ponto de associar o consumo de cerveja à amizade. Os personagens estão sempre confraternizando: no sofá, no estádio, na praia, no bar. São amigos. Aí eu pergunto: qual grupo etário precisa mais da sensação de pertencimento? O jovem. Ele está saindo da casa dos pais, em busca de pares. Ele quer ser igual àquelas pessoas, que têm alegria, amizade, plenitude. A livre propaganda de cerveja deveria ser proibida. Ela estimula o consumo precoce de álcool. Os adolescentes estão bebendo cada vez mais e cada vez mais cedo. Um manual de orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria informa que 15% dos jovens de 10 a 12 anos já provaram bebidas alcoólicas. Na faixa etária entre 13 e 15 anos, o percentual sobe para 45%. Aos 15 anos, 75% já experimentaram. A mesma pesquisa informa que 25% dos adolescentes tiveram ao menos um episódio de embriaguez nos últimos 30 dias. O adolescente que se inicia cedo no álcool costuma encontrar permissividade em casa. Os pais, também consumidores, permitem ou não se interessam em impedir. Isso é muito grave, pois a conversa na família é uma das estratégias mais eficazes para reduzir o risco de embriaguez e consequências dela, como sexo sem proteção e acidentes de trânsito. É importante conversar sobre álcool com os filhos. Se 15% dos jovens entre 10 e 12 já beberam, é necessário conversar ainda antes disso. Não adianta evitar. É melhor falar de forma aberta, respeitosa, não moralista. Agir como um advogado deles – e delas, vale dizer. A embriaguez é muito comum entre meninas. A escola também perde a oportunidade de ajudar, ao dedicar muito tempo aos assuntos que cairão no Enem e muito pouco a questões como sexualidade e drogas. Festas de formatura no ensino médio – para estudantes de 16 e 17 anos, com convidados até mais novos – oferecem, em contrato, “open bar” (bebida liberada) e ambulância estacionada na porta. Quem dera fosse para socorrer alguém que torceu o pé enquanto estava dançando... Estimulados por empresas e negligenciados pela família e pelo Estado, adolescentes bebem como se não houvesse amanhã. Mas o amanhã existe – e, concluíram os pesquisadores americanos, ele pode se tornar definitivamente pior por causa dos excessos na bebida alcoólica. Época. 4/12/2017. p.90. 1. (1,0) Aponte o mal que o hábito de beber causa à saúde dos jovens, de acordo com o texto. O HÁBITO DE BEBER PROVOCA REDUÇÃO NO RITMO DE CRESCIMENTO CEREBRAL E PERDA DE MASSA CINZENTA NO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL. 2. (1,0) Além do dano causado à saúde pelo álcool, o texto menciona dois outros riscos a que estão expostos os jovens que bebem. Identifique esses riscos. DOIS DOS TRÊS SEGUINTES: ACIDENTES DE TRÂNSITO, AGRESSÕES, SEXO SEM PROTEÇÃO. 3. (1,0) Transcreva do texto a frase que melhor justifica o título “Esqueça a maconha, o problema é a bebida”. ATENÇÃO: Transcreva toda a frase pertinente, e somente a frase pertinente. O ÁLCOOL MATA E FERE MAIS QUE A SOMA DE TODAS AS OUTRAS DROGAS. 4. (1,0) Para fundamentar a proposta de que a propaganda de cerveja deveria ser proibida, o autor faz uso de uma comparação. Sintetize com suas palavras esse argumento. O BRASIL CONSEGUIU REDUZIR PELA METADE O CONSUMO DE CIGARROS EM 30 ANOS POR MEIO DE UMA EFICIENTE CAMPANHA, COM ADVERTÊNCIAS NOS MAÇOS E A PROIBIÇÃO DA PROPAGANDA. A BEBIDA, AO CONTRÁRIO, NÃO FOI ALVO DE UMA POLÍTICA DESSE TIPO, E CONTINUA A SER MUITO BEM VISTA SOCIALMENTE. 5. (1,0) Identifique a que se referem, no contexto, as expressões sublinhadas nos trechos abaixo. a. Isso é muito grave (...) (5º parágrafo) A PERMISSIVIDADE DOS PAIS (O FATO DE O ADOLESCENTE CONTAR COM A PERMISSIVIDADE DOS PAIS / O FATO DE OS PAIS NÃO SE INTERESSAREM OU NÃO TENTAREM IMPEDIR A INICIAÇÃO DO JOVEM NA BEBIDA) b. Agir como um advogado deles (...) (5º parágrafo) DOS FILHOS (DOS JOVENS, DOS ADOLESCENTES) 6. (1,0) O amanhã pode se tornar definitivamente pior por causa dos excessos na bebida alcoólica. (6º parágrafo) a. Identifique o recurso empregado nessa frase para reduziro grau de certeza expresso. O VERBO “PODER”. b. Reescreva a frase, de modo a aumentar o grau de certeza. ATENÇÃO: Altere somente esse aspecto do sentido da frase, mantendo o restante de seu significado. O AMANHÃ SE TORNARÁ / VAI SE TORNAR DEFINITIVAMENTE PIOR POR CAUSA DOS EXCESSOS NA BEBIDA ALCOÓLICA. 7. (1,0) Abaixo foram reformulados dois fragmentos do texto. Escreva, na folha de respostas, um conectivo que poderia substituir o sinal em cada reformulação, mantendo o mesmo sentido do fragmento original. a. Apesar de seus males, a bebida não é coibida. (2º parágrafo) A bebida causa males, não é coibida. MAS / PORÉM / NO ENTANTO / ENTRETANTO b. Estimulados por empresas e negligenciados pela família e pelo Estado, adolescentes bebem como se não houvesse amanhã. (6º parágrafo) Adolescentes bebem como se não houvesse amanhã são estimulados por empresas e negligenciados pela família e pelo Estado. POIS / PORQUE / UMA VEZ QUE / JÁ QUE 8. (1,0) Explique o efeito de humor existente na tira abaixo, considerando a inferência feita pelo leitor durante o processo de leitura. O Estado de São Paulo. 14/1/2017. p.C4 QUANDO, NO SEGUNDO QUADRINHO, A MENINA PERGUNTA AO PERSONAGEM ESCONDIDO EMBAIXO DA CAMA O QUE DEVE DIZER À PROFESSORA, O LEITOR INFERE QUE ELA QUER SABER O QUE VAI DIZER SOBRE A FALTA DO AMIGO À ESCOLA, O QUE VAI DIZER PARA JUSTIFICAR ESSA FALTA. ESSA INFERÊNCIA É FEITA COM BASE NA FALA QUE APARECE NO PRIMEIRO QUADRINHO, A QUAL REPRESENTA UM CONTEXTO PARA A PERGUNTA. A RESPOSTA NO ÚLTIMO QUADRINHO, PORÉM, NÃO LEVA EM CONTA ESSE CONTEXTO E, DESSA FORMA, QUEBRA A EXPECTATIVA DO LEITOR, PRODUZINDO O EFEITO DE HUMOR. 9. (2,0) O fragmento a seguir é o primeiro parágrafo de um texto produzido por um estudante sobre a relação entre educação e desigualdade de gênero. Após lê-lo, faça o que se pede em a e b. Quando se fala de desigualdade de gênero e educação, vários pontos podem ser discutidos, são assuntos que englobam vários aspectos, mas que quando colocados lado a lado demostram uma pequena parte de muitas coisas que ainda devem ser trabalhadas pela sociedade. a. Aponte um problema no desenvolvimento desse parágrafo. O PARÁGRAFO ESTÁ VAGO, NÃO APRESENTA NENHUMA INFORMAÇÃO CONSISTENTE E RELEVANTE. (SUAS INFORMAÇÕES SÃO GENÉRICAS, IMPRECISAS.) ALÉM DISSO, ESTÁ TAMBÉM MUITO REPETITIVO, CONTÉM MUITA REDUNDÂNCIA. (AS MESMAS IDEIAS VAGAS SÃO APRESENTADAS VÁRIAS VEZES, COM PALAVRAS UM POUCO DIFERENTES.) b. Reescreva o parágrafo, de modo a eliminar o problema apontado. QUANDO SE FALA DE DESIGUALDADE DE GÊNERO E EDUCAÇÃO, VÁRIOS PONTOS PODEM SER DISCUTIDOS.
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