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Drogas antiinflamatórias, não esteroidais (DAINEs) Disciplina de Farmacologia Geral Faculdade de Biomedicina Jand-Venes R. Medeiros Introdução • Drogas antiinflamatórias gerais – Glicocorticoides –DAINES – Imunossupressores – Drogas utilizadas na gota – Drogas utilizadas na artite reumatoide (drogas modificadoras da doença) DAINES • Histórico • Mecanismo de Ação • Ações Farmacológicas • Efeitos adversos • Aspectos Farmacocinéticos • Classificação geral dos AINES • Reclassificação geral dos AINES • Usos Clínicos Histórico • A casca da árvore do salgueiro branco (Salix alba) foi usada em medicamentos por milhares de anos e foi citada por Hipocrates em 400 a.C e por Dioscarides, cirurgião grego do exército romano, em 70 d.C • 20 grãos da casca de árvore de salgueiro em um pouco de água a cada 4 horas, constituía-se em um excelente medicamento para tratar estados febris com calafrios (Edward Stone, vigário de Chipping Norton ) • Johann A Buchner (1828) – descoberta do princípio ativo – salicilina – encontrada também em outra árvores (Spiraea ulmaria). • Herman Kolbe (1874) - salicilina foi sintetizada. Histórico • Félix Hoffmann (1897)- síntese do ácido acetil-salicílico - Friedrich Bayer & CO em Elberfeld, na Alemanha. • Heinrich Dreser (diretor da área de farmacologia da empresa) – demonstração das ações analgésicas, antipiréticas, e antiinflamatórias • 1899 - Bayer introduz a nova droga com o nome de "aspirina" Histórico • 1971- Jonh Vane e colaboradores – mecanismo de ação da aspirina • Smith e Willis (1971) – aspirina bloqueia irreversivelmente a produção de tromboxano por plaquetas humanas • Segunda metade do séc XX: surgimento de vários outros DAINEs (antipirina, fenacetina, fenilbutazona, indometacina...) • 1991 – decoberta da COX-2 (Xie et al.,Proc Natl Acad Sci U S A. 1991) • 1992- clonagem da COX-2 humana (Hla & Neilson Proc Natl Acad Sci U S A. 1992) • 1992-2004 – drogas com seletividade para COX-2 Mecanismo de ação dos DAINES Inibição da síntese de prostanóides pela inibição das enzimas cicloxigenases Mecanismo de ação dos DAINES Cicloxigenase Hidroperoxidases Prostanoides •Prostaglandinas •Tromboxanos Ácido araquidônico AINES X Inativação irreversível inibição competitiva reversível inibição não competitiva reversível rápida Val-523 Tyr-355 Arg-120 Tyr-385 IsoLeu-523 Ser-530 Ser-530 C a n a l h id ro fó b ic o C a n a l h id ro fó b ic o Bolso lateral hidrofílico Tyr-385 Tyr-355 Arg-120 COX-1 COX-2 Diferenças estruturais entre COX-1 e COX-2 Val-523 Tyr-355 Arg-120 Tyr-385 IsoLeu-523 Ser-530 Ser-530 Bolso lateral hidrofílico Tyr-385 Tyr-355 Arg-120 COX-1 COX-2 Diferenças estruturais entre COX-1 e COX-2 COX-1 e COX-2 • Diferenças estruturais – COX-1 • Ausência do Bolso lateral hidrofílico • Isoleucina 523 • Canal hidrofóbico estreito – COX-2 • Bolso lateral hidrofílico • Valina-523 • Canal hidrofóbico largo (permite o contato com mais substrato) – maior produção de PGs Val-523 Tyr-355 Arg-120 Tyr-385 IsoLeu-523 Ser-530 Ser-530 Bolso lateral hidrofílico Tyr-385 Tyr-355 Arg-120 COX-1 COX-2 Aspirina Aspirina X AA AA X X Val-523 Tyr-355 Arg-120 Tyr-385 IsoLeu-523 Ser-530 Ser-530 Bolso lateral hidrofílico Tyr-385 Tyr-355 Arg-120 COX-1 COX-2 Diclofenaco Diclofenaco X X Determinantes farmacoquímicos dos “Coxibs” Grupo hidrofílico Grupo Hidrofóbico Encaixa no bolso colateral hidrofílico da COX-2 Ocupa o canal hidrofóbico da COX Val-523 Tyr-355 Arg-120 Tyr-385 IsoLeu-523 Ser-530 Ser-530 Bolso lateral hidrofílico Tyr-385 Tyr-355 Arg-120 COX-1 COX-2 S O X Rofecoxib Rofecoxib A cadeia sulfonamida polar liga-se fortemente ao bolso lateral hidrofílico Não conseguem entrar no canal (tamanho) e tem pouca afinidade pelo sítio de ligação Ações Farmacológicas Antiinflamatórias Antipiréticas Analgésicas Antitrombóticas PGE2 e PGI2 Céls endoteliais Estímulo Aumento do aporte sanguíneo na área da injúria (células e proteínas do plasma) vasodilatação COX AÇÕES FARMACOLÓGICAS DOS AINES Efeito Antiinflamatório Inibição da vasodilatação causada por prostanoides AINES _ AÇÕES FARMACOLÓGICAS DOS AINES COX AINES _ Efeito Antiinflamatório Histamina Leucotrienos Bradicinina Complemento Permeabilidade Vascular PGs Permeabilidade Vascular (intensa) < + Inibição do aumento de permeabilidade vascular - edema Efeito Antiinflamatório As drogas antiinflamatórias não esteroidais agem inibindo a síntese de prostaglandinas por inibirem a enzima COX. As prostaglandinas são vasodilatadoras e amplificam a permeabilidade vascular induzida por outros mediadores (efeito permissivo). As prostaglandinas por si só não induzem edema mas seu efeito permissivo as torna crucial para o desenvolvimento da resposta inflamatória. Salina PGI2 Bradicinina PGI2 + Bradicinina PGI2 + Bradicinina Comp. 48/80 Efeito da injeção intradérmica de PGI2 e bradicinina sobre a Permeabilidade vascular cutânea em ratos. Aula prática (medicina) – 01.04.05 Extravasamento do corante Azul de Evans Inibição da produção de prostaglandinas no hipotálamo AÇÕES FARMACOLÓGICAS DOS AINES AINES _ Efeito Antipirético Infecção Céls Imunes Hipotálamo PGEs ponto de ajuste da temperatura corporal COX Endotélio IL-1 IL-6 TNF IFN- IL-8 Efeito Antipirético Inibição da síntese de prostaglandinas no hipotálamo causando uma modificação do ponto de ajuste da temperatura corporal para baixo AÇÕES FARMACOLÓGICAS DOS AINES Nociceptor sensibilizado PGEs e PGIs Bradicinina serotonina histamina DOR Estímulos termicos Estímulos mecânicos Nociceptor AINES _ COX Efeito Analgésico Sensibilização do nociceptor por PGs PGs AMPc [Ca2+] PKA Canais de Na+ PKC Proteínas transdutoras de estímulo térmico e mecânico Receptor Bradicinina Receptores EP ou IP Fibras C e A delta Demonstração Experimental em Humanos da Ação Hiperalgésica de PGE2 Vane e Ferreira, 1973 Ín d ic e d e D o r BK PGE2 BK + PGE2 Estímulo inflamat causando formação de BK e PGE2 Duração da Dor Demonstração Experimental em Humanos da Atividade Analgésica da Aspirina Ín d ic e d e D o r BK PGE2 BK + PGE2 Estímulo inflamat causando formação de BK e PGE2 Com administração prévia de Ac acetilsalicílico (aspirina) Vane e Ferreira, 1973 Duração da Dor Efeito analgésico Inibição da síntese de PGs impedindo a sensibilização dos nociceptores. Na ausência de PGs estímulos químicos (mediadores), térmicos e mecânicos de baixa intensidade não causam dor Efeito Analgésico • AINES são efetivos em – Artrites – Bursites – Dor de origem muscular e vascular – Odontalgias – Disminorréia – Dor pós parto – Dor da metástase óssea no câncer • Combinação com opioides – Dor do pós-operatório Os AINES em alguns casos podem reduzir a requisiçãode opioides Efeito antitrombótico Fosfolipídeos da membrana celular Ácido araquidônico Cicloxigenase (COX) PGG2 PGH2 PGI2 TXA2 PGE2 PGD2 PGF2 Fosfolipase A2 Troboxano sintase peroxidase TXB2 Prostaciclina- sintase Isomerases AINEs X Agregação plaquetária Vasoconstrição (aspirina – inibição irreversível) Efeito antitrombótico Por inibição da síntese de Tromboxano iniciada pela enzima COX Aspirina inibe irreversivelmente a COX por isso causa efeito anti-trombótico mais prolongado Gastrointestinais Dispepsia, náuseas e vômitos Doença ulcerosa (usuários crônicos) Erosões e petéquias Distúrbios gastrointestinais Hemorragia grave/perfurações Efeitos renais adversos Insuficiência renal aguda Indivíduos c/ distúrbios nos sistemas NA e da renina (inibição da vasodilatação compensatória) Nefropatia analgésica Nefrite crônica Necrose papilar renal Interferência na coagulação sanguínea Efeitos adversos comuns TGI Rim Plaquetas EFEITOS INDESEJADOS COMUNS Reações cutâneas Erupções leves Urticária reações de fotossensibilidade Outros efeitos Distúrbios da medula óssea Distúrbios hepáticos Síndrome de Reye Efeitos Adversos Comuns Indometacina Etodolac Sulindaco Diclofenaco Ácidos Carboxílicos Ácido Salicílico e ésteres Ácido Acético Ácido Propiônico Àc. N- fenilantranílico Aspirina Salicilato de metila Salicilamida Ácido Fenilacético Indolacético e Pirrolacético Cetoprofeno Naproxeno Ibuprofeno Antiinflamatórios Não Esteroidais Classificação Química (I) Ácido mefenâmico Tolfenâmico Antiinflamatórios Não Hormonais Classificação Química (II) Ácidos Enólicos Pirazolon as Oxicams Meloxicam Piroxicam Tenoxicam Fenilbutazona Dipirona Oxifenbutazona Outros (p-aminofenol,butanona (fenoximetanosulfanilida ) Paracetamol Nabumetona Nimesulida Coxibs Celecoxib Rofecoxib Valdecoxib Etoricoxib Parecoxib Lumiracoxib Classificação geral dos AINES Salicilatos Derivados do para-aminofenol Derivados indólicos Fenamatos Derivados do ácido heteroarilacético Derivados do ácido fenilacético Derivados do ácido propiônico Ácidos enólicos (oxicans) Derivados pirazólicos Outros Classificação de acordo com seletividade para as COX Mais seletivos para COX-1 Não seletivos Mais seletivos para COX-2 Altamente seletivos para COX-2 (COXIBs) Aspirina em doses baixas A maioria dos AINES convencionais Agentes com atividade antiinflamatória e analgésica em doses que inibem mais COX-2 do que COX-1 Agentes que em doses terapéuticas máximas causam nenhuma inibição clínica significativa de COX-1 Reclassificação geral dos AINEs • AINEs mais seletivos para COX-1 – Aspirina – Indometacina – Cetorolaco • AINES equipotentes COX-1/COX-2 – Dose alta de aspirina – Piroxican – Diclofenaco – Ibuprofeno – Naproxen Reclassificação geral dos AINEs • AINES mais seletivos para COX-2 – Meloxican – Etodolaco – Nimesulida – Nabumetona • AINES altamente seletivos para COX-2 (COXIBs) – Celecoxib – Rofecoxib – Etericoxibe – Valdecoxibe CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AINES Salicilatos Ácido salicílico, ácido acetilsalicílico, metilsalicilato, difunisal, salicilato, osalazine, sulfasalazina Mec de ação inibição irreversível da COX Propriedades farmacológicas Analgesicos - Antipireticos - Antiinflamatórios Inibição da agregação plaquetária - terapia do infarto do miocárdio (aspirina) Câncer colônico e retal (aspirina) - prevenção Mal de Alzheimer (aspirina) - prevenção Propriedades farmacocinéticas Ácidos fracos - não ionizados - estômago No plasma e tecidos é hidrolizada - salicilato concentrações - ligada a proteínas - concentrações- disponível É excretada 25% de forma inalterada - % maior em urina alcalina dose baixa - t1/2 - 4 hs, Alta dose - T1/2 > 15 hs Duração de ação não está relacionada com meia vida plasmática (inibição irrev.) Salicilatos CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AINES Salicilatos Efeitos adversos (locais e sistêmicos) Estômago - gastrite - erosão - sangramento focais Salicilismo - Ingestão de altas doses - toxicidade crônica moderada: zumbidos, tonteiras, dim. da audição, náuseas e vômitos Erupções cutâneas Piora da asma Bloqueio de PGE2 (broncodilatadora) desvio do substrato para a LIPO – aumento da produção de cistenil – leucotrienos (broncoconstritores) Salicilatos Efeitos adversos (locais e sistêmicos) Sindrome de Reye Não administrar em crianças viróticas Alteração do equilíbrio ácido-base e eletrolítico - aumento da respiração Hiperpineia - ventilação aumentada - alcalose respiratória (niveis tóxicos baixos) Acidose metabólica - acumulo de derivados do ac. Salicílico - depressão do centro respiratório (níveis tóxicos altos) Distúrbios da hemostasia Efeitos sobre TXA2 Salicilatos • Interações com outros fármacos – Warfarina – Agentes uricosídicos • Aspirina reduz a excreção de urato • Probenicida • Sulfinpirazona CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AINES Derivados do paraminofenol Paracetamol ou Acetaminofen (EUA) Mec de ação Fraco inibidor da COX periférica Inibidor seletivo COX-3? (Simmons et al., PNAS, 2002) Ação diminuida pelos hidroperóxidos - leucócitos Propriedades farmacológicas Analgesia e antipirese (efeito central via COX-3?) Pouco efeito antiinflamatório Analgésico e anti-térmico mais usado nos EUA CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AINES Propriedades farmacocinéticas É bem absorvido quando dado oralmente Conc máximas no plasma - 30 a 60 min t1/2 - 2-4 hs 20 a 50% - ligada a proteínas inativado no fígado- doses terapêuticas – Conjugados (gliconurídeos ou sulfato) Derivados do paraminofenol Efeitos adversos Doses terapêuticas - poucos efeitos - reações cutâneas alérgicas Intoxicação aguda - náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal Doses tóxicas: hepatotoxicidade grave - metabólito tóxico Saturação dos gliconurídeos/sulfatos - Metab por oxidases de função mista – necrose hepática (irreversível) e renal Não se deve tomar mais de 4 g ao dia Administração perigosa com o álcool Dengue e lesão hepática Aumento da toxicidade hepática quando associado com barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, sulfimpirazona zidovudina, ingestão crônica e excessiva de álcool. Derivados do paraminofenol Derivados do paraminofenol • Indicações – alívio da dor leve a moderada (cefaleia, mialgia, dor pós parto...) – Febre (pode ser administrada em crianças viróticas) – Pacientes alérgicos a aspirina – Pode ser utilizado junto com probenicida – Pode ser usada em indivíduos com distúrbios da coagulação – Pode ser usada em indivíduos com história de úlcera CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AINES Indometacina, Sulindaco e Etodolaco Mec de ação Inibição competitiva reversível não especifica da COX Inibe a fosfolipase A e C Inibe a mobilidade de polimorfos (Indo) Scavenger de radicais O2 (Sulindaco) Propriedades farmacológicas Antiinflamatórios, analgésicos , antipiréticos Efeitos adversos Indometacina>sulindaco>etodolaco anorexia, nausea e dor abdominal Úlceras isoladas ou múltiplas ao longo do TGI superioràs vezes com perfurações e hemorragias pancreatite, diarréias SNC - confusão, tonturas, cefaléias, depressão, psicoses Derivados Indólicos CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AINES Ácidos: mefenâmico, meclofenâmico, flufenâmico, tolfenâmico e etofenâmico. Mec de ação Inibição competitiva reversível rápida da COX Propriedades farmacológicas Analgésicos, antipiréticos, antiinflamatórios Efeitos adversos dispepsia diarréia, steatorreia inflamação intestinal anemia hemolítica - tipo autoimune Fenamatos Derivados do ácido heteroaril acético CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AINES tolmetina, cetorolaco Propriedades farmacológicas antiinfamatórios (tolmetina>cetorolaco) analgésicos (cetorolaco>tolmetina) Cetorolaco - adm parenteral - dores pós operatórias/crônica antipiréticos (tolmetina>cetorolaco) Efeitos adversos dor epigástrica dispepsia, náuseas e vômitos Ulcerações gástricas Nervosismo, ansiedade, insônia, verigem distúrbios visuais, cefaleia Dor no local da injeção (cetoloraco) Derivados do Ácido Fenilacético CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AINES Diclofenaco Mec de ação Inibição competitiva reversível rápida da COX Reduz a conc. intracelular de ácido araquidônico Propriedades farmacológicas antiinfamatório, analgésico e antipirético Efeitos adversos Distúrbios gastrointestinais dispepsia, náuseas e vômitos sangramento, ulcerações e perfurações Nervosismo, ansiedade, insônia, verigem Reações cutâneas e alérgicas Dim da função renal Derivados do ácido propiônico CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AINES Ibuprofeno, naproxeno, fenoprofeno, cetoprofeno, fluviprofeno, oxaprozin Mec de ação Inibição competitiva reversível rápida da COX Efeitos inibitórios em leucócitos Propriedades farmacológicas Antiinflamatórios - Naproxen é 20 mais potente do que aspirina analgésicos, e antipiréticos Oxaprozin - dose única diária Efeitos adversos Gastrointestinais ( que da aspirina) dor epigástrica (quando adm junto com alimentos) dispepsia, náuseas e vômitos cefaléia, tonturas,,ototoxicidade Ácidos Enólicos (oxicans) CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AINES piroxican, meloxican, tenoxican Mec de ação Inibição competitiva reversível rápida da COX Meloxican - inibição mais seletiva para COX-2 Propriedades farmacológicas Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios Efeitos adversos Distúrbios gastrointesinais – úlceras – perfurações (piroxicam, temoxicam) Meloxican - Efeitos indesejados quase nulos Derivados da pirazolona CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS AINES Fenilbutazona, oxifenilbutazona, antipirina, aminopirina e dipirona Mec de ação Inibição competitiva reversível rápida da COX Propriedades farmacológicas Antiinflamatório Analgésicos e antipirético Efeitos adversos Náuseas e vômitos, desconforto gastrointestinal úlceras, hemorragias e perfurações Hepatites, estomatites ulcerosas, nefrites Anemia aplasica, leucopenia, agranulocitose e trompocitopenia Reações cutâneas Retenção de líquido e edema Derivados da pirazolona • Dipirona ou Metamizol Sódico – Analgésico e antitérmico potente – Fraco antiinflamatório – Inibe IL-8 (pirógeno endógeno não dependente de PGs) – Inibidor COX-1 e COX-3? (efeitos periféricos e centrais) – Analgesia via NO/GMPc ? Bloqueio de receptores NMDA? – Associado ao surgimento de agranulocitose e aplasia medular (pesquisa mal conduzida) • Proibida em vários paises (EUA e Europa) – Altamente prescrita no Brasil Estudos sobre a segurança da Dipirona • Huguley (JAMA,189:938-941,1964): dipirona – agranulocitose 1 caso a cada 127 exposições! Considerou a dipirona semelhante à aminopirina! • De acordo com este estudo inicial no Brasil então haveria um potencial de desenvolvimento da agranulocitose em 105.887 pacientes! • International Agranulocytosis and Aplastic Anemia Study (The Boston Study)- Risks of Agranulocytosis and Aplastic Anemia. JAMA, 256:1749-1757, 1986.- risco de agranulocitose 1,1 por milhão, 90% dos casos recuperados • Suécia, onde não se usava a dipirona, foi de 5,1 casos por milhão. • Inexplicável série de erros técnicos no trabalho de Hugley • PAINEL INTERNACIONAL DE VALIAÇÃO DA SEGURANÇA DA DIPIRONA. Brasília, 3 e 4 de julho de 2001. Reunião com 27 renomados especialistas e pesquisadores e 7 ouvintes concluíram que a dipirona apresenta riscos similares ou inferiores a outros AINEs dispostos no mercado. Outros AINES Nabumetona Mais seletiva para a COX-2 Pró-droga Poucos efeitos adversos gastrointestinais Cefaléias, reações cutâneas, tonturas, prurido Nimesulide Fraca inibição da COX (mais seletiva COX-2) Inibe funções de leucócitos (oxidativas/liberação de mediadores) Moderados efeitos indesejados Uso em pacientes alérgicos à aspirina Celecoxib (Celebrex®) Altamente seletivo da COX-2 Especificidade para a COX-2/-1 in vivo – 7 vezes Biodisponibilidade de 36% Pico de conc plasmática 3 hs 97% ligado a proteínas plasmáticas Meia-vida de eliminação de 8 -12 hs COXIBs Celecoxib (Celebrex®) <1% da dose é excretada inalterada na urina 200 mg 12/12hs- osteoartrite e artrite reumatóide; dor aguda ( pós -operatório de cirurgia ortopédica ou dental e em afecções músculo-esqueléticas, dismenorréia primária Contra-indicações: hipersensibilidade às sulfonamidas, insuficiência renal Interações: lítio, inibidores da ECA, fluconazol/cetoconazol Celecoxib Long Term Arthritis Safety Study (CLASS) - celecoxib não demonstrou aumento significativo de infartos Adenoma Prevention with Celecoxib (APC) - pacientes apresentaram 3.5 vezes mais risco de eventos cardiovasculares graves com o uso de celecoxibe COXIBs Rofecoxib (Vioxx®) Altamente seletivo da COX-2 Especificidade para a COX-2/-1 in vivo – 35 vezes Vioxx Gastrointestinal Outcomes Research (VIGOR) safety study - Comparou o efeito do VIOXX em relação ao naproxen em causar danos gastritestinais Resultado: VIOXX causa menos efeitos adversos gastrintestinais do que naproxen, no entanto observou-se mais eventos cardiovasculares com o grupo do VIOXX Explicação dada pelo laboratório: naproxen deve possuir mecanismo cardioprotetor Adenomatous Polyp Prevention on VIOXX (APPROVe) study - riscos cardiovasculares (infarto e trombose) aumentados em comparação ao placebo - dose de 25 mg diaria Vioxx é retirado do mercado pela Merck COXIBs COXIBs Etoricoxib (Arcoxia®) Altamente seletivo da COX-2 Especificidade para a COX-2/-1 in vivo – 106 vezes Biodisponibilidade de aprox 100% Pico de conc plasmatica 1 h 92% ligado a proteínas plasmáticas Etoricoxib (Arcoxia®) Meia vida de eliminação 22 hs Metabolização hepática Excreção renal – 1% inalterado 120 mg - 24/24 hs – artrite reumatoride, osteoartrite dor pós-operatória, lombalgia, disminorréia, odontalgia Interações: inibidores da ECA, lítio, diuréticos tiazídicos COXIBs COXIBs Valdecoxib / Parecoxib (Bextra®) Valdecoxib – V.O. Especificidade para a COX-2/-1 in vivo – 30 vezes Pico de conc plasmática – 3 hs Biodisponibilidade de 83% Ligação á proteínas plasmáticas 98% Meia vida de eliminação ~ 8 hs Excreção renal - 5% inalterado 40 mg 24/24 hs: pré e pós-operatório, dismenorreia Interações: Inibidores da ECA e diuréticos tiazídicos Coronary Artery Bypass Graft (CABG) Surgery study 035 - excesso de eventos cardiovasculares tromboembolicos Parecoxib (Bextra®) – I.M.ou E.V. 1o Coxib injetável Conversão em valdecoxib em~menos de 10 a 20 min 40 mg – 24/24 hs Dor aguda pós operatória (cirurgias odontológicas, cardíacas, ortopédicas, ginecológicas e abdominais) Redução do consumo de morfina em 22,1% a 40,5% COXIBs Lumiracoxib (Prexige®) Altamente seletivo da COX-2 Ùnico de constituição acídica Apresentação de 200 e 400 mg Pode ser usado junto com aspirina Reações de gripe, infecção do TGU, tontura, cefaléia, hipertensão e tosse Concentra-se nos tecidos inflamados (?) Risco de infarto > naproxeno (?) COXIBs Efeitos adversos dos COXIBs • Efeitos adversos Cardiovasculares – Eventos Trombóticos – Hipertensão • Inibição da PGE2 e PGI2 (vasodilatadoras/anti-trombóticas) e não inibição do TXA2 (vasoconstritor/pró-trombótico) • Efeitos Adversos Renais – Diminuição da taxa de filtração renal (inibição da COX-2 renal) • Outros efeitos adversos – Urticária, angioedema, agravamento de convulsões • Contra-indicações: asmáticos sensíveis à aspirina, úlcera ativa hemorragia GI, insuficiência cardíaca, crianças (falta de estudos) Indometacina Sulindaco Aspirina Piroxican Ibuprofeno Ácido menfenâmico Diclofenaco Naproxeno COX-1 COX-2 Potência Antiinflam. Complicações gastrointestinais POTÊNCIA E SELETIVIDADE PARA COX COMPARATIVAS DOS AINEs POTÊNCIA E SELETIVIDADE PARA COX COMPARATIVAS DOS AINEs COX-1 COX-2 Potência Antiinflam. Complicações gastrointestinais Nabumetone _ Meloxican _ _ Celecoxib _ _ Rofecoxib _ _ Seletividade Relativa para COX-1, 2 e 3 • Diclofenaco, Aspirina, dipirona e Ibuprofeno = inibição potencial pela COX-3 • Talidomida/Cafeína = propriedades analgésicas e sem inibição da COX-3 COX-3 Seletivos Simmons et al, PNAS USA 2002 Importância da lesão gástrica por AINES 111. 400. 000 prescrições/ano nos EUA. 10 a 20% dispepsia associada aos AINEs. 5 a 10% apresentam hemorragia digestiva alta. 103. 000 hospitalizações/ano nos EUA. 2 bilhões de dólares/ano nos EUA. 15a causa de morte nos EUA= AIDS. Wolfe et al., N Engl J Med, 1999. Ausência de dados estatísticos no Brasil. Mortalidade por lesão GI associado ao uso de AINES em comparação a outras causas de Lesão GI Risco anual de morte Cigarro Câncer Uso de AINES Acidente de carro Acidentes domésticos Acidente de avião Usos terapêuticos dos AINEs • Inflamação – 1ª linha: doenças reumáticas e não reumáticas – Não revertem a progressão da doença – Retardam destruição de cartilagens e ossos – Aumentam mobilidade das articulações – Coadjuvante em estados infecciosos – Traumatismos e pós-operatório • Analgesia – 1ª opção para dores leves a moderadas ~ associação analgésicos e opióides Usos terapêuticos dos AINEs • Estados febris • Outros empregos – AAS formação de trombos na isquemia cerebral transitória, na angina instável e após pontes em vasos sangüíneos Contra-indicações para uso de antiinflamatórios • História de úlcera péptica • Intolerância aos AINEs • Sangramento, diáteses hemorrágicas aos AINEs • Insuficiência renal, disfunção renal, ICC, hipoglicemia, cirrose hepática, depleção de Na+, uso concomitante de drogas nefrotóxicas • Uso profilático em grandes cirurgias • Idade maior que 60 anos • Crianças e adolecentes com viroses • Asmáticos Critérios de Seleção de AINEs Rofecoxib Piroxicam Naproxeno Diclofenaco Ibuprofeno Diflunisal AAS Indometacina Fenilbutazona 1 1 1 1 1 2 2 3 4 1 1 2 3 4 2 4 3 4 Agente Conveniência Toxicidade Relativa Minimizando os Efeitos Tóxicos • Redução da dosagem • Substituição do AINE • Para o AAS: uso de formulação de desintegração entérica • Alto risco: uso profilático de antiulcerosos ou antiácidos • Risco ou comprometimento de vida: suspensão do tratamento Apresentação comercial de alguns AINEs AAS-AAS Diflunisal-Dorbid Ibuprofeno-advil Diclofenaco-cataflam Naproxeno-naprosyn Piroxicam-piroxene Meloxicam-movatec Nimesulida-scaflan Celecoxib - celebrex Rofecoxib- vioxx 1.000 mg/ vo 500-750 mg/ vo 400 mg/ vo 50 mg/ vo 250-500 mg/ vo 20 mg/ vo 7,5 mg/ vo 50-100 mg/ vo 100-200 mg/ vo 12,5-25 mg/ vo 6 h 12 h 6 h 8 h 12 h 24 h 24 h 12 h 12-24 h 24 h Agente Intervalo Pró-dose
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