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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Faculdade Nacional de Direito Teoria do Direito; Professora Cecília Aluno: Felipe Pereira dos Santos; Turma C Resenha: “Seção Especial de Justiça” Dirigido pelo grego Constantin Costa Gravas, o filme se desenrola a partir da morte de um militar alemão por comunistas franceses no contexto da ocupação nazista na cidade de Paris. Esse acontecimento acaba gerando um grande atrito diplomático entre o governo da cidade ocupada e a França, tendo em vista que o governo alemão exige que sejam executados 6 cidadãos franceses ou os próprios alemães o fariam, mas em número maior e aleatoriamente, podendo atingir anônimos ou figuras notórias. No esforço de evitar a execução por parte dos alemães, o governo toma a iniciativa de instituir um tribunal especial através de uma lei de exceção. Essa lei possibilita a punição retroativa e é justamente esse o ponto central de toda a trama. A punição de crimes com base em uma lei até então inexistente é vedada e é uma das garantias do réu durante o processo penal. É uma proteção elementar, tão elementar que causa imediata rejeição à inúmeros juristas, exceto alguns que após o convite, aceitam participar do tribunal. O tribunal se estabelece com o objetivo de obter 6 convenientes sentenças de morte em tempo hábil, de modo a cumprir a exigência externa. Ao fim do processo acaba condenando 5 pessoas já acusadas anteriormente. É possível localizar o conteúdo crítico central do filme no entorno da lei como fruto da atividade humana. Sendo fruto da atividade humana, ela está sujeita às flutuações do momento histórico, da conjuntura política e, é claro, de seus operadores. Nesse sentido, é perceptível através do debate proposto que a lei assume função de regular processos e oferecer garantias que estão escritas em um texto que pode ser consultado e reivindicado em caso de descumprimento. No caso do tribunal de exceção, houve a volatilidade da letra da lei e a manobra em cima de entendimentos jurídicos para proporcionar a condenação que era desejada, anulando a segurança jurídica pretendida. A lei escrita tem o objetivo de tornar pública e cognoscível a norma e suas implicações sobre os cidadãos. Mesmo com a garantia de consulta e publicidade, existe o risco da distorção promovida por fatores interpretativos, sejam eles intencionais ou não.
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