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GABARITO LISTA 3

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Monitoria de Teorias da Dinâmica Capitalista / 2016.1
Monitor: Marcos Monteiro
Professor: Ana Cristina Reif de Paula
Lista Nº 3 - Kalecki (Caps. 11, 14 e 15)
1) Apresente, de forma discursiva, a derivação da equação do ciclo econômico puro a partir da equação do investimento e da relação entre poupança e investimento e do multiplicador do investimento para a renda e os lucros:
Inicialmente, vale recordar as duas óticas do produto, utilizadas por Kalecki. Onde:
Y = W + P = I + C + Cv 
Logo S = (P - C) + (W - Cv) =I
A equação que relaciona o lucro ao investimento com certo hiato temporal é:
 e , sendo =+ e +A. Caracterizando o fato de que a variação no lucro está em função do investimento defasado. Enquanto que a relação entre o produto e o lucro é dada por: 
= e = . 
Apontando que a renda varia, pois o lucro varia (sendo o lucro em função do investimento defasado). 
Tendo em vista a igualdade I=S e o multiplicador (em que: = ), a equação do Investimento total pode ser reescrita em relação a do Investimento Líquido:
 + + + d’
 + (b’+ ) + d’
Onde o primeiro termo (a/1+c. It) reflete a influência da poupança corrente (a) e aumento dos equipamentos (1/1+c). 
Já o segundo termo reflete a influência da taxa de modificação dos lucros (b’/1-q) e da taxa de modificação da produção (e/(1-)(1-q).
Considerando o investimento como flutuação cíclica em torno do nível de depreciação ( e o investimento líquido ), tem-se que:
 + (b’+ ) ou + 
Vale ressaltar que o comportamento das flutuações depende dos valores dos coeficientes a/1+c e , sendo que Possas assume 0,6<a/1+c<0,8 e 0,75<<1,12 para caso de flutuação regular. 
2) Explique o ciclo automático estável e suas quatro fases, bem como as noções de teto e fundo e as possibilidades de flutuação explosiva e amortecida:
No ponto A, onde o investimento iguala a depreciação, it=0. Como partimos da hipótese de que a economia se encontra na fase de recuperação, isso significa que antes de atingir o nível da depreciação, o investimento estava se elevando, logo, neste mesmo ponto:
 ∆it-w/∆t>0 ;
Assim, como o primeiro fator da equação é nulo e o segundo, positivo, o investimento se deslocará acima da depreciação, alcançando um it+ϴ positivo. Neste ponto, então: it>0 e ∆it-w/∆t>0 ;
Obs: a/(1+c) <1 é uma condição necessária para que se tenha ciclo econômico;
Como a/(c+1) < 1, [a/(c+1)].it< it. Desta forma, [a/(c+1)].it< it cria uma influência, a partir da expansão do estoque de capacidade produtiva e reinvestimento incompleto dos recursos disponíveis, para que it+ϴ seja menor do que it. Por outro lado, o componente μ.(∆it-w/∆t)>0, que reflete o efeito da variação do investimento sobre lucros e renda, puxa it+ϴ para cima (pois i estava se elevando, logo ∆it-w/∆t>0), de forma que it+ϴ> it. 
No ciclo automático, a economia se deterá em um certo máximo, a partir do qual não poderá manter-se, iniciando a fase da recessão.
Uma vez alcançado o ponto máximo, temos ∆it-w/∆t=0, isto é, o investimento se detém, assim como o lucro e a renda, de modo que o componente μ.(∆it-w/∆t)=0. Assim, a equação fica reduzida a it+ϴ = [a/(1+c)] . it, que captura o impacto da expansão da capacidade produtiva e o reinvestimento incompleto dos recursos. Como a/(c+1) < 1, [a/(c+1)].it< it e o ciclo se inverte.
Assim:
A: [a/(c+1)].it=0 ; μ.(∆it-w/∆t)>0.
B: [a/(c+1)].it< it, pois a/(c+1) < 1 e it<0; μ.(∆it-w/∆t)>0.
C-D: a e μ são tais que a economia se detém em C e D.
D: [a/(c+1)].it< it ; μ.(∆it-w/∆t)=0.
E: [a/(c+1)].it< it ; μ.(∆it-w/∆t)<0.
A': [a/(c+1)].it=0 ; μ.(∆it-w/∆t)<0
B': [a/(c+1)].it> it, pois a/(c+1) < 1 ; μ.(∆it-w/∆t)<0.
C'-D': a e μ são tais que a economia se detém em C' e D'.
D': [a/(c+1)].it> it ; μ.(∆it-w/∆t)=0
E': [a/(c+1)].it> it ; μ.(∆it-w/∆t)>0
O ciclo econômico automático dialoga com o próprio efeito dual do investimento, ou seja, os efeitos de estímulo à demanda e expansão da capacidade produtiva, sendo caracterizado por quatro fases: prosperidade, recessão, depressão e recuperação.
A fase de prosperidade corresponde à fase inicial do ciclo, em que o investimento líquido é positivo e começa a crescer e consequentemente estimular a demanda. No entanto, paulatinamente, este aumento de investimento começa a resultar também em aumento (e acumulação) do estoque de capital fixo, gerando capacidade ociosa. Fazendo com o nível de “i” cresça cada vez menos e até um limite (no caso, um teto). 
Após esta fase, entra o momento de recessão, em que agora o estímulo em relação a demanda passa a ser negativo, ao mesmo tempo em que o investimento líquido e, portanto, a expansão da capacidade produtiva, ainda é positiva, o que agrava a ociosidade. Levando assim, a um processo constante de queda no nível de investimento até que o nível de Investimento Líquido passe a ser igual a depreciação.
Chegando assim, a fase de depressão, em que o estímulo a demanda continua negativo. Mas, paulatinamente, pela existência da própria depreciação em relação ao capital fixo, a capacidade ociosa começa a cair (depreciação passa a atuar no sentido de corrosão da capacidade ociosa), o que acaba por aumentar o grau de utilização ( aumenta Y/K). Este processo vai ocorrendo até o momento em que se chega ao fundo, momento em que ocorre nova reversão e o investimento passa a estimular a demanda novamente.
Por fim, a última fase, chamada de recuperação, acaba por ser marcada pelo retorno do estímulo dinâmico através da demanda efetiva, acompanhado ainda pela atuação da depreciação em relação a capacidade ociosa existente. Até o momento em que investimento líquido acaba por se igualar a depreciação e assim, um novo ciclo automático entrará em curso novamente.
Logo, dado que para Kalecki o comportamento das flutuações está associado a valores específicos dos coeficientes a/1+c e u, as flutuações automáticas podem ser: estáveis (ciclo automático puro), onde u=1, ou então podem ser amortecidas, com u<1, ou até explosivas, onde u>1.
Para o autor, a noção de teto envolve alternativamente à reversão automática, em que a elevação de investimento pode seguir até se deter por escassez da capacidade produtiva ou mão de obra disponível, que determina um “teto” para o Investimento. Após algum tempo no teto, o mecanismo cíclico começa a operar.
Já a noção de fundo envolve o fato de que a fase da depressão pode prolongar-se além da queda do Investimento bruto a zero em função do desinvestimento de estoques. Uma vez que a depressão se detenha, o processo de recuperação começa a operar de maneira semelhante ao ciclo econômico automático.
Kalecki trabalha também com a perspectiva de flutuações automáticas explosivas (u>1) e amortecidas (u<1). A primeira envolve o fato de que o investimento recorrente atinge o teto na fase de prosperidade, que é seguida pela recessão, depressão e recuperação, mantendo o padrão cíclico/flutuação explosiva com o teto.
Enquanto que a segunda abarca a perspectiva de que apesar do amortecimento inerente ao mecanismo básico, ocorrem choques irregulares que contrabalançam o amortecimento. Esses choques refletem perturbações aleatórias () existentes nas relações entre os investimentos, os lucros e a produção. Sendo assim, a equação de Investimento líquido total correspondente é:
 + +
tendo em vista os choques irregulares, as flutuações amortecidas muitas vezes se comportam como flutuações semirregulares.
A ideia central de Kalecki sobre o movimento cíclico de uma economia capitalista pode ser sintetizada pela bem conhecida referência ao papel contraditório do processo de investimento ao gerar, de um lado, estímulos dinâmicos através da demanda efetiva e, de outro, na criação de nova capacidade produtiva que este mesmo processo simultaneamente engendra e que terá de ser, de algum modo, ocupada a seguir sob pena de dificultar o crescimento daquele mesmo impulso inicial. Ou seja, um efeito dual e defasado sobre demanda efetiva e sobre capacidade produtiva.
A conjunção de ambos efeitos num padrão temporal necessariamente assimétrico,dá lugar a um mecanismo que tende a gerar endogenamente flutuações no nível de atividade econômica.
3) Explique a influência das inovações sobre tendência de longo prazo da economia para Kalecki?
O principal elemento a determinar uma tendência positiva são as inovações (expressas na fórmula pelo "d"). Elas tornam mais atraentes novos projetos de investimento, provocando decisões adicionais de investimento. Por exemplo, novos produtos exigem novos equipamentos para fabricação, novas tecnologias, novas fontes de matéria prima, entre outros.
O efeito de um fluxo constante de invenções sobre o investimento é comparável a uma taxa constante de acréscimo dos lucros, fazendo subir o investimento por unidade de tempo acima do nível resultante dos determinantes básicos. Sendo assim, para o autor, as invenções acabam por transformar o sistema estático em outro, sujeito a uma nova tendência que, agora, passa a ser ascendente.
As inovações têm impacto positivo nos investimentos por unidade de tempo por causa da atualização dos equipamentos às novas tecnologias. Assim, quanto maior o estoque total de equipamento, maior o impacto das inovações (pois a quantidade de equipamento a serem modernizados será maior). Tal impacto também aumentará conforme a intensidade das inovações forem maiores (pois maior será a necessidade de modernização).

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