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TRABALHO ART 148

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ART. 148 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
	
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 148, alinha critérios formais e materiais para a instituição dos empréstimos compulsórios, adstringindo-se os segundos a dois pressupostos indeclináveis que autorizam o uso da supracitada faculdade impositiva, quais sejam, despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência (inciso I), bem como investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (inciso II). Em vista disso, forçoso reconhecer a inovação trazida pela nova Lei Maior, haja vista que a anterior deixava ao arbítrio do legislador complementar a identificação dos seus pressupostos autorizativos, o que fora cumprido a teor do artigo 15, incisos I, II e III, do CTN, dos quais, conforme vimos, o item III restou não recepcionado.
É de se destacar, antes de partirmos para a análise dos pressupostos citados, um necessário esclarecimento quanto ao critério formal para a instituição de empréstimos compulsórios. A lei complementar exigida para a veiculação da espécie impositiva não se confunde com aquela prevista no art. 146, III, voltada ao estabelecimento de normas gerais em direito tributário, ou seja, a instituição de cada empréstimo compulsório pressupõe a utilização do veículo normativo caracterizado pelo quorum da maioria absoluta, não sendo lídimo albergar a tese da utilização de lei ordinária para a sua criação por conta da existência de lei complementar estabelecendo normas gerais a regrar a espécie.
Partindo para análise do tema proposto no frontispício capitular, inicialmente cabe atentar para as insistentes lucubrações doutrinárias dando-nos ciência da impropriedade de se encarar os aludidos pressupostos como hipóteses de incidência de empréstimos compulsórios, razão pela qual as despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e os investimentos de caráter urgente e de relevante interesse nacional, não podem definir fatos jurígenos tributários da citada exação.
A teor do disposto no inciso I, do artigo 148, necessário se faz trazer à lume uma delimitação do conceito implícito contido nas expressões despesas extraordinárias e calamidade pública, haja vista a ínfima equivocidade acerca da configuração de guerra externa e sua iminência.
"Despesas extraordinárias", conforme preceitua Sacha Calmon Navarro Coêlho, são "aquelas absolutamente necessárias, após esgotados os fundos públicos inclusive o de contingência. Vale dizer, a inanição do Tesouro há de ser comprovada. E tais despesas não são quaisquer, senão as que decorrerem da premente necessidade de acudir as vítimas das calamidade públicas sérias, tais como terremotos, maremotos, incêndios e enchentes catastróficas, secas transanuais, tufões, ciclones etc. Nem basta decretar o estado de calamidade pública, cujos pressupostos são lenientes. De verdade, a hecatombe deve ser avassaladora, caso contrário se banalizaria a licença constitucional, ante "acts of God" que sempre ocorrem, sistematicamente, ao longo das estações do ano.(14)"
O conceito de "calamidade pública", para Paulo de Barros Carvalho, vai além do especificado no excerto acima destacado, uma vez que abrange outros eventos, de caráter sócio-econômico, que ponham em perigo o equilíbrio do organismo social, considerado na sua totalidade.(15)"
Do exposto, salta aos olhos a imprevisibilidade das despesas em foco, o que rendeu ensejo à ultima observação do consagrado autor mineiro, bem como a completa exauriência dos cofres estatais, cuja necessária vinculação à defesa e sobrevivência do convívio social, adstrito ao alcance do bem comum, ultima a indispensável obtenção de recursos a tornar possível a recomposição do alterado equilíbrio, daí a não subordinação do gravame previsto no dispositivo ora em análise ao princípio da anterioridade.
No que pertine à expressão investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, urge destacar inicialmente o alcance da totalidade do espaço físico estatal de tal investimento, vez que não se justificaria a criação da exação especificada para se cobrir gastos cujo emprego seriam de importância apenas para uma determinada região do território pátrio.
A urgência e a relevância abrigam-se sob critérios discricionários do legislador, cabendo ao Poder Judiciário a solução de controvérsia cujo deslinde esteja vinculado à identificação ou não da sua configuração.
Por último, é de se salientar a subordinação da hipótese em referência ao princípio da anterioridade, inexistindo qualquer contradição nesta exigência, pois, conforme brilhante escólio de Hugo de Brito Machado, a referida imposição tributária funcionaria como uma espécie de antecipação de arrecadação(16), a qual, combinada com o seu caráter não-emergencial, justificaria a aplicação do princípio de contenção do poder de tributar acima aludido.
MANIFESTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS.
À guisa de uma abordagem pragmática da matéria sub examen, é de se ressaltar o tratamento a ela expendido pelos nossos egrégios tribunais, os quais, quase que unanimemente, vêm reconhecendo a natureza jurídica tributária dos empréstimos compulsórios, adstringindo o regramento da figura impositiva ao regime jurídico dos tributos, conforme podemos inferir pelas seguintes ementas, verbis:
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO EM FAVOR DAS CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S/A – ELETROBRÁS. LEI Nº 4.156/62. INCOMPATIBILIDADE DO TRIBUTO COM O SISTEMA CONSTITUCIONAL INTRODUZIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. INEXISTÊNCIA. ART. 34, PAR. 12, ADCT-CF/88. RECEPÇÃO E MANUTENÇÃO DO IMPOSTO COMPULSÓRIO SOBRE ENERGIA ELÉTRICA.
Integrando o Sistema Tributário Nacional, o empréstimo compulsório disciplinado no art. 148 da Constituição Federal entrou em vigor, desde logo, com a promulgação da Constituição de 1988, e não só a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte a sua promulgação. A regra constitucional transitória inserta no art. 34, par. 12, preservou a exigibilidade do empréstimo compulsório instituído pela Lei n. 4.156/1962, como previsto no art. 1º da Lei 7.181/83. Recurso extraordinário não conhecido. (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, 1ª TURMA, RE-146615/PE, REL. P/ O ACÓRDÃO MIN. MAURÍCIO CORREIA, ABR/1997)(17).
EMENTA: EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – AQUISIÇÃO DE VEÍCULO – LEGALIDADE E ANTERIORIDADE.
A instituição e exigência do empréstimo compulsório estão sujeitas aos princípios constitucionais da legalidade e da anterioridade.
O empréstimo compulsório sobre a compra de carros (Decreto-lei n. 2.288/86) é uma prestação pecuniária compulsória, com toda característica de tributo.
Recurso provido. (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - RECURSO ESPECIAL – NÚMERO 13822 – UF: ES – DATA: 16/10/1991 – RELATOR: MIN. GARCIA VIEIRA).
EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO SOBRE ENERGIA ELÉTRICA. NATUREZA JURÍDICA. CONSTITUCIONALIDADE. ADCT, ART. 34, PARÁG. 12.
O empréstimo compulsório, sendo uma prestação pecuniária, de caráter compulsório, instituída por lei, sem a natureza de sanção por ato ilícito, consubstancia uma espécie de tributo, na visão conceitual do art. 3 do CTN.
Inobstante a vedação contida no art. 155, parág. 3, da Carta Magna, que afasta a incidência de qualquer tributo sobre as operações relativas à energia elétrica, o art. 34, parág. 12, do ADCT, excepcionou o princípio ao permitir a cobrança do empréstimo compulsório sobre energia elétrica em favor da eletrobrás, instituído pelaLei 4156/62, o que afasta a incidência do cânon inscrito no art. 148 da CF/88.
Apelação provida. (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO – APELAÇÃO CÍVEL NUM. 0116608-3 ANO: 90 UF: MG – DECISÃO: 19/08/1992 – PUBL.: DJ 27/08/1992 PG.: 025870 – 3ª TURMA – RELATOR: JUIZ VICENTE LEAL).
EMENTA: TRIBUTÁRIO. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. DECRETO-LEI Nº 2288/86.
Declarada pelo Tribunal Pleno, em sessão de 05.04.90, por maioria absoluta, e na forma do art. 162, par. 2 do regimento interno, a inconstitucionalidade do art. 14, primeira parte, do Decreto-lei nº 2288/86, por infringir o art. 153, par. 29, da Emenda Constitucional nº 01/69, considera-se indevida a cobrança do referido encargo, no exercício de 1986, em vista de sua natureza tributária e, por conseguinte, em atendimento ao princípio da anualidade.
Relativamente ao exercício de 1987, o Pleno desta Egrégia Corte, em sessão de 25 de julho de 1992, por unanimidade, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 10 e parágrafo único, do referido Decreto-lei nº 2288/86.
Incabível a restituição em dobro, uma vez que a matéria em exame é disciplinada pelo Código Tributário Nacional.
Reduzida a verba honorária para 5% (cinco por cento) do valor da causa.
Remessa ex officio parcialmente provida. (TRIBUNAL REGIONAL DA 2ª REGIÃO – REMESSA EX OFFICIO NUM. 0207579-2 ANO: 91 UF: RJ – DECISÃO: 13/04/1993 – PUBL.: DJ 020/09/1993 – 2ª TURMA – RELATOR: JUIZ SILVÉRIO CABRAL).
EMENTA: PROCESSO CIVIL, TRIBUTÁRIO, EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO SOBRE TARIFA DE ENERGIA ELÉTRICA, REPETIÇÃO DE INDÉBITO, UNIÃO FEDERAL, ILEGITIMIDADE PASSIVA, LEI 4156/62 E 7181/83, REGIME JURÍDICO, ADCT, ART. 34, PAR. 12 RECEPÇÃO EXPRESSA.
1 – O empréstimo compulsório sobre tarifa de energia elétrica foi instituído em favor da eletrobrás em função de plano de aplicação de recursos por ela elaborado, sem que o dinheiro passasse pelos cofres da União Federal (Parágrafo único, do artigo 1., da Lei 7181/83). União Federal afastada da lide.
2 – Embora tenha o artigo 4., par. 3, da Lei n. 4156/62 atribuído responsabilidade solidária à União Federal, nas ações de repetição de indébito é de ser reconhecida sua ilegitimidade passiva, preliminar rejeitada.
3 – Deve figurar no pólo passivo a ELETROBRÁS, pois compete-lhe a verificação das contas dos consumidores para atribuição dos títulos correspondentes (pars. 1 e 2 do art. 4, da Lei n. 4156/62).
4 – O regime jurídico do empréstimo compulsório é o tributário.
5 – O empréstimo compulsório sobre energia elétrica foi expressamente recepcionado pelo par. 12, do art. 34 do ADCT até sua extinção (1993), vigência sujeita a termo final.
6 – Remessa oficial provida. (TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO – REMESSA EX-OFFICIO NUM. 03031615-2 ANO: 94 UF: SP – DECISÃO: 30/11/1994 – PUBL.: DJ 01/08/1995 PG.: 047295 – 4ª TURMA – RELATOR: JUÍZA LÚCIA FIGUEIREDO).
EMENTA: TRIBUTÁRIO. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO SOBRE ENERGIA ELÉTRICA. LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DA UNIÃO FEDERAL. CONSTITUCIONALIDADE.
1.Evidenciada a legitimidade passiva ad causam da União Federal, eis que se trata de tributo instituído dentro de sua competência tributária e para atender a atividade de interesse público, através da ELETROBRÁS, que atua com função delegada.
2.Constitucionalidade da exigência, já que a sua reconhecida natureza tributária não a incompatibiliza com o disposto no art. 21, VII, da EC n. 1/69.
3.Recepção do aludido tributo pelo parágrafo 12 do art. 34 do ADCT.
4.Apelação improvida. (TRIBUNAL REGIONAL DA 4ª REGIÃO – APELAÇÃO CÍVEL NUM: 0405334-1 ANO: 94 UF: RS – DECISÃO: 26/04/1994 – PUBL.: DJ 20/07/1994 PG.: 038594 – 3ª TURMA – RELATOR: JUIZ RONALDO PONZI).
EMENTA: TRIBUTÁRIO. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO – MOEDA ESTRANGEIRA E PASSAGEM AÉREA INTERNACIONAL. RESOLUÇÃO 1154/86 – BACEN. INCONSTITUCIONALIDADE.
O empréstimo compulsório criado através da Resolução 1154/86 – BACEN configura-se, na realidade, em tributo, e, sendo instituído através de ato administrativo, fere o princípio da reserva legal.
Ocorrência do "bis in idem" em relação ao imposto sobre operações de câmbio, estabelecido pelo Decreto-lei 1783/80.
Inconstitucionalidade declarada pelo pleno do Egrégio Tribunal Federal de Recursos, no julgamento da MAS 126803-BA.
Redução da verba honorária.
Remessa oficial parcialmente provida e improvimento da apelação. (TRIBUNAL REGIONAL DA 5ª REGIÃO – APELAÇÃO CIVEL NUM.: 00510795-6 ANO: 91 UF: CE – DECISÃO: 03/12/1991 – PUBL.: DJ 30/12/1991 PG.: 033389 – 2ª TURMA – RELATOR: JUIZ ARAKEN MARIZ).
INFERÊNCIAS.
Afim, entendemos ser possível extrair daquilo que foi exposto, em síntese, as seguintes apreciações conclusivas:
a)O empréstimo compulsório possui natureza jurídica tributária, o que indica o regime jurídico a ser aplicado à espécie;
b)A adequação do conceito de tributo ínsito na Constituição à figura impositiva aqui analisada, a localização de seu tratamento normativo topologicamente fincado no capítulo I, do Título VI, do vigente Cânon Supremo, que trata do Sistema Tributário Nacional e a sua regulação no Código Tributário Nacional, bem como, finalmente, a definição em separado da competência privativa da União para a sua instituição, justificam o entendimento aqui esposado acerca da natureza jurídica tributária dos empréstimos compulsórios;
c)Dentro da tributarística, apresenta-se a aludida figura impositiva como espécie autônoma cuja diferença específica está vincada à sua restituibilidade;
d)No vigente Sistema Constitucional ouve por bem o legislador delinear os pressupostos autorizativos para a instituição do gravame objeto do presente estudo;
e)As despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e os investimentos de caráter urgente e de relevante interesse nacional, não podem definir fatos jurígenos tributários da exação.
f)A imprevisibilidade das despesas previstas no inciso I, do art. 148, da CR/88, bem como a completa exauriência dos cofres estatais, ultimam a indispensável obtenção de recursos a tornar possível a recomposição do equilíbrio afetado, daí emergindo a não subordinação dos empréstimos compulsórios ao princípio insculpido no art. 150, inciso III, alínea "b", da Superlei; e
g)Tendo em conta tratar-se unicamente de espécie de antecipação de receita, além de estar envolto num caráter não-emergencial, os empréstimos compulsórios instituídos com espeque no art. 148, inciso II, estão adstritos ao cumprimento do princípio da anterioridade.
Qual o fato gerador do empréstimo compulsório? 
O fato gerador será aquele que o legislador definir como apto a dar nascimento à 
obrigação de pagar o tributo. 
O constituinte não pré-definiu o fato gerador do empréstimo compulsório. 
Não confundir as circunstâncias que autorizam a instituição do tributo, os pressupostos 
fáticos que viabilizam o exercício da competência tributária, com o fato gerador que será 
livremente definido pelo legislador. 
Ex.: Sarney 1986 – criou empréstimo compulsório sobre a compra de carro novo e 
consumo de combustível. Eram fatos geradores próprios de impostos. 
O que distingue o empréstimo compulsório (com fato gerador próprio de imposto) do 
imposto é a vinculação de receita e a restituição do empréstimo. 
 
O empréstimo compulsório não possui fato gerador próprio, nem pré-definido. 
A cobrança do empréstimo compulsório, além de ser decorrente do exercício de uma 
competência extraordinária, não se perpetua no tempo. Art. 148, p. ún., CF. 
É cobrado sempre por período determinado. Art. 15, p. ún., CTN. 
Art. 15, CTN 
Incisos I e II – estão compreendidos no inciso I do Art. 148, CF. Foram recepcionados. 
Inciso III – não foi recepcionado pela CF/88. 
Parágrafo único – recepcionado. 
O resgate tem que estar previsto na lei que criou o empréstimo compulsório, sob pena 
de sua descaracterização. 
A restituição deve ser feita e em dinheiro. 
Obs.: pode haver compensação tributária.
Princípio da anterioridade nonagesimal
Nesse princípio, tutelado pelo artigo 150, inciso III, alínea b da C.F, é vedado ao estadocobrar impostos sem que haja passado o período de 90 dias após a publicação da lei.
Dessa forma, um tributo que tenha sido publicado no dia 01 de junho de 2013, somente poderá ser cobrado transpassando os 90 dias, no caso, seria cobrado em 30 de Agosto de 2013.
Princípio da anterioridade anual
Conforme mencionamos, nesse princípio o imposto para ser exigido, deverá respeitar o artigo 150 inciso III alínea b, ou seja, somente poderá ser cobrado no próximo exercício financeiro em que ela foi editada, dessa forma, no próximo ano.
Com isso, se uma lei for feita em março de 2013, somente poderá ser cobrada no próximo exercício financeiro, no caso em 1º de Janeiro de 2014.
Contudo tal instituto não age sozinho, imagine se uma determinada lei que aumenta o ISS em 30% fosse promulgada no dia 31 de Dezembro de 2013, nesse caso, no dia seguinte ela já estaria em vigor (caso absurdo, mas é somente para fins didáticos), visando evitar esse tipo de atitude o legislador criou através da EC nº 24 de 2003 o princípio da anterioridade nonagesimal visto a pouco, vejamos como agem esses dois princípios.
Como são usados esses princípios
Para tanto, há o Princípio da anterioridade nonagesimal, que deverá ser usado juntamente com o princípio da anterioridade anual (veja alínea c, inciso III do art. 150 da C.F.), dessarte, um tributo que for imposto deverá respeitar tanto o princípio da anterioridade anual como a nonagesimal, dessa forma evitando que o contribuinte seja surpreendido. Vejamos como funciona:
- Um determinado imposto foi publicado no dia 30 de novembro de 2013.
Esse imposto deverá poderá ser cobrado somente no dia 28 de fevereiro de 2014, ou seja, no próximo exercício financeiro e respeitando os 90 dias do período nonagesimal.
- Um determinado imposto foi publicado no dia 01 de julho de 2013.
Esse imposto poderá ser cobrado no dia 1º de Janeiro de 2014, pois passou bem mais que 90 dias, mas só poderá entrar em vigor no próximo exercício financeiro, no caso em 2014.
Exceções a regra
Há tributos que fogem a regra da anterioridade anual e nonagesimal, mas há outros que não obedecem a anterioridade anual mas devem obedecer a nonagesimal, vamos demonstrar:
	Nome do Tributo
	Obedece a Anterioridade Anual
	Obedece a Anterioridade Nonagesimal
	II
	X
	X
	IE
	X
	X
	IOF
	X
	X
	IEG e Calamidade Pública
	X
	X
	Redução de Alíquota de ICMS (Obs.: A majoração obedecerá as duas anterioridades).
	X
	 X
	Restabelecimento de Alíquota de ICMS (Obs.: A majoração obedecerá as duas anterioridades).
	X
	
	IPI
	X
	
	CIDE – Combustível
	X
	
	ICMS – Combustível
	X
	
	Contribuição Social
	X
	
Veja que os impostos II, IE, IOF, IEG e Calamidade Pública não obedecem e nenhuma das regras, sendo fácil deduzir seu motivo, o II, IE e o IOF são impostos reguladores de mercado por excelência, tais impostos precisam de aplicabilidade imediata pela sua própria natureza de extra fiscalidade.
O IEG e Calamidade Pública são impostos que são cobrados extraordinariamente em momentos de guerra ou em caso de calamidade pública onde a união demande de recursos, dessa forma devem ter sua exigência de forma imediata, sob pena de ser tarde demais para a arrecadação do valor.
Já com relação ao IPI ele deve seguir a anterioridade nonagesimal.
Em regra o princípio da anterioridade do exercício financeiro e a nonagesimal aplicam-se a todos a todas as leis que instituam ou majorem tributos. Porém, a própria Constituição Federal excepciona os dois princípios da seguinte forma: A anterioridade anual não se aplica ao II, IE, IOF, IPI, Imposto Extraordinário, Empréstimo Compulsório de Guerra, Cide-Combustível, ICMS-Combustível e Contribuições da Seguridade Social. A anterioridade nonagesimal não se aplica ao II, IE, IOF, IR, Imposto Extraordinário, Empréstimo Compulsório de Guerra, Base de Cálculo do IPTU e IPVA.
Imunidade do artigo 150, VI, b da Constituição Federal
Imunidade tributária é uma proteção que a Constituição Federal confere aos contribuintes. É uma hipótese de não incidência tributária constitucionalmente qualificada. 
A imunidade tributária ocorre quando a Constituição impede a incidência de tributação, exigindo que o Estado se abstenha de cobrar tributos (não sofrer a tributação). Ou seja, as entidades ou pessoas contempladas com a imunidades têm o direito de realizarem determinada ação que normalmente configuraria fato gerador de um tributo, mas sem sofrerem a respectiva tributação. Logo, o que é imune não pode ser tributado.
No entanto, a imunidade só atinge a obrigação tributária principal, permanecendo as obrigações acessórias.
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA AOS TEMPLOS
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos sobre templos de qualquer culto no que se refere ao patrimônio, renda e serviços, vinculados a suas finalidades essenciais (art. 150 , VI , b e § 4º da CF). Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem. Templos de qualquer culto é uma expressão ampla que abrange não só as Igrejas, como também as Lojas Maçônicas, Casa do Pastor, Convento, Centro de Formação de Rabinos, Seminários, Casa Paroquial, Imóveis que facilitam o culto, veículos utilizados para atividades pastorais, como o templo móvel e etc. Assim os anexos dos templos também são abrangidos. Como os Templos presumem-se não imorais, cabe à Pessoa Política provar que o são para que possa fazer incidir os impostos. Patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais do templo: Tendo em vista que a imunidade tem limites, não alcança atividades desvinculadas do culto (art. 150 , § 4º da CF). Ex: Estacionamento da Igreja pode ser tributado por ISS, IPTU, IR, etc. Entretanto, o que é comercializado dentro do templo está a salvo da tributação, pois faz parte do culto. É vedado às pessoas políticas instituir imposto sobre patrimônio, renda e serviços dos Partidos políticos e suas fundações, Sindicatos de empregados e Instituições assistenciais e educacionais sem fins lucrativos, a imunidade em tela se estende tanto à catedral católica quanto à casa espírita kardecista, o terreiro de candomblé ou de umbanda, a igreja protestante, shintoísta ou budista, à mesquita maometana, etc. Desde que uns na sociedade possuam fé comum e se reúnam em lugar dedicado ao culto, haverá presente a imunidade. Ante a não discriminação das religiões, decorrente em última instância da própria igualdade que é pilar de nosso ordenamento jurídico, a imunidade é extensiva a quaisquer religiões que se possa pensar, desde que, como exposto, tal religião não contrarie a segurança nacional, a moralidade ou os bons costumes.
observados os requisitos apontados na lei (art. 150III , c da CF). Na falta de cumprimento dos requisitos do artigo 14 do Código Tributário Nacional , a autoridade competente pode suspender a aplicação do beneficio.
MUNIDADES DE TAXAS E CONTRIBUIÇÕES
Há no texto constitucional outras previsões de imunidade relativas à taxas e contribuições, confirmando, desta forma, o que já expusemos anteriormente, que as imunidades também se estendem à tributos vinculados.
O artigo 5°, inciso XXXVI, da CF, estabelece imunidade; o artigo 226, § 1°, impede a cobrança de taxa pela celebração de casamento; sempre que o serviço de transporte coletivo urbano for remunerado por via de taxa, prevalecerá a imunidade para os maiores de 65 (sessenta e cinco) anos, conforme estatui o artigo 230, § 2°, da CF; o cidadão que propuser ação popular, nos termos do artigo 5°, LXXIII, da CF, estará imune às custas judiciais (taxa); quem for reconhecidamente pobre, nos termos da lei, é conferida imunidade referente à taxas do registro civil, de casamento e da certidão de óbito (art. 5°, LXXVI, a e b); quem impetrar habeas corpus ou habeas data estará imune às custas (taxa) judiciais correspondentes, bem como todos aqueles que, na forma da lei, praticarem atos necessários ao exercício da cidadania, na conformidade do que prevê o art. 5°, LXXVII, da CF; estão imunes ao pagamento da contribuiçãoprevidenciária os trabalhadores e demais segurados da previdência social, no que tange aos proventos da aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social, de que trata o art. 201; apesar do legislador haver utilizado a palavra "isentas", há imunidade relativa à contribuição para a seguridade social por parte das entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei, consoante dispõe o art. 195, III, 7°, da CF; nos termos doa art. 149, § 2°, I, há imunidade das contribuições de intervenção no domínio econômico, relativamente às receitas oriundas de operações de exportação.

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