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Curso: Disciplina: Biologia Molecular Período: Professor(a): Letícia da C. Braga Nome: REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE - PCR Amplificação de DNA: Em 1993, Kary Mullis, um geneticista da Califórnia, recebeu o prêmio Nobel da Química pelo desenvolvimento de um método que permite sintetizar, em poucas horas e in vitro, uma grande quantidade de um determinado fragmento de DNA por meio da técnica de PCR (polymerase chain reaction - reação em cadeia pela polimerase). É um método para amplificação rápida e específica de um de segmento de DNA ou cDNA específico. Consiste em fazer cópias de DNA in vitro, usando os elementos básicos do processo de replicação. Os produtos da PCR são chamados amplicons. Esta técnica faz parte integrante da moderna biotecnologia molecular tem trazido um enorme progresso a áreas como o diagnóstico de doenças, medicina forense, entre muitas outras para além da Investigação em Biologia. É usada para o diagnóstico médico, mapeamento genético, detecção de doenças hereditárias, clonagem de genes, testes de paternidade, identificação de “impressões digitais” genéticas… De fato, a PCR revolucionou várias áreas das ciências biomédicas, como a Biologia Molecular, Patologia, Farmácia, Botânica, Medicina Forense e valeu o prêmio Nobel, em 1993, a Kary Mullis (PIERCE, 2004; MALACINSKI, 2005; GRIFFITS et al.,.2006). O objetivo da PCR é produzir uma quantidade apreciável de um segmento específico de DNA a partir de uma quantidade mínima. O DNA molde sofre uma amplificação controlada por enzimas, obtendo-se milhões de cópias do fragmento de DNA de interesse. O molde pode ser qualquer forma de DNA de cadeia dupla, como o DNA genômico: pode usar-se uma gota de sangue, um fio de cabelo, uma célula do epitélio oral, um blastômero… ou cDNA específico (BROWN, 2006). Os elementos envolvidos nesta reação são basicamente os mesmos componentes do processo de replicação que ocorre no interior das células (Figura 1): - DNA que contém o trecho a ser amplificado - Desoxinucleotídeos trifosforilados (dATP,dTTP, dCTP e DGTP) - Dois iniciadores (pequena seqüência de DNA complementar ao DNA alvo) - Enzima DNA polimerase CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX 2 Figura 1: Elementos envolvidos nesta reação da PCR. Fonte:http://www.extension.org/pages/32364/the-polymerase-chain-reaction-pcr A enzima responsável por esta polimerização é a DNA polimerase termoestável (Taq DNA polimerase), tendo sido isolada a partir da bactéria termofílica Thermus aquaticus que vive em elevadas temperaturas. É essencial que a enzima usada seja estável ao calor, uma vez que os ciclos de PCR têm lugar a temperaturas situadas entre os 64ºC e 95ºC. Para executar este ciclo usa-se um termociclador, que faz variar de forma rigorosa o tempo e a temperatura ao longo do ciclo. A reação ocorre em um equipamento chamado termociclador que, através de sucessivas mudanças de temperatura, direciona as três etapas da reação (Figura 2): 1. Desnaturação: é o processo no qual ocorre a separação da dupla fita de DNA por meio da elevação da temperatura para ~94oC, 2. Anelamento: uma vez separadas as fitas de DNA, a temperatura da reação é reduzida para ~60oC e os iniciadores encaixam-se, um em cada fita, nas respectivas seqüências complementares vicinais à região alvo da amplificação, 3. Extensão: eleva-se a temperatura para ~72oC para que a enzima DNA polimerase posicione-se junto aos iniciadores que se anelaram anteriormente e comece a duplicação da fita, recrutando no meio os nucleotídeos que contenham as bases nitrogenadas complementares à fita molde. Após o término deste ciclo, todo o processo é repetido a partir da desnaturação até a extensão por várias vezes (30 vezes em média) até que se obtenha uma quantidade razoável do DNA a ser amplificado. UNICENTRO IZABELA HENDRIX - Da Igreja Metodista 3 Figura 2: Ciclo da PCR. Fonte: http://users.ugent.be/~avierstr/principles/pcr.html Cada uma das fitas novas de DNA extendidas a partir dos primers serve de molde para síntese de uma nova fita. Isso garante o aumento exponencial do número de fitas novas (figura 3). Figura 3: Amplificação exponencial Fonte: http://users.ugent.be/~avierstr/principles/pcr.html CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX 2 Todas as fitas de DNA sintetizadas durante a PCR tem a seqüência dos primers na extremidade 5’ (forward) e a seqüência complementar aos primers da posição 3’ (reverse), de forma que o fragmento alvo é isolado na reação (Figura 4). Figura 4: Ciclo da PCR e amplificação do alvo. Fonte: http://www.obgynacademy.com/basicsciences/fetology/genetics/ A cinética da PCR consiste em 3 fases: -Fase de screening- ciclos iniciais: Os primers procuram o template de DNA com as seqüências que lhes são complementares (agem como as sondas nos experimentos de hibridização).Encontrar a seqüência complementar não é tão difícil, pois os primers estão em considerável excesso em relação ao template. -Fase intermediária: O processo de amplificação está ocorrendo, levando ao acúmulo exponencial do fragmento de DNA. O pareamento do primer com a seqüência que lhe é complementar já está bem facilitada, pois já existem várias cópias das seqüências alvo. -Fase tardia ou fase de platô: O aumento exponencial do no de cópias ocorre até um determinado nº de ciclos, que será variável de reação para reação ocasionando esta fase. A amplificação já é sub-ótima devido à limitação dos reagentes e à competição dos produtos gerados com os primers disponíveis. As causas do platô são várias: -Perda da atividade da enzima -Todas as enzimas disponíveis estão ocupadas com a síntese de DNA UNICENTRO IZABELA HENDRIX - Da Igreja Metodista 5 -Acúmulo de produtos amplificados que tendem a parear entre sí, em detrimento do pareamento com os primers. -Aumenta possibilidade de amplificação de produtos inespecíficos. -Gasto dos reagentes, especialmente de primers, mas também de deoxinucleotídeos. -Acúmulo de pirofosfato, resultante das ligações fosfodiésteres -Competição com outros produtos que vinham sendo amplificados com eficiência menor mas também foram se acumulando, etc… Algumas variações da técnica de PCR são usadas de acordo com o objetivo a ser alcançado. Dentre estas: PCR Multiplex Reverse Transcription PCR (RT-PCR) PCR metilação específica (MSP) PCR-RFLP (amplificação de Polimorfismo de comprimento de fragmento de restrição) RAPD (Fragmentos de DNA amplificados ao acaso) PCR Quantitativa em tempo real Síntese do cDNA para reações de Reverse Transcription PCR (RT-PCR) O cDNA é um DNA produzido a partir de RNA mensageiro (mRNA) que servirá como molde (Figura 5). Figura 5: Reverse Transcription PCR (RT-PCR) CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX 2 Através da enzima transcriptase reversa é gerada uma fita de DNA complementar ao mRNA, procedimento conhecido como RT-PCR. Este método é útil, pois se sabe que todo DNA gerado corresponde, quase totalmente, à seqüência do gene, sem conter os íntrons que estão presentes no gene de organismos eucariotos. Exercícios: 1) O que é desnaturação e qual a importância da elevação da temperatura? 2) Qual a função dos fragmentos são chamados “primers”.? 3) Para que usar dois primers? 4) O que é Taq Polimerase? 5) Quais elementos devem estar no tubo de reação de PCR? 6) Para que serve a PCR?
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