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Apelacão criminal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE NATAL, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Processo nº: ...
Classe: Ação Penal
Acusado: Caio
		
CAIO, já qualificado nos autos da ação penal em epígrafe que lhe move o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, por meio de seu Advogado que a esta subscreve, vem, tempestivamente, à presença de Vossa Excelência, não se conformando com a sentença condenatória de fls.(...), com fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal, interpor o presente
RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL
Para a Colenda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte, requerendo, desde já, seja recebido, autuado o presente recurso com as inclusas razões de apelação, pugnando pela válida intimação da parte recorrida para apresentação de contrarrazões, bem como que seja encaminhado, posteriormente à Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, para apreciação.
Termos em que pede deferimento.
Natal, 13 de Julho de 2015.
Advogado OAB/RN nº...
RAZÕES DE APELAÇÃO
Processo nº: ...
Classe: Ação Penal
Acusado: Caio
Egrégio Tribunal de Justiça,
Colenda Câmara Criminal,
Douta Procuradoria de Justiça,
Senhores Desembargadores.
Em que pese o notório saber jurídico do Magistrado sentenciante, merece reforma a sentença condenatória encartada nos autos às fls.(...) conclusão a que chegará esta colenda câmara criminal após análise das razões fáticas e jurídicas enumeradas a seguir:
I – DOS FATOS
1 – Conforme consta dos autos, o apelante foi processado e condenado pela prática do delito de estupro na forma do art. 213 do Código Penal c/c art 71 do Estatuto Repressivo, à pena concreta e definitiva de 10 (dez) anos e 06 (seis) meses de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado, vide denúncia de fls.(...) e sentença de fls. (...).
2 - A defesa, entretanto, após análise do contexto probatório, entende que houve equívoco na contagem da pena, não observando os preceitos do Art. 59 do Código Penal bem como as atenuantes do Art. 65 do CP pugnou pela aplicação da pena no mínimo legal.
II – DO DIREITO
Da dosimetria da pena em relação aos antecedentes criminais
	Em consonância ao Art. 68 do Código de Penal, houve uma exasperação indevida da pena, visto que o magistrado aumentou a pena base em seis meses pelo fato de Caio “possuir antecedentes” criminais.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
	A redação acima exposta elenca entre as circunstâncias judiciais os antecedentes criminais, os quais segundo o entendimento da decisão do STF no Recurso Extraordinário (RE) 591054, “A existência de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado não podem ser considerados como maus antecedentes para fins de dosimetria da pena”.
	A simples existência de ação penal em curso ou inquérito policial não é o suficiente para constituir antecedente criminal, pois vale no direito penal pátrio o princípio da presunção de inocência, o qual está no art. 5º, LVII da Constituição Federal, segundo o qual toda pessoa se presume inocente até que tenha sido declarada culpada por sentença transitada em julgado. 
	Assim, à luz da presunção de inocência não se reconhece como maus antecedentes criminais a simples existência de inquérito, de processo em andamento ou condenação passível de recurso.
Da dosimetria da pena em relação a liberdade sexual da mulher
	
	(...)Os Crimes contra a Dignidade Sexual somente em decorrência da Lei n° 12015/2009, passaram a delimitar de forma imprecisa, mas de forma razoável se comparada a legislação de 1940, o bem jurídico tutelado, em que pese ainda haver certa incoerência com o nome jurídico atribuído, porque a dignidade da pessoa humana é fundamento do Estado Democrático de Direito e a liberdade, sim, é atributo da pessoa humana e logo, direito do indivíduo, inclusive a liberdade sexual.
	 (...)
	Essa impropriedade sobre o bem jurídico perdurou até o advento do Código Penal de 1940, quando se diferenciou honra como atributo da pessoa humana, inserindo no título referente aos Crimes Contra a Pessoa, e atribuindo aos costumes o status de Título, mas ainda impregnado de elementos normativos e de adjetivações acerca dos sujeitos, e ressaltando a impossibilidade do homem ser vítima de crimes como o estupro, a sedução, a posse sexual e o atentado ao pudor mediante fraude, o rapto e os crimes de tráfico de mulheres. Somente agora, a denominação do bem jurídico se aproxima da proteção do direito à liberdade sexual.
	(...) O legislador penal tratou a liberdade sexual, não como atributo da pessoa humana, mas no contexto da moralidade pública sexual, levando em conta na abordagem dos referidos crimes o efetivo dano causado não só à vítima, mas à coletividade. 
	O OLHAR DO DIREITO PENAL SOBRE A LIBERDADE SEXUAL. Eneida Orbage de Britto Taquary. http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-olhar-do-direito-penal-sobre-a-liberdade-sexual,46144.html acessado em 22 de fevereiro de 2018.
	
	Como se observa no trecho extraído anteriormente, o homem não se configurava como vítima nestes crimes, houve uma evolução trazidas pelas novas leis, isto posto, não deve ser levado em consideração para a dosimetria da pena o “desrespeito a liberdade sexual da mulher” única e exclusivamente, visto que, o homem também é legitimado no contexto da liberdade sexual, sendo protegido a coletividade como um todo, e não só a mulher, e impreterivelmente isso não poderia ser caracterizado como aumento da pena base em mais 06 meses como fez o magistrado a quo.
Da atenuante 
	O magistrado não aplicou a atenuante prevista no Art. 65 inciso “I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença”. Portanto, sabe-se que na data do fato o acusado possuía apenas 20 anos pois nasceu em 25 de março de 1994, e o crime ocorreu no mês de fevereiro de 2015.
	Propõe-se que seja aplicada a redução de 6 meses da pena base (6 anos). 
Do concurso de crimes
	Antes da vigência da lei 12.015/09 o agente que no mesmo contexto fático praticasse conjunção carnal e ato libidinoso poderia responder por dois crimes em concurso material ou dependendo da situação por dois crimes em continuidade delitiva.
	Com a publicação da lei 12.015/09 sugiram duas correntes. A primeira corrente e majoritária defende que a prática da conjunção carnal e do ato libidinoso no mesmo contexto fático seria crime único, pois tratava-se de tipo penal alternativo ou crime de ação múltipla ou conteúdo variado, significa que a prática de um ou de vários verbos constantes no tipo penal resultaria na prática de crime único. 
	Assim diante das decisões e de uma análise teorizada, podemos concluir que o crime de estupro é crime de ação plurinuclear, ou seja, a prática de um ou de vários núcleos do tipo penal resultará na prática de delito único.
	O acusado teve conjunção carnal e praticou atos libidinosos em uma única ação, isto é, praticou um crime único. Analisando os requisitos subjetivos e objetivos do Art. 71, do CP, conclui-se não estar presente o concurso de crimes para este caso, por se tratar de crime único e afastar a aplicação do aumento de ½ (metade), na forma do Art. 71 do CP.
	
Do regime inicial de cumprimento de pena
	O magistrado se fundamentou na aplicação da Lei nº 8.072/90 (Lei dos Crimes hediondos) em seu Art. 2º, § 1º. No qual dispõe que a pena prevista neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. 
	Entretanto somente o estupro qualificado que resultar lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos ou se da conduta resulta morte é que seráaplicado o disposto nesse parágrafo 1º do Art. 2º da referida Lei dos crimes hediondos. O que sabe-se não ser o caso, isto posto, que a vítima possuía 19 anos ao tempo do crime e não sofreu nenhuma destas qualificadoras.
	De acordo com a súmula 719 do STF: “A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.” Logo, propõe-se neste caso seja iniciada a pena em regime semiaberto. 
	
	
III – DOS PEDIDOS
Ao lume do exposto, requer que este Egrégio Tribunal conheça do presente recurso e lhe dê provimento para:
Declarar nula a r. sentença de fls.(...) dos autos, no fito devolver os autos ao juízo a quo para prolação de nova sentença, ou;
Caso o Egrégio Tribunal entenda por não anular a r. sentença, o que não acreditamos, que seja excluído o concurso de crimes, aplicando a pena base no mínimo legal, e reconhecida a atenuante efetuando-se, para tal, nova dosimetria. E fixando a em 5 anos e 6 meses de reclusão a ser cumprida em regime semiaberto. Sob pena de violação aos artigos 59 e 65 do Código Penal.
Termos em que pede deferimento.
Natal, 13 de Julho de 2015.
Advogado OAB/RN nº...

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