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IMPUG Wagner Aparecido Campanari x Banco Bradesco (V2)

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www.graboski.adv.br 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MM. VARA DO TRABALHO 
DE ADAMANTINA – SP. 
 
 
 
 
 
Processo nº 0011000-52.2017.5.15.0068 
 
 
WAGNER APARECIDO CAMPANARI, por seus 
advogados, nos autos da reclamatória trabalhista que move em face do BANCO 
BRADESCO S/A, confuta todos os termos da defesa apresentada pelo réu e impugna 
todos os documentos juntados, na forma que segue: 
 
 
I - DA RECONVENÇÃO APRESENTADA 
 
 
Em que pese as mudanças no CPC de 2015 
permitirem que a reconvenção seja apresentada na mesma peça da contestação, não quer 
dizer que pode ser apresentada de maneira obscura, sem que seja oportunizado o prazo 
legal para que a parte contrária se manifeste. 
 
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção 
para manifestar pretensão própria, conexa com a ação 
principal ou com o fundamento da defesa. 
§ 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na 
pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no 
prazo de 15 (quinze) dias. 
Vê-se, que de pura má-fé, o patrono do banco 
reclamado informa ao juízo a existência de contestação, ao ponto que o D. Magistrado, 
oportunizou prazo para replica de 5 dias. 
 
No mais, requer, prazo legal de 15 dias, a fim de que 
o obreiro possa manifestar-se quanto a reconvenção, sob pena de nulidade. 
 
 
 
 
 
 
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PRELIMINARMENTE 
 
II - LEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO 
RECLAMADO 
 
 
Em sede de preliminar de mérito, o banco reclamado 
arguiu sua ilegitimidade passiva, alegando que o obreiro não teve vinculo de emprego, 
cujos reais empregadores não mantém vinculo de subordinação por figurarem em CNPJ 
diferentes e estruturas organizacionais distintas. 
 
Sem razão o Banco Reclamado. 
 
Frise-se que, o direito de Ação é subjetivo abstrato, a 
parte autora pode pedir a prestação jurisdicional, segundo as condições exigidas pela lei 
processual, as quais se encontram inteiramente vinculadas a pretensão deduzida em juízo 
e pode ser exercido independentemente da existência ou não do direito material que se 
pretende reconhecer. 
 
Há que se destacar, o texto do art. 17 do NCPC/2015, 
estabelece que “para postular em juízo é necessário interesse e legitimidade”. O art. 485, 
VI por sua vez, prescreve que a ausência de qualquer dos dois requisitos, passíveis de 
serem conhecidos de ofício pelo magistrado, permite a extinção do processo, sem 
resolução do mérito. Como se pode perceber, o Código não utiliza mais o termo 
“condições da ação”. 
 
Dessa forma, a legitimidade para a causa deve ser 
aferida de acordo com a relação de direito material que se deduz em juízo, no caso dos 
autos trata-se de reconhecimento de vínculo com empresa tomadora, buscando o 
enquadramento da autora na condição de bancária, ou seja, verificando se as partes 
elencadas para compor a relação processual são aquelas que, abstratamente, podem 
ser consideradas como integrantes da relação de direito material que se busca. 
 
Neste sentido a preliminar deve ser afastada. 
 
II.I - INÉPCIA – ILEGITIMIDADE 
 
Argumenta o reclamado que o obreiro não é parte 
legitima para figurar no polo ativo do litígio, posto que pertence a outra categoria 
profissional. 
 
Permissa vênia, a pretensão autoral é justamente 
provar o contrato realidade exercido com os reclamados, porquanto, o que se busca é a 
prestação jurisdicional a fim de se obter um resultado. 
 
Com efeito, conforme se infere dos autos, a 
reclamante fez uma breve narração dos fatos segundo o que preceitua o artigo 840 da 
CLT. 
 
 
 
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Além do mais, o reclamado não apresentou 
dificuldade em apresentar contestação específica sobre o tema. 
 
Desta feita, deve ser rechaçada as preliminares 
arguidas. 
 
NO MÉRITO 
 
 
III - DA SUPOSTA JORNADA EXTERNA – ART 
62, I, da CLT 
 
 
Nunca é demais ressaltar que, nos termos dos artigos 
373, do CPC e 818, da CLT, incumbia ao reclamado o ônus da prova da jornada externa, 
vez que se trada de fato impeditivo ao direito da reclamante ao recebimento de horas 
extras, obrigação da qual não se desincumbiu, senão vejamos. 
 
De outro lado, é teor do art. 62, I da CLT: 
 
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: 
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a 
fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na 
Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de 
empregados; 
 
Pois bem, da leitura do dispositivo podemos concluir 
que o trabalhador enquadrado no referido artigo não possui jornada fixada, bem como 
que a exceção DEVE obrigatoriamente constar na fixa de cadastro do funcionário. 
 
Entretanto, no presente caso isso não se verifica tal 
anotação na ficha de registro da reclamante. 
 
NÃO BASTASSE ISSO, O RECLAMADO 
ACOSTOU AOS AUTOS CARTÕES DE PONTO DO RECLAMANTE! 
 
O bancário enquadrado no referido artigo, não possui 
jornada de trabalho fixo ou pré-fixada, no entanto a defesa do reclamado demonstrou ao 
contrário. 
 
Primeiramente, resta impugnado a jornada indicada, 
posto que a reclamante laborava em jornada superior, como restará demonstrado em sede 
de instrução, entretanto, indica a existência de jornada mínima. 
 
Nota-se que apesar do alegado enquadramento, o 
reclamante tinha jornada mínima e 8h diárias com intervalo de 1 hora o que é 
incompatível com o enquadramento pretendido pelo reclamado. 
 
 
 
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Assim, diante da existência de jornada mínima a ser 
cumprida, a reclamante não pode ser enquadrada no inciso I do art. 62 da CLT. 
 
Importante ressaltar que o ônus probatório no que 
pertine a tal matéria é única e exclusivamente do reclamado, que ao suscitar fato 
impeditivo ao direito da obreira, incorreu nos moldes preconizados no Art. 818, 
consolidado, bem como art. 373, do CPC. 
 
Por fim, como demonstrado, em razão da 
impossibilidade do enquadramento da reclamante nos artigos 62, I a CLT, deveria 
o reclamado ter juntado registro de jornada, o que o fez, contudo as marcações são 
incorretas e além do instituto previsto no artigo 62, I é incompatível com o controle 
de ponto, devendo desde logo ser aplicado o quando disposto na súmula 338, do C. 
TST, reconhecendo-se como verdadeira a jornada apontada na exordial. 
 
 
IV - DOS DOCUMENTOS JUNTADOS 
 
 
Impugna os documentos denominados “ACORDO 
OPERACIONAL SEGURO DE VIDA”, “ SUSEP”, “ CIRCULAR SUSEP”, “ 
CÓDIGO DE ÉTICA DOS CORRETORES”, Id 4d7c448, Id 0167d07, Id’s 6899b84, 
f71d240 Id’s 9830eab, 25ffba1, eis que não se presta a afastar quaisquer dos pedidos 
lançados na exordial. Conforme restará amplamente demonstrado na instrução 
processual, o obreiro sempre exerceu atividades tipicamente de trabalhador bancário. 
Trata-se de mero artifício do reclamado, no intuito de induzir o estado julgador ao erro. 
 
Impugna o documento denominado 
“AUTORIZAÇÃO” sob Id 0ee46f7, eis que, não possui o condão de afastar os pedidos 
da inicial. 
 
Impugna os documentos denominados “BOLETO 
SINDICATO”, “ DEMONSTRATIVOS DE VALORES PAGOS” “ TAXA DE 
LICENÇA DE IMPOSTO” “ EXTRATOS”, “ IMPOSTO DE RENDA” “ Id 
8314c0c, Id b43a36d, Id f989fd4, Id’s 029178 a, e8e2203, 8c4e755, 688e343, Id’s 
f6d09d0,089ff74, c4fe8ef, 0b7b91b, 26ec87a, fa4bb6a, be7126a, 05408b1, e3f7089,c6fd238, ca2211d, , pois os valores ali expressos se referem unicamente as quantias 
pagas a reclamante nos períodos indicados. Tais documentos não indicam as parcelas 
salariais efetivamente devidas no curso do contrato de trabalho, nem tampouco indicam 
os reais valores devidos, restando, pois, diferenças em favor do autor, conforme restará 
amplamente demonstrado na instrução processual. 
 
Impugna os documentos denominados “NOTÍCIA 
TST”, “ SENTENÇA DE OUTRO PROCESSO”, “ LEI 4.594” “ RESOLUÇÃO 
CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS”, sob Id 5fd83e, Id a197ed, Id b186245, 
Id ea4e410, pois não possuem o condão de afastar o pedido de integração das parcelas 
pretendidas na presente demanda do pacto laboral. 
 
 
 
 
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III – CONCLUSÃO 
 
 
Isto posto, ratifica o autor todos os termos da peça 
vestibular, pugnando pela total procedência dos pleitos trazidos à lide. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
São Paulo, 06 de março de 2018. 
 
 
GERSON LUIZ GRABOSKI DE LIMA BRUNO MORENO MOREIRA 
OAB/SP 266.541 OAB/SP 263.813 
 
 
VANESSA ALTINA DE MELO RUFINO DA SILVA 
OAB/SP 337.725

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