Buscar

UNIDADE I QUALIDADE E SISTEMAS DE PRODUÇÃO Evolução da Produção

Prévia do material em texto

Qualidade e Sistemas 
de Produção
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Enrico D’Onofrio
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Evolução da Produção
• Introdução;
• A Produção Artesanal;
• Críticas ao Modelo Ford;
• A Produção Enxuta;
• Considerações Finais.
 · Conhecer os principais modelos de produção juntamente com os aspec-
tos gerenciais dessa necessários para a Administração da Produção.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Evolução da Produção
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Evolução da Produção
Introdução
A atividade de manufatura acompanha a humanidade desde os povos primitivos 
que já confeccionavam parte dos utensílios domésticos e algumas ferramentas para 
a caça e agricultura. A capacidade de confeccionar esses objetos fez com que alguns 
povos se destacassem em relação aos demais, o que consequentemente gerou algu-
mas vantagens na agricultura, caça, pesca e até mesmo na guerra. As atividades de 
produção são divididas em algumas fases.
Para entendermos melhor a evolução da produção e consequentemente a sua 
gestão, poremos afirmar com Chiavenato (2005, p. 17) que: “A produção significa 
transformação de insumos em produtos e serviços”. Portanto, a forma como evoluiu 
a produção ao longo da história humana pode ser resumido em: produção artesanal, 
produção em massa e produção enxuta.
A Produção Artesanal
A atividade artesanal com registros de até aproximadamente 6000 A.C. demons-
tra que os seres humanos praticavam o artesanato confeccionando enfeites, cozi-
nhando alimentos, bem como com a realização de pinturas em cerâmicas, e que já 
realizavam essas atividades em larga escala.
A partir do século XIX, a figura do artesão se transformou em mestre artesão, 
a localização de seu estabelecimento denominava-se oficina. O mestre artesão 
passava o ofício para o então denominado aprendiz. O aprendiz é marcado pela 
figura de jovens em busca do conhecimento técnico, que trabalhavam na oficina 
por baixos salários juntamente com alimentação e moradia. Muitos jovens busca-
vam nos ofícios uma forma de melhorar suas condições sócio econômicas.
A Produção Artesanal tem como principais características:
• A figura do trabalhador qualificado que possui habilidades de desenvolver e pro-
jetar um produto desde a escolha do material até efetivamente a entrega final;
• Ferramentas simples e rudimentares;
• A realização de uma atividade única personalizada de acordo com o desejo 
do comprador;
• Produção Lenta.
Um exemplo de produção artesanal é a produção de violões ou guitarras elé-
tricas – como podemos observar na Figura 1. Perceba que o uso de ferramentas 
rudimentares, a personalização e lentidão na execução nos dão uma amostra de 
como eram realizadas as produções de todos os itens nesse período.
8
9
Figura 1 – Produção de um Violão
Fonte: iStock/Getty Images
O alto custo desse tipo de produção é uma de suas características e que acabou 
sendo substituído ao longo do período por outros tipos de produção.
Vida de Luthier: construindo um violão Lineu Bravo - Parte 1
Esse vídeo demonstra como se dá o processo de produção artesanal, sua complexidade e a morosidade 
do processo de manufatura.
https://youtu.be/25sTZkNfLx8
Ex
pl
or
O resultado da produção artesanal:
• Produção lenta e personalizada, que leva ao encarecimento e aumento do custo.
A produção artesanal requer muito da habilidade humana, essa é demonstrada 
na precisão e nos detalhes. O processo de produção artesanal gradativamente foi 
dando origem ao processo de produção mecanizado. Um dos primeiros relatos 
do estudo de produtividade e divisão do trabalho foi de Adam Smith, autor nas-
cido na Escócia e defensor do livre comércio, tendo como formação Economia e 
Filosofia pelas universidades de Glasgow e de Oxford.
A grande contribuição de Adam Smith foi seu livro Uma Investigação sobre 
a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações, de 1776, em que aborda sua 
experiência em uma fábrica de alfinetes, demonstrando indícios claros e menções 
à divisão do trabalho.
9
UNIDADE Evolução da Produção
Figura 2 – Monumento a Adam Smith, Royal Mile, Edimburgo, Escócia
Fonte: iStock/Getty Images
O livro relata uma fábrica de alfinetes com dez trabalhadores, onde era possível, 
quando existia esforço, produzir doze libras (unidade de medida inglesa) de alfinetes 
por dia – cada libra contém 4.000 alfinetes. Assim, o total diário de era 48.000 
alfinetes, correspondendo a uma produção média por trabalhador de 4.800 alfine-
tes por dia. O livro nos leva à ideia de que se esses trabalhadores realizassem essa 
tarefa de forma isolada, provavelmente, não produziriam os respectivos alfinetes.
 
Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações nos remete - Adam Smith
Ex
pl
or
Percebemos, portanto, uma ideia inicial da divisão de trabalho que será abor-
dada e justificada através do modelo de produção subsequente, denominado de 
produção em massa.
Produção em Massa
A revolução industrial contribuiu com grande parte do desenvolvimento tec-
nológico, possibilitando, a partir da produção em larga escala, o acesso de mais 
consumidores aos produtos que anteriormente não eram disponibilizados a todos, 
por conta, em grande parte, da demora do processo artesanal, que elevava os 
custos da fabricação.
10
11
O movimento nasceu no século XVIII, denominado Revolução Industrial, com 
sua principal força na Inglaterra e Reino Unido, locais que, por conta da explo-
ração dos minérios como o ferro e carvão mineral, serviam como alicerces para 
a implantação de máquinas e transporte ferroviário, deixando assim para traz os 
sistemas artesanais.
A Revolução Industrial foi um marco na história da humanidade, pois, através 
do desenvolvimento da fabricação por meio de máquinas e da divisão e padroni-
zação do trabalho, fomos capazes de produzir produtos em larga escala, podendo 
assim atingir grande parte da população mundial. 
Com a primeira revoluçãoindustrial (1780-1840), o homem do campo e os arte-
sãos foram obrigados a mudarem sua forma de vida, uma vez que o preço praticado 
pelas indústrias rudimentares era menor do que o preço praticado pelos artesãos. 
A revolução industrial foi responsável pela criação de grandes cidades industriais, 
promovendo uma migração do campo para os centros urbanos.
O capitalismo ganhou força nesse período, pois os detentores dos meios de 
produção, denominados capitalistas, cresceram fabricando produtos e comercia-
lizando-os a um mercado formado por consumidores que, em sua maioria, eram 
operários das indústrias que recebiam salários como contraprestação dos serviços 
prestados, sendo esses denominados de proletários. Portanto, os meios de produ-
ção e o resultado dela deixaram de pertencer ao autônomo e pequeno proprietário, 
dando origem às grandes fábricas e empresas.
A segunda revolução industrial (1840-1895) tem como característica a grande 
expansão do capitalismo britânico através de suas ferrovias, livre comércio e a 
mecanização do trabalho, fazendo com que a redução de custo por peça se tor-
nasse a meta das empresas nesse período.
A produção em massa é uma continuação dos modelos primários da revolução 
industrial, com o aprimoramento de técnicas e medições juntamente com a padro-
nização de produtos através da linha de produção.
O objetivo da produção em massa era a redução de custos para oferecer o 
produto para um maior número de consumidores. Para conseguir a redução de 
custos e o aumento de produtividade, era proposto um modelo onde o funcioná-
rio se movimentava o mínimo possível.
As principais características da produção em massa são:
• Trabalhadores pouco qualificados;
• Alto volume de produção;
• Necessidade de recursos humanos, materiais e patrimoniais para dar sequên-
cia à produção.
11
UNIDADE Evolução da Produção
Os resultados obtidos são:
• Redução de custo unitário;
• Atividade repetitiva;
• Pouca variedade devido ao custo para alteração da linha.
Esse conceito foi popularizado e difundido nos Estados Unidos da América no 
começo do século XX, tendo como principal propagador Henry Ford.
Figura 3 – Henry Ford
Fonte: iStock/Getty Images
O empreendedor Henry Ford era filho de imigrante irlandeses. Fundou a Detroit 
Automobile Company, que faliu dois anos após a abertura. Em 1903, fundou a 
Ford Motor Company junto com pequenos investidores, onde possibilitou, a partir 
do Ford modelo T (Figura 4), a popularização de veículos, reduzindo os custos em 
função da quantidade produzida. 
Figura 4 – Ford Modelo T
Fonte: iStock/Getty Images
12
13
Os ganhos obtidos com a produção do Ford modelo T surgiram da simplicidade 
do produto que por muitos anos não sofreu alterações, bem como permaneceu 
com as mesmas características e cor, preta, facilitando o seu aperfeiçoamento
As características de fabricação adotadas por Ford são baseadas na Administra-
ção Clássica e Científica, na qual podemos perceber a divisão do trabalho, medição 
do tempo médio, a figura do funcionário especialista e a remuneração acima da 
média. Os estoques da Fábrica eram altos, porém, a Ford tinha como política a 
fabricação do veículo desde a matéria-prima até o produto acabado, o que gerava 
altos níveis de estoques intermediários.
Em um mercado sem muita concorrência, a Ford pôde aprimorar seus pro-
cessos de produção em massa sem realizar mudanças profundas em seu produto, 
como dito, por décadas. Contudo, mesmo diante dessa produção em larga escala, 
a demanda dos veículos Ford cresceu e a sua capacidade produtiva não acompa-
nhou a demanda na mesma proporção.
Demanda
Capacidade
Produtivas
Figura 5 – Demanda versus Capacidade Produtiva.
Fonte: Acervo do Conteudista
A partir do gráfico, podemos perceber que, em um mercado onde a demanda é 
superior à capacidade produtiva e baixa de concorrência, um modelo de produção 
em massa que priorize a velocidade da produção é um campo fértil para a propaga-
ção da produção, sendo um dos principais motivos para a sobrevivência, naquele 
período, desse modelo de produção.
Na produção em massa, a produtividade surge da produção em larga escala 
em um tempo reduzido. A redução do tempo se dá, por sua vez, com a diminu i-
ção de movimentos e as melhoras nas técnicas de se produzir, fazendo com que 
o colaborador consiga produzir mais em menos tempo. 
Henry Ford, a partir da padronização, conseguia converter benefícios financeiros 
que se consolidavam através das ferramentas e do avanço tecnológico. Uma das 
características do Sistema Ford de Produção era a fabricação de todos os itens, tais 
como: plantação da borracha, fundição, fábrica de vidro, minas de ferro, navios e 
ferrovias, que interligavam suas instalações.
13
UNIDADE Evolução da Produção
A indústria GM teve como executivo Alfred Sloan, que revolucionou a forma 
de se produzir. Ele tinha como proposta:
• A criação da descentralização da administração;
• Intensificar as ações de marketing, sendo um dos pioneiros dentro da in-
dústria automobilística;
• Modificou a aparência dos veículos.
Sendo assim, os modelos de produção em massa tiveram seu processo de amadu-
recimento dentro das indústrias automotivas, onde as práticas de Ford com grande 
influência da Administração Clássica e Científica foram basilares para tal.
Críticas ao Modelo Ford 
O modelo de produção Ford foi duramente criticado, pois, mesmo com o aumento 
de produtividade, tinha uma concepção do empregado especialista e com motivação 
gerada apenas com base na remuneração, gerando discussões entre os governistas, as 
empresas e os sindicatos, discussão essa que permanece até a atualidade.
Figura 6 – Charlie Chaplin, autor do filme Tempos Modernos
Fonte: iStock/Getty Images
Caro aluno, a partir do vídeo de Charles Spencer Chaplin, podemos observar um 
pouco da característica da produção em massa, bem como a reflexão das condições 
de trabalho oferecidas na época, sendo esse vídeo uma sátira ao modelo mecanicista 
de produção.
O modelo de produção em massa foi difundido dos Estados Unidos para o mun-
do, onde empresas como a Citroën, Renault, Fiat, Morris e GM começaram, após 
décadas de resistência, a utilização dos modelos de produção em massa.
14
15
A utilização do modelo teve queda a partir década de 1970 e 1980, devido aos 
grandes níveis de estoque e a falta da qualidade apresentada. Abriu-se aí a concor-
rência e o mercado para as indústrias japonesas, o novo modelo foi denominado 
de Sistema Toyota de Produção ou Produção Enxuta.
A Produção Enxuta
A Produção Enxuta nasce da necessidade da produção diversificada gerada 
devido à concorrência bem como à eliminação de desperdícios e a redução dos 
custos de fabricação.
Para melhor entendermos a produção enxuta, denominada Lean Manufac-
turing, devemos entender um pouco da história e da cultura japonesas, onde foi 
construído esse sistema que é denominado Sistema Toyota de Produção.
O Japão foi marcado por inúmeras dificuldades climáticas e de guerras. Ao longo 
dos anos, a população do país aprendeu a se reconstruir rapidamente, fazendo com 
que ficasse evidente a sua grande capacidade e velocidade de resposta em situações de 
emergência, o que será comprovado por alguns fatores que serão abordados a seguir.
Os princípios da administração Japonesa têm como fundamentos os aspectos cul-
turais, sendo eles os pilares que compõem o Sistema Toyota de Produção. Segundo 
Ferreira (1997), as principais características da administração da japonesa são: 
• Planejamento Estratégico;
• Administração Participativa;
• Visão sistêmica;
• Supremacia do coletivo;
• Busca da qualidade total;
• Produtividade;
• Flexibilidade;
• Recursos humanos;
• Tecnologia e padronização;
• Manutenção;
• Limpeza e arrumação;
• Relação com fornecedores;
• CulturaOrganizacional.
15
UNIDADE Evolução da Produção
Ferreira (1997) concorda que a produção enxuta demonstra, através de modelos 
e ferramentas, formas de redução de desperdícios que têm como matriz de seu 
modelo a Fábrica da Toyota. A Toyota teve como fundador o sr. Sakichi Toyoda, 
que fundou a Toyoda Spinning and Weaving Company e, com a ajuda de seu 
filho, Kiichiro Toyoda, realizou o sonho de uma vida ao fabricar uma máquina de 
fiar automática, em 1924. Dois anos mais tarde, era criada a Toyoda Automatic 
Loom Works. Em 1937, Kiichiro conseguiu produzir o primeiro protótipo de 
automóvel e estabelecer as bases para fundar a Toyota Motor Company Ltd.
Entre muitos desafios no Japão, a Toyota teve suas atividades interrompidas de-
vido à II Guerra Mundial. Contudo, o Japão gradativamente se reconstruiu e com 
ele surgiu o Sistema Toyota de Produção, que buscava a mais alta qualidade, menor 
custo e menor tempo.
Custo
Mais Baixo
Cliente
Menor
Lead Time
Just-in-Time
Fluxo
Contínuo Separação
Homem/
Máquina
Poka-Yoke
Heijunka Operações Padronizadas Kaizen
Estabilidade
Talk Time
Prod. Puxada
Jidoka
Mais Alta
Qualidade
Segurança
Moral
Figura 7 – A estrutura do Sistema Toyota de Produção
Fonte: Ghinato (2000)
O modelo de produção proposto na Toyota buscava a produção em menor 
tempo na mais alta qualidade no menor custo onde a sustentação desses modelos 
está diretamente relacionada aos seguintes itens:
• Just in time – sincronização do fluxo de produção, dos fornecedores aos clientes; 
• Kanban – sistema de informação visual, que aciona e controla a produção;
• Muda – busca da eliminação total de qualquer tipo de desperdício;
16
17
• Kaizen – busca do melhoramento contínuo em todos os aspectos, que se 
reflete na produtividade e na qualidade, sendo os círculos de controle da 
qualidade apenas um dos seus aspectos. 
O princípio da produção enxuta é a eliminação de desperdícios detectados 
no processo anterior. O Engenheiro Chefe de Produção da Toyota, Taichii Ohno, 
após visita à Ford e à GM, percebeu que existiam desperdícios de diversas nature-
zas. Os desperdícios foram classificados em sete tipos:
• Desperdício de superprodução: produzir mais do que necessita, gerando 
altos estoques de produtos acabados;
• Desperdício por espera: realizar esperas demoradas para enviar os pro-
dutos aos processos subsequentes, podendo gerar avarias e imobilizar o 
capital desnecessário;
• Desperdício por transporte: movimentação de materiais dentro da empre-
sa de forma desnecessária;
• Desperdício de inventário: o desperdício de inventário a produzir mais do 
que o processo subsequente necessita, gerando perdas de materiais no pro-
cesso produtivo;
• Perdas por processo: perdas geradas por processos ineficientes que não 
conseguem utilizar a capacidade integral da matéria-prima ou mão de obra. 
Temos como exemplo: as aparas, sobras e refugos;
• Desperdício desnecessário de movimentação de pessoas: desperdício 
gerado por movimentação desnecessária do funcionário dentro da empresa 
gerando a improdutividade do colaborador;
• Produtos defeituosos: esse desperdício é considerado o pior entre todos os 
outros, devido à materialização da ineficiência gerando um custo desnecessário.
Alguns dos elementos atribuídos ao sucesso do Sistema Toyota de Produção es-
tão diretamente relacionados aos seguintes princípios:
• Respeito ao país de origem da fábrica;
• Manter a harmonia com o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida 
das pessoas;
• Oferecer produtos de tecnologia de ponta com qualidade;
• Promover o trabalho criativo dentro da empresa bem como a participação 
dos colaboradores;
• Crescer em conjunto com outras empresas, fortalecendo a rede.
17
UNIDADE Evolução da Produção
Os aspectos culturais possuem correlação com a forma como a Toyota opera a 
produção e administra as questões da qualidade. O nacionalismo e patriotismo são 
características da cultura japonesa, que foram incorporadas no sistema de produção, 
pois a Toyota entende que antes de sermos funcionários de uma empresa, devemos 
respeito ao país de origem da Fábrica.
As questões relacionadas ao meio ambiente e qualidade de vida dos trabalhado-
res são valorizadas na Toyota, sendo o colaborador a coluna central desse modelo. 
A valorização do ser humano vem através do incentivo à utilização da Adminis-
tração Participativa, tendo os funcionários a possibilidade de opinar nas decisões 
operacionais e sugerir mudanças que, analisadas, poderão ser implantadas.
A Toyota foi uma das primeiras empresas a trabalhar e fortalecer a rede de 
fornecedores, buscando, através de treinamento, capacitação e acompanhamen-
to, gerar a o vínculo de parceria com a rede. Um dos exemplos é a presença 
constante de engenheiros de produção dentro dos seus fornecedores, que acom-
panham e orientam no desenvolvimento da melhora dos níveis de serviços.
A característica marcante do sistema de produção da Toyota é ser reconhecida 
como símbolo de qualidade e tecnologia, esse modelo propagado no Japão e no 
mundo se tornou referência de produção, pois conseguia produzir em menor 
tempo, com o menor custo, na mais alta qualidade e tecnologia 
Considerações Finais
Os modelos de produção evoluíram juntamente com o mercado e as suas 
necessidades. Em um primeiro momento, o sistema de produção artesanal foi 
suficiente para prover e abastecer a demanda em determinado período histórico. 
Contudo, com a evolução tecnológica e aumento da concorrência, somados aos 
fatores políticos e econômicos, o mundo passou por grandes transformações no 
padrão de consumo e consequentemente isso afetou os padrões de fabricação. 
Antes da década de 1950, a baixa concorrência e a grande demanda absor-
viam produtos com baixa qualidade, sem diferenciação. A partir da década de 
1950, com a explosão do consumismo e a alta concorrência, as organizações 
se viram obrigadas a reduzirem seus custos e desenvolverem produtos diversi-
ficados. A resposta a essas necessidades foi a Produção Enxuta, denominada 
Sistema Toyota de Produção, que possui características voltadas à flexibilização 
da produção, evitando desperdícios nas mais diversas etapas do setor produtivos 
e de negócios. 
A produção está em constate evolução, porém conceitos de produção em linha, 
produção artesanal e a produção enxuta permanecem vivos nas organizações con-
temporâneas, que utilizam parcialmente esses ajustando-os a novos modelos de 
negócios e produção.
18
19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
HFord - Produção em massa.
https://youtu.be/hhbxt_BDyfQ
Na Linha de Montagem Fordismo, Produção em Massa e Sociedade de Consumo
https://youtu.be/2mLCYiTX5lU
Gigantes da Indústria - Produtos para Massas
https://youtu.be/gvbU2rKVo-U
 Leitura
A Produção Enxuta como Fator Diferencial na Capacidade de Fornecimento de PMEs
https://goo.gl/q9kLdo
19
UNIDADE Evolução da Produção
Referências
CHIAVENATO, I. Administração da Produção: Uma Abordagem Introdutória. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2005 
FERREIRA, A. A. et al. Gestão Empresarial: de Taylor aos nossos dias. Evolução 
e Tendências da Moderna Administração de Empresas. São Paulo: Pioneira, 1997. 
GHINATO, P. Elementos fundamentais do Sistema Toyota de Produção. In: 
ALMEIDA, A. T.; SOUZA, F. M. C. Produção e competitividade: Aplicações e 
Inovações. Recife: UFPE, 2000.
GHINATO, P. Sistema Toyota de Produção – Mais do que simplesmente Just-In-
Time. Caxias do Sul: Editora da Universidade de Caxias do Sul, 1996.
SLAK, N.; CHAMBERS, S.; HARLAND, C. Administração da Produção. São 
Paulo: Atlas, 2012. 
20

Continue navegando