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Decisão de Habeas Corpus

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS
Gabinete do Desembargador PAULO CESAR CAMINHA E LIMA
1
Avenida André Araújo, s/n.°, 5.° andar – Ed. Arnoldo Peres – Aleixo – CEP: 69060-000
Fone/fax: 2129-6783
e-mail: gab.paulo.lima@tjam.jus.br
Habeas Corpus n.º 4001199-74.2018.8.04.0000/28
PLANTÃO JUDICIAL – 05.03.2018 A 11.03.2018
HABEAS CORPUS - MANAUS/AM
PROCESSO N.° 4001199-74.2018.8.04.0000
IMPETRANTE: JOSE FELIX DE OLIVEIRA BRANDAO
ADVOGADO: JOSE FELIX DE OLIVEIRA BRANDAO
IMPETRADO: JUÍZO DE DIREITO DA 11ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL/AM
D E C I S Ã O
Recebo hoje, em regime de plantão.
Trata-se de habeas Corpus impetrado por José Félix de 
Oliveira Brandão em favor de Maria Helena Alves do Nascimento, sob o argumento 
de ilegalidade da Autoridade apontada como coatora quanto à decretação de sua 
prisão preventiva nos autos de processo no qual há acusação de prática de tortura.
De acordo com a narrativa do Impetrante, no dia 
05.02.2017, o Sr. Andrey Clavan de Souza teria sido abordado por um grupo de 
pessoas em um carro, dentro do qual o teriam colocado e transportado para a casa 
de um sujeito chamado José Edival Cavalcante Lima Júnior. No referido local o 
sequestrado passou a ser torturado, mas por intervenção da Polícia foi resgatado. 
Entretanto, a denúncia ofertada pelo Ministério Público indicou que a genitora de 
José Edival Cavalcante Lima Júnior, ora Paciente, também residia no imóvel onde o 
Sr. Andrey Clavan de Souza foi torturado. Assim, a denúncia foi recebida e houve a 
decretação da prisão preventiva de todos os denunciados.
Relata o Impetrante que a prisão da Paciente revela um 
engano e uma grande injustiça, pois ela nunca residiu com seu filho, dado saber de 
seu envolvimento com o mundo do crime, sua residência seria no endereço 
declinado na qualificação, como provam os comprovantes juntados, que são no 
nome de um outro filho, chamado James Dean Nascimento. Ressalta, ainda, ser 
portadora de doenças graves como diabetes, problemas cardíacos, etc.
Para o Impetrante, de acordo com os fatos e relatos da 
causa, a Paciente foi incluída na denúncia sem qualquer razão, existindo inclusive 
depoimento de um dos denunciados, que é residente das proximidades do local do 
crime, afirmando desconhecê-la.
Assim, entendendo indevida a prisão, pede seja a 
Paciente posta em liberdade.
Em seguida passa o Impetrante a discorrer sobre a 
possibilidade de substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, nos termos 
do art. 318, parágrafo único do CPP. Na oportunidade, apresenta laudo de 
cineangiocoronariografia, termo de consentimento para realização de cateterismo 
cardíaco, requisição para liberação de suplementação nutricional e receituário 
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS
Gabinete do Desembargador PAULO CESAR CAMINHA E LIMA
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Avenida André Araújo, s/n.°, 5.° andar – Ed. Arnoldo Peres – Aleixo – CEP: 69060-000
Fone/fax: 2129-6783
e-mail: gab.paulo.lima@tjam.jus.br
Habeas Corpus n.º 4001199-74.2018.8.04.0000/28
médico.
Portanto, entende devidamente cumpridos os requisitos 
legais autorizadores da substituição da preventiva para domiciliar.
Sob o argumento de evitar maiores prejuízos à Paciente, 
sustenta o Impetrante ser necessária a concessão de medida liminar para imediata 
soltura, a fim de responder ao processo em liberdade, pois não existiriam elementos 
para justificar a prisão cautelar e perigo na demora estaria evidenciado pelos riscos 
à saúde.
Nesses termos, requer liminar para “suspender os efeitos 
da decisão que decretou a prisão preventiva nos autos da ação penal n.º 
0604343-09.2017.8.04.0001”, ou, subsidiariamente, a substituição da prisão 
preventiva por prisão domiciliar (CPP, art. 318, II), por estar acometida de doença 
grave que requer cuidados especiais.
É o que me cumpre relatar. Decido.
Fundamentação
Para analisar a possibilidade da concessão da liminar 
neste writ, necessário atentar à plausibilidade do direito invocado - fumus boni iuris e 
periculum in mora - posto que a medida, dada à sua natureza, deve estar cercada 
pela verossimilhança das alegações, além da urgência do pronunciamento 
jurisdicional. 
Examinando os dados da causa, verifica-se que, 
diversamente do que afirmado pelo Impetrante, a Paciente não foi incluída na 
denúncia como num passe de mágica. Na verdade, o que consta das investigações 
é que a Vítima que foi sequestrada e torturada reconheceu a Sra. Maria Helena 
Alves do Nascimento como uma das pessoas presentes no local para onde o 
levaram e iniciaram a violência que precederia a morte que foi evitada pela Polícia 
Militar do Amazonas.
Nos relatos, a Vítima destacou, de forma contundente, 
que a ora Paciente não só estava no local como a apontou como sendo "X9" e pediu 
que a matassem logo.
Ao longo da investigação, a Autoridade Policial requereu 
medidas dentre as quais estava a decretação da prisão preventiva dos investigados, 
o que foi atendido, conforme se pode verificar da decisão de fls. 71/72.
Portanto, a decretação da prisão preventiva da Paciente e 
dos demais acusados tem fundamento em decisão lastreada em investigação 
regularmente executada pela Polícia Civil do Estado do Amazonas, não se 
revestindo de qualquer ilegalidade a ensejar concessão de medida liminar em 
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Avenida André Araújo, s/n.°, 5.° andar – Ed. Arnoldo Peres – Aleixo – CEP: 69060-000
Fone/fax: 2129-6783
e-mail: gab.paulo.lima@tjam.jus.br
Habeas Corpus n.º 4001199-74.2018.8.04.0000/28
Habeas Corpus, seja para liberar a Paciente ou para substituir a prisão para a 
modalidade domiciliar.
Partindo-se dessas premissas, a leitura dos autos não me 
convence, initio litis, estar a Paciente amparada pelos requisitos essenciais ao 
deferimento da medida. 
De igual modo, não parece razoável examinar, em 
Plantão Judicial, os argumentos dirigidos à substituição da prisão provisória por 
prisão domiciliar, pois o exame da documentação e eventual requerimento de outras 
provas técnicas para comprovação da situação de saúde da paciente deve ser feito 
pelo Juízo da causa, não existindo nos autos demonstração de que isso já tenha 
ocorrido. Portanto, tal matéria deve ficar reservada ao juiz natural da causa.
Dispositivo
Ante o exposto, sem prejuízo da melhor análise da 
questãopelo Relator natural quando da distribuição regimental, indefiro o pedido 
liminar, porquanto ausente qualquer prova sobre ilegalidade ou abuso de poder na 
ordem judicial que decretou a prisão preventiva.
Cessadas as atribuições do plantão, remetam-se os autos 
ao setor competente para que providencie o encaminhamento do feito ao Relator 
sorteado no horário de expediente forense normal. 
À Secretaria para as providências cabíveis.
Cumpra-se.
Manaus/AM, 7 de março de 2018.
Des. PAULO LIMA
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